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Teoria do Risco Integral.

Acontece quando o empreendedor (poluidor) assume o risco do dano ambiental, nesse sentido o disposto no artigo 1º da lei 6.938, assevera: O poluidor (pessoa física ou jurídica), independentemente da existência de culpa terá obrigação de ressarcir os danos ao meio ambiente e a terceiro afetados por sua atividade.

Passamos analisar estas duas situações; Primeiro prescinde de culpa para o poluidor assumir a responsabilidade pela degradação ambiental, isto significa que mesmo não havendo a intenção, ou seja, a culpa, pela teoria do risco integral adotada pelo Direito Ambiental, o Infrator terá responsabilidade objetiva pelo dano ambiental. Vejamos esta situação hipotética, Um acidente envolvendo uma logística com produtos químicos de alta periculosidade (ácido muriático).

O fato ocorreu na BR-116, quando um caminhão da empresa “X” transportando 40 mil litros desse produto, foi fechado por outro veiculo de passeio, não identificado, o motorista do caminhão, perdeu o controle da direção do veiculo, atingindo a mureta de proteção da rodovia (BR-116), não conseguindo evitar que a o produto transportado (ácido muriático) atingisse área de proteção ambiental (reservatório de água potável que abastece a comunidade local).

Nessa situação hipotética, podemos visualizar de maneira bem clara, o exemplo da teoria do risco integral, ela é considerada uma responsabilidade objetiva, prescinde (independe) da culpa. Quando o poluidor causa o dano ao meio ambiente, ele assume o risco integral.

Na segunda parte, fala-se nos terceiros afetados pela atividade do Poluidor. Aproveitando a situação hipotética mencionada, passamos a analisar a população de comunidades próximas que dependem do abastecimento de água potável, são os terceiros afetados.

Vale frisar, que, a empresa “X” tem a responsabilidade objetiva de indenizá- los. Nessa relação entre o Dano Ambiental e aos terceiros prejudicados (afetados), dá-se o nome de Dano Reflexo.

Quando ao causador do acidente (veiculo de passeio não identificado no momento do fato), caso seja identificado posteriormente, a empresa “X” poderá ingressar com ação judicial regressiva (pleiteando os prejuízos).

3.1 - Teoria do Ato.

Como analisamos a situação hipotética mencionada, vejamos nesse momento a teoria do ato, ou seja, a teoria do ato praticado pelo infrator (poluidor). Então vejamos o que diz o paragrafo 3º do artigo 225 da Constituição Federal: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. Nesse sentido, leciona o ambientalista e professor Marcus Vinicius Valle Junior45;

“A licitude da ação não exonera o autor de reparar os danos ambientais. Isso quer dizer que, mesmo em se tratando de atividade legalizada (licenciada ou com emissão de efluentes dentro das normas, por exemplo), se houver poluição, haverá obrigação de ressarcir”.

Na teoria do ato, deve-se considerar que mesmo praticado atividade ou ação do Poluidor (pessoa física ou jurídica) legalmente, deverá compensar o dano ambiental.

3.2 - Teoria do Dano e da Causalidade.

Na teoria do dano e da causalidade há entendimento de que, se pode analisá-la de duas maneiras, primeira, deve-se frisar que, o dano ambiental sempre atinge a coletividade, e o interesse não é uma reparação em pecúnia (dinheiro), mas sim, a recuperação ao dano ambiental, ou seja, o infrator (causador do dano), será obrigado a compensação ambiental.

45 JUNIOR, Marcus Vinicius Valle. Op., cit., p. 42.

Na segunda, o dano pode ser individual, ou seja, poderá afetar um grupo de pessoas, ou comunidade isolada. Como leciona o Professor Alexandre Mazza46, o dano ambiental pode ser classificado em individual ou coletivo, patrimonial e moral.

O dano pode ser classificado como individual ou coletivo, no individual uma pessoa é atingida isoladamente, ou ainda, um grupo é atingido isoladamente, já no dano coletivo o titular não é determinável, já que a titularidade do bem jurídico é difusa, o dano afeta toda a coletividade. Imaginemos que um rio vem a ser poluído, causando assim, morte dos peixes e contaminação da água. Este dano atinge quem? Atinge todas aquelas pessoas que dependem da pesca daquele local para sobreviver como também atinge toda a coletividade, pela deterioração do patrimônio ambiental ainda que indiretamente. [...] o dano patrimonial atinge um bem que pode ser quantificado, ser aferido economicamente, abarca todos os prejuízos econômicos que aconteceram por causa da atividade lesiva. Já o dano moral, se refere ao bem estar, a sensação de perda e de intranquilidade causada pela lesão ambiental. O dano moral também pode ser classificado em individual e coletivo.

