• Nenhum resultado encontrado

Utilizando o método de densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA), avaliou-se a composição corporal antes e após o tratamento com dapagliflozina (Figura 7). Não houve diferença estatística entre os grupos estudados antes e após o tratamento tanto para o percentual de massa magra (Figura 7B) quanto para o percentual de massa gorda (Figura 7A). Como esperado, foi encontrada diferença significativa apenas entre os grupos controle,

alimentados com ração padrão, e os grupos alimentados com dieta hiperlipídica, independentemente do tratamento com o fármaco.

Figura 7: Caracterização da Composição Corporal- dapagliflozina. (A): Percentual de Massa gorda. (B): Percentual de Massa magra Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p<0,001

vs C (pré); #p<0,001 vs C+DP (pré); **p<0,001 vs C (pós); § p<0,001 vs C+DP

(pós).

4.3 – Efeitos da dapagliflozina sobre os parâmetros metabólicos

4.3.1 – Respirometria

Após 30 dias de tratamento com dapagliflozina, a taxa metabólica dos animais foi verificada durante 24 horas e está representada nas Figuras 8 e 9.

Constatou-se que os valores de consumo de O2 (Figura 8A), produção de

CO2 (Figura 8B) e o quociente respiratório (RER) (Figura 8C) não apresentaram

diferença significativa entre os grupos tratados com o fármaco em relação aos respectivos controles, tanto no ciclo claro quanto no ciclo escuro.

Como esperado, houve diferença significativa na produção de CO2 (Figura

8B) e no quociente respiratório (RER) (Figura 8C), entre os grupos controle, alimentados com ração padrão, e os grupos em dieta hiperlípidica, independentemente do tratamento com o fármaco, em ambos os ciclos.

Também se observou que a calorimetria não diferiu entre os grupos tratados com dapagliflozina e os seus respectivos controles. Por outro lado, esta foi significativamente maior nos grupos que receberam dieta hiperlipídica, quando comparados aos grupos em ração padrão, independente do tratamento com o fármaco, tanto no ciclo claro, quanto no ciclo escuro (Figura 9A).

Não foram observadas diferenças significativas na atividade locomotora dos grupos estudados, em nenhum dos períodos (Figura 9B).

Figura 8: Respirometria- dapagliflozina. (A): Consumo de O2. (B): Produção de

CO2. (C): Quociente Respiratório (RER). Os dados estão apresentados

em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p<0,05 vs C (claro); #p<0,01 vs C+DP (claro); §p<0,01 vs C (escuro); &p<0,001 vs

Figura 9: Calorimetria e Atividade Locomotora- dapagliflozina: (A): Calorimetria (B): Atividade locomotora. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p<0,05 vs C (claro); #p<0,05 vs C+DP (claro); §p<0,05 vs C (escuro); &p<0,05 vs C+DP (escuro).

4.3.2 – Teste Intraperitoneal de tolerância à glicose (GTT)

Após o tratamento com dapagliflozina, os animais em dieta hiperlipídica apresentaram uma redução significativa na glicemia de jejum, quando comparados ao seu controle, em dieta hiperlipídica, não tratado, retornando aos níveis do controle em ração padrão (Figura 10A). Além disso, esses animais apresentaram melhora na tolerância à glicose em relação ao seu controle em dieta, que não recebeu tratamento (Figura 10B). Este resultado foi confirmado através da área sob a curva da glicemia significativamente menor deste grupo (Figura 10C).

Figura 10: Caracterização da Tolerância à Glicose no Tratamento com Dapagliflozina. (A): Glicemia de Jejum. (B): Teste de tolerância à glicose. (C): AUC. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=13). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. * p<0,05 vs C; # p<0,001 vs C+DP; § p<0,05 vs DH.

4.3.3 - Teste Intraperitoneal de tolerância à insulina (ITT)

Após 30 dias de tratamento com dapagliflozina, avaliou-se o grau de sensibilidade à insulina nos grupos estudados.

Pode-se observar um aumento da constante de decaimento da glicose (Kitt) do grupo em dieta hiperlipídica tratado com o fármaco quando comparado ao grupo em dieta hiperlipídica, sem tratamento, retornando ao nível do controle, em ração padrão (Figura 11A). Esses resultados indicam uma melhora na sensibilidade à insulina nesses animais.

Figura 11: Caracterização da Tolerância à Insulina no Tratamento com Dapagliflozina. (A): KITT. Os dados estão apresentados em média ±

EPM (n=10). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. * p<0,05 vs C; # p<0,001

vs C+DP; § p<0,01 vs DH.

