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Características da Gestão Masculina em Oposição à Gestão Feminina

No decorrer de todo o texto pode-se observar constantes observações a respeito de características da gestão masculina e características da gestão feminina. Há realmente diferenças em cada modelo de gestão? As executivas que foram entrevistadas para coleta de dados desta pesquisa responderam a esse questionamento e apontaram características da gestão masculina. Entre as respostas pode-se destacar:

Considero a gestão masculina mais objetiva, eles conseguem delegar, eles conseguem cobrar, eles são mais objetivos então eles não colocam muito o sentimento a frente das coisas, acho que a mulher ela tem que procurar muito esse equilíbrio entre o que é sentimento e o que é administrar, o que é gerir. Lógico que você pode dissociar uma coisa na frente da outra, a gente tem que andar em equilíbrio. Como também o homem não pode colocar só a objetividade porque ele administra pessoas, é gestão de pessoas também. Então eu vejo a questão do homem assim: eles são muito objetivos, eles são práticos, eles sabem delegar, sabem cobrar de uma maneira mais efetiva, mas

eles pecam também por isso, eles passam muito por cima do “ser”.

Caracterizo como uma gestão autoritária. Onde a equipe nem sempre participa das decisões e não possuem autonomia para decidir. No geral os homens são mais rígidos, mais burocráticos. Não há sentimentos envolvidos na sua gestão. São mais objetivos.

As entrevistadas consideram a gestão masculina inflexível, burocrática, autoritária, ditadora, controladora. Relatam que falta jogo de cintura, mais sensibilidade, e uma visão mais ampla do todo. Elas se consideram mais sensíveis, mais atenciosas, mais flexíveis em

suas atitudes e decisões, mais detalhistas e organizadas. Enquanto que os gestores do sexo masculino são mais sérios, mais agressivos em sua postura.

Considero a gestão masculina uma gestão de imediatismo, intolerância. É diferente da mulher. Nós pensamos mais no outro, como o outro está envolvido em determinada situação. Antes de tomar qualquer decisão em relação a algum problema com funcionário pesquiso todas as fontes possíveis para saber exatamente a causa desse problema. Não é que queira agir com o coração, mas acho que devemos sempre escutar o outro, suas razões.

A gestora abaixo, em seu depoimento destaca uma das características da gestão de pessoas que é administrar com as pessoas. Ela considera que as gestoras do sexo feminino desenvolvem melhor tal característica.

A gestão masculina é mais autoritária, mais ditadora, o controle é mais rígido. Acho até que eles já melhoraram um pouquinho, mas ainda falta muito tanto para nós quanto para eles para haver uma igualdade entre as gestões masculinas e femininas. A mulher administra mais com as pessoas e não para as pessoas. É uma gestão mais participativa.

Essas informações podem ser corroboradas por Handy (1994) e Lima (2001) quando retratam uma gestão masculina considerada competitiva e reducionista, enquanto que a gestão feminina considerando a sensibilidade, os relacionamentos pessoais e sentimentos, valor pessoal e diferenças individuais.

Lima (2001) ainda defende a ocupação das mulheres em funções mais elevadas na organização afirmando que elas são consideradas mais receptivas aos sentimentos alheios e mais compreensivas, por isso estão mais bem preparadas para assumir cargos de chefia e resolver problemas interpessoais no seio das equipes.

Os relatos das gestoras seguem caracterizando a gestão masculina inflexível, muitas vezes incoerente e ausência de bom senso. No depoimento abaixo a gestora aponta como característica masculina a dificuldade em reconhecer que cometeu algum equivoco, considerando dessa forma uma atitude inflexível. Para ela, as mulheres possuem bom senso e tem maior facilidade em reconhecer um erro na sua gestão.

Eu acho que às vezes falta jogo de cintura e flexibilidade. Eu lido e trato diariamente com muitos homens e na hora que a gente contesta alguma decisão dos homens eles são muito mais resistentes que a mulher para reanalisar uma conduta. Para o homem reconhecer que está errado, equivocado em alguma conduta é muito mais difícil que uma mulher. Eu acho que a mulher consegue ter mais discernimento e bom senso. O grande x da questão, o nó da coisa está no bom senso. Acho que no geral a mulher tem mais bom senso, mais coerência que os homens.