Entretanto, no Direito Ambiental, repita-se, o importante é a compensação do dano, a recuperação ambiental, pois, trata-se de um direito transindividual, um direito da sociedade, o objetivo não é um ressarcimento econômico.

3.3 - Teoria da Dupla Imputação.

Sabemos que uma das inovações ocorrida no sistema jurídico de proteção ao meio ambiente foi à inclusão da pessoa jurídica como poluidor pagador, isto é, como a pessoa jurídica tem capacidade de praticar atos, também foi considerada como responsável pelo dano ambiental, assim, para que aconteçam os atos, tem a figura da pessoa física (empreendedor).

Vejamos o que diz o artigo 2º da lei dos crimes ambientais (9.605/98: Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta lei, incide em penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

A teoria da dupla imputação refere-se à dupla penalização, empreendedor e empresa, a responsabilidade das pessoas Jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

46 Alexandre Mazza, Curso de Direito Ambiental escute e aprenda – áudio livro. SP,

3.4 - Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica.

Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados a qualidade do meio ambiente47. Vale observar, que, não se trata de confusão de bens patrimoniais, mas, de impedimento para compensação ambiental, pois, nas questões ambientais cuida-se da reparação do bem degradado.

3.5 - Responsabilidade Ambiental.

A conscientização seria talvez a medida mais adequada para um ajustamento nas questões ambientais, podemos vivenciar, ainda, crimes ambientais em pleno século XXI. Fala-se em medidas administrativas e judiciais, outros, na educação ambiental. Na verdade existe um interesse econômico muito forte de empresários e por outro ângulo, interesses pessoais.

Nesse sentido, foram adotados medidas de prevenção com objetivo da conscientização dos setores econômicos dos países desenvolvidos, na cooperação mútua para um meio ambiente sustentável, evento realizado na cidade de Quioto (Japão) sobre a Mudança do Clima - “Protocolo de Quioto48”.

Cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas participaram desse evento de alto nível realizado em Quioto, Japão, em dezembro de 1997. A conferência culminou na decisão por consenso (1/CP.3) de adotar-se um Protocolo segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de1990 até o período entre 2008 e 2012. Esse compromisso, com vinculação legal, promete produzir uma reversão da tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos.

A conscientização das nações que detém o poder econômico (Estados Unidos, China e outros), para a redução de poluentes em 5% (gás carbônico). É assim, que iniciamos o estudo da responsabilidade ambiental, pode-se observar

47 Artigo 4º da Lei dos Crimes Ambientais – 9.605 – 12/02/98.

48 Protocolo de Quioto. Editado e traduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia com o

neste momento, que, enfrentamos um desafio, e vencê-lo é questão de tempo, e a natureza pede socorro e não pode esperar.

Sobre o tema “Responsabilidade Ambiental”, o Prof. Geraldo Ferreira Lanfredi49, traz uma contribuição para o estudo, e menciona como fato preponderante ao combate aos crimes ambientais, à conscientização da sociedade e a indispensável educação ambiental.

Entendemos, ao concluir, que cabe a todos os cidadãos conscientes e responsáveis, deste País, desenvolver trabalho em um campo ainda não suficientemente palmilhado, assentado e pesquisado, como é a área do meio ambiente, a fim de se promover a efetividade do Direito Ambiental e da Politica Ambiental, seguindo os caminhos mais adequados, adotando as regras de comportamento que melhor se ajustam a esse objetivo, especialmente a reparação ambiental, fiscalização séria, responsabilidade social solidária e a indispensável educação ambiental. Só assim se evitará o cumprimento, nas próximas décadas, das fatídicas profecias de um Planeta completamente degradado, sem água potável e ar poluído, com florestas dizimadas, além de fauna desprotegida.

Para assegurar a responsabilização ao meio ambiente o enunciado do artigo 225 da Constituição Federal, diz, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo, assim, constitucionalmente assegurado.

No Direito Ambiental existem princípios que norteiam a efetividade da proteção ambiental, e assim, assume teorias para o estudo do caso concreto ao poluidor e a degradação ambiental.

Vale frisar que, quando se refere ao Poluidor (empresa e empreendedor) e quanto à degradação ao meio ambiente (mudança significativa ao meio ambiente), estamos diante de atividade humana, entretanto, com a inovação da Lei dos Crimes Ambientais (9.605/98), atinge também a pessoa jurídica, e consequentemente responsabilidades, administrativa, civil e criminal.

3.6 – Responsabilidades pelos Crimes Ambientais.

Inicialmente deve-se frisar o que a lei define como crime ambiental, então vejamos; a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que

49LANFREDI, Geraldo Ferreira. Op., cit., p. 37.

prejudiquem a saúde, a segurança da coletividade. Incorre em crimes ambientais, também, o desmatamento, caça predatória, uso indevido de agrotóxicos, esgotos sanitários a céu aberto e outras atividades em detrimento ao meio ambiente causadas pelas pessoas físicas ou jurídicas.