4.3.4 - Clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico

Utilizando o clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico, avaliou-se o consumo de glicose dos animais tratados com dapagliflozina, a fim de mensurar a sensibilidade tecidual à insulina. A figura 12A mostra que houve um aumento significativo da taxa de infusão de glicose no grupo em dieta hiperlipídica tratado com dapagliflozina quando comparado ao seu controle, sem tratamento, corroborando com a melhora na sensibilidade à insulina demonstrada no resultado anterior.

Figura 12: Clamp Euglicêmico-Hiperinsulinêmico- dapagliflozina (A): Taxa de Infusão de Glicose. Os dados estão apresentados em média ± EPM

(n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. * p<0,001 vs C; # p<0,001 vs C+DP; § p<0,05 vs DH.

4.4 – Efeitos da dapagliflozina na via de sinalização da insulina

Através das alterações na fosforilação das proteínas IRβ e Akt, verificou-se, molecularmente, os efeitos do tratamento com dapagliflozina sobre a via de sinalização da insulina em fígado, músculo esquelético e tecido adiposo.

Na figura 13 A-C avaliou-se o efeito do tratamento com dapagliflozina sobre a fosforilação do IRβ. Pode-se observar que a administração deste fármaco aumentou significativamente a fosforilação em tirosina de IRβ do grupo em dieta hiperlipídica (DH+DP), quando comparado ao seu controle sem tratamento (DH), em fígado (Figura 13A), músculo (Figura 13B) e tecido adiposo (Figura 13 C). Adicionalmente, constatou-se também um aumento significativo na fosforilação em serina da Akt, neste mesmo grupo, nos três tecidos mencionados (Figura 13 D, E e F).

Em conjunto, estes resultados mostram que o tratamento com

dapagliflozina foi capaz de restaurar a sensibilidade à insulina em fígado, músculo e tecido adiposo dos animais em dieta hiperlipídica.

Figura 13: Via de Sinalização da Insulina em Animais Tratados com Dapagliflozina. Blots representativos da fosforilação de IRβ em tirosina (A-C), Akt em serina473 (D-F) (painéis superiores) e a expressão da proteína total (painéis inferiores) no fígado, músculo esquelético e tecido adiposo. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5-6). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p < 0,05 vs C(+); #p < 0,01 vs C+DP(+); §p < 0,05 vs DH(+).

4.5- Efeitos do tratamento com dapagliflozina na microbiota intestinal

Os efeitos do tratamento com dapagliflozina sobre a composição da microbiota intestinal foi baseada na análise por 16S rRNA da sequência metagenômica presente nas fezes contidas no cólon dos animais estudados.

Inicialmente, comparando a proporção dos principais filos que compõe a microbiota intestinal dos animais controle e controle tratado com dapagliflozina, verificou-se que houve uma redução de 12,5 % na proporção de Bacteroidetes nos animais que receberam tratamento com o fármaco, quando comparados ao seu controle sem tratamento (médias de 34,4% e 46,9%, respectivamente). Verificou-se também, no grupo tratado, um aumento de aproximadamente 50% na proporção de Proteobacteria (média de 36%) quando comparada ao seu controle (média de 18,9%). Já os filos Firmicutes (média de 22,1%), Verrucomicrobia (média de 1,7%) e Actinobacteria (média de 1,2%), não apresentaram alteração quando comparados ao seu controle, sem tratamento (médias de 24,5%, 2,1% e 1,2%, respectivamente) (Figuras 14A e B).

Em adição, comparando-se os grupos em dieta hiperlipídica, sem tratamento, com aquele tratado com dapagliflozina, verificou-se que houve uma redução menos pronunciada (5,6%) na prevalência de Bacteroidetes (média de 27,1%) no grupo tratado, quando comparado ao seu controle (média de 32,7%). A prevalência de Proteobacteria (média de 23,5%) permaneceu praticamente inalterada quando comparada ao seu controle sem tratamento (média de 20,9%). O mesmo ocorrendo para Firmicutes (média de 34,1% para o grupo em dieta tratado com dapagliflozina contra 33,2% do grupo em dieta sem tratamento) e

Actinobacteria (média de 4,4% e 5,8% respectivamente). Em contraste, neste

mesmo grupo de tratamento, vimos um aumento na prevalência de

Verrucomicrobia (média de 9,4%) comparado ao grupo em dieta hiperlipídica sem

Figura 14: Análise metagenômica da prevalência de filos na microbiota intestinal após tratamento com dapagliflozina. (A) Grupo Controle. (B) Grupo Controle + Dapaglifozina. (C) Grupo Dieta Hiperlipídica. (D) Grupo Dieta Hiperlipídica + Dapagliflozina. Os dados estão apresentados em média de n=5.

