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a)-Notas:

• Edição 2001: Sancho escolhe este provérbio para aplicá-lo com ironia a si mesmo.

• Anna Sanchez: Este provérbio só aparece esta única vez em toda a obra. A pesquisadora acredita que o nome do escudeiro derive dele mesmo – seria uma ironia: batizar uma personagem com um nome oposto à sua característica de falante inveterado. Aparece na coleção de Marqués de Santilllana e teria uma longa história. Primeiro porque aparece indistintamente “Sancho” ou “santo”. Assim aparece no Covarrubias. Joaquín BASTÚS251 afirma que muitos acreditam que “Sancho” seja o mesmo que “santo”. SBARBI252 afirma que alguns escritores ao invés de “Sancho” e “santo” usavam “sabio, sage e saggio”. Segundo este autor, a língua espanhola utilizou “sage” no lugar de “sabio” até o final do século XVI. São conhecidas duas versões para sua origem: Oviedo nas Quincuagenas relembra de Sancho, o fiel e calado serviçal de D. Lope Díaz, quarto conde de Vizcaya. Outra versão conta que o provérbio refere-se ao silêncio de D. Sancho II, quando em 1607, seu pai, D. Fernando el Magno, rei de Castilla, divide seu reino entre os filhos. Ele passou a cidade de Zamora para sua filha Doña Urraca: “Al que te quite Zamora, la mi maldición le caiga; todos dijeron amén,

menos D. Sancho, que calla.” (1982:158). Para o autor, esse silêncio ficou

convertido a uma regra de prudência ou de maldade. Juan Suñé Benages (1941) acredita que é uma recomendação de prudência ao falar. Sanchez pensa que é desse refrão que o nome Sancho é derivado, um nome diametralmente oposto à sua característica de “hablador” inveterado.

b)- Provérbio Equivalente: Sim, “Ao bom calar chamam santo” G:14 (6, 1, 12, 43, 13, Pinto), “O calado ganha sempre” G:10 (2, 5, 3, 4, Ghitescu)253.

c)- Estrutura rítmica: Unitária.

251 Bastús, Joaquín D.V. La Sabiduría de las Naciones, o los Evangelios Abreviados. Barcelona: Librería de

Salvador Manero: Primera serie: 1862, segunda serie: 1863

252 Sbarbi, José Maria. Intraducibilidad del Quijote. In: El Refranero General Español. Madrid: Imprenta de

A.G. Fuentenebro; 1876.

253

No único dicionário encontrado, Ghitescu, para “Al buen callar chaman santo” aparece também: “Bem é saber calar até ser tempo de falar” G:0

d)- Recorrência fônica: Rima (callar/llaman), Assonância (a), Aliteração (ll/ch, n). e)- Recorrência semântica: Oposição (callar/llaman) e pelo contexto do Quixote, (callar/Sancho).

f)- Entradas no Google: 3.000 (DQ: 5/20).

PROVÉRBIO 31 MT PE ER RF RS G

MC al buen callar llaman Sancho. - SIM U R O 3.000

TR ao bom callar chamaõ Sancho. L PN U AS/AL O 0

CA ao bom silêncio chamam Sancho.* E* PN U AS/AL O 0

AA ao bom calar chamam Sancho. L PN U AS/AL O 1

AR Ao bom calar chamam Sancho. L PN U AS/AL O 1

EA ao bom calar chamam Sancho. L PN U AS/AL O 1

EA* ao bem calar chamam Sancho. L PN U AS/AL O 1

SM ao bom calar chamam santo, ou Sancho.* L* PS B AS/AL O 1

32- “entre dos muelas cordales nunca pongas tus pulgares”

a)- Notas:

• Edição 2001e 2004: “muelas cordales” seriam parentes próximos.

• Anna Sanchez: Variação: “Entre dos muelas molares, nunca metas los

pulgares”. É equivalente a “Entre padres y hermanos no metas tus manos”. Quer dizer que: Não se deve intervir em brigas de família, pois os

integrantes acabam se acertando e ficamos em má situação. A versão do provérbio em português é: “Entre marido e mulher, nunca metas a colher” ou “Entre pais e irmãos, não metas as mãos”, “Não te metas entre martelo e bigorna”. (1982:191).

b)- Provérbio Equivalente: “Entre dois dentes molares, nunca metas os polegares” G:9 (1, 12, 33, Ghitescu), “Não te metas entre martelo e bigorna” G:5 (1, 12, 13), “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher” G:845 (11, 1, 5, Pinto), “Entre marido e mulher, nunca metas a colher” G:62 (1, 26), “Entre pais e irmãos, não metas as mãos” G:23 (1,12, 13, 33, Alves).

c)- Estrutura rítmica: Binária.

d)- Recorrência fônica: Rima (cordales/pulgares), Assonância (a,e,u), Aliteração (s,l,g).

e)- Recorrência semântica: Não apresenta. f)- Entradas no Google: 386 (DQ: 19/20).

