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Avaliação Cefalométrica das Alterações Dentárias e Esqueléticas Verticais Induzidas pelo Uso do Aparelho de Herbst em Indivíduos pré-pubertários.

Resumo

O propósito deste estudo cefalométrico prospectivo foi diferenciar as alterações dentárias e esqueléticas naturais e induzidas pelo tratamento associado Herbst e Trainer for Kids (T4K). Uma amostra de 44 indivíduos pré-pubertários com má oclusão Classe II Divisão 1 foi utilizada, sendo dividida em 2 grupos: grupo tratado com o aparelho de Herbst (n=22) e grupo controle (n=22). O grupo controle controle foi pareado ao grupo tratado quanto ao gênero e as idades ósseas e cronológicas. Uma versão modificada da análise “pitchfork” de Johnston foi utilizada para quantificar as contribuições verticais dentárias e esqueléticas responsáveis pela correção vertical da Classe II. A análise estatística foi realizada por meio do teste t de Student, com nível de significância de 5%. O aparelho de Herbst proporcionou durante o período de 7 meses um aumento do espaço interoclusal posterior (3,39mm), onde houve uma intrusão dos molares superiores (1,92mm) e extrusão dos molares inferiores (1,46mm). O espaço interoclusal anterior aumentou resultando na redução da sobremordida em 1,47mm. No período de 1 ano de contenção com o T4K houve redução do espaço interoclusal posterior (1,99mm) e a sobremordida foi minimamente alterada (0,04mm). Concluiu-se que o tratamento precoce da Classe II utilizando o aparelho de Herbst associado ao Trainer for Kids (T4K) induziu alterações predominantemente dentoalveolares no espaço interoclusal dos molares e na sobremordida.

Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II, Aparelhos ortodônticos

Cephalometric Evaluation of the Vertical Dental and Skeletal Changes Induced by the Use of the Herbst Appliance on Individuals in Pre-Puberty Phase.

Abstract

The purpose of this cephalometric prospective study was to distinguish dental and skeletal changes, natural and induced by the associated treatments Herbst and Trainer for Kids (T4K). It was taken a sample of 44 individuals in pre-puberty phase with Class II, division 1 malocclusion. The sample was divided into two groups: (1) group treated with the Herbst Appliance (n=22); (2) control group (n=22). A modified version of Johnston`s "Pitchfork" analysis was used to quantify vertical dental and skeletal contributions responsible for the vertical correction of Class II. The statistical analysis was carried out by means of t-student test, showing significance level of 5%. The Herbst Appliance provided during the period of 7 month an increase in posterior interocclusal space (3,39mm), where occurred an intrusion of the upper molars (1,92mm) and extrusion of the inferior molars (1,46mm). The anterior interocclusal space increased resulting in decrease in overbite of 1,47mm. Within the period of one year of restraint using T4k there was decrease in posterior interocclusal space (1,99mm) and the overbite was minimally changed (0,04mm). It was concluded that the anticipated treatment of the Class II using Herbst appliance associated to Trainer for Kids (T4K) treatments induced to predominant dentoalveolar changes in the molars interocclusal space and in overbite.

Key-words:

Angle's Class II malocclusion; orthopedic appliances; cephalometry; mixed dentition.

Introdução

A má oclusão de Classe II de Angle é um dos problemas mais freqüentes na prática ortodôntica, devido aos vários problemas estéticos e funcionais desencadeados por ela23. É caracterizada por um relacionamento anteroposterior alterado, com posicionamento distal da mandíbula e/ou da arcada inferior em relação à maxila.

Entre os vários tipos de aparelhos propulsores da mandíbula, o mecanismo telescópico, idealizado pelo alemão Emil Herbst para manter a mandíbula continuamente projetada, tem sido um dos aparelhos ortopédicos mais indicados para a correção da deficiência mandibular no tratamento das más oclusões de Classe II13,14,18.

O tratamento precoce da má oclusão de Classe II com o aparelho de Herbst tem sido pouco explorado na literatura3,4,20,27,28. O tratamento na fase da dentadura mista visa interferir no crescimento facial, no momento em que a dentição permanente ainda não se estabeleceu efetivamente, quando a possibilidade de influenciar a morfologia do esqueleto facial parece maior. Este enfoque está fundamentado no argumento de que os benefícios desta interceptação se estenderão à fase seguinte da dentadura permanente. Uma vez estabelecida uma relação funcional normal, espera-se que o crescimento seja mais favorável.