A Figura 15 mostra que o tratamento com dapagliflozina, por 30 dias, alterou significativamente a prevalência de alguns gêneros de bactérias.

Como se pode observar, houve um aumento significativo na prevalência do gênero Akkermansia no grupo em dieta hiperlipídica, tratado com dapagliflozina, quando comparado ao seu controle em dieta, sem tratamento (Figura 15A). O mesmo ocorreu para os gêneros Faecalibacterium (Figura 15B), Bilophila (Figura 15C) e Ruminococcus (Figura 15E).

Com relação ao gênero Allobaculum (Figura 15D), ocorreu uma diminuição da sua prevalência no grupo em dieta hiperlipídica, tratado com o fármaco. Em adição, o gênero Desulfovibrio (Figura 15E) apresentou uma tendência de diminuição no grupo em dieta hiperlipídica, tratado com dapagliflozina, quando comparado ao seu controle em dieta, sem tratamento, embora essa diferença não tenha sido estatisticamente significativa.

Figura 15: Análise metagenômica da prevalência de gêneros na microbiota intestinal após tratamento com dapagliflozina. (A) Prevalência de

Akkermansia. (B) Prevalência de Faecalibacterium. (C) Prevalência de Bilophila. (D) Prevalência de Allobaculum. (E) Prevalência de Desulfovibrio. (F) Prevalência de Ruminococcus. Os dados estão

apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p < 0,05 vs C; # p < 0,05 vs C+DP; §p < 0,05 vs DH.

4.6 – Efeitos da dapagliflozina sobre as dosagens séricas

4.6.1- Lipopolissacarídeo (LPS)

Os níveis circulantes da endotoxina LPS foram avaliados nos grupos estudados, após 30 dias de tratamento com dapagliflozina.

Conforme demonstrado na Figura 16A, verificou-se que houve aumento dos níveis séricos de LPS nos grupos alimentados com dieta hiperlipídica, não apresentando qualquer alteração no grupo tratado com o fármaco.

Figura 16: Dosagem sérica de LPS- dapagliflozina. (A) LPS. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p < 0,001 vs C; # p < 0,001 vs C+DP.

4.6.2- Citocinas pró-inflamatórias IL-6 e TNFα

Os níveis circulantes das citocinas pró-inflamatórias IL-6 e TNFα foram avaliados após o tratamento com dapagliflozina, nos grupos estudados.

Observou-se que os níveis séricos de IL-6 mostraram-se significativamente reduzidos nos animais em dieta hiperlipídica, tratados com dapagliflozina, quando comparados ao seu controle, em dieta, sem tratamento, retornando aos valores observados para o Controle (C) (Figura 17A).

Para os níveis circulantes de TNFα, também se observou uma redução significativa no grupo em dieta hiperlipídica, tratado com o fármaco, quando comparado ao seu controle em dieta, sem tratamento (Figura 17B).

Figura 17: Dosagem sérica de IL-6 e TNFα- dapagliflozina. (A): Dosagem de IL-6 (B): Dosagem de TNFα. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p < 0,05 vs C; # p < 0,001

vs C+DP; §p < 0,05 vs DH. .

4.7- Efeito do tratamento com dapagliflozina sobre a expressão gênica e protéica das proteínas de junção (tight junctions)

As expressões de mRNA das proteínas de junção (Claudina, Ocludina e ZO-1) foram examinadas no tecido do cólon dos animais tratados com dapagliflozina e seus controles.

Foi observado que a expressão do mRNA de Claudina nos animais em dieta hiperlipídica tratados com dapagliflozina encontrava-se significativamente aumentada em relação ao controle, em dieta hiperlipídica, não tratado. Este grupo, por sua vez, apresentou a expressão de mRNA reduzida em relação ao seu controle em ração padrão (C) (Figura 18A).

O tratamento com dapagliflozina não alterou significativamente a expressão do mRNA de Ocludina nos grupos estudados (Figura 18B).

Verificou-se também que a expressão do mRNA de ZO-1 estava significativamente aumentada nos animais em dieta hiperlipídica, tratados com dapagliflozina em relação ao seu controle, sem tratamento (Figura 18C).