Acho que para a gestão masculina falta flexibilidade. Estou vendo muito agora nas prefeituras, com os novos governantes assumindo comportamentos que são desnecessários: Geralmente um homem quando assume um novo cargo, uma nova função tende a não repetir posturas anteriores, eles acham que tem que acabar com tudo que o outro gestor deixou e fazer tudo novo, a gestão deles. Só que tem horas que isso foge à racionalidade. Tem situações sendo criadas desnecessariamente simplesmente por falta de bom senso.

Observando o descrito, pode-se considerar que, na percepção das entrevistadas, a gestão feminina possui características diferentes da gestão masculina na percepção das entrevistadas. Algumas mulheres ainda utilizam características masculinas com a finalidade de melhorar algum aspecto da sua gestão ou simplesmente pelo fato de tentar mesclar os dois estilos, buscando um equilíbrio entre razão e emoção, mas em sua maioria, as gestoras criticam a forma mais autoritária da gestão masculina e enfatizam comportamentos diferentes entre os gestores.

As gestoras foram ainda questionadas a respeito dos resultados que a gestão feminina apresenta para as organizações e, em sua grande maioria, as executivas consideraram que a gestão feminina traz contribuições que estão sendo vistas de forma positiva tanto pelos membros internos quanto membros externos às organizações as quais pertencem.

Eu acho que a gestão feminina trouxe resultados excelentes. A mulher tem um olhar mais amoroso pra determinadas coisas. Eu acho que a gente só tem a ganhar porque você vai ter administrados felizes porque a questão de gestão pessoal influencia muito na saúde mental, psíquica do servidor. Por quê? Se você tem um empregado feliz e sabe que aquele administrador se preocupa com ele com certeza seu trabalho será realizado de forma diferente. Então esse lado feminino da preocupação com o outro, pode até ter sido visto como impacto no início, mas hoje, contribui.

Para a gestora abaixo, o homem é considerado mais objetivo, mais racional, possuidor de uma visão mais estreita em relação ao mundo que lhe cerca. A visão mais ampla da mulher, considerada pela gestora, facilita perceber com maior abrangência tudo que acontece à sua volta, ao seu entorno, ajudando a perceber os problemas com maior nitidez.

Eu acho que há várias contribuições. Características, por exemplo, que não posso dizer que são inerentes às mulheres, mas as mulheres são consideradas muito mais organizadas que os homens, as mulheres têm uma percepção maior das coisas. O homem olha em linha reta, a mulher olha nas laterais, então temos uma percepção do todo muito maior. Os homens são focados em um único lugar. E essa capacidade que a gente tem de perceber as coisas no contexto de um todo, facilita muito dentro da organização, porque conseguimos detectar onde estão as falhas. Não as falhas pontuais mas dentro de um contexto maior, mais amplo, podendo solucionar de um forma mais simples que os homens.

No relato que segue, a executiva retoma um destaque de um relato citado anteriormente quanto à administração com as pessoas e salienta a forma democrática e participativa da gestão feminina.

A mulher vem trazendo uma forma de gestão mais democrática, com características da considerada moderna gestão de pessoas, com a participação das pessoas, participação dos colaboradores. Isso vem contribuindo positivamente.

Duas das entrevistadas reconheceram e apontaram que a humanização é considerada o maior resultado causado pela gestão feminina. Tais gestoras, assim como as demais, consideram esse resultado um ponto positivo para o desenvolvimento das organizações, ponderando como a principal contribuição da gestão feminina nas organizações. Podemos observar tais informações nos relatos das entrevistadas apresentados a seguir:

A sensação de que somos humanos e tratamos com humanos. O humanismo. É a contribuição maior do feminismo. A mulher dá uma dimensão do humano. A mulher traz para as instituições a humanização, um sentimento que do outro lado há um ser igual, um ser humano. Nós contribuímos positivamente quando percebemos que há outro humano ali do outro lado quando empregamos a sensibilidade em nossos cargos, nossas funções.