A indicação do aparelho ortopédico tem sido feita para indivíduos com padrão facial Classe II associado à retrusão mandibular, padrão de crescimento normal ou horizontal e overjet e overbite moderados ou acentuados. Dessa forma, quando se instala este tipo de aparelho espera-se que ele reposicione a mandíbula para anterior, e conseqüentemente reduza a convexidade facial e, aumente o terço inferior da face para a melhora da estética facial15. Além disso, redução da sobressaliência e da sobremordida também é esperada.

Desde que o aparelho de Herbst foi reintroduzido no meio ortodôntico, diversos estudos6,10,13,14,17-19 têm sido realizados para avaliar

a efetividade desse método de tratamento para a correção da Classe II. No entanto, a grande maioria desses estudos está voltada para as alterações sagitais. Pouca atenção tem sido dada às alterações verticais induzidas pelo aparelho de Herbst que parecem contribuir para a melhora da relação das bases ósseas e da relação dentária de Classe II em indivíduos na fase da dentadura mista.

A escassez de estudos com metodologia sólida a respeito das alterações verticais em indivíduos Classe II tratados precocemente com o aparelho de Herbst e, a convicção de que este conhecimento é importante para o sucesso do tratamento desta má oclusão, apontaram a necessidade de desenvolver esta investigação.

Sendo assim, o presente estudo tem o intuito de avaliar as mudanças verticais naturais e induzidas imediatamente ao uso do aparelho de Herbst e um ano de contenção com o aparelho T4K, após a remoção do aparelho de Herbst em indivíduos Classe II na fase da dentadura mista, utilizando para esta avaliação a versão modificada da

análise “pitchfork” de Johnston11,21

.

Material e Método

Material

Uma amostra de 44 pacientes (Tabela 1) com má oclusão Classe II, Divisão 1 foi selecionada dentre os arquivos do Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia Preventiva e Interceptativa da PROFIS (Sociedade de Promoção do Fissurado Lábio-Palatal) Bauru- São Paulo, grupo controle, e, do Curso de Pós-graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, grupo tratado. O grupo controle controle foi pareado ao grupo tratado quanto ao gênero e as idades ósseas e cronológicas. Os indivíduos foram selecionados baseados em alguns critérios:

1) Padrão facial Classe II, Divisão 1, associado à retrusão mandibular caracterizado por um perfil convexo, ângulo nasolabial reto ou levemente agudo e linha mento-pescoço curta;

2) Relação dentária Classe II, Divisão 1 caracterizada por uma classe II de molar e caninos igual ou superior à metade de uma cúspide e sobressaliência igual ou maior que 4mm;

3) Indivíduos na dentadura mista com incisivos centrais e laterais permanentes superiores e inferiores irrompidos ou em irrupção; 4) Ausência de apinhamentos severos na arcada dentária inferior e

ausência de problemas transversais.

Tabela 1 . Média, desvio padrão e valores mínimo (m) e máximo (M) das idades dos pacientes, por grupo e gênero

Grupo

Gênero

T1 T2 T3

média Dp m M média Dp m M média dp m M

grupo controle feminino (n=10) 8,7 0,7 8,0 10,0 9,6 0,7 9,0 11,0 10,7 0,7 10,0 12,0 masculino (n=12) 8,8 0,7 8,0 10,0 9,9 0,6 9,0 11,0 11,2 0,6 10,0 12,0 Ambos 8,7 0,7 8,0 10,0 9,8 0,6 9,0 11,0 10,9 0,7 10,0 12,0 grupo tratado feminino (n=10) 8,6 0,7 8,1 9,1 9,2 0,6 8,9 10,0 10,08 0,6 9,11 10,11 masculino (n=12) 9,1 0,7 8,1 10,3 9,7 0,7 8,7 11,0 10,7 0,7 9,7 11,9 Ambos 8,9 0,7 8,1 9,7 9,45 0,7 8,8 10,5 10,07 0,7 9,4 11,0

