1.6.1 lim a
n1= 1
b
Propriedade 63. Seja a >0 ent ˜ao liman1 =1.ê Demonstra ¸c ˜ao. A sequˆencia ´e decrescente se a > 1, pois de 1 < a mul-tiplicando por an ambos lados segue an < an+1, an+11 < an1 e tamb´em ´e limitada inferiormente, por 1 por exemplo, pois de 1 < a elevando a 1
n+1 de ambos lados temos 1< an1.
Se 0< a < 1 a sequˆencia ´e crescente pois a < 1 multiplicando por an em ambos lados an+1 < an, an1 < an+11 al´em disso ´e limitada superiormente pois de a < 1 elevando a 1
n temos an1 <1.
Em qualquer dos casos temos que a sequˆencia ´e convergente por ser mon ´otona e limitada. Logo existe o limite l =liman1. Qualquer subsequˆencia deve convergir ao mesmo limite, consideramos ent ˜ao o limite da subsequˆencia
l=lima(n)(n+1)1 =lim a(n)1 an+11
= l l =1 logo l=1.
ê Demonstra ¸c ˜ao.[2] Considere a > 1 escrevemos an1 =1+h da´ı h >0 e a= (1+h)n≥1+nh
que implica a−1
n ≥h e 1+a−1
n ≥1| {z }+h
an1
≥1, ent ˜ao tem-se a desigualdade
1+ a−1
n ≥an1 ≥1 por teorema do sandu´ıche segue que liman1 =1.
1.6.2 lim n
n1= 1
b
Propriedade 64.limnn1 =1.
ê Demonstra ¸c ˜ao. Vamos provar que a sequˆencia (xn) com termo dado por xn = nn1 ´e decrescente a partir do seu terceiro termo. Tomamos a fun¸c ˜ao f(x) = xx1 = ex1lnx, derivando f′(x) = 1
x2(1 −lnx)xx1 , 1 −lnx < 0, 1 < lnx para x > e, pois segue lnx > lne = 1, lnx ´e fun¸c ˜ao crescente cont´ınua. Ent ˜ao a sequˆencia ´e decrescente a partir do terceiro termo 3 > e. Outra maneira de demonstrar que a sequˆencia ´e decrescente a partir do primeiro termo segue de (1+ 1
n)n < n para n≥3 da´ı (n+1)n< nn+1 que implica (n+1)n+11 < nn1.
Ela tamb´em ´e limitada inferiormente por 1, pois n ≥ 1⇒ nn1 ≥1n1 =1. Portanto ela converge para o ´ınfimo do conjunto dos termos da sequˆencia e todas suas sub-sequˆencias devem convergir para o mesmo limite, digamos l, tem-se que l ≥ 1 pela propriedade da sequˆencia, ent ˜ao l̸= 0. Tomamos a subsequˆencia de termos (2n)2n1 , segue
l2= (lim(2n)2n1 )2 =lim(2n)n1 =lim 2n1 limnn1 =l logo l2 =l que implica l=1, pois n ˜ao pode ser l=0.
Z
Exemplo 23. Se 0 < a <1 ent ˜ao liman =0, pois an ´e decrescente limitada inferiormente logo ´e convergente. liman+1 = L = a.liman = aL, se L ̸= 0 ent ˜ao a=1, absurdo, logo L=0.1.7 Limites infinitos
m
Defini ¸c ˜ao 26 (Limite +infinito). Seja uma sequˆencia (xn). Ent ˜ao limxn =∞ se acontece∀A >0∃n0 ∈N|n > n0⇒xn > A nesse caso dizemos que xn tende a infinito.
