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de eficácia ou conformidade

C ARACTERÍSTICAS

SUBJACENTES

Competências de Formação subjacentes Capacidades:

(O egresso deverá ser

capaz de...) Atitudes: (O egresso deverá possuir...) Conheci- mentos: (O egresso deverá Conhecer...) 1. Motivos

(BOYATZIS,1982;SPENCER E SPENCER,1993) N/A

Motivação para agir na

situação de trabalho. N/A

2. Traços Pessoais

(BOYATZIS,1982;SPENCER E SPENCER,1993)

Manter seus traços pessoais no

trabalho. espontaneidade. Naturalidade, N/A

3. Autoconceito ou auto-imagem

(BOYATZIS,1982;SPENCER E SPENCER,1993) Perceber a si próprio.

Imagem realista de si próprio, suas características, potenciais e limitações. A si mesmo. 4. Consciência

(do Conceito de Competências de Formação)

Perceber a si próprio. Perceber a situação de trabalho

em toda a sua dimensão. Calcular as conseqüências de

suas ações.

Consciência do que está

fazendo N/A

5. Agir responsável

(LE BOTERF,1995)

Solidarizar-se com seus atos. Calcular as conseqüências de suas ações. Responsabilidade e comprometimento com a atividade. N/A 6. Competência na situação (LE BOTERF,1995)

Adaptar seus conhecimentos e as demais capacidades a cada situação. Flexibilidade, adaptabilidade. Criatividade. N/A 7. Saber integrar (LE BOTERF,1995) Compor o mix de conhecimentos e capacidades

Os atributos subjacentes do perfil

Significa isto que qualquer perfil, de qualquer profissão, de qualquer lugar do mundo deveria, por força das características essenciais que definem a competência, e em acréscimo aos demais elementos do perfil, conter os seguintes(42):

CAPACIDADES – o egresso deverá ser capaz de:

Ca as – Manter seus traços pessoais no trabalho.

Ca as – Perceber a si próprio.

Ca as – Perceber a situação de trabalho em toda a sua dimensão.

Ca as – Calcular as conseqüências de suas ações.

Ca as – Solidarizar-se com seus atos.

Ca as – Adaptar seus conhecimentos e as demais capacidades a cada situação.

Ca as – Compor o mix de conhecimentos e capacidades específicos para a situação.

ATITUDES – o egresso deverá possuir:

At as – Motivação para agir na situação de trabalho.

At as – Naturalidade, espontaneidade.

At as – Imagem realista de si próprio, suas características, potenciais e limitações.

At as – Consciência do que está fazendo

At as – Responsabilidade e comprometimento com a atividade.

At as – Flexibilidade, adaptabilidade.

At as – Criatividade.

CONHECIMENTO – o egresso deverá conhecer:

Co as – A si mesmo.

Grau de realização dos atributos pelos egressos – graus de complexidade das Competências

As tarefas administrativas colocadas para um profissional variam em complexidade: há cargos mais complexos e cargos menos complexos. Da mesma maneira, a capacidade individual de lidar com a complexidade varia, e evolui com a maturidade do profissional.

Desta forma, dados os atributos de um perfil profissiográfico, espera-se que o egresso do curso superior, recém-formado e sem experiência, tenha determinado grau de proficiência relativamente a cada um dos atributos, grau de proficiência este menor do que um profissional mais experiente, ocupando um cargo superior.

De acordo com ELLIOTT JAQUES (JAQUES, 1990; JAQUES E CLEMENT, 1999),

existem quatro tipos de processos cognitivos (processos mentais por meio dos quais as pessoas organizam as informações), que correspondem a quatro tipos de categorias de complexidade que uma tarefa pode exigir.

Além disso, existem também quatro tipos de ordem de complexidade de

informações que um determinado posto de trabalho pode oferecer – mais complexo para o topo da pirâmide administrativa, menos para os níveis inferiores.

Os quatro tipos de complexidade de tarefa são:

42 Os atributos estão codificados para futura referência, de acordo com a nomenclatura

apresentada mais à frente no modelo do Método: Ca = Capacidade; At = Atitude; Co = Conhecimento;

1. Ação direta – os problemas podem ser lidados diretamente da maneira como são encontrados (por exemplo, um aluno reclama de um lançamento errado em suas notas).

2. Diagnóstico acumulado – os problemas precisam ser antecipados, e resolvidos pelo ordenamento e acúmulo informações relevantes sobre o assunto (por exemplo, alunos queixam-se de que o vestibular não foi muito exigente). 3. Planos alternativos em série – caminhos alternativos de se tomar para resolver

um problema devem ser escolhidos e avaliados. O plano então é seguido, e pode-se mudar para um plano alternativo se necessário (por exemplo, o índice de faltas de professores encontra-se elevado).

4. Programas mutuamente interativos – a tarefa exige um número de programas alternativos em série, interativos entre si, sejam efetuados simultaneamente, cada um interferindo no outro, com um objetivo e prazo em comum (por exemplo, os egressos estão deixando a escola com deficiências em determinada área, conseqüência de falhas em diversas disciplinas, e da falta de coordenação entre elas).