PROVÉRBIO 32 MT PE ER RF RS G

MC “entre dos muelas cordales nunca pongas tus pulgares” - SIM B R/AS/AL D 386

TR Entre dous dentes queixaes, o pollegar nunca mettais: L PS B R/AL D 0

CA “Não te metas entre a bigorna e o martelo”; E PS U AS/AL 0 8

AA “Entre o pistilo e o almofariz não enfies o nariz”? E PN B R/AS/AL 0 1

AR entre dois dentes molares, nunca mêtas os polegares; L PS B R/AS/AL D 9

EA “entre as pedras do moinho, nunca metas o dedinho”? E PN B R/AS/AL D 0

EA* “entre dois dentes de siso, não ponhas teu polegar” L PS B AS/AL 0 0

SM “o dedo não metais entre dois dentes queixais”* L* PS B R/AS/AL 0 0

33- “a idos de mi casa y qué queréis con mi mujer, no hay responder”,

a)- Notas:

• Anna Sanchez:

Quando se manda autoritariamente e, sobretudo, quando se repreende com inegável razão, não se pode replicar coisa alguma, só resta obedecer. A pontuação correta deste refrão é: ‘A ‘idos de mi casa’ y ‘qué quereis com mi mujer?’, no hay (que) responder.’ (1982:192, aspas e itálicos da autora).

b)- Provérbio Equivalente: “Cada um em sua casa é rei” G:153 (41, 1, 12, 13,), “Em sua casa cada qual é rei” G:53 (1, 13, 44, 22, Alves, Pinto).

c)- Estrutura rítmica: Ternária.

d)- Recorrência fônica: Rima (mujer/responder), Assonância (e), Aliteração (c/q, m). e)- Recorrência semântica: Semelhança (repetição) (mi).

f)- Entradas no Google: 230 DQ: 20/20. MT PE ER RF RS G MC - SIM T R/AS/AL S 230 TR L PN T R/AS/AL S 0 CA L PN T AS/AL S 5 AA E PN U AS/AL D 2 AR E PN B AS 0 0 EA L PN T R//AS/AL S 0 SM L PN T R//AS/AL S 0 AS E PS U AS/AL D 153

EA* - é idêntico, mas ao final não tem ponto de interrogação, mas vírgula.

PROVÉRBIO 33

MC “a idos de mi casa y qué queréis con mi mujer, no hay responder”,

TR fóra de minha casa, que quereis com minha mulher. Naõ ha que responder:

CA “Há duas coisas que não têm resposta: ide-vos de minha casa, e o que quereis de minha mulher?”

AA “Que quereis com minha mulher?”

AR largueza, que não há bêberas;

EA “ao fora de minha casa! E ao que quereis com minha mulher? não há o que responder?”

SM “a fora da minha casa! e que queres com a minha mulher? não há o que responder”,

34- “si da el cántaro en la piedra o la piedra en el cántaro, mal para el cántaro”,

a)- Notas:

• Anna Sanchez: Comenta a diferença de registro nos Refraneiros: “Si da mal

para el cántaro en la piedra, mal para el cántaro; si da la piedra en el cántaro, mal para el cántaro”. Equivalente a: “Siempre se quiebra la soga por lo más delgado”. O significado seria que é melhor evitar brigas e discussões com os

mais fortes, pois os mais fracos sempre saem perdendo. Em português: “Se o cântaro bate na pedra, quem fica mal é o cântaro” ou “A corda arrebenta sempre do lado mais fraco” Magalhães Júnior254 afirma que este antigo provérbio assumiu a seguinte forma na área rural: “Galo cego morre sempre de causa vazada”. (1982:195).

b) - Provérbio Equivalente: “Se o cântaro bate na pedra, quem fica mal é o cântaro” G:6 (1, 5, 10, 45, 12), “A corda arrebenta sempre do lado mais fraco” G:461 (2, 1, 46, Pinto).

c)- Estrutura rítmica: Ternária.

d)- Recorrência fônica: Assonância (a,o), Aliteração (c,r,p).

e)- Recorrência semântica: Semelhança (repetição) (cántaro/cántaro/cántaro,

piedra/piedra), Oposição (cántaro/ piedra).

f)- Entradas no Google: 980 (DQ 8/20).

254 MAGALHÃES JÚNIOR, R. Dicionário brasileiro de provérbios, locuções e ditos curiosos. Rio de Janeiro:

MT PE ER RF RS G MC - SIM T AS/AL S/O 980 TR L PN T AS/AL S/O 1 CA E PS B AS/AL S/O 6 AA L PN T AS/AL S/O 1 AR E PN T R/AS/AL S/O 0 EA L PN T AS/AL S/O 0 SM L PN T AS/AL S/O 0 AS L PN T AS/AL S/O 0 PROVÉRBIO 34

MC “si da el cántaro en la piedra o la piedra en el cántaro, mal para el cántaro”,

TR se o cantaro dá na pedra, ou a pedra no cantaro, mal para o cantaro.

CA “Se o cântaro bate na pedra, quem fica de mal é o cântaro”;

AA “Se o cântaro dá na pedra, ou a pedra no cântaro, sempre é pior para o cântaro”?

AR Que a bilha dê na pedra ou a pedra na bilha, mal vai à vasilha?

EA “se o cântaro dá na pedra, ou se a pedra dá no cântaro, sempre é pior para o cântaro”?

EA* “tanto faz dar o cântaro na pedra ou a pedra no cântaro: sempre é pior para o cântaro”

SM “se o cântaro bate na pedra ou a pedra no cântaro, mal para o cântaro”,