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Parte VIII – Caleb, o Deus da Guerra

Para melhorar ainda mais a situação, finalmente os soldados avançaram juntamente com a cavalaria para acabar de vez com as fileiras inimigas.

E pra minha sorte também, as pistolas não ficaram encharcadas e tive espaço suficiente para disparar duas vezes nos flatulentos que incharam e explodiram levando uns mortos-vivos junto com eles.

Enquanto isso, Nikolai fazia sua tempestade de flechas nos mortos-vivos e nos podrões que faziam o resto com sua explosão.

O sol voltou a brilhar no campo de batalha e os mortos-vivos começaram a recuar para suas posições defensivas a medida que nossas tropas avançavam.

Vareen fazia seus estragos na ala leste chegando até mesmo a fritar o Irmão Carvalho com um de seus raios.

Eu fiquei sabendo depois que o clérigo fez isso com lágrimas nos olhos.

E quanto a Caleb?

Como disse antes, o paladino havia se tornado um verdadeiro deus da guerra.

Estava matando, cortando, estripando e queimando todos ao redor. Tropa após tropa, unidade após unidade, morto-vivo após morto-vivo era dizimado pela sua espada flamejante.

Chegou nas últimas tropas que protegiam Radaga desferindo golpes e mais golpes e abrindo um imenso clarão na linha de frente inimiga para que a tropa fizesse a

“limpeza” nos sobreviventes.

Nikolai usou suas últimas flechas nos mortos-vivos e recuou para sua posição inicial.

Desisti de tentar recarregar o rifle e avancei com a rapieira e com a espada do goblin em minhas mãos.

Na confusão que se seguiu, dei de cara com Nikolai e avançamos para se juntar a Vareen e Caleb.

O baroviano me disse que não precisávamos fazer isso com tanta pressa.

Porque aqueles dois já tinham chegado até a necromante.

A vitória estava próxima.

* * *

Os dois seguiam fazendo estragos consideráveis.

Vareen mandou um relâmpago em Radaga fazendo-a perder o equilíbrio e Caleb fez vários podrões explodirem com seus golpes flamejantes.

O ataque dos dawnbreakers continuava fazendo vítimas e as tropas da força expedicionária junto com a cavalaria acabavam com aqueles que ainda resistiam embora alguns cavaleiros morressem pelas explosões dos flatulentos remanescentes.

William também se juntou a mim e a Nikolai para avançarmos um pouco mais até a bruxa eliminando um ou outro morto-vivo no caminho.

Enquanto isso, Vareen mandava outro raio em Radaga que em um desesperado esforço, tentou levar os dawnbreakers junto com ela.

Usou suas últimas forças para desferir uma poderosa magia que fez todos perderem o equilíbrio.

Caleb conseguiu pular no último momento e escapou de uma morte certa, mas alguns cavaleiros acabaram morrendo na explosão provocada pela própria Radaga que caiu sobre sua própria mão.

Os que não morreram na explosão acabaram sendo infectados pelos cadáveres imundos que liberaram seus pus nojentos durante a mesma.

Quanto a necromante, ela partiu-se em pedaços e virou espírito.

A vitória era nossa.

Mas o preço foi alto demais.

Epílogo - Consequências da Guerra

Depois de Vareen fazer questão de enterrar o Irmão Carvalho e a Ordem do Senhor da Manhã fazer um culto pelas almas dos mortos e ajudar na cura dos enfermos, William nos convocou para uma reunião de emergência.

Antes disso, presenciei um fato curioso ocorrido com Nikolai.

Assim que avistei o baroviano, fui correndo chamá-lo para a reunião. No entanto, Nikolai tapou minha boca e disse que estava olhando para as montanhas a leste quando viu uma mulher misteriosa virando morcego e voando rumo a escuridão.

Fiquei pensativo com aquela cena e Nikolai comentou comigo a esse respeito, mas percebi que estávamos atrasados para a reunião e sem duvida William nos comeria o couro porque ele detesta atrasos.

Ao menos isso não aconteceu, mas não escapei de levar uma carraspana de William pelo atraso e achei um espaço entre Caleb e Vareen para sentar-se não sem antes aguentar as piadinhas daqueles dois.

Ficamos sabendo das últimas noticias da guerra entre Baróvia e Gundarak que havia aparentemente terminado depois que o duque Nharov foi deposto e assassinado em um golpe de estado feito pelo doutor Henclaud em Gundarak.

Devido a isso, o conde Strahd tomou as cidades de Zeidenburg e Teufeldorf anexando-as a Baróvia e no lado leste, Gabrielle Aderre e suas tropas haviam tomado o castelo Hunadora anexando-a a Invídia bem como todos seus setores adjacentes.

Kartakass, por sua vez, tornou-se terra de ninguém e foi tão devastada pela guerra que levará anos de reconstrução para voltar a ser o que era.

Depois da reunião, William chamou a mim e a Nikolai a uma conversa reservada para saber o motivo do nosso atraso a reunião e o baroviano falou sobre a misteriosa mulher que avistou perto do campo de batalha pedindo que não me punisse pelo atraso por que a culpa foi toda dele.

Foi então que William empalideceu por alguns segundos e após recobrar sua compostura ele nos explicou que aquela misteriosa mulher na verdade era lady Kazandra de Kargatane, o braço-direito do lorde negro de Hazlan e líder da KGT (a polícia secreta de Kargat) e certamente ela estava nos vigiando e relatando a batalha para seu enigmático líder.

Bem como mostrar um interesse especial por nós.

O meu palpite é que nossa próxima missão seja descobrir o que lady Kazandra está tramando e qual é nosso papel nessa trama toda.

Mas primeiro precisamos voltar pra casa e nos prepararmos bem para essa empreitada.

Mal posso esperar para encontrar-me com Charlotte e os gêmeos que ainda não nasceram.

Duas coisas eram certas, no entanto.

Uma é que a vingança contra Leclerc vai ter que esperar.

E a outra é que mais cedo ou mais tarde enfrentaríamos o destino que foi traçado para nós durante aquela missão no maldito castelo de Forlorn.

O destino de impedir uma grande catástrofe.