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CAPÍTULO 3 – PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA EM

3.3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIÁRIA DO BPC E

Ponta Grossa acompanhando as exigências das legislações do BPC e seguindo as regras do MDS no que se refere ao Bolsa Família, passa a trabalhar com as famílias público-alvo destes programas. O BPC é organizado e concedido

pela agência do INSS local, a qual trabalha em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social - SMAS, que realiza os encaminhamentos dos beneficiários.

As 12 mil famílias que se encontram em situação de pobreza no município e são alvo das ações dos programas de transferência de renda, estão localizadas em diversas áreas do território urbano, principalmente em áreas de risco, fundos de vale, regiões próximas da linha férrea.

Levando em consideração que não seria possível trabalhar com o total de pessoas em situação de pobreza, inseridos nos programas de transferência de renda, foram selecionadas duas regiões para realizar a pesquisa, Dalabona e Jardim Paraíso.

Estas duas localidades se encontram em regiões afastadas da área central, o que dificulta o acesso aos programas e serviços públicos oferecidos. As pessoas que residem em bairros localizados mais próximos da área central, possuem facilidade de acesso a programas e serviços oferecidos, entre eles: saúde, educação e os programas de assistência social que na sua maioria são oferecidos na área central.

A partir da implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e com o direcionamento da política de Assistência Social dado pela Norma Operacional Básica (NOB) 2005, tem se a proposta de realizar um atendimento assistencial descentralizado em âmbito local, em que se prioriza o atendimento as famílias em diversas regiões do município, facilitando o acesso aos programas e projetos. A NOB, prevê um atendimento mais direcionado aos problemas de cada realidade, através da implantação dos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). No município de Ponta Grossa há dois CRAS que iniciaram o atendimento. Estão previstos mais 4 unidades até 2007.

Entende-se desta forma, a importância da implantação dos CRAS no município, pois estes poderão direcionar as ações de acordo com cada realidade, podendo oportunizar o acesso aos serviços públicos a todos. Hoje, as pessoas que residem em regiões mais afastadas do centro, acabam sendo excluídas do acesso a estes serviços que na grande maioria, atendem com o sistema de ordem de chegada, com a formação de filas, que iniciam muito cedo, dificultando o acesso à população que necessita de transporte coletivo para deslocamento.

A situação de pobreza em que se encontra a grande maioria dos usuários do BPC e Bolsa Família, decorre da falta de renda destas famílias, devido a questões como desemprego e falta de escolaridade, desencadeando problemas gerados pela precariedade na habitação, não acesso à saúde, lazer e transporte.

Yazbek (1999), apresenta que a pobreza também se constitui como uma forma de violência:

A violência da pobreza constitui parte de nossa experiência diária na sociedade brasileira contemporânea. Os impactos destrutivos do sistema vão deixando marcas exteriores sobre a população empobrecida: o aviltamento do trabalho, o desemprego, a debilidade da saúde, o desconforto, a moradia precária e insalubre, a alimentação insuficiente, a ignorância a fadiga, a resignação, são alguns sinais que anunciam os limites da condição de vida dos excluídos e subalternizados da sociedade. Sinais em que muitas vezes se ocultam a resistência e a capacidade dessa população de lutar cotidianamente para sobreviver. Sinais que muitas vezes expressam também o quanto a sociedade pode tolerar a pobreza sem uma intervenção direta para minimizá-la ou erradicá-la (p. 61).

O Jardim Paraíso, de acordo com a pesquisa, baseada nas variáveis do censo demográfico de 2000, foi considerado uma das regiões com maiores índices de pobreza, apresentando índices altos de analfabetismo, falta de infra-estrutura básica e maior número de famílias com baixa renda.

O Dalabona um das maiores favelas do município, teve sua formação, como resultado de uma das maiores ocupações realizadas no município de Ponta Grossa. Região que havia sido organizada para transformar-se em um loteamento de

famílias com baixa renda, onde as casas de acordo com o projeto seriam construídas de forma padrão, acabou sendo ocupado e a grande maioria dos moradores construíram suas residências de acordo com sua renda.

