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3.1 – Cadeia de Abastecimento Definições

Poder-se-á dizer que as actividades da Cadeia de Abastecimento começam com um pedido do cliente e terminam quando estas estão satisfeitas e o cliente paga por elas, quer sejam um produto ou um serviço. Estas actividades envolvem operações de compra de matérias-primas, transportes, distribuidores, fornecedores, armazéns e inventários, cumprimento de encomendas, crédito e transferências bancárias, partilha de informação, previsões e produção.

As actividades acima referidas têm por objectivo maximizar o valor global que é gerado nessas transacções, sendo que esse valor é a diferença entre aquilo que o produto vale para o cliente final e o esforço que foi dispendido por todos os intervenientes da cadeia para conseguir satisfazer esse mesmo pedido.

Existem na literatura, diversas definições de Gestão da Cadeia de Abastecimento, que têm como denominador comum a construção de uma ligação entre todos os intervenientes de forma a reduzir o desperdício e a maximizar o valor desde o fornecedor até ao cliente final.

Segundo Christopher (1998), Cadeia de Abastecimento poderá ser definida como “Gestão a montante e a jusante das relações com fornecedores e clientes por forma a entregar um produto de valor superior ao menor custo para toda a cadeia”.

Em 1998, Lambert et al, definiram “Gestão da Cadeia de Abastecimento como a integração de processos de negócios desde os clientes finais até aos fornecedores, que fornecem produtos, serviços e informação acrescentando-lhes valor”.

Segundo o Committee on Supply Chain Integration (1999), Cadeia de Abastecimento é definida como “uma associação de clientes e fornecedores que trabalhando juntos, ainda que no seu próprio interesse, compram, transformam, distribuem e vendem bens e serviços entre si, o que resulta na criação de um determinado produto final”.

Para Heizer e Render (2000), “Gestão da Cadeia de Abastecimento é a integração de actividades de compra de matérias-primas, transformação destas em produtos intermédios ou produtos finais e a sua distribuição aos clientes”.

No seu livro Simchi- Levi (2003), define “Gestão da Cadeia de Abastecimento, como o conjunto de abordagens utilizadas para integrar eficientemente fornecedores, produtores, retalhistas e lojistas, por forma a que o produto seja produzido e distribuído na quantidade correcta, no local correcto e no tempo certo, minimizando-se os custos ao mesmo tempo que satisfaz os níveis de serviço exigidos”.

Como já foi referido anteriormente, muitas empresas estão a adoptar uma dimensão global ao nível da gestão empresarial. Muitos gestores, reconhecem que a competição já não é feita de forma local, entre as diversas empresas, antes entre cadeias de fornecimento ou redes de empresas. Os gestores começam a aperceber-se que a gestão de custos, qualidade e distribuição se deverá estender aos fornecedores e consumidores, que se encontram a vários níveis do produtor.

Fornecedores Fornecedores Consumidores Consumidores "Second-tier" "first-tier" "Frist-tier" "Second-tier"

Gestão de Compras e Fornecimento Gestão da Distribuição Física

Logística

Gestão da Cadeia de Fornecimento

Operação

Figura 5: Cadeia de Abastecimento

Segundo Fisher (1997), a cadeia de abastecimento, representa duas funções: uma função física e uma função de medição do mercado. Na primeira, função física, está incluída a transformação de matérias-primas em peças, componentes e/ou produto final, assim como, o seu transporte para a etapa seguinte da

cadeia. A função de medição do mercado, embora menos visível que a anterior, é igualmente importante uma vez que assegura que os produtos que chegam ao mercado estão de acordo com as preferências e necessidades dos clientes.

A gestão desta integração requer uma transmissão contínua de informação, que irá permitir criar movimentos de produtos mais eficazes e eficientes. No entanto, o cliente contínua a ser o elemento principal do processo. (Lambert et al, 1998)

Poder-se-á referir que, a partilha de informação ao longo da cadeia, tem impacto nos planos de produção, nos níveis de stock existentes, nos planos de distribuição e entrega dos produtos. Uma informação processada atempadamente e rigorosamente, permite à cadeia reorganizar-se de forma a responder eficaz e eficientemente às mudanças operadas no mercado. (Lee et al, 1997 e Lambert et al, 1998)

Para os autores Lambert et al (1998), a gestão da cadeia de abastecimento, compreende a gestão de oito processos de negócio chave:

• Gestão das relações com o cliente, implementação de programas de parcerias com os clientes chave – identificação das necessidades e eliminação dos focos de distorção da procura;

• Gestão do serviço de apoio ao cliente, fonte de informação sobre os consumidores - permite que haja esclarecimento de dúvidas quanto a preços, prazos de entrega, outros locais onde recorrer, futuros lançamentos;

• Gestão da procura, apresentando a procura grandes variações, quer ao nível da quantidade, quer ao nível de tempo, é o principal factor de distorções na cadeia de abastecimento. Assim a sua gestão, é um factor chave na gestão de toda a cadeia;

• Satisfação das encomendas, tem como objectivo dotar a cadeia de um processo contínuo desde fornecedores até ao cliente - deve permitir a satisfação dos clientes nas datas previstas ou antecipadas;

• Gestão do fluxo produtivo, o fluxo produtivo deverá ser flexível de forma a poder responder de forma rápida e eficaz às mudanças operadas no mercado, procurement, desenvolvimento de parcerias com os fornecedores, numa relação de win-win, quer no desenvolvimento de novos produtos, quer na produção contínua;

• Desenvolvimento do produto e comercialização, tanto fornecedores como clientes devem participar no processo de desenvolvimento de novos produtos, reduzindo desta forma o tempo de entrada no produto no mercado e

• Devoluções.

A focalização dos esforços nestes processos, que se estendem desde os clientes finais até aos fornecedores de matérias-primas, fornece os alicerces para a gestão da cadeia de abastecimento.