Negar que lim(xn) = ∞ significa que
∃A >0∀n0∈N|∃n > n0 tal quexn< A
isto ´e, sempre haver ´a uma infinidade de termos menores que um certo n ´umero A.
m
Defini ¸c ˜ao 27 (Limite −infinito). Dizemos que limxn = −∞ ⇔lim−xn =∞.$
Corol ´ario 27. Se limxn =∞ ent ˜ao por defini¸c ˜ao(xn) n ˜ao ´e limitada superior-mente, da mesma maneira se limxn = −∞ ent ˜ao xn n ˜ao ´e limitada inferiormente .m
Defini ¸c ˜ao 28 (Sequˆencia Oscilante). Uma sequˆencia (xn) ´e dita oscilante se ela n ˜ao ´e convergente, nem vale limxn =∞ ou limxn= −∞.b
Propriedade 65. Seja (xn) tal que limxn = a ent ˜ao lim(−1)nxn existe sse a=0.ê Demonstra ¸c ˜ao. Seja ent ˜ao limxn = a considere a sequˆencia (zn) de termo dado por zn = (−1)nxn temos a subsequˆencia de termos pares (z2n) = (x2n) com limite limz2n = limx2n = a e a subsequˆencia de termos ´ımpares (z2n−1) = (−x2n−1) com limite limz2n−1 =lim−x2n−1 = −a para que o limite exista ´e necess ´ario e suficiente que a= −a logo 2a=0, a=0.
b
Propriedade 66. Se limxn =a̸=0 ent ˜ao ((−1)nxn) ´e oscilante.ê Demonstra ¸c ˜ao. (xn) ´e limitada logo n ˜ao pode valer lim(−1)nxn infinito ou menos infinito, como (xn) converge para um valor n ˜ao nulo, ent ˜ao a sequˆencia ´e oscilante.
b
Propriedade 67. Se limxn =±∞ ent ˜ao ((−1)nxn) ´e oscilante .ê Demonstra ¸c ˜ao. Para n > n0 vale xn > A > 0 logo para n par (−1)nxn ´e positivo e para n ´ımpar tal termo ´e negativo ent ˜ao a sequˆencia n ˜ao pode tender a infinito, tamb´em n ˜ao pode ser convergente pois n ˜ao ´e limitada.
b
Propriedade 68. limn=∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Temos que mostrar que para todo A >0 podemos encontrar n0 ∈ N tal que n > n0 implica n > A, isso vale pois os naturais n ˜ao s ˜ao limitados superiormente nos reais.
b
Propriedade 69. Se a >1 ent ˜ao liman =∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Podemos escrever an = (1+h)n com 1+h > 1 logo h > 0 e vale a desigualdade de Bernoulli an = (1+h)n > 1+nh podemos conseguir assim que 1+nh > A, tomando n0 > A
h −1 e como a > 1 implica an+1 > an temos uma sequˆencia crescente logo n > n0 implica an> A logo liman =∞.
b
Propriedade 70. Dada uma sequˆencia (xn) n ˜ao-decrescente ilimitada temos que limxn =∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Se(xn) ´e uma sequˆencia ilimitada n ˜ao-decrescente ela ´e limitada inferiormente pelo seu primeiro termo ent ˜ao ela deve ser ilimitada superiormente, logo podemos tomar A > 0 e vai existir n0 ∈ N tal que xn0 > A e como ela ´e n ˜ao-decrescente temos que n > n0 implica xn ≥xn0 > A logo temos limxn=∞.
1.7.1 lim √
n = ∞ .
Z
Exemplo 24. lim√n = ∞. Temos que √n ´e crescente e n ˜ao ´e limitada superiormente, pois √A2=A. (√
n) n ˜ao ´e limitada por´em lim
√n
n =lim 1
√n =0.
b
Propriedade 71. Se limxn+p =∞ para algum p natural ent ˜ao limxn =∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Para qualquer A > 0 existe n0 ∈ n tal que n > n0 implica xn+p > A, a partir de xn0+1+p vale essa desigualdade, ent ˜ao existe n1 =n0+p tal que para n > n1 vale xn > A o que implica limxn =∞.
b
Propriedade 72. Se limxn =∞ ent ˜ao xn ´e limitada inferiormente.ê Demonstra ¸c ˜ao. Se limxn =∞, ent ˜ao ∀A > 0 existe n0 ∈ N tal que n > n0
vale xn > A, tomando A = 1 tem-se que para n > n0 , xn > 1, como existe um n ´umero finito de termos possivelmente menores que 1 ent ˜ao a sequˆencia ´e limitada inferiormente.