Uma região que apresenta um dos maiores índices de pobreza no município, localizado no bairro Chapada, de um lado acompanha a linha férrea e de outro um arroio. As casas são construídas em sua maioria de madeira ou material reciclável, existe uma grande quantidade de casas sem banheiro ou sanitário, onde foram construídas as “casinhas”. Na pesquisa, a grande maioria das residências das famílias, beneficiadas pelo BPC e Bolsa Família (75%) possuem banheiro.

A realidade em que vivem estas famílias é permeada por questões que dificultam sua inserção na sociedade em todas as esferas, como coloca Yazbek (1999):

Ao lado dos impactos visíveis dessas precárias condições de moradia e saneamento, observa-se ainda que muito se tem a desejar sobre a distribuição espacial de equipamentos e serviços necessários à saúde, educação, transporte e outros aspectos básicos para a qualidade de vida dessa população (p. 119).

Ao procurar as famílias inseridas nos dois programas de transferência de renda do município, BPC e Bolsa Família no Jardim Paraíso, percebeu-se que não se tratavam das mesmas residências que foram localizadas nos cartogramas, através do cruzamento dos dados do censo demográfico. As famílias em maior situação de pobreza do Jardim Paraíso residem em regiões que contornam a linha férrea, região chamada de Paraíso II, os endereços encontrados nos cadastros dos programas, não estavam localizados próximos à linha férrea e pouquíssimas das famílias pesquisadas residem na região chamada de Paraíso II.

O cadastro referente ao Bolsa Família – Jardim Paraíso, permitiu a busca de 47 endereços, destes 42 estavam localizados no Paraíso I e apenas 5 estavam localizados no Paraíso II, dos quais 3 não recebiam o benefício.

O cadastro repassado pela FAPI totalizou 8 endereços de beneficiários do BPC no Jardim Paraíso, destes 5 residem no Paraíso I e 3 no Paraíso II, sendo que 1 dos endereços do Paraíso II não foi encontrada a residência.

No Dalabona, mesmo que o número de pessoas entrevistadas em situação de extrema pobreza tenha sido maior, comparando com o Jardim Paraíso, foi possível perceber que nem todas as famílias inseridas no programa estavam dentro dos critérios.

Considerando que as características dos programas de transferência de renda BPC e Bolsa Família, são as de atender famílias em situação de indigência, pois são direcionados às famílias com renda familiar per capita baixa e ampliar a renda destas famílias, proporcionando acesso ao mercado, a bens necessários, principalmente no que se refere à alimentação. Compreende-se que se trata de programas que tem o propósito de selecionar as famílias mais pobres de determinado espaço geográfico. No entanto, os dados da pesquisa com as famílias, demonstram que os programas não estão conseguindo focalizar o acesso aos mais pobres, principalmente porque a estratégia utilizada para realizar a seleção não é a mais adequada.

O Bolsa Família realiza o cadastro sem conhecer a real necessidade das famílias, existe muita dificuldade de saber através de documentos apresentados qual é renda das famílias, o endereço de residência e até mesmo o número de membros da família, que residem juntos, na medida em que os cadastros são preenchidos em departamentos públicos, por pessoas que não conhecem a realidade destas famílias. A inserção no mercado de trabalho formal também é um complicador para identificar a renda das famílias, permitindo que muitas possam adequar suas rendas às exigências do programa.

Além disso, algumas exigências do cadastro único não condizem com a realidade das famílias em situação de indigência e miséria, as quais muitas vezes, não possuem documentos pessoais para realizar o cadastro, não dispõe de comprovante de endereço

e várias famílias dividem a mesma residência o que não permite a realização de mais de um cadastro. Algumas famílias, procurando inserir-se no cadastro repassam endereços que não existem.

Foi possível perceber através da pesquisa que existem famílias inseridas no programa que não atendem aos critérios estabelecidos pelo programa, pois possuem renda familiar superior a 120,00 reais per capita. Este é um problema dos programas de caráter focalizado, na medida em que se torna difícil encontrar quem são os mais pobres e onde estão localizados.