A gestão feminina trouxe para o mundo organizacional uma gestão mais humana. Trouxe o saber ouvir. Isso vem contribuindo de forma positiva para o desenvolvimento das empresas. E digo isso, não só descrevendo a minha organização, descrevendo também muitas outras que conheço.

Com as informações obtidas, pode-se perceber que as entrevistadas admitem que a mulher vem ganhando espaço na gestão das organizações e implantando características que

elas consideram, em sua grande maioria, particulares ao mundo feminino. Distinguindo-se dos colegas gestores do sexo masculino em determinados comportamentos e atitudes.

Tais características, de acordo com os relatos das entrevistadas contribuem para uma gestão considerada mais flexível e humanitária, na qual o reconhecimento do trabalho em equipe e a maior valorização do colaborador como pessoa dentre ainda outras características, proporciona alcançar os objetivos propostos pela organização.

Com a finalidade de sintetizar os relatos acima apresentados foi elaborado o quadro 04 que apresenta características consideradas da gestão masculina e da gestão feminina, apontadas pelas gestoras entrevistadas considerando aspectos das quatro categorias destacadas nesta pesquisa.

Quadro 04 – Evidências Empíricas das Diferenças entre a Gestão Feminina e a Gestão Masculina

Categorias Analíticas

Evidências Empíricas

Gestão Feminina Gestão Masculina

Processo Decisório

“Nunca tive medo de ouvir” “Sempre tomei decisão pautada pelas informações dos

colaboradores”

“Levo em consideração o que é melhor para o coletivo”

“Procuro muito ouvir as pessoas” “Não considero que contar com essa ajuda da equipe diminui a minha responsabilidade na decisão”

“Se você fosse homem não pensaria assim. Administraria com a cabeça e não com o coração”

“Caracterizo como uma gestão autoritária. Onde a equipe nem sempre participa das decisões e não possuem autonomia para decidir (...) os homens são mais rígidos, mais burocráticos”.

Quadro 04 – Evidências Empíricas das Diferenças entre a Gestão Feminina e a Gestão Masculina (Continuação)

Categorias Analíticas

Evidências Empíricas

Gestão Feminina Gestão Masculina

Estilo de Liderança

“Sempre me coloquei em uma postura altiva sem ser arrogante” “Busco sempre a afetividade no ambiente de trabalho”

“Procuro sempre pensar que aqui não tenho funcionários, tenho pessoas”

“As mulheres são melhores líderes porque tem mais sensatez em suas atitudes”

“Eu não mandava, eu pedia” “A autoridade decorre do amor que você distribui para as pessoas, da atenção que você dá”.

“O que vai fazer você liderar é o conhecimento que você tem”

“Eu consigo ter o controle da situação sem usar características masculinas tipo autoritarismo, indiferença aos problemas pessoais”

“Alguns colegas homens até diziam que meu único defeito era ser “mãezona”.

“Algumas mulheres entendem e até acham que o padrão

masculino deu certo(...) então acreditam que reproduzir esse padrão fará a gestão delas dar certo(...) uma reprodução do padrão, o bater na mesa, o falar grosso, o gritar. Penso que é uma forma equivocada”.

“É uma gestão de imediatismo, intolerância”

“É mais autoritária, mais ditadora, o controle é mais rígido”

Quadro 04 – Evidências Empíricas das Diferenças entre a Gestão Feminina e a Gestão Masculina (Continuação)

Categorias Analíticas

Evidências Empíricas

Gestão Feminina Gestão Masculina

Comunicação e Relacionamento

Interpessoal

“Nossa administração é muito direta, nossa comunicação é muito direta”

“Não tenho dificuldade alguma com o relacionamento interpessoal aqui”.

“Procuro ouvir sempre”

“Acho que esse estreitamento na relação é importante”

“Essa boa comunicação reflete em um bom relacionamento entre todos da minha equipe”. “Temos que andar em sintonia, nosso relacionamento tem que andar em sintonia”

“Não tenho obstáculos em manter um bom relacionamento

interpessoal, porque a vida me ensinou a lidar com mais leveza diante dos grandes problemas”. “Devemos fidelidade,

compromisso e, além disso, precisamos manter um bom diálogo”.

