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363.2.3 Integração dos dados da EUPS

3.2.4. Capacidade de uso dos solos

A caracterização das classes de capacidade de uso do solo, objetiva o ordenamento de diretrizes para seu aproveitamento racional. Considera a avaliação das necessidades para o uso potencial do solo em uma determinada gleba (BERTONI e LOMBARDI NETO, 1993).

Para a caracterização das classes de capacidade de uso do solo são considerados aspectos relacionados ao clima, ao solo, à topografia e ao uso atual, dos quais são levantados dados específicos e restrições de uso.

O procedimento adotado para obtenção deste plano de informação foi feito segundo a técnica de tabulação cruzada disponível no SIG IDRISI (Analysis > Database Query > Crosstab), a partir do cruzamento das limitações oferecidas pelos diferentes tipos de solos e pelas classes de declive. O plano de informação final das Classes de Capacidade de Uso do Solo foi gerado a partir do agrupamento das unidades de capacidade de uso expressas com os mesmos atributos limitantes. Para este último procedimento, foram empregados os módulos Edit e Assign do SIG IDRISI.

As classes de capacidade de uso admitem subclasses, qualificadas em função da natureza da limitação, facilitando sobremaneira a adoção e implementação de práticas conservacionistas.

Os fatores de limitação, com seus respectivos atributos diagnósticos, empregados para a classificação da capacidade de uso das terras da Microbacia do Riacho Una, encontram-se avaliados a partir da distribuição da pontuação (grau de limitação), para cada classe de solo identificada, baseando-se para tanto, no Levantamento Exploratório – Reconhecimento de Solos do Estado da Paraíba. (Anexo 4).

Todos os atributos foram avaliados segundo cinco graus de limitação: 0 = Nulo; 1 = Ligeiro; 2 = Moderado; 3 = forte; e 4 = Muito Forte (Anexo 4).

3.2.4.1. Fatores de limitação

a] Deficiência de fertilidade

Na avaliação da deficiência de fertilidade, foram considerados os seguintes atributos diagnósticos:

- Disponibilidade de nutrientes: n - Toxidade por alumínio: a - Fixação de fósforo: f

a.1) Disponibilidade de nutrientes: n

Para este atributo diagnóstico, os graus de limitação foram determinados a partir do critério sugerido por OLIVEIRA e BERG (1985), que relaciona a saturação de bases (V%) com a capacidade de troca catiônica (CTC).

a.2) Toxicidade por alumínio: a

Na avaliação deste atributo, OLIVEIRA e BERG (1985), além da toxidez em alumínio (m%), introduziram a relação com valores de CTC. Segundo os autores citados, um solo com CTC mais elevada apresentará para um mesmo índice “m”, maior reserva de alumínio trocável e desse modo, necessariamente exigirá a aplicação de maiores quantidades de corretivo para o controle deste elemento. Esta indicação sugere uma maior precisão à atribuição do grau de limitação a um determinado solo.

a.3) Fixação de fósforo: f

Os solos das regiões tropicais geralmente apresentam deficiência em fósforo assimilável. Para MALAVOLTA (1980), solos com deficiência de fósforo disponível, limita mais freqüentemente a produção agrícola, especialmente em culturas anuais.

Estabeleceu-se para este atributo uma adaptação do método Carolina do Norte, citado por MARQUES (1971).

b] Deficiência de água: w

Para definição deste atributo se empregou a equação de ARRUDA et al (1987), citado por PEREIRA (2000), na qual são observados parâmetros relativos à capacidade de campo e ponto de murcha permanente associados ao volume de solo (profundidade e densidade do solo), conforme a seguinte formulação:

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% CC - % PM

AD (cm) = --- * espessura (cm) * da (10) 10

Sendo:

AD = água disponível; CC = capacidade de campo; PM = ponto de murcha permanente; da = densidade do solo. • CC: Y = 3,07439 + 0,629239 x – 0,00343813 x2 (x = % silte + % argila) 398,889 • PM : Y = --- (x = % silte + % argila) (1308,09 x)

• No cálculo da água disponível (AD) para cada perfil de solo, foi considerada a profundidade até 40 cm.