O BPC atende as demandas do município de acordo com a procura destes beneficiários pelo direito, ou através do encaminhamento de profissionais que percebem a necessidades da família, desta forma, não há a garantia de que todos os beneficiários que atendem os critérios do programa estejam sendo atendidos. Assim como, as características do programa dificilmente vão permitir o recebimento indevido do programa, visto que existe comprovação de documentos exigidos para concessão do benefício, são realizadas visitas domiciliares aos beneficiários e existe o processo de revisão que verifica a cada dois anos se o beneficiário continua atendendo aos critérios. No entanto, não existe revisão dos benefícios antigos, concedidos nos primeiros anos após a implementação do programa, o que dificulta o acompanhamento das famílias beneficiadas.

BPC no Jardim Paraíso e Dalabona

Ao procurar as famílias que estão inseridas no BPC e que moram no Jardim Paraíso (totalizando 6 famílias) e Dalabona (totalizando 4 famílias), pôde-se perceber que são famílias que estão em situação de pobreza, mas que devido ao recebimento de um salário mínimo mensal estão tendo acesso aos bens básicos, como alimentação e infra- estrutura básica.

O valor mensal, recebido pelas famílias do BPC, proporciona uma forma de planejamento dos gastos, pois as famílias têm a garantia do recebimento do benefício na data prevista. A maioria das famílias, de acordo com a pesquisa, afirmaram gastar o dinheiro em alimentação, remédio ou no pagamento de conta de água ou luz, ou seja, a renda é direcionada ao atendimento das necessidades mais essenciais. Neste sentido, os PGRM’s não podem ser vistos como a solução para todas as problemáticas que envolvem a pobreza, mas podem ser vistos como uma forma de inserção e acesso a bens e serviços, através da redistribuição de renda.

Domicílios

Uma das necessidades mais essenciais das famílias é ter acesso à casa própria, a grande maioria das famílias residem em domicílios próprios, apenas duas famílias, somando os dois bairros, moram em casas cedidas.

Bairro

Domicílio Jardim Paraíso Dalabona

% Número de residências % Número de residências Próprio 83 5 75 3 Cedido 17 1 25 1 TOTAL 100 6 100 4

QUADRO 4 - Situação de domicílio dos beneficiários do BPC no Jardim Paraíso e Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

No entanto, todas as residências (10), pesquisadas nos dois bairros, caracterizam-se por construções inacabadas ou casas em madeiras que necessitam de reformas, como pode ser visualizado no quadro abaixo.

Bairro Tipo

domicílio Jardim Paraíso Dalabona

% Número de residências % Número de residências Alvenaria 33 2 25 1 Madeira 67 4 75 2 Outro 0 0 25 1 TOTAL 100 6 100 4

QUADRO 5 - Tipo de domicílio dos beneficiários do BPC no Jardim Paraíso e Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

O quadro revela que nos dois bairros o número de casas em madeira prevalece. As residências próprias, das famílias inseridas no BPC, são construídas de forma bastante precária onde a maioria é de madeira (67% no Jardim Paraíso e 75% no Dalabona) e existe dificuldade por parte das famílias em realizar reformas e manter as casas em condições desejáveis.

Uma das questões abordadas na pesquisa, refere-se ao número de cômodos por residência, compreendendo que a característica das famílias em situação de pobreza é não possuir infra-estrutura adequada para acomodar todos os membros da família. Um dos problemas mais freqüentes é o número de dormitórios insuficiente, onde várias pessoas passam a dividir o mesmo quarto, acarretando em problemas sociais, como por exemplo, violência sexual e gravidez na adolescência.

Nos beneficiários do BPC residentes no Jardim Paraíso, encontrou-se uma variação de 3 a 7 cômodos por casa, o que não é caracterizado como um problema, pois o número de cômodos e número de dormitórios corresponde com o número de integrantes por família. O único caso de 3 pessoas dividindo o mesmo dormitório é a família 03, como podemos identificar no quadro abaixo.

BAIRRO Jardim Paraíso Dormitório A Dormitório B Dormitório C Dormitório D TOTAL Família 01 2 1 0 0 3 Família 02 2 2 2 2 8 Família 03 3 1 2 0 6 Família 04 2 1 1 0 4 Família 05 1 1 0 0 2 Família 06 2 1 0 0 3

QUADRO 6 - Número de pessoas por dormitório nas residências do BPC no Jardim Paraíso – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

As residências dos usuários do BPC no Dalabona, variam de 2 a 6 cômodos. De quatro residências temos uma composta por apenas dois dormitórios, onde em cada um deles dormem três pessoas, o que para a realidade em questão, pode ser considerado uma porcentagem pequena.

