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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Caracterização da área de abrangência

Os municípios, regiões e o número de propriedades visitadas por município onde foi realizada a pesquisa encontram-se relacionados no Quadro 1 e na Figura 7.

A região estudada caracteriza-se por possuir o relevo planáltico com altitudes médias variando entre 380 e 1197 metros em relação ao nível do mar, clima tropical de altitude, além do tropical seco, com índices pluviométricos médios entre 700 e 1000 mm anuais, temperaturas médias entre 25 e 28ºC, situada geograficamente entre os paralelos 17º41’2’’ e 18º46’30’’ de latitude sul e os meridianos de 42º23’26,1’’ e 43º05’02’’ a oeste de Greenwich (IBGE, 2006).

A escolha das propriedades visitadas nos municípios listados no Quadro 1 foi realizada de forma aleatória, obedecendo-se o princípio da existência de trabalhos sendo realizados por máquinas agrícolas nestas propriedades ou a presença de operadores de máquinas agrícolas.

Quadro 1 – Relação das propriedades pesquisadas por municípios

Região Municípios Nº de

propriedades

% Vale do Rio Doce Açucena, Água Boa, Cantagalo,

Caratinga, Coluna, Conselheiro Pena, Coroaci, Divinolândia de Minas, Frei Lagonegro, Gonzaga, Governador Valadares, Guanhães, Inhapim, Itambacuri, José Raydan, Materlândia, Marilac, Mesquita, Naque, Paulistas, Peçanha, Periquito, Resplendor, Sabinópolis, Santa Efigênia de Minas, Santa Maria do Suaçui, São Domingos das Dores, São João Evangelista, São José da Safira, São Pedro do Suaçui, São Sebastião do Anta, São Sebastião do Maranhão, Virginópolis, Virgolândia

151 46,85

Vale do Jequitinhonha

Angelândia, Aricanduva, Capelinha, Carbonita, Chapada do Norte, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Itamarandiba, Jenipapo de Minas, Minas Novas, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto, Senador Modestino Gonçalves, Turmalina, Veredinha

58 26,85

Vale do Mucuri Franciscópolis, Setubinha, Malacacheta, Ladainha, Poté

18 4,93

Metropolitana Belo Horizonte

Itabira, Nova Era, Bela Vista de Minas, São Domingos do Prata, Santa Maria de Itabira, São Pedro dos Ferros, João Monlevade, Serro

38 13,15

Vale do Aço Ipatinga, Belo Oriente, Timóteo, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso

20 8,22

TOTAL 285 100

A coleta dos dados da pesquisa estendeu-se entre os meses de julho a outubro de 2010, concentrando-se em três períodos distintos. No inverno, quando tradicionalmente ocorre redução nas atividades agrícolas e, consequentemente, na utilização dos tratores agrícolas, vindo logo a seguir o início das chuvas onde as atividades de preparação do solo para plantio promoveram aumento considerável no trânsito e trabalho com tratores e implementos agrícolas, seguido do período de plantio das lavouras, onde a atividade agrícola é bastante intensa.

Para que a pesquisa obtivesse o êxito, foi necessária a utilização dos seguintes materiais: sistema de posicionamento global (GPS), aparelho para gravação de voz, veículos para deslocamento (carro e motocicleta), aparelhos

para medição (réguas, trenas, paquímetro), fichas para anotação (questionário de caracterização do operador, questionário para caracterização da máquina, questionário para caracterização dos acidentes, fichas de tabulação dos dados e anotação), máquina fotográfica digital, notebook, pen-drive e filmadora.

Figura 7: Regiões pesquisadas.

Fonte: www.ibge.gov.br 

De forma a facilitar a tomada de decisões, distribuição de atividades, demarcação da área, resolução de dúvidas e aplicação dos questionários, foram utilizados procedimentos de campo apresentados por Debiasi (2002) em suas pesquisas no Rio Grande do Sul.