Para atender as necessidades de assegurar um meio ambiente para futuras gerações com qualidade de vida em um planeta ecologicamente equilibrado o Professor e mestre ambientalista Édis Milaré50 retrata o assunto como uma moderna questão ambiental;

A moderna Questão Ambiental evidencia, de maneira irretorquível, os riscos a que estão expostos a casa e os seus moradores. Se pensarmos que nosso Planeta é único, um ecossistema fechado que navega pelo espaço rumo ao desconhecido, valorizemos ainda mais a casa comum da família humana e as condições indispensáveis à nossa própria sobrevivência. A casa da família humana necessita, pois, de um ordenamento ambiental que leve em conta os interesses globais, não apenas os setoriais ou particularizados. E o Meio Ambiente reflete interesses mais do que locais, regionais ou mesmo nacionais – planetários.

Assim, em nosso País, tivemos uma evolução considerável nas medidas assecuratórias com o advento da Lei dos Crimes Ambientais, sancionada em 12/02/1998, com a inclusão da Pessoa Jurídica nos crimes ambientais, recebendo pena, amplamente detalhada, nos artigos 21 a 24 da lei dos Crimes ambientais (9.605).

3.6.1 – Responsabilidade do Estado.

A relevância da responsabilidade ambiental é tamanha que o constituinte não deixou passar em branco e logo incluiu todas as federações cintes de suas obrigações com o meio ambiente, como passamos a analisar o que leciona a Carta Magna;

”Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presente e futura gerações”. [...] “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: preservar e restaurar os processos

50MILARÉ, Édis. “Horizontes da Advocacia do Ambiente”. In,Geraldo Ferreira Lanfredi (org.).

”Novos Rumos do Direito Ambiental Nas Áreas Civil e Penal”. Campinas/SP: Millennium, 2006, pp.127-146.

ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético”. [...] “Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”. [...] “Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”.

Como se pode observar estão assegurados na Constituição Federal as responsabilidades tanto do Poder Público como para a coletividade (sociedade). Sobre este polêmico assunto, procura-se trazer um estudo mais profundo nas relações do Estado com o meio ambiente. Também as concessões para prestações de serviços públicos. Para melhor compreender as responsabilidades do Poder Público com as questões ambientais, passaremos a estudar as lições do Professor Alexandre Mazza51, Doutor em Direito Ambiental pela PUC/SP., que nos brinda com o seu maravilhoso trabalho de preparação para concursos públicos. Vejamos;

O Estado responde pelos causados aos danos ambientais, estes danos podem ser decorrentes de várias situações. Analisemos cada uma delas; A primeira diz respeito ao dano que foi causado pelo próprio Poder Público ou pelos seus concessionários, entre a conduta e o resultado lesivo ao nexo de causalidade pelo que existe responsabilidade objetiva nesse caso, mas é importante lembrar que aqui não se aplica a “Teoria do Risco Integral”, e, sim, a Teoria do Risco Administrativo.

A Teoria do Risco Integral pelo Estado só será aplicada quando se tratar de “Danos Nucleares”. Se o Dano for causado por uma concessionária de serviços, a

responsabilidade será solidária entre a concessionária e o Poder concedente. Pode acontecer que o Dano Ambiental for consequência da omissão do Poder

Público, aqui o Dano não foi diretamente causado, mas houve deficiência na fiscalização dos empreendedores, como nas concessões das licenças ambientais.

Existem divergências nas responsabilidades por omissão, há quem entenda que nessa hipótese a responsabilidade não seria objetiva, mas nós não podemos esquecer que o Poder Público tem a obrigação de proteger e preservar o meio ambiente. Pelo que podemos concluir pela responsabilidade objetiva.

51

O Poder Público é obrigado a impedir a degradação ao meio ambiente. Se o Estado conceder uma licença e ocorrer o risco de impacto ao meio ambiente também contribui para o Dano e deve ser responsabilizado, a responsabilização estatal é solidária com o causador direto no Dano.

Outra possibilidade existe quando o Dano ocorreu somente por conta da omissão do Poder Público, essa omissão é o único motivo do Dano. Isso seria margem para que o Poder Público alegasse a sua discricionariedade para exercer as suas atividades, mas a verdade é que mesmo que se diz em discricionariedade, o Estado não está desobrigado de atuar sob o império da lei, por esse motivo mesmo atuando em critérios de conveniência e oportunidade não é possível a tomada de uma decisão que prejudique o meio ambiente ecologicamente equilibrado. O Estado responde então objetivamente.

3.6.2 – Responsabilidade Criminal da Pessoa Física.