BAIRRO Dalabona Dormitório A Dormitório B Dormitório C Dormitório D Dormitório E TOTAL Família 01 3 3 0 0 0 6 Família 02 2 2 1 1 1 7 Família 03 2 1 0 0 0 3 Família 04 1 1 1 0 0 3

QUADRO 7 - Número de pessoas por dormitório nas residências do BPC no Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

No capítulo 2 do presente trabalho, constatatou-se índices positivos no que se refere aos avanços da saúde no município, melhora nos índices de mortalidade infantil, expectativa de vida e maior acesso a serviços básicos, onde temos 85,9% de cobertura de escoamento sanitário. No entanto, um dos problemas visualizado nos dois bairros analisados refere-se ao escoamento, onde não existe sistema de esgoto via rede pública. A maioria das famílias do BPC, nos dois bairros, construiu fossas rudimentares.

Bairro

Escoamento Jardim Paraíso Dalabona

% Número de residências % Número de residências Fossa 83 5 50 2 Céu aberto 17 1 50 2 TOTAL 100 6 100 4

QUADRO 8 - Escoamento sanitário dos domicílios dos beneficiários do BPC no Jardim Paraíso e Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

No que se refere à estrutura básica nas regiões pesquisadas, foram realizadas questões sobre a coleta de lixo, e energia elétrica e todas as famílias inseridas no BPC, afirmaram ter acesso a estes serviços.

Outra questão direcionada as famílias, foi com o intuito de saber se estas possuem acesso a bens essenciais que proporcionam atendimento às necessidades mais básicas. BAIRRO Jardim Paraíso Fogão a gás Fogão a lenha Geladeira Máquina de

lavar Televisão Total

Família 01 1 0 1 1 1 4 Família 02 1 0 1 1 0 3 Família 03 1 1 0 0 1 3 Família 04 1 0 0 1 2 4 Família 05 1 0 0 0 1 2 Família 06 1 1 1 1 1 5

QUADRO 9 - Eletrodomésticos das famílias do BPC no Jardim Paraíso – Ponta Grossa 2006

BAIRRO Dalabona Fogão a gás Fogão a lenha Geladeira Máquina de

lavar Televisão Total

Família 01 1 0 1 0 1 3

Família 02 1 1 1 0 1 4

Família 03 1 0 0 0 1 2

Família 04 1 0 1 0 1 3

QUADRO 10 - Eletrodomésticos das famílias do BPC no Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

Como podemos visualizar nos quadros acima, a maioria das famílias possui acesso aos bens duráveis de consumo mais essenciais. Algumas famílias ainda não têm acesso à geladeira, o que minimiza a qualidade de vida destas.

Composição e característica das famílias

Algumas questões se referem à necessidade de conhecer como estas famílias estão organizadas, quantas pessoas compõem as famílias, qual a idade de cada uma e o grau de instrução.

Das famílias do BPC no Jardim Paraíso, temos que o número de membros por família varia de 2 a 8, sendo que apenas uma família é composta por 8 pessoas. No Dalabona há duas famílias com 3 pessoas, uma família com 6 pessoas e uma com 7.

BAIRRO

Idade Jardim Paraíso Dalabona

Família 01 Família 02 Família 03 Família 04 Família 05 Família 06 Família 01 Família 02 Família 03 Família 04 00-12 0 1 1 1 0 0 2 2 0 1 13-17 0 2 1 0 0 0 2 2 0 0 18-23 1 2 2 0 0 0 0 0 0 0 24-36 0 0 0 2 1 0 1 2 1 0 37-48 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 49-60 0 1 2 1 1 0 1 1 1 0 61-72 2 1 0 0 0 0 0 0 0 2 73-84 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 TOTAL 3 8 6 4 2 3 6 7 3 3

QUADRO 11 - Idade de membros nas famílias do BPC no Jardim Paraíso e Dalabona – Ponta Grossa 2006

Das famílias do BPC no Jardim Paraíso, tem-se que a idade dos membros varia entre 0 e 84 anos e destes 58% são do sexo masculino e 42% do sexo feminino. No Dalabona a idade dos componentes da família está entre 0 e 72 anos, a maioria 68% é do sexo feminino e 32% do sexo masculino. Os dados referentes à escolaridade dos membros da família foram divididos por faixa etária.

