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Projeto III Know your pulse (Conheça a sua pulsação)

3. Campanha Know Your Pulse

Muitos indivíduos têm o ritmo cardíaco irregular desconhecendo que as suas palpitações ou falta de ar podem indicar uma arritmia pontencialmente fatal. Estima-se que cerca de metade dos doentes com FA não estão diagnosticados. Devido ao envelhecimento populacional a população fica mais predisposta a arritmias, e a prevalência de arritmias potencialmente fatais, especialmente a FA, tem vindo a aumentar82.

Há uma necessidade crescente de educar a comunidade, envolvendo os profissionais de saúde de forma a aumentar a sensibilização do público para a FA não diagnosticada. Adicionalmente, a informação mais atualizada deve estar acessível aos profissionais de saúde envolvidos para assegurar o tratamento correto. Há muito falta de conhecimento por parte dos doentes com FA e das suas comunidades, e de como a avaliação do pulso pode identificar potenciais alterações do ritmo cardíaco. Este cenário demonstra a necessidade de campanhas de educação e sensibilização para informar o público, doentes, cuidadores e profissionais de saúde sobre a FA, os seus sintomas, o risco e a necessidade de investigar alterações do ritmo cardíaco82.

A deteção e diagnóstico precoce e o tratamento anticoagulante apropriado é essencial para prevenir eventos relacionados com a FA, reduzindo o fardo quer para o doente quer para a sua família82.

A Arrhytmia Alliance tem como objetivo que toda a gente esteja ciente do seu pulso de forma a conseguirem detetar alguma irregularidade e procurar ajuda médica. A maneira mais simples de detetar uma arritmia é através da verificação do pulso manualmente. Através da mesa pode-se detetar um ritmo cardíaco rápido ou instável. A importância da verificação do pulso deve ser divulgada e deve ser feito quer no consultório médico quer em casa. Os utentes estão conscientes do seu peso, colesterol e IMC, no entanto, algo tão simples como a FC é muitas vezes desconhecida, apesar de não ter custos e não necessitar de aparelhos. A Arrhytmia Alliance está comprometida em assegurar que toda a gente, não importa a idade, aprende a medir a sua pulsação82.

De forma a abranger o maior número de pessoas pelo mundo inteiro, a Arrhytmia Alliance desenvolve parcerias com doentes, profissionais de saúde, obras de caridade, agências governamentais e representantes da indústria farmacêutica de forma a promover o diagnóstico precoce e o tratamento correto da FA82.

No âmbito do meu estágio, decidi colaborar com esta campanha através da participação na

Heart Rhythm Week entre 5 e 11 de junho. A campanha tinha como objetivos83:

• Aumentar a consciencialização sobre arritmias e educar os cidadãos para que possam avaliar a sua pulsação em casa;

• Envolver no mínimo 10 países em que os farmacêuticos possam contribuir ativamente nas iniciativas da Arrhythmia-Alliance (AA)/Atrial Fibrillation Association (AFA) e a International

Pharmacists for Anticoagulation Care Taskforce (iPACT);

• Quantificar a contribuição dos farmacêuticos, no contexto da colaboração interprofissional, para a identificação de novos casos de arritmias e de FA, e para a instituição da terapêutica anticoagulante.

De forma a divulgar a iniciativa foi colocado um cartaz no balcão da farmácia (anexo 20). Os utentes da farmácia com 40 ou mais anos de idade foram convidados a participar nesta iniciativa. Era critério de exclusão a toma de anticoagulantes orais83.

Para começar era explicado aos utentes em que consistia o projeto, e o que envolvia a sua participação, nomeadamente83:

• verificação da pulsação pelo farmacêutico;

• recolha de dados por parte do farmacêutico para avaliar o risco de AVC;

• caso alguma irregularidade fosse detectada, o doente seria encaminhado para o médico, sendo- lhe entregue um documento escrito.

Se os utentes concordassem em participar era-lhes entregue um consentimento informado para assinar.

De seguida, eram recolhidos alguns dados sobre os utentes (anexo 21): • sexo e idade;

• presença de sintomas: palpitações, dispneia, cansaço, dor no peito, tonturas e pulso irregular; • patologias: hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes, doença arterial periférica;

• ter tido algum dos seguintes: AVC ou acidente isquémico transitório (conhecido como mini AVC), tromboembolismo, enfarte agudo do miocárdio;

Após um descanso de 5 minutos, era avaliada a pulsação do utente ao mesmo tempo que lhe era explicado como o fazer em casa. Através do recurso a um pull-out card (anexo 22) o utente ia acompanhando todos os passos. A avaliação da pulsação foi feita em 4 passos83:

1) Sentar durante 5 minutos para avaliar a pulsação em repouso. Adotar uma posição confortável e pegar num relógio ou cronómetro com a mão que não está a ser usada;

2) Segurar a mão esquerda ou direita com a palma da mão virada para cima e o cotovelo ligeiramente dobrado;

3) Com a outra mão, colocar o dedo indicador, médio e anelar no pulso, na zona onde termina o braço e começa o pulso. Os dedos devem ficar entre o osso e o tendão que liga ao polegar (anexo 23). Pode mover os dedos ligeiramente até encontrar o local certo em que consegue sentir a pulsação. Após encontrar o local, manter pressão firme e constante. Esperar alguns segundos até se habituar ao ritmo.

4) Contar durante 30 segundos e multiplicar por 2 para obter a FC em batimentos por minuto (bpm). Se o ritmo cardíaco for irregular, deve ser contado durante 1 minuto.

Após a avaliação do pulso era registada a FC e o ritmo cardíaco (regular/irregular). No final era entregue aos utentes o pull-out card e um folheto informativo explicando o que é a FA.

3.1. Resultados

Participaram na campanha 9 utentes, sendo 3 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. A média de idades dos participantes foi de 63,6 anos (anexo 24).

Relativamente aos sintomas (anexo 25): • 5 utentes apresentavam palpitações;

• 4 utentes apresentavam dispneia; • 6 utentes apresentavam cansaço; • 3 utentes apresentavam dores no peito; • 5 utentes apresentavam tonturas;

• 1 utente apresentava pulso irregular, sendo que 5 utentes desconheciam se o seu pulso era regular ou irregular.

Quanto aos antecedentes (anexo 26): • 5 utentes tinham HTA;

• apenas 1 utente tinha cardiomiopatia; • 2 utentes tinham DM;

• 2 utentes tinham doença arterial periférica;

• Nenhum dos utentes tinha história de AVC ou de ataque cardíaco.

Após a avaliação do pulso, todos os utentes apresentavam o pulso regular e apenas 1 utente apresentava a pulsação fora dos valores padrão (60-100 bpm), no entanto o valor obtido de 58 não é um valor patológico. Na avaliação da pulsação, o utente que afirmou ter o pulso irregular na resposta ao questionário apresentou uma pulsação regular. A média das pulsações obtida foi de 69,9 bpm (anexo 27).

O facto de todos os utentes apresentarem valores dentro dos limites é positivo. No entanto, o mais importante da campanha era sensibilizar os utentes para a importância da avaliação da pulsação e formá-los para o fazerem sozinhos em casa. Apesar de termos tido poucos participantes na campanha, os utentes que participaram compreenderam a importância de avaliar a pulsação e ficaram mais capacitados para fazer a sua avaliação em casa.

Parte III – Conclusão reflexiva

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