Estes quatro tipos de complexidade de tarefa exigem, segundo JAQUES, quatro

tipos de processos mentais (ou cognitivos) para processar as informações envolvidas: I. Processamento assertivo – organiza as informações, agrupando-as em forma

de associação direta e asserções relevantes para a situação imediata.

II. Processamento acumulativo – raciocínio pelo acúmulo de peças possivelmente significativas, organizando-as de maneira a obter conclusões e decisões.

III. Processamento seriado – raciocínio pelo agrupamento de informações num formato linear seqüencial no tempo, de eventos ligados por causa e efeito (como num algoritmo ou árvore de decisão), podendo possivelmente prever acontecimentos relacionados.

IV. Processamento paralelo – raciocínio pela organização da informação em um número de processos seriais separados, e então lidar com a informação em cada um dos processos separadamente, mas em relação uns com os outros, prevendo como cada ação num processo irá afetar os demais processos. A combinação das tarefas (1, 2, 3, 4) com os processos mentais (I, II, III, IV) pode ocorrer, ainda, em meio a quatro níveis de complexidade da informação envolvida:

A. Primeira ordem de complexidade: coisas concretas – o “mundo” de primeira ordem de complexidade é aquele onde as coisas podem ser apontadas: “Esta caneta”, “Aquele aluno, o João”. Uma tarefa com esta ordem de complexidade nas informações seria, por exemplo, a de seguir uma receita simples. As variáveis não ocorrem em grande número, não possuem ambigüidade, são bastante bem separadas (independentes), e não variam, ou variam muito pouco.

B. Segunda ordem de complexidade: primeiro nível de abstração de variáveis verbais – as coisas concretas são generalizadas em informação verbal tal como a utilizada no discurso ordinário

cotidiano: “ativos”, “produto”, “vendas”, “sistema de informação”, e assim por diante. Estas variáveis podem, sempre que necessário, ser “explodidas” em elementos concretos.

C. Terceira ordem de complexidade: segundo nível de abstração de conceitos – as informações são agrupadas em um nível de abstração conceitual mais sofisticado – tal como ocorrem, por exemplo, no nível corporativo das grandes empresas: “sistema de competição internacional”, os valores do balanço corporativo, “desenvolvimento do terceiro mundo”, “política econômica do país”, e assim por diante. As variáveis são numerosas, bastante ambíguas, em mudança contínua e extremamente imbricadas umas às outras. Conceitos deste tipo já não podem mais ser “explodidos” diretamente em coisas concretas.

D. Quarta ordem de complexidade: terceiro nível de abstração dos universais – neste nível, os conceitos estão agrupados em universais extremamente abstratos – bem acima do nível requerido para o gerenciamento de corporações internacionais. Remetem-se a problemas de sociedades inteiras, movimentos sociais, ideologias e filosofias.

A Tabela 1.1.4c mostra, de maneira sintética, o inter-relacionamento entre os níveis de processos mentais, de complexidade da tarefa, e de ordem de complexidade da informação. Conforme explicamos, as duas primeiras tipologias estão em correspondência.

A terceira tipologia forma com cada uma das anteriores uma matriz bi- dimensional, definindo o que JAQUES denomina “Categorias de Capabilidade

Potencial” (Categories of Potential Capability), quando cruzamos os tipos de processo cognitivo com as ordens de complexidade da informação; ou Categorias de Complexidade da Tarefa (Categories of Task Complexity), quando balizamos os tipos de complexidade da tarefa com as ordens de complexidade da informação.

Em nossa Tabela 1.1.4c, combinamos as duas categorias correspondentes, de maneira que o resultado pode ser considerado em termos de Capabilidade Potencial ou de Complexidade de Tarefa – JAQUES dá aos dois tipos de categorias os mesmos

códigos (B-3, C-2 etc).

Deve-se esperar do egresso de curso superior que possua uma proficiência algo em torno da Categoria de Complexidade de Tarefa B-2:

“Estes são os tipos de tarefas encontradas no nível gerencial de primeira linha. Um indivíduo deve estar apto a perceber coisas que possam indicar potenciais problemas e obstáculos, acumulando tais dados potencialmente significativos, e iniciando ações para prevenir ou superar os problemas previstos tal como possam ter sido identificados.” (JAQUES E CLEMENT, 1999:94)

Uma categoria a menos do que esta seria fornecer ao universitário uma formação puramente técnica, preparando-o para funções operacionais (que não requerem educação superior); uma categoria a mais significaria esperar dele uma proficiência que requer experiência de campo e de liderança de pessoas que a escola não lhe poderá oferecer – só o tempo e o trabalho poderão.

Tabela 1.1.4c – As Categorias de Capabilidade Potencial, ou Complexidade de Tarefa, de Elliott Jaques. Destaque para o nível desejável do egresso nas competências do perfil.

TAREFAS/PROCESSO COMPLEXIDADE DA INFORMAÇÃO

COMPLEXI-