1.7.2 lim
∑
nk=1
√ 1
n + k = ∞ .
Z
Exemplo 25.lim
∑n
k=1
√ 1
n+k =∞.
Vale
k≤n⇒k+n≤2n⇒√
k+n≤√
2n⇒ 1
√2n ≤ 1
√k+n somando de 1 at´e n segue
√n
2 ≤lim
∑n
k=1
√ 1 n+k
logo por compara¸c ˜ao lim
∑n
k=1
√ 1
n+k =∞.
1.8 Opera ¸c ˜ oes com limites infinitos
b
Propriedade 73 (Crit´erio do inverso). Seja xn > 0 para todo n ∈ N ent ˜ao limxn=0⇔lim 1xn
=∞.
ê Demonstra ¸c ˜ao. Se limxn =0 temos que para todo ε > 0 existe n0 ∈ N tal que para n > n0 implica |xn| < ε, xn < ε, 1
ε < 1 xn
tomando A = 1
ε segue 1 xn
> A logo lim 1
xn
=∞.
Considerando agora lim 1 xn
=∞ temos que para todo A > 0 existe n0∈N tal que para n > n0 vale 1
xn
> A logo 1
A > xn tomando ε = A temos xn < ε, |xn| < ε logo limxn=0.
b
Propriedade 74. Seja z :N→ N com limzn =∞ e limxn =a. Ent ˜ao dada yn :=xzn, vale que limyn=a.ê Demonstra ¸c ˜ao.
1. De limxn = a segue que ∀ ε > 0 existe n0 ∈ N tal que se n > n0 implica
|xn−a|< ε.
2. Como limzn = ∞ ent ˜ao existe n1 tal que se n > n1 implica que zn > n0, da´ı pelo ponto 1, tem-se |xzn −a|< ε para n > n1 e da´ı limxzn =a =limyn, como quer´ıamos demonstrar.
Z
Exemplo 26. A sequˆencia dada por z2n+1=n e z2n =1 ´e sobrejetiva, sendo uma sequˆencia de N em N. Considere xn = 1n. Vale que yn =xφn n ˜ao converge pois possui subsequˆencia dos ´ımpares convergindo para 0 e subsequˆencia dos pares convergindo para 1.
1.8.1 lim (
1 + 1
√ n )
n= ∞
Z
Exemplo 27. Seja (xn) uma sequˆencia positiva tal que limnxn =∞, ent ˜ao lim(1+xn)n =∞.Pois, pela desigualdade de Bernoulli, temos que (1+xn)n ≥1+nxn→ ∞. Por
exemplo, tomando xn= 1
em ambos lados e usando produto telesc ´opico tem-se
|xn0+1|(t1)n−n0 <|xn+1|<|xn0+1|(t2)n−n0 tomando a raiz n-´esima
|xn0+1|n1(t1)1−
em ambos lados e usando produto telesc ´opico tem-se 0<|xn+1|<|xn0+1|(t2)n−n0
tomando a raiz n-´esima
0<|xn+1|n1 <|xn0+1|n1(t2)1−
n0 n
para n grande tem-se
0<|xn+1|n1 < ε da´ı segue que lim|xn+1|n1 =0.
$
Corol ´ario 28. Usando o crit´erio do inverso, temos que se lim|xn+1||xn| =∞ ent ˜ao lim√n
|xn|=∞.
Z
Exemplo 28. Provar que lim n√(2n)!
Z
Exemplo 29. Mostrar que lim n√(2n)!
Z
Exemplo 30. Mostrar que lim n√n
da´ı tomando o inverso, temos
Z
Exemplo 31. Vale quelim
Vamos usar o crit´erio que acabamos de provar, vamos tomar xn =
(m+n tomando o limite tem-se que m
n+1 → 0 com m fixo logo limxn+1
Z
Exemplo 32. Mostrar que lim √nn! =∞ .
ent ˜ao pelo teorema anterior o limite da raiz n -´esima de tal sequˆencia tamb´em
tende a zero, isto ´e
lim 1
√n
n! →0, pelo crit´erio do inverso segue que lim√n
n! =∞.
