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Folhas de resultados

(sempre que necessário, acrescente folhas com informação que considerar pertinente)

Não se esqueça de anexar, devidamente agrafadas, a folha de papel grafítico e a folha com o desenho das linhas

Tensão entre os eléctrodos: _____________Intensidade de Corrente: ____________________

FÍSICA PARA CIÊNCIAS NATURAIS - Cursos de Biologia Marinha e Biologia 2008/2009 Radioactividade, DF-Universidade do Algarve

RADIOACTIVIDADE

1 Objectivo

Pretende-se com este trabalho que o aluno tome contacto com princípios básicos da detecção e medição da radioactividade, com especial incidência nos conceitos relevantes para a protecção contra as radiações ionizantes.

2 Tópicos teóricos

Os núcleos de alguns isótopos são instáveis, transformando-se noutros isótopos por emissão de partículas e radiações electromagnéticas. Este fenómeno é designado por radioactividade e foi reconhecido nos finais do século XIX. A lei do declínio radioactivo simples estabelece que, dado um número N0 de núcleos radioactivos de uma determinada espécie, ao fim de um

intervalo de tempo t o número N de núcleos que não se desintegraram é dado por:

τ / 0 ) (t N e t N = − , (1)

em que τ é o tempo de vida média. O período de semi-desintegração T1/2 (ou seja o tempo que

leva o número de núcleos da referida espécie a reduzir-se a metade) relaciona-se com a vida média através da relação T1/2 = τ ln 2. O número de desintegrações por unidade de tempo,

também designado por Actividade A, vem neste caso dado por:

τ τ τ / 0 / 0 1 ) ( N e t Ae t dt dN t A =− = − = − , (2)

em que A0 representa a actividade inicial da fonte. A unidade SI da Actividade é o becquerel

(desintegração por segundo), cujo símbolo é Bq. Uma unidade também muito usada, por motivos históricos é o Curie, sendo que 1 Ci é igual a 3,7 x 1010 Bq.

Quando a vida media é da ordem de alguns minutos, torna-se possível fazer a sua determinação com meios pouco sofisticados, desde que se possa obter no laboratório o isótopo radioactivo a partir de um gerador químico.

A desintegração de um núcleo radioactivo é um acontecimento aleatório, não se podendo prever qual o núcleo que decairá no instante seguinte. Quando se tem uma dada quantidade de matéria, mesmo de alguns micrograma, dispõe-se de um grande número de núcleos devido à dimensão do número de Avogadro (um átomo-grama contém 6,0123 x 1023 átomos). Se for τ o tempo de vida média, então a probabilidade de um núcleo se desintegrar na unidade de tempo vale λ = 1/τ, expressando-se as suas unidades em s-1. Quando esta probabilidade é muito baixa, apenas um pequeno número de átomos decai na unidade de tempo e por isso o número médio de desintegrações, µ = Nλ, pode ser considerado constante. Nesta expressão N é o número total de átomos disponíveis. Este é o caso do isótopo de Urânio-238 cujo período de semi-desintegração vale 4,467 x 109 anos. Se considerarmos um intervalo de tempo T diferente da unidade, então o número médio de desintegrações nesse intervalo vem dado por µ = NTλ.

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É possível demonstrar que o número de desintegrações n medido durante um determinado intervalo de tempo ∆t, que é um fenómeno aleatório, vem afectado de uma incerteza igual a

n.

Antes de se realizar qualquer medida deve-se sempre registar o valor da radiação de fundo. Esta radiação é emitida pelos materiais que circundam o local da experiência (por exemplo, paredes do laboratório) e podem alterar os valores das leituras. Este número de contagens deve ser subtraído ao determinado durante as experiências.

Uma propriedade comum a todas as fontes que emitem radiação isotropicamente (de igual forma em todas as direcções) e a de que a intensidade medida por um detector colocado a uma distância d varia com o inverso do quadro dessa distância. É fácil mostrar que assim é: se a fonte é isotrópica então o número de partículas emitidas em qualquer direcção é sempre a mesma. Ou seja, o número N de partículas emitidas no ângulo sólido - definido em torno de uma determinada direcção do espaço é constante: N/Ω = Cte.

Figura 1 - Esquema da dependência da taxa de contagem com o quadrado da distância.

Sabendo que o ângulo sólido, ∆Ω, pode ser calculado de forma aproximada como a razão da área normal S (janela do detector) pelo quadrado da distância d (distância ao detector) medida na direcção dada (ver figura 1), tem-se:

k S N d N d S = = ∆Ω = ∆Ω 2 2 e , (3)

com k constante, logo:

2

d S k

N = . (4)

Uma vez que no decorrer da experiência S se vai manter constante (as dimensões do detector não mudam) o número de contagens obtidas é apenas função da distância d, mais precisamente:

2

1 d

N ∝ , (5)

i.e., a relação entre n e 1/d2 é do tipo linear (é uma recta).

