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IV. CARACTERISTICAS GERAIS DA ÁREA ESTUDADA

4.3. C ARACTERÍSTICAS G EOLÓGICAS E H IDROGEOLÓGICAS

4.3.5. Características climáticas

A área estudada possui clima do tipo Aw, ou seja, tropical úmido, de acordo com o sistema de classificação de Koppen (apud SETZER, 1966), com verão de grande

pluviosidade e o inverno de relativa seca (SÃO PAULO, 1976). Ainda, de acordo com o São Paulo (op. cit.), considerando o período 1972/1974, a temperatura média anual calculada

para a região noroeste do Estado de São Paulo varia de 22 a 23oC, com a média do mês mais quente (janeiro) de 24 a 25oC (bacias do rio Tietê e rio São José dos Dourados) e do mais frio (julho) de 19 a 20oC (bacia do rio Tietê e Foz do São José dos Dourados). A umidade relativa do ar, na região da área estudada (SÃO PAULO, op. cit.), apresenta

médias mensais acima de 60% para o período chuvoso e abaixo de 50% para o período seco. A série de medidas efetuadas na estação hidrometeorológica de Ilha Solteira (1967 a 1998) mostra o valor médio mensal máximo de 78% referente ao mês de janeiro, e o valor médio mensal mínimo de 60% referente ao mês de agosto.

A evaporação potencial da região, calculada pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (SÃO PAULO, 1976), através de fórmulas empíricas, apresenta valor anual de 2.200 mm e a evaporação real, obtida através de balanços hídricos, apresenta média de 750 mm. A pluviosidade média anual na região do baixo rio Tietê (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1983; SÃO PAULO, 1976) que inclui a área estudada no seu canto nordeste, para o período 1952/1962 (anterior ao início do desenvolvimento hidroelétrico da bacia) apresenta valor de 1.164 mm. 0 período de chuva compreende outubro a março, com mensais médias maiores que 140 mm e o período de estiagem compreende abril a setembro, com chuvas mensais menores que 50 mm.

No posto pluviométrico de Lussanvira (posto DAEE/CTH-B,8-001), localizado imediatamente a sul da área estudada, a pluviosidade média anual para uma série de medidas mais recentes que a anteriormente citada, ou seja de 1974 a 1984 (excluído o ano de 1980) apresenta valor de 1.321,3 mm, algo maior que o obtido para aquele período (1952/1962). 0 período chuvoso, está compreendido entre outubro a março, e o de estiagem, entre abril e setembro.

Na estação hidrometeorológica de Ilha Solteira, instalada na Área Experimental da Fazenda de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP, com coordenadas geográficas 20° 22’ de Latitude Sul e 51° 22’ de Longitude Oeste e altitude média de 335 m, à cerca de 40 km-NW da cidade de Pereira Barreto, para a série de medidas efetuadas entre 1967 e 1998 (Tabela 2), observa-se a média pluviométrica anual de 1255,6 mm, com período chuvoso entre outubro a abril, médias mensais de 91,1 (abril) e 211,2 mm (dezembro) e período de estiagem, de maio a setembro, com médias mensais de 19,3 (julho) a 69,2 mm (setembro). A temperatura média anual é de 24,7°C, com a média mensal mais elevada de 26,8°C (fevereiro) e a mais baixa de 21,4°C (junho).

Tabela 2 - Médias mensais e totais dos parâmetros hidrometeorológicos na Estação de Ilha Solteira – SP no período entre 1967 e 1998