Os pacientes foram tratados de forma prospectiva seguindo um mesmo protocolo. Na fase ativa do tratamento, foi utilizado o aparelho de Herbst modificado, onde os 1os molares permanentes superiores foram bandados e unidos entre si por uma barra transpalatina, soldada às bandas e afastada 2mm do palato8 (Figura 1A). Para ancoragem inferior foi utilizado um arco lingual de Nance modificado, confeccionado com fio de aço 1,2mm soldado às bandas dos 1os molares inferiores

permanentes. Um cantilever com extensão até a região dos caninos decíduos ou permanentes foi soldado pela vestibular nas bandas dos 1os molares inferiores. A união entre o cantilever e o arco lingual foi feita na região de caninos e 1os molares decíduos ou caninos permanentes e 1os pré-molares, utilizando fio 0,9mm, com o objetivo de evitar interferências oclusais20 (Figura 1B). A projeção anterior da mandíbula com o aparelho de Herbst foi realizada conforme preconizado por Pancherz13, ou seja, avanço mandibular único até obter uma relação de topo-a-topo com os incisivos (Figura 1C-1E). O aparelho foi utilizado por um período de 07 meses. Ao término da fase ativa do tratamento, todos os pacientes utilizaram o aparelho Trainer for Kids25, T4K, (Figura 2A e 2B) durante a noite como contenção dos resultados obtidos até que todos os dentes permanentes erupcionassem.

A idade esquelética de ambos os grupos foi verificada por meio da telerradiografia em norma lateral, utilizando os indicadores de maturação esquelética das vértebras cervicais1.A determinação da idade óssea foi realizada pela mesma operadora e na forma de estudo cego (sem a identificação do paciente avaliado), o que reduz o efeito da subjetividade desta avaliação. Os indivíduos do presente estudo estavam localizados nos estágios de maturação 1 e 2, ou seja, antes do período do pico de crescimento pubertário.

4A

FIGURA 1 – A) ANCORAGEM SUPERIOR; B) ANCORAGEM INFERIOR; C-E) AVANÇO MANDIBULAR ÚNICO.

FIGURA 2 – A) VISTA FRONTAL DO APARELHO T4K; B) VISTA LATERAL DO

APARELHO T4K.

Método

Para cada indivíduo do grupo tratado foram obtidas três telerradiografias de perfil em máxima intercuspidação habitual, denominadas: T1, ao início do tratamento; T2, 7 meses após o tratamento e, T3, 1 ano de contenção com o aparelho T4K após a remoção do aparelho de Herbst. As tomadas radiográficas foram realizadas utilizando um aparelho de raios X Rotograph plus modelo MR05, regulado para 85 Kvp e 10 mA e tempo de exposição de 0,5 segundos. Para o grupo controle foram obtidas três telerradiografias de perfil em máxima intercuspidação habitual, pareadas com o gênero e idade esquelética e

A B

A B

cronológica do grupo tratado, sendo T1 inicial; T2, intermediária; e, T3 final. As radiografias do grupo controle foram realizadas em um aparelho de raios X Orthoceph 10 Siemens, regulado para 16 mA e 62Kvp e

tempo de exposição de 1,2 segundos. A ampliação da imagem, ou seja, a porcentagem de magnificação referente a ambos os grupos foi de 10%.

Inicialmente, as estruturas anatômicas de interesse observadas em cada radiografia foram traçadas manualmente por uma mesma operadora. Catorze pontos cefalométricos foram determinados e digitados em uma mesa digitalizadora Numonics AccuGrid sendo utilizado o software Dentofacial Planner Plus 2.01. Para obtenção de medidas cefalométricas de caracterização de amostra de dez medidas foram calculadas, incluindo o SNA, SNB, AO-BO, ANB, SN.GoMe, 1.Ppal, IMPA, Sobressaliência, Sobremordida e Relação Molar.

A análise de “pitchfork” de Johnston9 foi utilizada para quantificar as mudanças do tratamento. Uma versão modificada desta análise11,21 foi usada para comparar efeitos do tratamento. A modificação foi julgada como necessária, pois o plano oclusal usado para orientação na análise original, geralmente é alterado durante o tratamento, e a fissura pterigomaxilar, usada para quantificar as mudanças na maxila, não é uma estrutura verdadeiramente estável5.

Para a análise de “pitchfork” modificada11,21, 10 pontos cefalométricos foram digitalizados em uma mesa digitalizadora Numonics

AccuGrid e avaliados em computador por meio do software Dentofacial Planner Plus 2.01 para obtenção das medidas cefalométricas. Dois

pontos representaram a base do crânio e, os outros pontos descreveram as posições dos molares e incisivos superiores e inferiores, incluindo cúspides e ápices. Após duas semanas, o processo de digitalização dos pontos foi repetido pelo mesmo examinador. A análise cefalométrica foi composta por 24 medidas lineares, obtidas por meio do programa de cefalometria computadorizada DFPlus, construída especialmente para este estudo.

