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363.2.3 Integração dos dados da EUPS

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2. Predição de perda de solo utilizando-se a EUPS

4.2.4. Perda de solo

Para determinação da perda de solo, sequenciou-se a integração dos parâmetros da EUPS. Empregou-se o plano de informação PNE e os planos de informações concernentes aos fatores antrópicos, como sejam: Fator C – uso e manejo da terra e o Fator P – práticas conservacionistas. Os procedimentos adotados, nesta etapa, são análogos aos empregados na geração do PNE, ou seja, multiplicação dos planos de informações considerados na avaliação. a] Perda de solo

Sendo:

A = perda de solo, em (Mg ha-1 ano-1) ou t/ha/ano.

PNE = Potencial Natural de Erosão (fatores naturais: R, K, L, S). C e P = fatores antrópicos.

Verificou-se, através da análise estatística, deste plano de informação, que a média obtida é muito baixa (2,2978) e o desvio padrão, do mesmo modo, muito baixo (12,1683), o que indica que a expectativa de erosão, na área de estudo seja muito baixa.

São observados uma grande quantidade de valores 0 (zero), neste plano, isto se deve ao fato da irregularidade da área de estudo e a consideração de todos os valores zero associados ao açude. A Tabela 13 apresenta os valores de perda de solo gerados pela aplicação do modelo EUPS, a Figura 12 mostra a espacialização da perda de solo.

Figura 12 – Mapa de classes de perda de solo da Microbacia do Riacho Una, Sapé-PB. Projeção UTM – Zona 25 S Datum: Córrego Alegre, MG.

Área Classes ha %

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Tabela 13 – Perda de solos na Microbacia do Riacho Una, Sapé-PB.

Verificou-se que predomina a classe de perda “Muito Baixa”, com perda menor que 5 t/ha/ano, correspondendo a 93,4% da área estudada ou 6531,1 ha. Numa análise visual dos planos de informação de PNE e PR permite aferir que há uma atenuação das expectativas de erosão na área de estudo, decorrente dos tipos de uso existentes, em relação ao potencial erosivo delineado pelos aspectos do meio físico. De um modo geral, pode-se sugerir que as categorias de uso da terra, existentes na microbacia, contribuem para a baixa perda de solo, especialmente naquelas áreas onde as características físicas da terra apontam para um incremento de perda. No sentido de complementar esta análise comparativa, foi aplicada, no ambiente IDRISI, a técnica estatística da regressão linear, conforme dados apresentados na Figura 13. Verifica-se que o coeficiente de correlação do Potencial Natural de Erosão com a Perda de Solo é de 0,2639, o que explica apenas 7,0 da perda.

Figura 13 – Coeficientes de correlação e de determinação entre os valores originais de Perda de Solo e o Potencial Natural de Erosão – PNE da área de estudo.

Classes Área Perda de Solo ha % < 5 t Muito baixa 6531,1 93,4 5 – 10 t Baixa 219,5 3,1 10 – 25 t Média 139,4 2,0 25 – 50 t Alta 39,9 0,6 > 50 t Muito alta 63,0 0,9 6992,9 100,00

A propósito da relação das categorias de uso da terra com as taxas de perda de solo, a Tabela 14, ilustra a distribuição das categorias de uso da terra, em percentual, nos intervalos de perda de solo. Verifica-se que no intervalo de menores taxas de perda de solo estão associadas predominantemente as categorias mata, cerrado, cana-de-açúcar e pasto, totalizando no conjunto, 88,4% na ocupação das terras. Por outro lado, a categoria culturas temporárias associa-se com todos os intervalos de perda de solo, sendo esta a única categoria de uso ocorrente nas classes de maiores taxas de erosão (classes 4 e 5).

Tabela 14 - Percentuais de ocorrências das combinações categorias de uso da terra intervalos de perda de solo, relativos à área total.

Obs. 1. A diferença para 100% se refere às áreas ocupadas com corpos d’água e área urbana. 2. Classes de perda de solo em Mg ha-1 ano-1: 1] <5; 2] 5 – 10; 3] 10 – 25; 4] 25 – 50; 5] > 50. 4.2.5. Risco de erosão

O plano de informação “Risco de erosão” (Figura 14), foi obtido pela razão entre o mapa de perda de solo e o mapa de perda permissível por erosão, representado pela tolerância à perda para cada tipo de solo. Com base nos resultados obtidos, o referido plano de informação foi reclassificado, segundo cinco classes de risco, descritas abaixo:

• Muito baixo ... < 1 vez a tolerância de perda de solo • Baixo ... 1 a 2 vezes a tolerância de perda de solo • Médio ... 2 a 5 vezes a tolerância de perda de solo • Alto ... 5 a 10 vezes a tolerância de perda de solo • Muito alto ... > 10 vezes a tolerância de perda de solo

A Tabela 15 apresenta os resultados da análise do risco de erosão das terras da microbacia do Riacho Una, segundo os critérios definidos, nas cinco classes de risco descritas acima.

Uso da terra Perda

Culturas Cana-de- Vegetação

tempor. Mata Coco Cerrado açúcar de várzea Pasto Total % da área total 1 0,7 10,5 1,3 4,3 50,0 0,1 23,6 90,6 2 0,9 - 0,2 - 0,2 - 1,7 3,1 3 1,2 - 0,1 - - - 0,6 2,0 4 0,6 - - - - - - 0,6 5 0,9 - - - - - - 0,9 Total 4,4 10,5 1,7 4,3 50,2 0,1 26,0 97,2

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Figura 14 – Mapa de classes de risco de erosão da área de estudo.

Tabela 15 - Classes de risco atual de degradação das terras por erosão e áreas de ocorrência.

Verificou-se que 92,9% da área total da microbacia, o que corresponde a 6494,1 ha, o risco atual de degradação das terras, por erosão do solo, é muito baixo. Denotam terras que estão associadas predominantemente a relevos plano e suave ondulado, além de uma visível associação com as categorias de uso das terras “cana-de-açúcar” e “pasto”, trata-se, portanto, de áreas em

que os risco ambientais são improváveis, do ponto de vista da erosão hídrica. O risco de erosão é baixo a médio, portanto, as atuais taxas de perda de solo são até cinco

vezes o valor da tolerância, em 5,6% da área da microbacia. Numa análise visual comparativa entre os planos de informação “Declividades” e “Risco de erosão”, infere-se que esta classe de degradação associa-se predominantemente às terras com topografia mais movimentada. Em

Área Risco de erosão ha % Muito baixo 6494,1 92,9 Baixo 246,2 3,5 Médio 144,6 2,1 Alto 41,8 0,6 Muito alto 66,2 0,9 Total 6992,9 100,00

Projeção UTM – Zona 25 S Datum: Córrego Alegre, MG.

apenas 1,5% da área de estudo às terras estão incluídas nas classes alta e muito alta de riscos de erosão. No cruzamento deste plano de informação com o plano uso das terras, verifica-se que as terras incluídas nestas classes estão ocupadas unicamente com as categorias de uso correspondentes a “culturas temporárias” e “coco”. A caracterização do processo erosivo, nestas áreas, suscita a necessidade de ações alternativas, no uso e manejo do solo, no sentido de adequar seu uso, de forma a manter-se a estabilidade ambiental, especialmente no controle da erosão e seus impactos ambientais.