Z
Exemplo 35. Mostrar que limb
Propriedade 76 (Crit´erio de compara¸c ˜ao). Sejam duas sequˆencias (xn) e (yn) e um n ´umero natural n0 tal que se para n > n0 vale xn ≥ yn e limyn =∞b
Propriedade 77. Se limxn = ∞ e (yn) ´e limitada inferiormente ent ˜ao limxn+yn=∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Com (yn) limitada inferiormente tem-se B ∈ R tal que yn > B e como temos limxn =∞ vale para todo A > 0 existe n0∈N tal que n > n0
⇒xn > A logo de yn > B somando xn tem-se xn+yn> B+xn e de xn> A somando B segue xn +B > A+B logo xn +yn > A +B para todo C > 0 podemos tomar A+B=C assim limxn+yn=∞.
$
Corol ´ario 29. Se limyn =∞ e limxn = ∞ ent ˜ao limxn+yn = ∞, pois yn ´e limitada inferiormente.$
Corol ´ario 30.lim 1
n+n=∞ pois 1
n ´e limitada inferiormente e n→ ∞.
$
Corol ´ario 31. Se (yn) ´e uma sequˆencia convergente e limxn = ∞ ent ˜ao limxn+yn =∞, pois (yn) sendo convergente, ela ´e limitada logo limitada inferi-ormente.b
Propriedade 78. Se limxn = ∞ e existe c > 0 tal que yn > c para todo n∈N ent ˜ao limxnyn=∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Se limxn = ∞ ent ˜ao ∀A > 0 ∃n0 ∈ N tal que n > n0 ⇒ xn > A e se existe c > 0 tal que yn > c para todo n natural ent ˜ao para n > n0 , xn > 0 logo yn.xn > c.xn e de xn > A segue xn.c > Ac assim xnyn > Ac podemos tomar ent ˜ao A= B
c com B >0 arbitr ´ario donde segue xnyn> B logo limxnyn =∞.
$
Corol ´ario 32. Se limxn =∞ e limyn =∞ ent ˜ao limxn.yn=∞.$
Corol ´ario 33. Se limxn = ∞ e b > 0 uma constante ent ˜ao limbxn = ∞. Podemos tomar yn =b para todo n na propriedade anterior e como b > 0 existe 0< c < b da´ı a propriedade segue.b
Propriedade 79. Seja b >0 real, se limxn=∞ ent ˜ao lim(xn)b =∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Se limxn=∞ ent ˜ao
∀B >0∃n0 ∈N|n > n0⇒xn > B
tomando B =Ab1, ent ˜ao xn > Ab1 da´ı (xn)b > A com A arbitr ´ario, logo a sequˆencia tende a infinito.
b
Propriedade 80. Se liman =∞ e an >0∀ n∈N ent ˜ao lim∑n
k=1
ak
n =∞.
ê Demonstra ¸c ˜ao.
∀ A >0 ∃n0 ∈N tal que para n > n0 tem-se an >2A ent ˜ao para n >2n0 ( que implica n−n0
n > 1 2) vale
∑n k=1
ak
n ≥
∑n k=n0+1
2A
n =2An−n0
n ≥ 2A
2 =A logo
lim
∑n k=1
ak
n =∞.
$
Corol ´ario 34. Se limxn =∞ e n ˜ao vale xn >0∀ n∈N ent ˜ao a propriedadetamb´em vale pois existe n0 ∈N tal que para n > n0 tem-se xn >0 , da´ı
assim se define uma nova sequˆencia(xn) que satisfaz as propriedades do resultado anterior .
com yn>0 dividimos por esse valor t1
tomando o limite em ambos lados tem-se por sandu´ıche 1≤ limxn
1.8.8 lim ln(n + 1) ln(n) = 1.
$
Corol ´ario 35. limln(n+1)ln(n) =1 pois limln(n+1) −ln(n) = 0 e limln(n) =∞.