Para obtenção dos dados necessários à análise de

“pitchfork” modificada11,21

, os pontos cefalométricos foram digitalizados em 3 etapas distintas. Numa primeira etapa os 10 pontos cefalométricos foram digitalizados após superposição total das estruturas cranianas e da base anterior do crânio (superposição total de Björk e Skieller2) de forma a construir uma linha de referência horizontal (LRH), representada pela linha SN -7º, transferida do 1º cefalograma (T1) para o 2º (T2) e para o 3º (T3). Além disso, uma linha de referência vertical (LRV) foi construída perpendicularmente à SN -7º com registro no ponto S. Esta sobreposição forneceu os valores para os deslocamentos totais dos pontos correspondentes ao ápice e cúspide dos molares, ou borda incisal dos incisivos superiores e inferiores (crescimento e/ou tratamento + erupção) (Figura 3). Numa segunda etapa, 6 pontos cefalométricos (S, N, e os 4 pontos maxilares) foram digitalizados novamente após superposição regional da maxila segundo Björk e Skieller2 (porção anterior do arco zigomático). A linha de referência horizontal (LRH), representada pela linha SN -7º foi desta forma transferida do 1º cefalograma (T1) para o 2º (T2) e para o 3º (T3). Além disso, uma linha de referência vertical (LRV) foi construída perpendicularmente à SN -7º com registro no ponto S. Esta digitalização foi realizada para registrar os movimentos dos dentes superiores sobre a base óssea maxilar (Figura 4). E, numa terceira etapa, 6 pontos cefalométricos (S, N, e os 4 pontos mandibulares) foram digitalizados novamente após superposição regional da mandíbula segundo Björk e Skieller2 (canal mandibular, germe do 3º molar e cortical interna da sínfise). A linha de referência horizontal (LRH), representada pela linha SN -7º foi desta forma transferida do 1º cefalograma (T1) para o 2º (T2) e para o 3º (T3). Além disso, uma linha de referência vertical (LRV) foi construída perpendicularmente à SN -7º com registro no ponto S. Esta 3ª digitalização evidenciou os movimentos dentários inferiores sobre a base óssea mandibular (Figura 5). Dos dados numéricos do deslocamento total dos dentes, advindos da sobreposição total, foram

subtraídos os valores dos movimentos dentários puros, fornecendo diferenças que corresponderam aos movimentos esqueléticos das bases ósseas.

Uma versão modificada11 do diagrama de “pitchfork” foi utilizada para analisar os movimentos dentários e esqueléticos (Fig. 6). Dois diagramas foram desenhados para a dimensão vertical: um representando a região dos molares (A) e outro a região dos incisivos (B). As posições 1 e 2 descreveram o movimento vertical da maxila e da mandíbula, respectivamente. A posição 3 descreveu a diferença esquelética total. Para se determinar o valor das posições 1 e 2 a média das alterações no ápice e na cúspide ou borda incisal de cada dente foi considerada. As posições 4 e 5 descreveram os movimentos dentários verticais na maxila e na mandíbula, respectivamente (borda incisal de incisivos ou cúspide de molar), e a posição 6 descreveu a diferença entre eles. A posição 9 representou a subtração do movimento diferencial esquelético e o movimento diferencial dentário. Para o caso dos molares, a posição 9 representou se o espaço interoclusal aumentou ou diminuiu. Esta diferença total, no diagrama dos incisivos, representou a quantidade de correção da sobremordida

FIGURA 3 – SOBREPOSIÇÃO TOTAL DA BASE DO CRÂNIO.

FIGURA 4- SOBREPOSIÇÃO REGIONAL MAXILAR. FIGURA 5 – SOBREPOSIÇÃO REGIONAL MANDIBULAR.

FIGURA 6 – DIAGRAMAS PARA REPRESENTAÇÃO DOS MOVIMENTOS DAS BASES

Análise Estatística

Para comparar as alterações que ocorreram nas medidas, com e sem tratamento, foi necessário eliminar o efeito da diferença do tempo decorrido entre as mensurações realizadas no grupo experimental e no controle. Para isso, as alterações ocorridas nas medidas do grupo controle foram equiparadas ao grupo tratado, utilizando valores equivalentes aos 7 meses do grupo tratado.

Para avaliar as alterações em uma medida do grupo tratado (experimental) ou do grupo não tratado (controle) empregou-se o teste t de Student para a hipótese de que a média de uma população é igual a zero. Para comparar as alterações de uma medida sob o uso do aparelho com as alterações sem uso de aparelho utilizou-se o teste t de Student para a hipótese de que as médias de duas populações são iguais. Neste caso, o teste t foi precedido pelo teste de Levene para a hipótese de homocedasticidade das populações e, quando esta hipótese foi rejeitada, o número de grau de liberdade do teste foi corrigido.