• Devido à falta de dados sobre densidade do solo, nas fichas de análise do levantamento utilizado, considerou-se o valor de uma unidade para todos os solos.

De posse dos valores de água disponível, se estabeleceram os graus de limitação para os solos, de acordo com os grupamentos texturais (arenosa, média, argilosa e muito argilosa). (PEREIRA, 2000).

c] Suscetibilidade à erosão: e

De forma genérica, concebe-se a erosão como um processo de retirada e transporte de partículas do solo pelos agentes erosivos (ELLISON, 1947), os quais BERTONI e LOMBARDI NETO (1993), especificaram como sendo água e vento. Considerado um dos mais sérios fatores de degradação dos solos e também do meio ambiente visto promover graves conseqüências ecológicas.

PEREIRA (2002), menciona que a suscetibilidade à erosão se refere à facilidade de remoção do solo, promovida pela ação de agentes erosivos como o vento e/ou água.

Na avaliação do atributo suscetibilidade à erosão, considerou-se a declividade (RAMALHO FILHO e BEEK, 1995), associada ao fator K - erodibilidade (GIBOSHI, 1999), desse modo, definindo-se os graus de limitação para os diferentes tipos de solo ocorrentes na área de estudo, conforme demonstrado.

d] Impedimento à mecanização: m

Na avaliação deste atributo, observou-se a combinação “pedregosidade/rochosidade x declividade”, determinando-se a partir desta relação os graus de limitação (PEREIRA, 2002).

A pedregosidade/rochosidade foi estabelecida a partir da adoção de critérios definidos em LEPSCH et al. (1991) e LEMOS e SANTOS (1996), que descrevem pedregosidade como a proporção de fragmentos grosseiros (calhaus: 2 – 20 cm de diâmetro; matacões: 20 – 100 cm de diâmetro) sobre a superfície e/ou massa do solo; e rochosidade definida como a exposição de rochas (>100 cm de diâmetro).

e] Profundidade efetiva: p

De acordo com MARQUES (1971) e LEPSCH et al., (1991), representa a espessura da camada do solo em que o sistema radicular não encontra impedimento físico para penetração, permitindo a fixação da planta e meio nos processos de absorção de água e nutrientes. Na definição dos graus de limitação deste atributo foram observadas as classificações de profundidade estabelecidas por LEPSCH, et al. 1991) e EMBRAPA-CNPS (1999).

f] Drenagem do solo: d

MARQUES (1971), cita que a importância da drenagem não se restringe à classificação pedológica do solo, como também na determinação de sua capacidade de uso, indicando suas limitações para no uso agrícola.

BERTONI e LOMBARDI NETO (1993), mencionam que a drenagem natural reúne conjuntamente conceitos de capacidade de escoamento superficial do terreno, usualmente denominada de drenagem superficial ou drenagem externa e permeabilidade e condutividade hidráulica do solo, denominada drenagem subsuperficial ou drenagem interna.

A definição dos graus de limitação para este atributo foi estabelecida segundo os critérios descritos por EMBRAPA – CNPS (1999).

g] Salinidade do solo: s

Caracteriza solos que apresentam quantidades excessivas de sais solúveis, os quais, concentram-se nas suas camadas subsuperficiais, devido o fluxo ascendente da água capilar do solo ser superior ao fluxo descendente da água de infiltração, decorrência da escassez de chuvas nas regiões em que ocorrem (LEPSCH et al., 1991).

A limitação referente a este atributo foi estabelecida a partir das classes de salinidade do solo definidas por BERTONI e LOMBARDI NETO (1993).

h] Sodicidade do solo: z

Refere-se à saturação elevada de sódio trocável. A dominância deste elemento é altamente nociva e prejudicial ao desenvolvimento das plantas (LEPSCH et al., 1991).

Os graus de limitação para este atributo foram estabelecidos a partir das classes de sodicidade definidas por BERTONI e LOMBARDI NETO (1993).