“Eles são mais objetivos, eles são mais práticos, sabem delegar, sabem cobrar (...) mas eles passam muito por cima do “ser”. “Eu acho que falta jogo de cintura, flexibilidade (...) eles são mais resistentes para reconhecer que estão errados”

“Os homens são mais focados em um único lugar (...) olham em linha reta”

Fonte: Elaborado pela autora.

Finalmente, a partir da apresentação dos relatos fornecidos pelas executivas entrevistadas, pode-se perceber que as gestoras admitem existir uma diferença nas características de gestão feminina e masculina e ainda consideram que a gestão feminina

apresenta inovações especialmente por dispor de características mais humanitárias e flexíveis de gestão.

Assim, a próxima seção apresenta para o leitor as considerações finais sobre a pesquisa, sintetizando as principais análises dos dados encontrados e ainda sugerindo pesquisas futuras a respeito da temática aqui apresentada.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da revisão teórica apresentada nesta pesquisa pode-se perceber relatos sobre o aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Embora a participação em funções mais gerenciais ainda seja considerada menor que a ocupação masculina, é perceptível a presença das mulheres nas organizações exercendo alguma atividade que demande poder, ou seja, cargos relacionados a alta administração das instituições.

Em apenas cinco anos, pode ser notado um aumento absoluto superior a dois milhões de mulheres ocupando alguma função no mercado de trabalho, aumentando, com isso, a contribuição para a previdência social, no qual cerca de mais de 1milhão e 500 mil mulheres passaram a contribuir (IBGE (2012); FCC (2011); IPEA (2011).

O aumento do contingente feminino no universo organizacional deu-se por diversos fatores, entre eles demográfico, cultural, educacional e econômico, como por exemplo, aumento da escolaridade feminina, necessidade de contribuir economicamente com as despesas domésticas, dentre outros. Os movimentos feministas contribuíram para a entrada da mulher em um ambiente antes considerado masculino e apoiaram as reinvindicações feministas por direitos iguais aos homens, como salários, jornada de trabalho, posições.

Embora esse aumento da população feminina no trabalho tenha sido notado, algumas questões ainda necessitam de maiores esclarecimentos para que possamos entender de fato como funciona o universo do trabalho feminino.

Para contribuir com algumas dessas informações que ainda não estão expostas, a pesquisa em questão teve como objetivo principal analisar as inovações e permanências nas características da gestão executiva feminina nas organizações no tocante a categorias como processo decisório, estilo de liderança, comunicação pessoal e relacionamento interpessoal.

Com a ocupação feminina nas organizações e consequentemente sua presença em cargos executivos como presidências, vice-presidência, diretorias, gerências, coordenações, é possível observar mudanças na sua gestão em relação a gestão masculina? As mulheres ocupantes dessas funções exercem seus papéis assumindo características femininas, com seu estilo próprio feminino de administrar ou permanecem ainda com as características dos colegas gestores do sexo masculino?

Respondendo a esses questionamentos, a presente pesquisa buscou contribuir com informações consideradas relevantes para o conhecimento de características da gestão executiva feminina, entrevistando mulheres que ocupam cargos executivos em empresas do Estado de Sergipe. O principal questionamento feito pela pesquisa foi sobre a existência de inovação na gestão feminina nas organizações. Mas para obter tal resposta, fez-se necessário conhecer características da gestão masculina. Essas informações foram coletadas a partir de levantamento bibliográfico, através de trabalhos elaborados por autores diversos que pesquisaram sobre a temática, além de relatos coletados através de entrevistas em profundidade com as executivas que participaram da pesquisa.

Como mencionado anteriormente, a gestão masculina tende a ser caracterizada como uma administração mais objetiva, autocrática, dominadora e centralizadora (WELCH, 2002; ROBINS, 2000). Para as mulheres que foram entrevistadas para esta pesquisa, a administração masculina possui características como inflexibilidade, burocracia, autoritarismo, ditatorismo, controladorismo. Complementam que os homens precisam incluir em suas gestões mais sensibilidade, maior flexibilidade no modo de agir e uma maior visão do todo, características consideradas por elas como femininas. Acrescentam ainda que as mulheres são mais atenciosas, detalhistas e organizadas, enquanto que seus colegas do sexo masculino são considerados mais sérios e com postura mais agressiva.