Quando um feixe monocromático de fotões gama incide num meio material, o seu número decresce exponencialmente com a espessura de matéria atravessada. Se I0 for a intensidade

inicial de fotões11, após terem atravessado uma espessura x a sua intensidade I será:

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x

e I

I ∝ 0 −µ , (6)

sendo µ o coeficiente total de absorção do material para radiação com uma determinada energia. Neste trabalho ir-se-á testar a validade desta relação.

3 Problemas propostos

Pretende-se estudar o fenómeno da radioactividade, fundamentalmente, sob três aspectos: 3.1 Observando a dependência da taxa de contagens com a distância.

3.2 Estudando a absorção da radiação pela matéria.

3.3 Medindo o período de semi-desintegração de um isótopo.

4 Montagem Experimental

4.1 Material

1 Contador Geiger-Muller (GM) 1 computador

fontes radioactivas

absorvedores de alumínio e chumbo 1 gerador de Protactínio-234.

4.2 Procedimento

O sistema de aquisição de dados (Figura 2) é formado por um contador Geiger-Muller que se liga à porta série ou paralela de um computador. O GM é o dispositivo que serve para contar o número de partículas emitidas pela fonte num determinado intervalo de tempo. Instalado no computador existe um programa que permite, entre outras coisas, determinar o número de desintegrações por unidade de tempo (número de contagens) que ocorrem na fonte. Um cuidado muito importante durante todas as experiências é que não haja desvios na posição relativa entre o contador e a fonte.

Figura 2 - Esquema do sistema de aquisição de dados.

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4.2.1 Sistema de aquisição de dados:

4.2.1.1 Inicie o programa de aquisição, ligando o computador e na linha de comando digite a palavra geiger se estiver em ambiente MS-DOS ou "clique"no icon correspondente ao programa: ‘Aw-rad.exe’, se estiver em ambiente MS-WINDOWS (se tiver alguma dificuldade nesta parte do procedimento, peça ajuda ao docente, uma vez que, por vezes, este depende do computador utilizado).

4.2.1.2 Inicie a operação de contagem, seleccionando Capture  Count Flux, no menu principal.

4.2.1.3 Após alguns segundos aparece uma mensagem no monitor, solicitando que se prima uma tecla qualquer para iniciar o processo de contagem. Faça-o.

4.2.1.4 O programa inicia a contagem, situação que é assinalada por tics audíveis. Os valores de contagens, bem como o tempo decorrido desde o início das contagens, são apresentados no canto inferior esquerdo do monitor o que permite ao utilizador inseri-los manualmente numa tabela.

4.2.1.5 Para terminar a aquisição de dados deve premir-se a barra de espaços. Após o aparecimento de uma janela no centro do monitor, deve premir-se a tecla de Enter, o que faz com que se retorne ao menu inicial.

4.2.1.6 A tecla Esc é utilizada para sair do programa de aquisição. 4.2.2 Estudo da dependência da taxa de contagens com a distância 4.2.2.1 Faça contagens da radiação de fundo durante 2 minutos.

4.2.2.2 Comece por colocar uma fonte radioactiva (por exemplo, Na-22) a uma distância inicial (di) da janela do detector GM de 10 cm, com a face metálica

virada para baixo e tendo o cuidado de a alinhar com a janela do detector12. Meça esta distância com uma régua.

4.2.2.3 Faça contagens durante um intervalo de tempo de 2 minutos, colocando a fonte sucessivamente às distâncias di +0 (ponto b), +1, +2, +3, +4 e +5 cm do GM.

Registe o valor das contagens na tabela.

4.2.3 Estudo da absorção de raios gama em meios materiais – Chumbo e Alumínio

4.2.3.1 Efectue contagens de fundo durante 2 minutos.

4.2.3.2 Coloque uma fonte radioactiva quase monoenergética (por exemplo, de Cs-137, com energia de 662 keV) a cerca de 3 cm da janela do detector.

4.2.3.3 Coloque entre o detector e a fonte radioactiva por ordem crescente de espessura as 4 placas de chumbo disponíveis, faça uma aquisição durante 2 minutos.

12

As fontes radioactivas devem ser solicitadas ao docente do laboratório e devolvidas assim que deixarem de ser necessárias. As fontes utilizadas estão seladas e não apresentam perigo para o utilizador. No entanto, devem ser sempre manipuladas com uma pinça e só em último caso directamente com as mãos.

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4.2.3.4 Repita o procedimento anterior com placas de alumínio de espessuras idênticas às usadas no ponto anterior.