Para coletar dados dos operadores e dos tratores agrícolas foram realizadas visitas às propriedades rurais de toda a área demarcada do Estado de Minas Gerais, contando com o auxílio de técnicos da EMATER de vários municípios e uma equipe de trabalho composta por 11 pessoas, que ficavam responsáveis pelas entrevistas e anotação das informações.

Vale do Jequitinhonha

Vale do Mucuri

Metropolitana

Vale do Aço

Não foram realizadas pesquisas via telefone, internet ou outro meio virtual disponível. De forma a reduzir o tempo de permanência do operador fora de suas atividades, todas as entrevistas foram gravadas com autorização do operador seguindo rigorosamente o proposto nos questionários, sendo a seguir transcritas para o formulário de papel sem alterações.

A pesquisa ocorreu em diversos municípios e propriedades rurais da região selecionada para estudo, sendo que, tanto municípios, quanto propriedades, não passaram por uma verificação prévia antes da visita para coleta de dados e todos os municípios e propriedades que fossem encontradas no roteiro previamente definido para o deslocamento foram visitados necessitando, apenas, que tivessem presentes nestas propriedades, tratores agrícolas e operadores.

O tipo de amostragem utilizado para a escolha das propriedades a serem visitadas foi a aleatória simples sem reposição baseado em Scheaffer et al. (1996), onde os elementos da população possuem a mesma probabilidade de pertencer à amostra.

Todos os tratores agrícolas em condições de utilização foram caracterizados, assim como, os operadores presentes no momento da visita às propriedades, incluindo aqueles já afastados da atividade, desde que tenham trabalhado com trator.

O tamanho da amostra foi delimitado com base no número de tratores e operadores a serem pesquisados, sendo o número de municípios e propriedades associado à quantidade mínima que tornasse a pesquisa representativa e confiável.

Na determinação do número de operadores e de tratores agrícolas, foi utilizada a metodologia proposta por Storck et al. (2000) que consiste na coleta de informações em uma região piloto, sendo a seguir aplicada a Equação 1 para determinação do tamanho da amostra ideal.

A pesquisa primária (piloto) foi realizada em 18 propriedades localizadas no município de São João Evangelista, MG, o que permitiu a determinação do tamanho da amostra. A partir de então, pode-se definir quantos tratores agrícolas e quantos operadores necessitariam serem pesquisados ao todo nos diversos municípios e propriedades, para que se obtivesse o número representativo de verificações.

A partir da obtenção destes dados pode ser definido o coeficiente de variação (CV), utilizando a seguinte equação para determinação (STORCK et al., 2000).

Tr /22 X CV2

N =---...Equação 1 d2

Onde:

N = Número de elementos a serem amostrados;

Tr/2 = valor tabelado da distribuição de t, com r probabilidade de erro (5%) e GL = n-1 graus de liberdade, sendo n o número de elementos amostrados no levantamento piloto;

CV = Coeficiente de variação, em %;

d = Margem de erro, em porcentagem em relação à média (10%).

Todas as variáveis analisadas nos acidentes, nos tratores e na caracterização dos operadores tiveram o tamanho da amostra definida com base na metodologia proposta pela Equação 1 e pelos dados coletados na pesquisa piloto, o que definiu em 132 o número de operadores a serem entrevistados e 165 o número de tratores agrícolas a serem analisados.

Baseado nas informações coletadas no campo, no número de propriedades situadas na área de abrangência e nas condições favoráveis de coleta de informações, foram visitados 73 municípios, sendo 17 situados no Vale do Jequitinhonha, 5 no Vale do Mucuri, 11 na região metropolitana de Belo Horizonte, 5 no Vale do Aço e 35 no Vale do Rio Doce.

Ao todo foram visitadas 285 propriedades, sendo entrevistados 389 operadores e caracterizados 365 tratores agrícolas. Observa-se que a coleta de dados foi superior ao previsto anteriormente, o que tornou a verificação mais representativa e confiável.

4.2. Caracterização dos acidentes de trabalho envolvendo tratores