Poder´ıamos argumentar apenas que (limln(n +1) − ln(n)) ´e limitada sem mostrar que converge da seguinte maneira:(ln(n+1) −ln(n)) ´e limitada pois vale 0<ln(1+ 1
n)<1+ 1
n com 1+ 1
n limitada.
Outra maneira ´e considerar ln(n+1)
ln(n) −1= ln(n+1) −ln(n)
ln(n) = ln(1+ n1) ln(n)
como o numerador ´e limitado e o denominador tende ao infinito o limite ´e nulo limln(n+1)
ln(n) −1=0⇒limln(n+1) ln(n) =1.
Z
Exemplo 36. O limite lim(xn−yn) pode existir, por´em n ˜ao vale lim xnyn
=1, tome por exemplo xn = 2
n, yn= 1
n, vale lim(xn−yn) =lim 1
n =0 e limxn
yn
=lim 2
nn=2.
Z
Exemplo 37. Se (xn) ´e limitada e limyn =∞ n ˜ao podemos concluir nada sobre limxn.yn , pode ser infinito xn = 1, pode ser − infinito, com xn = −1, o limite pode existir como xn = 1n e yn =n, ou pode n ˜ao existir com xn = (−1)n.
Z
Exemplo 38. Se (xk) ´e limitada ent ˜ao (xk) (C,1) ´e convergente?b
Propriedade 83. Se limxn =∞ e a >0 ent ˜ao lim√ln(xn+a−√
ln(xn=0.
ê Demonstra ¸c ˜ao.
√ln(xn+a−√
ln(xn = ln(xn+a) −ln(xn)
√ln(xn+a+√ ln(xn
o denominador ln(1+ a xn
)<1+ a
xn →1 logo o numerador ´e limitado e o numerador tende ao infinito, ent ˜ao o limite ´e nulo.
b
Propriedade 84. Seja f:N→N injetora ent ˜ao limf(n) = ∞.ê Demonstra ¸c ˜ao. Vamos mostrar que
∀n0∈N∃n1∈N|n > n1⇒f(n)> n0.
Seja An0 ={n∈N|f(n)≤n0} tal conjunto tem no m ´aximo n0 elementos, pois se tivesse mais de n0 ent ˜ao f n ˜ao seria injetiva , pois ter´ıamos n1,· · · , nn0 tais que
f(n1) =1, f(n2) = 2, · · · , f(nn0) =n0
se houvesse mais algum nt com f(nt) igual a algum desses valores acima, ter´ıamos f(nt) =f(ns) com nt ̸=ns e da´ı a fun¸c ˜ao n ˜ao seria injetora, observe que os valores de An0 s ´o podem ser 1, 2, · · · , n0. Se An0 ´e vazio tomamos n1 = 1, da´ı para n > 1 vale f(n)> n0, se n ˜ao for vazio, tomamos n1=max{An0}, que pode ser tomado, pois todo conjunto finito tem um m ´aximo, da´ı para n > n1 tem-se f(n) > n0, pois se existisse n2 > n1 tal que f(n2)≤ n0 entraria em contradi¸c ˜ao com o fato de n1 ser o m ´aximo desses valores, da´ı segue que limf(n) =∞.
Z
Exemplo 39. Se f:N→N ´e sobrejetora ent ˜ao pode n ˜ao valer limf(n) = ∞, como por exemplo a sequˆencia(1,2,1,3,1,4,· · ·)
em que se tem subsequˆencia de termo yn =n e xn =1 alternadas.
b
Propriedade 85. Se limxn =a ent ˜ao limxf(n)=a onde f:N→N ´e injetora.ê Demonstra ¸c ˜ao. Como limxn =a ent ˜ao para todo ε >0 existe n1 ∈Ntal que n > n1 implica |xn−a|< ε. Pelo fato de f(n)→ ∞, existe n2 ∈N tal que n > n2+n1
implica f(n)> n1 da´ı |xf(n)−a|< ε.