4.2.4 Medição do período do 234Pa

Nota prévia: O Protactínio-234 pertence à série do Urânio-Rádio, desintegra-se por via β-e o seu período de semi-desintegração é de apenas 1.17 minuto (ver figura 3). O gerador de Protactínio é constituído por dois líquidos não miscíveis. No líquido mais denso encontra-se dissolvido um sal de Urânio. O segundo líquido é um solvente dos sais do Protactínio. Agitando o frasco que contém as duas soluções, o segundo líquido vai dissolver os sais de Protactínio (mas não os de Urânio ou Tório). Quando o gerador é colocado de novo em posição vertical, uma parte dos sais de Protactínio passaram para o segundo soluto, que agora se encontra na parte superior do gerador. Consegue-se assim fazer a separação entre o Urânio-Tório e o Protactínio. Dado que as radiações α e β emitidas pelo Urânio e pelo Tório respectivamente, não são suficientemente penetrantes para poderem atravessar a camada de líquido, o detector vai apenas registar as desintegrações devidas ao Protactínio.

Figura 3 - (a) Esquema de desintegração do Protactínio, (b) Sistema de aquisição de dados.

4.2.4.1 Coloque o gerador sobre a mesa com a parte transparente virada para cima e ajuste a altura do contador Geiger de forma que a sua janela fique aproximadamente 2 cm acima do topo do gerador, alinhado com este.

4.2.4.2 Determine as contagens de fundo durante 2 minutos, com o gerador de Protactínio por baixo do detector.

4.2.4.3 Retire e agite o vigorosamente o gerador de Protactínio durante 20 segundos. 4.2.4.4 Coloque o gerador com a parte transparente virada para o contador e faça

leituras durante 8 minutos ou até quando o número de contagens não variar significativamente13, registando o numero de contagens N de 10 em 10 segundos.

13

Ao fim de alguns períodos de semi-desintegração (≅ 5) o número de contagens devidas ao declínio do

protactínio já se reduziu o suficiente para podermos considerar que estamos essencialmente a observar contagens de fundo.

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5 Análise dos resultados

5.1 Retire o fundo às contagens obtidas em 4.2.2.3. Calcule a incerteza associada a cada contagem. Faça um gráfico do número de contagens em função de x = 1/d2, assinalando no gráfico as barras de incerteza associadas a cada ponto. Ajuste uma recta.

5.2 Com base neste gráfico verifique se a equação (5) é válida. Comente.

5.3 Ajuste rectas aos dados experimentais obtidos no ponto 4.2.3.3 e 4.2.3.4, considerando no eixo dos yy o logaritmo na base e das contagens.

5.4 Partindo da equação (6) e das rectas ajustadas em 5.3, determine o valor do coeficiente de atenuação, µ, do alumínio e do chumbo. Comente os resultados obtidos.

5.5 Com os dados obtidos no ponto 4.2.4.4, determine o número de contagens ∆N em cada intervalo de 10 s. Retire o fundo a essas contagens. Trace o gráfico do logaritmo na base e da taxa de contagens em função de t, rejeitando as leituras feitas nos primeiros 20 ou 30 segundos14.

5.6 Ajuste uma recta ao gráfico. Mostre como se pode determinar a partir da recta o valor da vida média. Determine este valor.

5.7 Estime o período de semi-desintegração determinando a partir do gráfico o tempo que leva a actividade medida a reduzir-se a metade e compare com o valor esperado.

14

Após o gerador de protactínio ter sido agitado é natural que se verifique alguma instabilidade no número de contagens, chegando este a aumentar durante os primeiros segundos de aquisição. Por este motivo os dados relativos aos primeiros 20 a 30 segundos deverão ser rejeitados.

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Nome: ______________________________________________________________________ N.º ___________ Nome: ______________________________________________________________________ N.º ___________ Nome: ______________________________________________________________________ N.º ___________ Curso: __________________ Turno: ___________ Grupo: _____________ Data: ____ / ____ / ________

RADIOACTIVIDADE

Folhas de resultados

(sempre que necessário, acrescente folhas com informação que considerar pertinente)

1 - Estudo da dependência da taxa de contagem com a distância

Fundo:____________________contagens em 2 minutos; TABELA I Distância d (cm) 2 1 d (cm)

-2 Contagens c/ fundo Contagens s/ fundo

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2 - Estudo da absorção de raios gama em meios materiais

Fundo:___________contagens em 2 minutos

TABELA II

Espessura (mm) Contagens c/fundo Contagens s/fundo Pb Pb Pb Pb Al Al Al Al

Coeficiente de absorção do chumbo µPb: ___________________________

Coeficiente de absorção do alumínio µAl: ___________________________

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3 - Determinação da vida média do Protactínio

Fundo:___________________ contagens em 2 minutos, __________________ contagens / 10 s

TABELA III

Tempo (s) Contagens Tempo (s) Contagens Tempo (s) Contagens Tempo (s) Contagens

Tempo de vida média τ = ______________ Período de semidesintegração T1/2 = _________________

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