Período TM1 UR2 Insolação3 Ventos ECA4 Chuvas ET5

(Meses) (0C) (%) (horas/dia) (km/dia) (mm/dia) (mm) mm/dia

Janeiro 26,5 69,8 6,8 145,2 5,6 211,2 5,6 Fevereiro 26,8 69,2 7,0 137,4 5,9 165,4 5,5 Março 26,6 68,4 7,3 131,5 5,5 133,8 5,2 Abril 24,9 66,0 8,1 140,2 5,3 91,1 4,9 Maio 22,6 65,1 7,8 141,0 4,8 66,1 4,2 Junho 21,4 64,3 7,6 148,8 4,5 34,2 3,9 Julho 21,5 58,9 8,2 168,8 5,4 19,3 4,3 Agosto 23,2 53,0 7,9 176,2 6,6 23,7 5,2 Setembro 24,3 61,1 6,7 182,8 6,6 69,2 5,3 Outubro 25,7 60,2 7,5 161,2 6,7 118,8 5,9 Novembro 26,1 67,2 7,6 161,7 6,7 141,8 5,8 Dezembro 26,4 68,6 6,3 153,0 6,1 181,0 5,5 Média ou Totais 24,7 64,3 7,4 154,0 5,8 1255,6 5,1

1 Temperatura média; 2 Umidade Relativa; 3 Número de horas de brilho de sol; 4 Evaporação

Na área propriamente dita, uma série mensal de medidas pluviométricas no posto do canal de Pereira Barreto, correspondente ao primeiro ano do inicio do presente estudo (outubro/87 a setembro/88) mostra os seguintes totais em milímetros (Tabela 3):

Tabela 3 – Precipitação pluviométrica (mm) na área do Canal de Pereira Barreto

1987 1988 total

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set anual

128,5 150,0 192,0 199,6 178,6 150,1 65,7 66,1 0,0 0,0 0,0 0,0 1.130,1

4.3.5.1. Balanço Hídrico

0 balanço hídrico de uma bacia é calculado entre os aportes e perdas em água na área considerada.

Para o estabelecimento do balanço entre os aportes e as perdas em uma bacia hidrográfica e, a partir daí, estudar as variações da reserva de água, em condições naturais e na ausência da intervenção humana, é necessário que se conheçam o ciclo d’água na bacia e as parcelas que o compõem: precipitações, escoamento superficial e hipodérmico, infiltração e evaporação.

O aporte de água para uma bacia origina-se através das precipitações pluviométricas que ocorrem de maneira aleatória, no tempo e no espaço, causando variações bruscas do nível d’água das drenagens, alimentadas pelo escoamento superficial. Os reflexos das precipitações no escoamento subterrâneo são lentos, pois sua interação é atenuada pelas camadas superficiais do solo. Parte da pluviosidade precipitada é interceptada pela cobertura vegetal e retorna à atmosfera. Quando é superada a capacidade de interceptação da cobertura vegetal, a água então escoa rumo ao solo e dai, parte se infiltra,e parte flui rumo ao sistema de drenagem da bacia. É pela infiltração que se processa a recarga dos aqüíferos. O processo de infiltração, além de bastante complexo, sofre influência de diversas variáveis, das quais se destacam: natureza do solo, granulometria, capacidade de campo, capacidade de retenção, declividade local, porosidade, dentre outros.

As principais perdas d'água de uma bacia são decorrentes da evapotranspiração, descarga subterrânea dos aqüíferos junto aos exutórios e intervenção humana. A evapotranspiração relaciona–se diretamente aos fatores climáticos (temperatura e insolação) e a intensidade da sua atuação varia em função da profundidade do nível d'água subterrânea, e da cobertura vegetal. A descarga de base dos aqüíferos é a responsável pela manutenção do escoamento de base dos cursos d'água. A perda d'água de uma bacia devido à intervenção humana diz respeito a água explotada com fins de abastecimento para os diversos usos.

Na área estudada, dadas as suas características hidrográficas, encerrando frações de duas grandes bacias, que se interligarão através do canal de Pereira Barreto, e pela

inexistência de postos fluviométricos e estação hidrometeorológica, torna-se difícil estabelecer-lhe um balanço hídrico e, por conseguinte, obterem-se os índices característicos, necessários aos estudos. Atualmente, apenas algumas parcelas do balanço podem ser caracterizadas.

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