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Como já foi mencionado, a proposta do presente estudo consiste em buscar as possíveis contribuições que uma proposta de prática de ensino, usando a História da Matemática, pode oferecer para a formação inicial de professores de Matemática na modalidade a distância.

O trabalho foi iniciado com uma pesquisa teórico-bibliográfica, utilizando livros e artigos que tinham como foco utilização da História da Matemática no ensino de Matemática, da Educação a Distância e da Formação de Professores em EAD. Os principais autores consultados foram Miguel (1993, 2009), Mendes (2001, 2009), Behar (2009), Bicudo (1999), Valente (2003), Bairral (2007) e Peters (2003).

Pelas facilidades logísticas oferecidas, o local escolhido para a pesquisa foi o Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD) de uma universidade pública do Estado de Minas Gerais. Além disso, o pesquisador havia atuado como tutor e professor de disciplinas na EAD, o que facilitou o processo de pesquisa, haja vista que conhecia as ferramentas oferecidas na Plataforma Moodle e suas interfaces.

Com a autorização da direção do CEAD, da coordenação da Licenciatura em Matemática e da professora responsável pela disciplina escolhida bem como a concordância dos alunos, a pesquisa foi iniciada no 2º semestre de 2011. No entanto, devido à greve dos docentes das universidades federais, a pesquisa foi interrompida e somente concluída no 1.º semestre de 2012. Os participantes da pesquisa eram alunos do 6º período da Licenciatura em Matemática matriculados na disciplina Prática de Ensino IV (História da Matemática: uma Abordagem Metodológica para o Ensino da Matemática), em nove Polos de Apoio Presencial. As atividades de interação com e entre os alunos foram realizadas na Plataforma Moodle.

Antes do início do semestre letivo, a proposta de ensino foi estruturada e organizada a partir da análise e seleção de atividades realizadas por pesquisadores da

área. Então, estratégias que seriam utilizadas com os alunos foram decididas a partir de atividades práticas adaptadas para a EAD, descritas e analisadas por Miguel (2009) e Mendes (2009) em trabalhos já citados.

A escolha dessas atividades se deu pela qualidade do trabalho e das atividades desenvolvidas por esses pesquisadores e também por se tratar de uma das poucas bibliografias existentes a respeito do uso da História da Matemática em sala de aula e na formação de professores de Matemática.

As adaptações feitas, nessas atividades, incluíam ilustrações e textos complementares disponíveis na internet, assim como os relatórios (descrição de procedimentos e materiais utilizados) e o modo de executar as mesmas. Os relatórios deveriam conter procedimentos e materiais utilizados, de maneira detalhada, pois se tratava de atividades em que o professor não estaria presente fisicamente.

Para a criação das atividades, foram tomados vários cuidados importantes na EAD, como disponibilidade dos vídeos na internet, tempo de cada vídeo, presença de tradução ou legenda e confiabilidade das informações históricas. No que se refere a esses cuidados, Behar (2009) afirma que o conjunto de elementos a serem utilizados em cada disciplina, na EAD, deve ser cuidadosamente planejado para que seja possível construir conhecimento:

Para seleção do conteúdo, por parte do curso e/ou professor, é preciso também levar em conta o design desse tipo de material, se une fatores técnicos, gráficos e pedagógicos, se é motivador ou não para o aluno, se é interativo, entre outros aspectos. (...). Também é importante dar atenção à forma de disponibilização dos materiais. O conteúdo pode integrar diversas mídias, como som imagem, texto e/ou hipertextos, abarcando diferentes tipos de aprendizagem (BEHAR, 2009, p.27).

Concluído, o planejamento da disciplina foi apresentado aos alunos, a fim de que eles conhecessem os procedimentos e as metodologias que seriam utilizadas durante a realização da pesquisa. Para isso, o pesquisador, a professora e a tutora da disciplina realizaram uma videoconferência com os alunos de todos os Polos de Apoio Presencial. Apesar de os alunos já terem assinado o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) e terem ciência da participação de um pesquisador, a orientadora o apresentou, ressaltando como seria a sua participação.

Também foi elaborada uma apresentação em power point com informações e orientações acerca da pesquisa que ficou disponível na Plataforma Moodle.

No início do semestre foi preparada a Plataforma Moodle e nela postadas as orientações sobre as atividades que deveriam ser realizadas. A cada módulo1, as atividades eram liberadas para que os alunos as realizassem nesse período de tempo.

Em geral, as atividades eram realizadas em grupo, no Polo de Apoio Presencial, pela necessidade da interação. As leituras, análises de vídeos e análises de textos eram realizadas, em casa, individualmente.

Para a interação entre os alunos, era disponibilizado o fórum de discussão em que os alunos interagiam com os colegas, com o pesquisador, com a tutora a distância, e com a orientadora da pesquisa. Era possível compartilhar ideias e observações, esclarecer dúvidas, demonstrar expectativas, dificuldades e receios. Era a oportunidade de socializar o que tinham realizado.

3.1.1. O local da pesquisa

O lócus da pesquisa foi um Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD) de uma universidade pública no Estado de Minas Gerais. O local foi selecionado pelas facilidades de permissão para sua realização, pois o pesquisador já fora tutor em um dos cursos oferecidos por aquela instituição de ensino. Outro motivo foi o pioneirismo, larga experiência e êxito obtido por esta universidade educação na modalidade a distância.

Como a EAD é organizada por Polos de Apoio Presencial, a pesquisa foi realizada nos nove (9) Polos em que estavam matriculados os alunos da Licenciatura de Matemática. Dentre eles, sete estão localizados em cidades no Estado de Minas Gerais e dois no Estado de São Paulo.

Assim como o nome da universidade foi preservado, também serão os dos polos que serão codificados por P1, P2, até P9.

O número de alunos matriculados por Polos está descrito no quadro 1 a seguir.

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Quadro 1 - Número de alunos participantes por Polo de Apoio Presencial

Estado e Polo de Apoio Presencial N.º de Participantes MG – P1 01 MG – P2 02 MG – P3 14 MG – P4 22 MG – P5 12 MG – P6 14 MG – P7 02 SP – P8 04 SP – P9 05 TOTAL 76

Fonte: Plataforma Moodle

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