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3.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

3.2.2 Caracterização de Bromeliaceae

As bromélias categorizadas como plântulas são epífitas jovens, de tamanho reduzido, com características morfológicas diferentes das adultas e que não podem ser identificadas em nível genérico (BONNET, 2001). As adultas são bromélias que já alcançaram o estágio reprodutivo ou não, mas morfologicamente diferentes das plântulas, que podem ser identificadas e devidamente doravante denominadas de bromélias adultas. Para registro, não foram anotadas plântulas que se desenvolviam sobre a própria inflorescência, como também aquelas estabelecidas próximas às plantas adultas, pois estas poderiam ser originadas por brotamento.

degradação agradação rio 1 1 2 2 3 3

3.2.2.2 Distribuição horizontal

A amostragem qualitativa/quantitativa avaliou a presença/ausência das espécies de bromélias e a presença/ausência de plântulas em cada árvore incluída no levantamento fitossociológico. Estes dados foram utilizados para calcular as proporções de árvores colonizadas por bromélias adultas e árvores colonizadas por plântulas em cada faixa de parcelas estudada. Esta análise não foi excludente, ou seja, uma mesma árvore com bromélias adultas e plântulas foi incluída no total de árvores com adultas e de árvores com plântulas. Como nenhuma plântula foi considerada semelhante a T. usneoides e a literatura afirma que sua dispersão seja realizada predominantemente por aves e pelo vento (SMITH e DOWNS, 1974), avalia-se que essa bromélia não colabora de modo importante para a formação de plântulas e por isso foi analisada separadamente nas comparação entre árvores com adultas e árvores com plântulas.

Os mesmos dados levantados nas parcelas foram empregados na elaboração da curva espécie-área (MUELLER-DOMBOIS E ELLENBERG, 1974) e no cálculo do Valor de Importância Epifítico (VIE) (WAECHTER, 1992) de cada espécie de bromélia em cada faixa de parcelas e na superfície como um todo. Também foram calculados o índice de Shannon (H’), ou diversidade alfa, e o índice de Pielou (E) (MAGURRAN, 1988) para cada uma das superfícies estudadas.

O levantamento florístico das bromélias foi complementado, ao longo de toda a etapa em campo, com observações nas áreas adjacentes às parcelas, independente das feições geomorfológicas, mas respeitando os limites da curva e da planície fluvial.

Com o número total de espécies de bromélias registradas no levantamento florístico foi calculado o índice de diversidade beta, ou diversidade intercomunitária (WILSON e SHMIDA, 1984), que estima o grau de substituição específica ao longo de um gradiente; como também o índice de Jaccard (MAGURRAN, 1988), que analisa a substituição das espécies ao longo do gradiente avaliando a similaridade florística entre pares de áreas.

Outra amostragem quantitativa foi realizada pela contagem das bromélias na forma de indivíduos, de agrupamentos ou da avaliação do grau de cobertura, dependendo da espécie em questão.

A quantificação das bromélias foi feita em um forófito por parcela, totalizando três forófitos por faixa de parcelas e nove forófitos por área de estudo. Estes forófitos foram escolhidos em campo, através de análise visual, baseando-se na destacada abundância e diversidade de espécies de bromélias existentes. A seleção destes forófitos teve o objetivo de maximizar a amostragem das bromélias, ao mesmo tempo em que foram consideradas as variações ambientais.

Tillandsia recurvata e T. mallemontii são espécies que crescem em

agrupamentos muito densos e pequenos sobre os galhos, dificultando a individualização sem destruição do material. Deste modo, foram quantificados na forma de agrupamentos que, em média, apresentaram 10-12 plantas com caule geralmente bifurcado.

T. usneoides, por sua vez, com sua forma atípica entre as bromélias, foi registrada quanto ao seu grau de cobertura. Através da escala de 0 a 4, proposta por FOURNIER (1974). As outras espécies de bromélias e as plântulas foram contadas como indivíduos.

3.2.2.3 Estratificação vertical

A estratificação vertical das espécies de bromélias e das plântulas foi realizada nos mesmos forófitos selecionados para a análise quantitativa. Para isso, dividiu-se cada forófito em intervalos de altura de dois metros, a partir do solo, metodologia adaptada de WAECHTER (1992), já empregada por BONNET (2001), KERSTEN e SILVA (2001), ROGALSKI (2002) e HOELTGEBAUM (2003).

Em cada intervalo foram registradas a ocorrência e a abundância através da contagem do número de indivíduos/agrupamentos de bromélias e plântulas, ou avaliação da porcentagem de cobertura de T. usneoides. A abundância das bromélias por intervalo de altura foi utilizada para calcular a densidade das espécies por intervalo de altura e por forófito.

Os intervalos de altura foram definidos com auxílio de uma régua dendrométrica e inferidos quando necessário. Nos casos em que os agrupamentos de bromélias ocorreram sobre o limite dos intervalos, a espécie foi registrada e quantificada para os dois intervalos. Bromélias presentes em hemiepífitos presos aos forófitos analisados não foram consideradas.

Cada bromélia incluída no levantamento quantitativo foi caracterizada como de ocorrência isolada ou em associações de duas ou mais plantas, com o objetivo de inferir sobre a principal estratégia reprodutiva da espécie. Esta caracterização foi possível apenas para as espécies adultas que podiam ser individualizadas, excluindo-se então T. usneoides, T. recurvata, T. mallemontii e plântulas.

Para analisar a distribuição horizontal das bromélias dentro dos limites dos forófitos, foram estabelecidas como regiões de referência as posições fuste, porção central da copa ou porção periférica da copa. Cada bromélia ou associação de bromélias incluídas no levantamento quantitativo foi localizada em uma das três posições estabelecidas.

A visualização e identificação da grande maioria das bromélias foi realizada com binóculo (7 x 35) para as observações feitas a partir do solo, do próprio forófito ou de árvores vizinhas. Para o acesso às partes mais altas dos forófitos, quando necessário, foi empregada técnica de rapel, que permitiu a observação com segurança e sem prejuízo às epífitos ou ao forófito. Algumas espécies arbóreas, como Erythrina crista-galli e Araucaria angustifolia não foram escaladas por questões de segurança.

As bromélias ainda foram caracterizadas quanto ao tipo de diásporo, que pode ser carnoso ou plumoso, dependendo diretamente da subfamília à que pertence (SMITH, 1974; 1977; 1979; REITZ, 1983). Essa caracterização teve o objetivo de auxiliar em inferências sobre a participação de espécies zoocóricas e, conseqüentemente, da fauna em cada área estudada.

Bromélias tanque são relacionadas a estádios sucessionais mais avançados da Floresta Ombrófila Densa (BONNET, 2001), o que pode ou não ser verdadeiro para planícies fluviais nas unidades Floresta Ombrófila Mista e Estacional Semidecidual. Deste modo, foi considerada a estratégia de obtenção de nutrientes e umidade, com base na literatura (SMITH, 1974; 1977; 1979; REITZ, 1983) e observações de campo, agrupando as espécies em bromélias formadoras de tanques, ou apenas bromélias tanque, e bromélias atmosféricas.

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