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C APACIDADE DE F INANCIAMENTO DO M UNICÍPIO

No documento REV. DATA MODIFICAÇÃO VERIFICAÇÃO (páginas 66-70)

5. PROGRAMAS E AÇÕES NECESSÁRIAS

6.6 C APACIDADE DE F INANCIAMENTO DO M UNICÍPIO

Nos itens a seguir, apresenta-se uma simulação do comportamento econômico-financeiro dos quatro serviços de saneamento do município ao longo do horizonte de planejamento, quando analisados de forma conjunta. Para isso, abstraiu-se do arranjo institucional vigente em termos de exploração dos mesmos (autarquia municipal da SAMAE).

Isso significa que o enfoque dessa simulação está relacionado unicamente com o comportamento da gestão dos sistemas na forma integrada, demonstrando ao município, ainda que de forma simplificada, aspectos relevantes relacionados com a gestão financeira de um empreendimento voltado exclusivamente para serviços de saneamento e administrados estritamente pela municipalidade.

Os investimentos programados nos quatro sistemas são decorrentes dos estudos efetuados e constantes de relatórios anteriores. Para as despesas de exploração dos sistemas de água e esgotos, adotaram-se os valores indicados no SNIS 2008, mesmo que, no caso específico de Tietê, elas apresentassem valores elevados e não condizentes com os valores normalmente verificados em outros sistemas.. As despesas de exploração dos serviços de resíduos sólidos e drenagem urbana foram avaliadas no contexto do PMSB, na falta de indicadores de utilização corrente ou pela ausência dos mesmos no SNIS 2008.

Planos Integrados Regionais e Municipais de Saneamento Básico para UGRHI 10 Proposta do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico

Município: Tietê

ENGECORPS

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Deve-se salientar que a simulação foi efetuada abstraindo-se de eventuais receitas para os serviços de resíduos sólidos e drenagem pluvial, em função das dificuldades de caráter político-institucional, envolvidas com a criação de novas tarifas e taxas ou mesmo quanto à destinação das receitas de recicláveis, no caso dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos.

Isto significa que, para o caso específico de Tietê, a viabilização do fluxo de caixa no período considerado (2011 a 2040), no caso de administração estritamente municipal, dependerá pouco de repasses municipais e federais, além de empréstimos de entidades financeiras, mantidas as tarifas de água e esgoto dentro de patamares aceitáveis.

Evidentemente, essa análise considerou apenas as receitas obtidas com os sistemas de água e esgotos, considerados, nessa formatação de gestão unicamente municipal dos quatro sistemas de saneamento, como provedores e subsidiadores dos sistemas de resíduos sólidos e drenagem pluvial urbana.

6.6.1 Limites Constitucionais

O artigo 52 da Constituição Federal determinou como competência do Senado Federal, a fixação dos limites globais para o montante da dívida consolidada dos Municípios.

Esse percentual foi estabelecido pela resolução do senado federal nº 40, de 2001, que dispõe que a dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro, contado a partir do encerramento do ano de publicação da Resolução, não poderá exceder, no caso dos Municípios, a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida.

Esse limite, na prática, acabou fixando um limite percentual da receita corrente líquida. Os limites propostos são: 3,5 vezes a Receita Corrente Líquida para a União, 2,0 vezes para os Estados e 1,2 vezes para os Municípios. Como deverá ocorrer uma compatibilização entre estes limites e a dívida consolidada em 2016, podem ocorrer problemas na Lei de Responsabilidade Fiscal durante a vigência do Plano, o que será discutido no momento de apresentação da dívida consolidada do município junto à união.

6.6.2 Aumento nos Repasses – Crescimento Econômico e Demográfico Municipal

O crescimento demográfico previsto para a região esta descrito em relatório anterior, que trata dos estudos populacionais. Na oportunidade, estimou-se que a população urbana do município deva saltar dos atuais 19 mil habitantes para 24 mil em 2040, num crescimento geométrico médio de 0,81% ao ano.

Desta forma, um cenário econômico condizente com um crescimento populacional modesto, para municípios de pequeno porte nos limites da UGRHI 10, é da ordem de 3%

anuais. Estudos econométricos apontando nessa direção estão disponíveis para consulta.

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Alavancagem de Recursos Próprios – Impostos e Taxas Municipais

É reconhecido que, na atualidade, municípios de pequeno e médio porte cobram impostos abaixo de sua capacidade de arrecadação constitucionalmente determinada. Tal se dá por dois fatores mais importantes:

O Imposto Sobre Serviços (ISS) pode atingir até 5% da receita sobre esta atividade.