APAE55 NENHUMA CRECHE PRÉ -

ESCOLA EF - INC EF - COMP EM - INC EM – COMP 07-12 01 02 13-18 02 02 19-24 03 02 25-48 02 02 49-84 05 05 TOTAL 01 07 - - 14 - 04 -

QUADRO 12 - Escolaridade dos membros das famílias do BPC no Jardim Paraíso – Ponta Grossa – 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

Pôde-se perceber índice alto de pessoas não alfabetizada com mais de 25 anos, de 6 famílias pesquisadas, 07 pessoas não freqüentaram a escola e 14 não completaram o ensino fundamental, destas somente 2 são crianças.

No Dalabona há 06 pessoas, acima de 25 anos de idade, com ensino fundamental incompleto e 03 pessoas, com idade acima de 19 anos, não alfabetizadas.

APAE NENHUMA CRECHE PRÉ -

ESCOLA EF - INC EF - COMP EM - INC EM - COMP 00-06 01 01 07-12 01 02 13-18 01 02 19-24 01 01 25-48 03 01 49-72 02 03 TOTAL 01 04 - - 10 - 02 02

QUADRO 13 - Escolaridade dos membros das famílias do BPC no Dalabona – Ponta Grossa – 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

55

Mercado de trabalho

O trabalho compreendido através das falas dos sujeitos da pesquisa, como uma forma de melhorar suas condições de vida, aparece como uma questão marcada pela instabilidade e dificuldade de acesso principalmente pelos idosos e por pessoas com alguma deficiência. Os idosos que não têm acesso à aposentadoria e encontram muitas dificuldades em conseguir renda, quando procuram emprego não conseguem sucesso, as pessoas com deficiência, mesmo estando aptas para o trabalho, são excluídas do mercado de trabalho.

Estas questões fazem parte da realidade das famílias que se encontram em situação de pobreza. Yazbek (1999) coloca que estes trabalhadores sofrem por questões como: “precárias alternativas de trabalho, baixo nível de rendimento e alta rotatividade nos empregos”.

No que se refere à situação do mercado de trabalho, das famílias que residem no Jardim Paraíso, foram identificadas duas famílias em que não há nenhum trabalhador e a renda deriva de pensões e aposentadoria. Dos membros de quatro famílias que se encontram trabalhando, 50% estão no mercado formal e 50% no mercado informal, destes 2 se encontram entre a faixa etária de 18 a 23 anos e 2 de 24 a 36 anos.

Das famílias do Dalabona, 1 família sobrevive somente da renda do BPC, nas outras 3 famílias existem pessoas trabalhando, sendo 2 trabalhadores em uma família e 1 trabalhador em outras duas. Destes trabalhadores somente uma é do sexo feminino; 3 estão no setor informal e 1 no setor formal.

Bairro

Trabalhadores Jardim Paraíso Dalabona % Número de famílias % Número de famílias Nenhum 33 2 25 1 01 pessoa 67 4 50 2 02 pessoas 0 0 25 1 TOTAL 100 6 100 4

QUADRO 14 - Total de pessoas que trabalham – BPC - Jardim Paraíso e Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005 Renda Familiar

A renda é um dos indicadores da pobreza, da dificuldade de acesso a bens e da melhora na qualidade de vida. Estas famílias por serem beneficiárias do BPC, que repassa o valor de um salário mínimo para um dos membros da família, sendo idoso ou deficiente, grande parte possui uma renda familiar de um ou mais salários mínimos (SM).

Renda Jardim Paraíso Dalabona

% Número de famílias % Número de famílias ½ a 01 SM 17 1 0 0 01 a 02 SM 33 2 75 3 Mais de 02 SM 50 3 25 1 TOTAL 100 6 100 4

QUADRO 15 - Renda das famílias beneficiárias do BPC - Jardim Paraíso e Dalabona – Ponta Grossa 2006

Fonte: pesquisa com as famílias do BPC - 2005

Violência

O Jardim Paraíso é uma das localidades do município de Ponta Grossa, consideradas mais violentas. O Dalabona também apresenta muitos casos de

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