Welch (2002) e Robins (2000) corroboram as informações afirmando que as mulheres têm maior facilidade para processar mensagens sutis, lidar simultaneamente com dimensões múltiplas, encorajando a participação dos colaboradores, são mais carismáticas e tendem a valorizar sues seguidores aumentando a auto-estima.

Diante das características apresentadas entre a gestão masculina e feminina, fica clara a diferença no estilo de gestão que cada um dos gêneros adota quando ocupam funções que demandam poder. Sendo assim, as opiniões expressadas pelas gestoras entrevistadas em suas respostas consideram que a gestão feminina apresenta características diferentes da masculina e ainda consideram estas inovadoras.

O ponto principal analisado a partir das respostas obtidas pelas gestoras nas entrevistas foi a questão da humanização da gestão. Todas as entrevistadas caracterizaram sua gestão como sendo humanitária. Valorizando o colaborador, os sentimentos e o comprometimento com o outro.

A gestão feminina foi apontada como uma gestão que preserva e valoriza a questão humanitária, o saber ouvir o outro, reconhecer o outro como indivíduo, humano, como pessoa. Essa característica, segundo as gestoras, não está presente na gestão masculina.

Para as executivas, a gestão feminina inova em assumir uma postura mais flexível, mais democrática, mais participativa, mais humana. Para elas, o principal ponto não é demostrar poder, o poder já é natural pela ocupação que elas exercem naquele determinado cargo. O principal ponto é conquistar a equipe, com atitudes mais humanas, valorizar o colaborador como ser humano, reconhecer o trabalho desenvolvido pela equipe. Consideram importante delegar, cobrar, mas sem autoritarismo, burocracia, rigidez.

O processo de tomada de decisão na gestão das mulheres entrevistadas é considerado um trabalho em equipe. Para as executivas, tomar uma decisão nas organizações é uma atividade que pode e deve ser realizada em equipe, dando ênfase no saber ouvir o colaborador, coletando o maior numero de informações possíveis para ajudar na decisão, contando com a participação de todos. Esse trabalho em conjunto, segundo as entrevistadas conduz a um processo de tomada de decisão mais adequada.

Tais atitudes não consideram as executivas incapazes no ato de decidir ou gerir sua equipe, ao contrário, elas sentem-se fortalecidas por poder contar com seus colaboradores e ao mesmo tempo fornece a oportunidade para que possam participar junto a elas de determinadas atividades que ajudam em sua administração. Ainda consideram que no momento do trabalho em equipe é dada a oportunidade a todos de aprender, pois cada colaborador e cada gestor podem nestes momentos fornecer informações importantes que colaborem com o aprendizado e desenvolvimento do trabalho em equipe.

Como anteriormente apontado por Torres Junior e Moura (2011), a decisão é considerada um processo por ser algo que flui, que possui etapas, que pode ser ensinado e treinado, sem prejuízo da arte que cada gestor possa adicionar a partir de suas vivências e experiências.

Dessa forma, pode-se considerar que as mulheres aqui pesquisadas, em suas respectivas gestões, não seguem um modelo prévio do que é realizar um processo de tomada de decisão. Para elas esse processo vai além de simplesmente realizar uma tarefa, já que elas buscam o envolvimento e engajamento da sua equipe, buscam respeitar o outro e o trabalho desenvolvido pelo seu colega de equipe.

Em um dos depoimentos vistos na seção de análise dos dados, pode-se observar que uma das executivas, apesar de também considerar o processo de tomada de decisão um trabalho em equipe, considera sua a responsabilidade última pela decisão tomada, já que admite que como gestora da equipe, assumir as conseqüências das decisões é seu papel. No entanto, mesmo havendo consideração sobre o domínio da responsabilidade isso não se confunde com a centralização do poder no processo da tomada de decisão, ao contrário, o poder na decisão é descentralizado, mas é centralizado na responsabilidade sobre a decisão tomada.

Diante do explicitado e analisando o referencial teórico acerca da temática pesquisada, novamente é possível enxergar aqui diferenças no estilo de tomar decisão no que se refere aos gestores do gênero masculino e do gênero feminino. Para Welch (2002), os homens tendem a