No entanto, devido ao alto custo de fiscalização, atividades de pequeno porte, como serviços pessoais, apresentam elevada evasão. Além disso, os municípios optam por percentuais abaixo do máximo numa tentativa de atrair grandes empresas prestadoras de serviços para suas sedes municipais, de forma a obter uma renda que não viria se a alíquota fosse máxima;

O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) tende a ter um valor abaixo da realidade do mercado dos imóveis. Isso se deve a uma subavaliação da planta genérica de valores aplicada à área dos imóveis municipais. As razões desta subavaliação são inúmeras, mas decorrem principalmente do reconhecimento de que o poder aquisitivo da população não guarda relação com o patrimônio. Pesam ainda questões eleitorais, pois é muito negativo o impacto de aumentos de impostos municipais via IPTU.

As constrições monetárias trazidas pela lei de responsabilidade fiscal, no entanto, atuam no sentido de alterar esta visão. Muitos municípios passaram a avaliar com mais rigor possibilidades de aumento de arrecadação própria, para melhor cumprir suas obrigações constitucionais. É o caso de cobranças mais pesadas de proprietários não-residentes, que possuem habitações com fins de lazer nos municípios. Também é o caso de realizar aumentos discricionários, penalizando mais imóveis de maior porte, supostamente de pessoas com maior poder aquisitivo. Compensando esses aumentos, os municípios oferecem diversos mecanismos de desoneração aos residentes, tais como descontos para população comprovadamente de baixa renda, aposentados, munícipes com apenas um imóvel, etc.

Numa tentativa de medir o potencial de crescimento dos recursos através de receitas próprias, procedeu-se a uma análise econométrica das variáveis de receita e despesa de distintos municípios do Estado, de modo a medir o quanto municípios mais empenhados na questão de arrecadação própria foram eficazes em seu intento.

Os resultados das análises foram pouco conclusivos. As análises não servem de base para atribuir percentuais de crescimento de receita a partir novo quadro institucional da Lei de Responsabilidade Fiscal. O município de Tietê terá que definir, individualmente, estratégias que lhe permitam aumento de arrecadação. O quadro 6.18 apresenta os resultados obtidos como superávit de arrecadação a partir das constatações expostas neste item.

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O superávit atual de Tietê é da ordem de R$ 6,7 milhões.ano. Este superávit deverá crescer durante a vigência do plano até o montante de R$ 14,1 milhões, numa taxa média de 3,66% aa. O superávit total de Tietê chegara a R$ 303 milhões até 2040.

QUADRO 6.18 - EVOLUÇÃO DE ARRECADAÇÃO PRÓPRIA MUNICIPAL

VALORES EM R$ MIL Ano População Taxa Cresc. Cres Arrecadação Superavit

Urbana Populacional Econômico = pop+ecn R$ mil

2010 33.443 2% 0,00

2011 33.770 1,0% 2% 3,0% 6.672,48

2012 34.098 1,0% 2% 3,0% 6.872,03

2013 34.427 1,0% 2% 3,0% 7.077,10

2014 34.758 1,0% 2% 3,0% 7.288,05

2015 35.089 1,0% 2% 3,0% 7.504,60

2016 35.367 0,8% 2% 2,8% 7.715,34

2017 35.645 0,8% 2% 2,8% 7.931,51

2018 35.925 0,8% 2% 2,8% 8.153,69

2019 36.206 0,8% 2% 2,8% 8.381,81

2020 36.488 0,8% 2% 2,8% 8.616,04

2021 36.722 0,6% 2% 2,7% 8.844,72

2022 36.957 0,6% 2% 2,7% 9.079,35

2023 37.193 0,6% 2% 2,7% 9.320,07

2024 37.430 0,6% 2% 2,6% 9.567,05

2025 37.669 0,6% 2% 2,7% 9.820,70

2026 37.867 0,5% 2% 2,5% 10.069,77

2027 38.065 0,5% 2% 2,5% 10.324,87

2028 38.265 0,5% 2% 2,5% 10.586,70

2029 38.466 0,5% 2% 2,5% 10.855,16

2030 38.668 0,5% 2% 2,5% 11.130,41

2031 38.836 0,4% 2% 2,4% 11.402,34

2032 39.005 0,4% 2% 2,4% 11.681,00

2033 39.175 0,4% 2% 2,4% 11.966,55

2034 39.346 0,4% 2% 2,4% 12.259,16

2035 39.518 0,4% 2% 2,4% 12.559,00

2036 39.663 0,4% 2% 2,4% 12.857,18

2037 39.808 0,4% 2% 2,4% 13.162,27

2038 39.954 0,4% 2% 2,4% 13.474,76

2039 40.101 0,4% 2% 2,4% 13.794,82

2040 40.249 0,4% 2% 2,4% 14.122,65

Total/Média 0,62% 2% 2,6% 303.091,17

VPL 10% 80.348,24

VPL 12% 66.941,72

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