Figura 18: Expressão do mRNA das proteínas de junção em cólon de animais tratados com dapagliflozina. (A): Expressão do mRNA de Claudina (B): Expressão do mRNA de Ocludina (C): Expressão do mRNA de ZO-1. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. * p<0,01 vs C ; §p<0,05 vs DH.

Para verificar se o aumento na expressão do mRNA das proteínas Claudina e ZO-1 refletiam em um aumento na expressão destas proteínas, realizou-se uma quantificação destas através de western blotting.

Verificou-se que não houve alteração na expressão destas proteínas no cólon dos animais em dieta hiperlipídica tratados com dapagliflozina, quando comparados com seus controles, em dieta, sem tratamento. Em adição, observou- se que essas proteínas estavam reduzidas nos grupos em dieta hiperlipídica, quando comparados àqueles alimentados com ração padrão, independente do tratamento com o fármaco (Figuras 19A e B).

Figura 19: Expressão das proteínas de junção Claudina e ZO-1 em cólon de animais tratados com dapagliflozina. A: Blots representativos da expressão de Claudina (painel superior) e expressão da proteína Tubulina (painel inferior) B: Blots representativos da expressão de ZO-1 (painel superior) e expressão da proteína Viculin (painel inferior). Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5-6). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p < 0,05 vs C; # p < 0,05 vs C+DP.

4.8- Transplante de microbiota intestinal de animais em dieta hiperlipídica tratados com dapagliflozina

O peso corporal dos animais foi monitorado durante as três semanas do procedimento de transplante da microbiota. Não foram encontradas diferenças significativas entre o peso corporal dos animais que receberam a microbiota dos controles em dieta hiperlipídica sem tratamento (DH) e o dos animais que receberam a microbiota dos animais em dieta hiperlipídica, tratados com dapagliflozina (DH+DP) (Figura 20 A).

Além disso, após o transplante, avaliou-se o consumo de glicose durante o

clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico. A Figura 20B mostra que não houve

diferença no consumo de glicose entre os grupos que receberam transplante de animais controle em dieta e aqueles que receberam a microbiota intestinal dos animais em dieta tratados com o fármaco. Ou seja, os grupos não diferiram quanto à sensibilidade à insulina.

Finalmente, foi avaliada a tolerância à glicose de ambos os grupos. Verificou-se que não houve diferença significativa na tolerância à glicose (Figura 20C), o que fica evidenciado na área sob a curva semelhante entre os dois grupos estudados (Figura 20 D).

Figura 20: Parâmetros metabólicos dos animais em dieta hiperlipídica que receberam transplante de microbiota- dapagliflozina. (A): Peso Corporal. (B): Consumo de Glicose. (C): Teste de tolerância à glicose. (D): AUC (Área sob a curva). Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). Test t Student.

• ROSUVASTATINA

4.9- Peso corporal e ingestão alimentar

Seguindo o mesmo protocolo para a rosuvastatina, os animais foram tratados por um período de 30 dias e pesados semanalmente. A Figura 21 contempla os quatro grupos do estudo: controle (C), controle tratado com rosuvastatina (C+RS), dieta hiperlipídica (DH) e dieta hiperlipídica tratado com rosuvastatina (DH+RS).

Não foram observadas diferenças significativas entre o peso corporal dos animais tratados com rosuvastatina e seus respectivos controles, sem tratamento. Como esperado, houve diferença significativa no peso corporal dos grupos alimentados com diferentes dietas (ração padrão e dieta hiperlipídica) (Figura 21A).

Da mesma forma, não se observaram diferenças significativas na ingestão alimentar entre os grupos que receberam a mesma dieta (Figura 21B).

Figura 21: Caracterização do Peso Corporal e Ingestão Alimentar- rosuvastatina. (A): Peso corporal (B): Ingestão Alimentar. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=15 para peso corporal; n=5 para ingestão alimentar), ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p<0,001 vs C;

4.10 – Efeitos da rosuvastatina sobre os parâmetros metabólicos

4.10.1 – Respirometria

Após o tratamento com rosuvastatina, a taxa metabólica dos animais foi verificada durante 24 horas e está representada nas Figuras 22 e 23.

Os valores de consumo de O2 (Figura 22A), produção de CO2 (Figura 22B)

e o quociente respiratório (RER) (Figura 22C) não apresentaram diferença significativa entre os grupos tratados com rosuvastatina e seus respectivos controles, tanto no ciclo claro quanto no ciclo escuro.