1.9 Limites e desigualdades
b
Propriedade 86 (Permanˆencia de sinal I). Se limxn=bcom b >0 ent ˜ao no m ´aximo uma quantidade finita de termos dessa sequˆencia pode n ˜ao ser positiva, isto ´e, existe n0∈N tal que para n > n0 vale xn >0.ê Demonstra ¸c ˜ao. Como limxn = b para todo ε > 0 existe n0 tal que para n > n0 temos |xn−b|< ε, xn ∈(b−ε, b+ε) tomando ε= b
2 temos b−ε=b−b 2 = 2b−b
2 = b
2 e b+ ε = b+ b
2 = 3b
2 logo existe n0 tal que para n > n0 tem-se xn ∈(b
2,3b
2 ) logo xn ´e positivo.
b
Propriedade 87 (Permanˆencia de sinal II). Se limxn=bcomb <0 ent ˜ao no m ´aximo uma quantidade finita de termos dessa sequˆencia pode n ˜ao ser negativa, isto ´e, existe n0∈N tal que para n > n0 vale xn <0.ê Demonstra ¸c ˜ao. Como limxn = b para todo ε > 0 existe n0 tal que para n > n0 temos |xn−b|< ε, xn ∈(b−ε, b+ε) tomando ε= b
2 existe n0 tal que para n > n0 tem-se xn ∈(b
2,3b
2 ) logo xn ´e negativo.
$
Corol ´ario 36. Seja (xn) uma sequˆencia com limxn =a e b∈R tal que a > b ent ˜ao existe n0∈N tal que xn > b para qualquer n > n0.Consideramos a sequˆencia (xn−b) ela tem limite lim(xn−b) = limxn−b =
a−b >0 pela permanˆencia de sinal existe n0 tal que para n > n0 vale xn−b >0 logo xn > b.
$
Corol ´ario 37. Se limxn < b ent ˜ao xn < b para n suficientemente grande.Sendo limxn =a < b ent ˜ao limxn−b=a−b <0, da´ı por permanˆencia de sinal segue que para n suficientemente grande tem-se xn−b <0, xn < b.
Outra demonstra¸c ˜ao pode ser feita assim:
Se limxn=a < b, ent ˜ao 0< b−a, tomando ε < b−a segue que
∃n0 ∈N|n > n0 ⇒ xn ∈(a−ε, a+ε) por´em a+ε < b, da´ı xn < a+ε < b.
$
Corol ´ario 38. Sejam (xn),(yn) duas sequˆencias com limxn =a e limyn = b.Se b > a ent ˜ao existe n0 ∈Ntal que yn > xn para qualquer n > n0.Considerando a sequˆencia (xn−yn) ela tem limite limxn−yn=b−a >0 logo pela permanˆencia de sinal existe n0 ∈N tal que para n > n0 vale xn−yn >0, xn > yn .
b
Propriedade 88. Se limxn = 0 e existe t ∈ N tal que xt > 0 , ent ˜ao {xn} possui m ´aximo.ê Demonstra ¸c ˜ao. Vale xt > 0, da´ı tomamos ε > 0 tal que ε < xt, ent ˜ao para n > n0 > t vale xn ∈ (−ε, ε), o conjunto A = {xn, n ≤ n0}, possui m ´aximo por ser finito e o m ´aximo xs dele satisfaz xs ≥xn para n≤n0 por constru¸c ˜ao e xs ≥xn para n > n0, pois xs ≥xt > ε > xn nessas condi¸c ˜oes.
Generalizando a propriedade anterior
b
Propriedade 89. Se limxn = a e existe t ∈ N tal que xt > a , ent ˜ao {xn} possui m ´aximo.ê Demonstra ¸c ˜ao. Valext> a, da´ı tomamos ε >0 tal queε < xt−a, ent ˜ao para n > n0 > t vale xn ∈(a−ε, a+ε), o conjunto A ={xn, n ≤n0}, possui m ´aximo por
ser finito e o m ´aximo xs dele satisfaz xs ≥xn para n ≤n0 por constru¸c ˜ao e xs ≥ xn
para n > n0, pois xs ≥xt> a+ε > xn nessas condi¸c ˜oes.
b
Propriedade 90. Se limxn = a e existe t ∈ N tal que xt < a , ent ˜ao {xn} possui m´ınimo.ê Demonstra ¸c ˜ao. Tomamos ε >0 tal que ε < a−xt da´ı existe n0 ∈N tal que para n > n0 > t vale xn ∈ (a−ε, a+ε) dai tomamos xs = min{xn | n ≤ n0}, vale xn ≥ xs para todo n, pois para n≤ n0 isso vale por defini¸c ˜ao e para n > n0 tem-se xs ≥xt≥xn.