Erro do método

Para avaliar a possível ocorrência de erros nas medidas atribuíveis ao observador ou ao processo de mensuração, 70% dos traçados foram novamente digitalizados e medidos por uma mesma operadora, com um intervalo de 2 semanas entre a 1ª e a 2ª avaliação. Foi utilizado o Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) para avaliar o erro do método (reprodutibilidade). Os resultados indicaram que o processo de mensuração foi altamente preciso, pois o valor esperado do ICC estava acima de 0,9981.

Resultados

A avaliação da equivalência entre os grupos controle e tratado quanto às medidas de interesse no início do estudo (Tabela 2)

mostrou que as medidas ANB, AO-BO, SN.GoMe, 1.Ppal, IMPA, Sobressaliência, Sobremordida e Relação Molar foram similares entre os 2 grupos. O SNA e o SNB mostraram diferenças entre os grupos. Tais resultados indicaram que no grupo tratado as bases ósseas estavam levemente mais protruídas.

Tabela 2. Médias e desvios-padrão das medidas utilizadas para caracterizar a amostra por grupo, diferenças entre as médias e resultados dos testes t de Student para a hipótese de igualdade das médias de cada medida nos dois grupos

Medidas grupo controle grupo tratado diferenças de médias teste t Média Dp Média Dp T Gl P SNA 80,95 3,45 82,80 2,85 -1,85 -2,44 68 0,017* SNB 75,30 3,08 76,89 2,64 -1,59 -2,30 68 0,024* ANB 5,64 2,46 5,90 2,09 -0,27 -0,49 68 0,627 AO-BO 3,71 2,71 3,70 2,10 0,00 0,00 68 0,996 SN.GoMe 36,13 4,59 34,20 5,06 1,93 1,68 68 0,098 1.Ppal 114,89 8,24 118,16 8,05 -3,26 -1,67 68 0,099 IMPA 93,91 6,40 95,37 5,09 -1,47 -1,06 68 0,294 Sobressaliência 7,33 2,66 8,64 2,62 -1,30 -1,64 68 0,108 Sobremordida 5,14 1,84 4,85 2,14 0,28 0,46 68 0,642 Relação Molar -0,10 1,24 0,45 1,31 -0,55 -1,45 68 0,153

Obs. Teste de Levene para a igualdade das variâncias não significante para todas as medidas *Estatisticamente significativo

Resultado após uso do aparelho de Herbst

Foi constatado no diagrama A (Figura 7, Tabela 3), representativo da correção vertical ao nível dos molares para os casos tratados com o aparelho de Herbst, que o espaço interoclusal aumentou em 3,46mm. O movimento diferencial das bases ósseas não influenciou na dimensão vertical dos molares (0,04mm ou 1%). O movimento diferencial vertical nos molares foi de 3,5mm (99%), onde houve uma erupção significativa e intensa do molar inferior (3,22mm) e, uma intrusão leve e significativa do molar superior (0,28mm). Comparando o resultado do grupo tratado menos o crescimento natural (Figura 7C), pode ser constatado que o tratamento com o aparelho de Herbst aumentou o espaço interoclusal, ao nível dos molares, em 3,39mm. Houve uma interferência significativa no processo eruptivo dos molares superiores (1,92mm) e um estímulo da erupção dos molares inferiores (1,46mm). O movimento das bases ósseas foi mínimo e não significativo.

HERBST X CONTROLE

FIGURA 7- DIAGRAMA “PITCHFORK” MODIFICADO DA REGIÃO POSTERIOR. A-

GRUPO TRATADO, B- GRUPO CONTROLE, C- RESULTADO DO TRATAMENTO MENOS O CRESCIMENTO NATURAL.

No diagrama A da Figura 8 (Tabela 3), representativo da correção vertical ao nível dos incisivos para os casos tratados com o aparelho de Herbst, constatou-se que o espaço interoclusal anterior aumentou resultando em redução da sobremordida em 1,07mm. O movimento diferencial das bases ósseas foi mínimo e não significativo (0,06mm ou 1%). O movimento diferencial vertical nos incisivos foi de 1,01mm (99%), onde houve um movimento vertical de menor intensidade dos incisivos superiores (1,88mm) e, de maior intensidade dos incisivos inferiores (2,89mm), ambos em direção ao plano oclusal e estatisticamente significativos. Comparando o resultado do grupo tratado menos o crescimento natural (Figura 8C), foi observado que o tratamento com o aparelho de Herbst reduziu a sobremordida em 1,47mm, devido principalmente a mudanças dentoalveolares (95%). Os incisivos superiores foram levemente intruídos em 0,05mm (3%) e os inferiores extruídos significativamente em 1,35mm (92%). O movimento das bases ósseas foi mínimo.