Verificou-se que houve diferença significativa na produção de CO2 entre os

grupos em dieta hiperlipídica e os grupos alimentados com ração padrão, independentemente do tratamento com a rosuvastatina, nos dois períodos estudados (Figura 22B). O mesmo foi observado para o quociente respiratório (RER) (Figura 22C).

Em adição, observou-se que a calorimetria não diferiu entre os grupos tratados com rosuvastatina e os seus respectivos controles. Porém, esta foi significativamente maior nos grupos que receberam dieta hiperlipídica, quando comparados aos grupos em ração padrão, independente do tratamento com o fármaco, tanto no ciclo claro, quanto no ciclo escuro (Figura 23A).

Além disso, verificou-se que a atividade locomotora dos animais em dieta hiperlipídica foi significativamente menor que a dos animais em ração padrão, no ciclo escuro, independentemente do tratamento com a rosuvastatina (Figura 23B).

Figura 22: Respirometria- rosuvastatina. (A): Consumo de O2. (B): Produção de

CO2. (C): Quociente Respiratório (RER). Os dados estão apresentados

em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p<0,05 vs C (claro); #p<0,01 vs C+RS (claro); §p<0,05 vs C (escuro); &p<0,05 vs

Figura 23: Calorimetria e Atividade Locomotora- rosuvastatina. (A): Calorimetria (B): Atividade locomotora. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p<0,001 vs C (claro); #p<0,01 vs C+RS (claro); §p<0,05 vs C (escuro); &p<0,05 vs C+RS (escuro).

4.10.2 – Teste Intraperitoneal de tolerância à glicose (GTT)

Verificou-se que o tratamento com rosuvastatina reduziu a glicemia de jejum do grupo em dieta hiperlipídica, quando comparado ao seu controle em dieta hiperlipídica, sem tratamento (Figura 24 A). Além disso, este grupo também apresentou melhora na tolerância à glicose (Figura 24D). Este resultado foi confirmado através da área sob a curva de glicemia significativamente menor do grupo DH+RS (Figura 24E).

Por outro lado, observou-se que, decorridos 120 minutos do estímulo da glicose, os animais em ração padrão tratados com o fármaco apresentaram glicemia significativamente aumentada quando comparados ao seu controle, sem tratamento (Figura 24B). Já para o grupo em dieta hiperlipídica, tratado com rosuvastatina, a glicemia apresentou-se significativamente reduzida, comparada ao seu controle, em dieta hiperlipídica (Figura 24C).

Figura 24: Caracterização da Tolerância à Glicose no Tratamento com Rosuvastatina. (A): Glicemia de Jejum. (B): Glicemia após 120 min do Estímulo da Glicose nos Animais em Ração Padrão. (C): Glicemia após 120 min do Estímulo da Glicose nos Animais em Dieta Hiperlipídica. (D): Teste de tolerância à glicose. (E): AUC. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=15). ANOVA; pós-teste de Bonferroni ou Teste T

4.10.3 - Teste Intraperitoneal de tolerância à insulina (ITT)

Avaliou-se também o grau de sensibilidade à insulina nos grupos estudados, após o tratamento com rosuvastatina.

A Figura 25A mostra que houve aumento significativo da constante de decaimento da glicose (Kitt) no grupo em dieta hiperlipídica tratado com rosuvastatina, quando comparado ao seu controle, em dieta hiperlipídica, sem tratamento, indicando uma melhora na sensibilidade à insulina nesses animais.

Figura 25: Caracterização da Tolerância à Insulina no Tratamento com Rosuvastatina. (A): KITT. Os dados estão apresentados em média ±

4.10.4 - Clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico

Utilizando o clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico, o consumo de glicose dos animais tratados com rosuvastatina foi avaliado, após 30 dias de tratamento.

Observou-se que houve um aumento significativo da taxa de infusão de glicose do grupo em dieta hiperlipídica, tratado com o fármaco, quando comparado ao seu respectivo controle, sem tratamento (Figura 26A). Esse resultado está de acordo com a melhora na sensibilidade à insulina deste grupo, demonstrada no resultado anterior.

Figura 26: Clamp Euglicêmico-Hiperinsulinêmico- rosuvastatina. (A): Taxa de Infusão de Glicose. Os dados estão apresentados em média ± EPM

(n=5). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. * p<0,01 vs C; # p<0,05 vs C+RS; § p<0,01 vs DH.