$
Corol ´ario 39. Se uma sequˆencia ´e convergente e possui um ponto `a direita do seu limite ent ˜ao ela possui m ´aximo, se ela possui um ponto a esquerda do seu limite ent ˜ao ela possui um m´ınimo. Se ela for constante ela possui m ´aximo e m´ınimo. Ent ˜ao em qualquer caso uma sequˆencia convergente possui m ´aximo ou m´ınimo.$
Corol ´ario 40. Se uma sequˆencia n ˜ao possui m ´aximo ou m´ınimo ela ´e diver-gente.b
Propriedade 91. Se existe n0 ∈ N tal que para n > n0 temos xn ≥ 0 e limxn =a ent ˜ao a≥ 0. Esta propriedade diz que se a sequˆencia tem no m ´aximo um n ´umero finito de termos negativos (esse n ´umero podendo ser zero) ent ˜ao seu limite quando existe n ˜ao pode ser negativo.ê Demonstra ¸c ˜ao. Suponha quea < 0 ent ˜ao existir ˜ao n1∈N e ε= −a
2 >0 tal que para n > n1 temos xn ∈ (a−ε, a+ε) , nesse caso temos xn < 0 mas por hip ´otese temos que para n > n0 , xn ≥ 0 o que contradiz a hip ´otese, pois podemos tomar n2 > n1, n0 e ter´ıamos xn2 ≥0 (pela hip ´otese ) e xn2 <0 (pela condi¸c ˜ao de a < 0) o que ´e um absurdo logo temos que a≥0.
$
Corol ´ario 41. Um sequˆencia de n ´umeros n ˜ao-negativos n ˜ao pode ter limite negativo. No caso de uma sequˆencia de n ´umeros n ˜ao-negativos temos xn ≥ 0 para todo n.1.9.1 O limite preserva desigualdades
b
Propriedade 92 (Limite preserva desigualdade). Se (xn) e (yn) s ˜ao conver-gentes e satisfazem yn≥xn para todo n > n0 ent ˜ao limyn≥limxn.ê Demonstra ¸c ˜ao. Tomamos zn = yn−zn, vale para n > n0 que zn ≥ 0, (zn)
´e convergente por ser subtra¸c ˜ao de sequˆencias convergentes logo limzn = limyn− limxn≥0 e da´ı limyn ≥limxn.
b
Propriedade 93. Se limxn =a,limyn =b e |xn−yn|≥ε para todo n, ent ˜ao|a−b|≥ε.
ê Demonstra ¸c ˜ao. Suponha por absurdo que |a| {z }−b|
=ε1
< ε e |yn−xn|≥ε.Podemos tomar n > n0 tal que |yn−b|< ε2 e |xn−a|< ε3 onde ε1+ε2+ε3< ε, que pode ser feito, pois basta tomar ε2+ε3< ε| {z }−ε1
>0
logo
|yn−xn|≤|yn−b|+|b−a|+|xn−a|< ε1+ε2+ε3 =ε que contradiz |yn−xn|≥ε.
b
Propriedade 94. Se g:A→R ´e limitada numa vizinhan¸ca de ae limxn=a (com xn ∈A ) ent ˜ao a sequˆencia (g(xn)) ´e limitada.ê Demonstra ¸c ˜ao. Como g ´e limitada numa vizinhan¸ca de a ent ˜ao existe ε > 0 tal que para x∈(a−ε, a+ε)∩A vale |g(x)|≤M.Por termos limxn =a, ent ˜ao existe n0 ∈N tal que n > n0 implica xn ∈(a−ε, a+ε), logo vale |g(xn)|≤M.