HERBST X CONTROLE

FIGURA 8- DIAGRAMA “PITCHFORK” MODIFICADO DA REGIÃO ANTERIOR. A-

GRUPO TRATADO, B- GRUPO CONTROLE, C- RESULTADO DO TRATAMENTO MENOS O CRESCIMENTO NATURAL.

Tabela 3. Médias e desvios-padrão das alterações observadas nos grupos controle e tratado entre o início e o final do tratamento com o aparelho de Herbst, diferenças entre as médias dos dois grupos e respectivos erros padrão, resultados dos testes t de Student para as hipóteses de que as médias em cada grupo são iguais a zero e de que as médias das alterações dos dois grupos são iguais

Medidas Controle Tratado Diferenças entre grupos Dp Média Dp Média Ep P Molar Superior Base óssea 0,00 0,10¹ -0,02 0,09¹ -0,02 0,05 0,836 Ápice (MsAD) 1,57** 1,07 0,42* 0,88 -1,15** 0,29 <0,001 Cúspide (MsCD) 1,64** 1,16 -0,28* 0,61 -1,92** 0,28 <0,001 Inferior Base óssea 0,05 0,13 0,02 0,13 -0,03 0,05 0,668 Ápice (MiAD) 1,96** 1,19 2,59** 0,89 0,63 0,32 0,054 Cúspide (MiCD) 1,76** 1,03 3,22** 0,98 1,46** 0,30 <0,001 Incisivo Superior Base óssea 0,04 0,15 0,07 0,61 0,03 0,05 0,999 Ápice (IsAD) 1,89** 1,17 1,19** 1,22 -0,70 0,36 0,060

Borda incisal (IsCD) 1,93** 1,41 1,88** 1,35 -0,05 0,42 0,896 Inferior

Base óssea 0,05 0,14 0,01 0,18 -0,04 0,06 0,641

Ápice (IiAD) 1,23** 1,41 2,49** 1,56 1,25** 0,45 0,008

Borda incisal (IiCD) 1,54** 1,39 2,89** 2,01 1,35* 0,52 0,013 * significante ao nível de 0,05

** significante ao nível de 0,01 ¹ variâncias estatisticamente diferentes

Resultados de 1 ano de contenção com o T4K

No período de um ano de contenção com o aparelho T4K, após a remoção do aparelho de Herbst, foi observado que houve redução do espaço interoclusal dos molares de 2,26mm (Figura 9A e Tabela 4). As modificações dentoalveolares foram responsáveis por 99% dessas alterações. O diferencial no crescimento das bases ósseas foi mínimo e não significativo (0,03mm ou 1%). O diferencial do movimento vertical nos molares foi de 2,23mm (99%), onde houve erupção significativa e intensa do molar superior (3,38mm) e, de menor intensidade, mas significativa do molar inferior (1,15mm). Comparando o resultado do grupo tratado menos o crescimento natural (Figura 9C), observou-se que o espaço interoclusal nos molares foi reduzido (1,99mm) por menor erupção dos molares superiores e inferiores, respectivamente de 0,44mm e 1,61mm. A influência das bases ósseas foi mínima.

HERBST X CONTROLE (fase contenção)

FIGURA 9- DIAGRAMA “PITCHFORK” MODIFICADO DA REGIÃO POSTERIOR. A-

GRUPO TRATADO, B- GRUPO CONTROLE, C- RESULTADO DO TRATAMENTO MENOS O CRESCIMENTO NATURAL.

A quantidade da correção total da sobremordida no grupo tratado foi levemente influenciada nesse período (Figura 10A e Tabela4). Observou-se um mínimo aumento da sobremordida em 0,3mm. Isso ocorreu, principalmente, devido a mudanças dentoalveolares (99%). Tanto o incisivo superior quanto o inferior erupcionaram significantemente (1,53mm e 1,27mm, respectivamente), reduzindo o espaço interoclusal anterior. Comparando o resultado do grupo tratado menos o crescimento natural (Figura 10C), observou-se que a correção total da sobremordida foi pouco influenciada pela contenção com o aparelho T4K após o período

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