4.11 – Efeitos da rosuvastatina na via de sinalização da insulina

A figura 27 A-C demonstra o efeito do tratamento com rosuvastatina sobre a fosforilação do receptor de insulina (IRβ).

Pode-se observar que a administração deste fármaco não altera significativamente a fosforilação em tirosina da proteína IRβ nos animais em dieta hiperlipídica, quando comparado ao seu controle, em dieta hiperlipídica, sem tratamento, tanto no fígado (Figura 27A) quanto em músculo (Figura 27B). Porém, aumenta significativamente a fosforilação desta proteína, em tecido adiposo dos animais pertencentes a este grupo (Figura 27C). Em adição, surpreendentemente, houve uma redução da fosforilação dessa proteína no fígado de animais em ração padrão tratados com a rosuvastatina (Figura 27A).

A figura 27 D-F mostra o efeito do tratamento com rosuvastatina sobre a fosforilação em serina da Akt.

Constatou-se que houve um aumento significativo na fosforilação em serina da Akt, no grupo em dieta hiperlipídica que recebeu o fármaco, em fígado e músculo (Figura 27D e E), mas não em tecido adiposo (Figura 27F). Assim como para a proteína IRβ, houve uma redução da fosforilação da Akt no fígado de animais em ração padrão que receberam tratamento com rosuvastatina (Figura 27D).

Figura 27: Via de Sinalização da Insulina em Animais Tratados com Rosuvastatina. Blots representativos da fosforilação de IRβ em tirosina (A-C), Akt em serina473 (D-F) (painéis superiores) e a expressão da

proteína total (painéis inferiores) no fígado, músculo esquelético e tecido adiposo. Os dados estão apresentados em média ± EPM (n=5-6). ANOVA; pós-teste de Bonferroni. *p < 0,05 vs C(+); # p < 0,001 vs C+RS(+); §p < 0,05 vs DH(+).

4.12- Efeitos do tratamento com rosuvastatina na microbiota intestinal

Os efeitos do tratamento com rosuvastatina sobre a composição da microbiota intestinal foi determinada através da análise por 16S rRNA da sequência metagenômica presente nas fezes contidas no cólon dos animais estudados e seu resultado está apresentado na Figura 28.

Comparando-se a proporção dos principais filos que compõe a microbiota intestinal dos animais controle, em ração padrão, e controle tratado com rosuvastatina, verificou-se que houve uma redução na proporção de

Bacteroidetes (média de 32,9%) nos animais que receberam tratamento com o

fármaco, quando comparados ao seu controle sem tratamento (média de 46,9%). Verificou-se também, no grupo tratado, um aumento na prevalência do filo

Firmicutes (média de 32,6%) em comparação ao seu controle sem tratamento

(média de 24,5%). Os filos Proteobacteria (média de 20,9%), Verrucomicrobia (média de 3,2%) e Actinobacteria (média de 0,9%) não apresentaram alteração quando comparados ao seu controle, sem tratamento (médias de 18,9%, 2,1% e 1,2%, respectivamente) (Figuras 28A e B).

Adicionalmente, comparou-se o grupo em dieta hiperlipídica, sem tratamento, com aquele tratado com a rosuvastatina. Verificou-se que o tratamento com fármaco aumenta a prevalência do filo Bacteroidetes (média de 42,5%), quando comparado ao seu controle, em dieta, sem tratamento (média de 32,7%). A prevalência de Firmicutes (média de 32,5%) permaneceu inalterada, comparando-se ao seu controle, sem tratamento (média de 33,2%). O mesmo ocorrendo para Proteobacteria (média de 16,0% para o grupo em dieta tratado com rosuvastatina contra 20,9% do grupo em dieta sem tratamento) e

Actinobacteria (média de 4,6% e 5,8% respectivamente). Em contraste, neste

mesmo grupo, houve uma redução na prevalência de Verrucomicrobia (média de 2,5%), comparado ao grupo em dieta hiperlipídica, sem tratamento (média 5,7%) (Figuras 28C e D).

Figura 28: Análise metagenômica da prevalência de filos na microbiota intestinal após tratamento com rosuvastatina. (A) Grupo Controle. (B) Grupo Controle + Rosuvastatina. (C) Grupo Dieta Hiperlipídica. (D) Grupo Dieta Hiperlipídica + Rosuvastatina. Os dados estão apresentados em média de n=5.

A figura 29 mostra as alterações ocorridas na prevalência de alguns

Documentos relacionados