Inicialmente, para tratar das responsabilidades criminais da pessoa jurídica, reserva-se um espaço para mencionar um avanço na ciência dos estudos do ramo do direito penal, trata-se do “Principio do Abolicionismo Penal”, onde há uma tendência mundial no sentido de descriminalizar os tipos penais e que no futuro a pena não será mais necessária, este é uma lição dos estudos do professor Geraldo Ferreira Lanfredi, juiz de direito aposentado e advogado na seara ambiental no estado de São Paulo, e complementa em seu trabalho “Aspectos Inovadores do Estatuto dos Crimes Ambientais”52, as mudanças da aplicação da pena em nossa sociedade; “Até a pouco tempo atrás, a pena era considerada como castigo, aplicando-se no grau máximo, que até mesmo se pagava com a própria vida. Hoje, a sanção penal passou a ter a finalidade de reeducar o criminoso”. Vejamos a fixação das penas para as pessoas físicas;

• Restrição de Direitos:

 Prestação de Serviços à Comunidade, na execução de tarefas gratuitas junto a parques e jardins e restauração de patrimônios públicos;

52LANFREDI, Geraldo Ferreira. Op., cit., p. 117.

 Interdição Temporária de Direitos, a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, em casos de crimes dolosos (aqueles crimes em que a pessoa teve a intenção de praticar) e três anos, nos crimes culposos ( quando a pessoa não tinha a intenção de fazê-lo);

 Prestação Pecuniária, consiste no pagamento em dinheiro à vitima ou à entidade pública ou privada com om fim social, de importância, fixada pelo magistrado do Juizado Especial Criminal, não sendo inferior a um salário mínimo e não superior a trezentos e sessenta salários mínimos, vale frisar, que, o valor será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado pelo crime.

Neste caso especifico, podemos acrescentar que, quando da realização da audiência de conciliação no juizado especial criminal, é apresentada a proposta do Ministério Publico, denominada “Transação Penal”. Se por eventualidade, for sugerido ao pagamento de Prestação Pecuniário, o autor do crime, poderá optar na entrega de cestas básicas, no valor da pena, que será destinada à instituições sem fins lucrativos, com cadastros naquele juizado, que após cumprir a pena (entrega das cestas básicas), terá o seu processo extinto;

 Recolhimento domiciliar, baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme determinado em sentença prolatada pelo magistrado competente.

3.6.3 – Responsabilidade Criminal da Pessoa Jurídica.

As responsabilidades da Pessoa Jurídica em detrimento ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado serão administrativa, civil e penalmente conforme foram relacionadas na Lei dos Crimes Ambientais. As penas aplicáveis serão isoladas, cumulativa ou alternativamente, então vejamos;

• Multa: Que será estipulado da seguinte forma; no mínimo de cinquenta reais e o máximo fixado no valor de cinquenta milhões de reais.

• Multa Diária: Será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar ao tempo.

• Restrição de Direitos:

 Suspensão parcial ou total de atividades, que se dará quando não estiverem obedecendo a legislação ambiental;

 Interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade, quando estiver funcionado sem a devida autorização do órgão público competente ou em desacordo com a legislação;

 Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações, pelo prazo de dez anos.

 Prestação de Serviços à Comunidade: Custeio de programas e de projetos ambientais; Execução de obras de recuperação de áreas degradadas; Manutenção de espaços públicos e contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

 Pena Capital: Quando constituída e utilizada para fins ilícitos (ilegais), será decretada a sua liquidação forçada, e seu patrimônio será considerado instrumento de crime e depositado em favor do Fundo Penitenciário Nacional. 3.6.4 – Responsabilidade Solidária.

A responsabilidade no senso comum é a obrigação de responder pelos próprios atos ou de outrem, condição ou estado do que está sujeito a responder por certos atos e sofrer- lhes os resultados. Na responsabilidade solidária, ou a “in

solidum obligari” expressão do latin, como se fosse ação de um por todos e de todos

por um. É agir como se tudo dependesse inteiramente de você, como explica o professor Geraldo Ferreira Lanfredi53; “A responsabilidade solidária é quase um elo invisível, que permeia, integra, une e dá sentido a todas as ações e instrumentos, que mudam a realidade e dão efetividade à tutela ambiental”.

O serviço voluntário é um dos relevantes exemplos de solidariedade na responsabilidade com o meio ambiente, diferente das outras modalidades de responsabilidades que foram abordadas, a solidariedade é uma ação que visa um

auxilio mútuo das pessoas entre si e com a natureza, uma relação de compromisso para um só objetivo salvar o planeta da degradação ambiental, e para isso, além da conscientização, o elemento essencial é o amor ao próximo. Vale citar, duas passagens bíblicas para enriquecer o tema, a parábola da “Mulher Adultera54”;

[...] e os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E pondo-a no meio; disseram-lhe; Mestre; esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando; E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizeis? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes; Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela...

“No evangelho de Lucas, a crucificação do Senhor Jesus55; [...] e dizia Jesus; Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartido os seus

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