• Nenhum resultado encontrado

2.1 Educação Pré-Escolar

2.1.1 Caracterização do contexto educativo

A Prática de Ensino Supervisionada foi desenvolvida numa instituição da cidade de Bragança pertencente a uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) fundada em 1992. Esta instituição, funcionava com as valências de: Lar de Infância e Juventude (LIJ), Centro de Acolhimento Temporário (CAT), Refeitório Social e jardim de infância. O LIJ era uma resposta destinada ao acolhimento em regime de internato, de 15 crianças e jovens em situação de perigo, cuja medida de promoção e proteção assim o determinasse, estes jovens eram oriundos maioritariamente do distrito de Bragança. O CAT destinava-se a acolher no máximo 10 crianças por um período de tempo limitado, em situação de carência, nomeadamente crianças oriundas de famílias multi-problemáticas. Esta resposta social, fornecia aos menores, cuidados pessoais, acompanhamento psicológico, refeições, tratamento de roupa, acompanhamento hospitalar. Tal como as crianças do LIJ, as crianças do CAT participavam em todas as festividades/atividades que envolviam a instituição. O Refeitório Social fornecia refeições (almoço e jantar), a 15 indivíduos carenciados economicamente, mais especificamente desempregados, mendigos, pessoas excluídas socialmente e reformados cuja pensão era insuficiente para a aquisição de bens essenciais à sua sobrevivência.

Esta instituição tinha ao dispor da comunidade um jardim de infância, dimensionado para abranger um total de 25 crianças, com idades de 3 a 6 anos. Neste espaço eram desenvolvidas as mais diversas tarefas que visavam promover o desenvolvimento pessoal e social, com base em experiências de vida democrática, numa perspetiva de educação para a cidadania. Nele, também era fomentada a inserção em grupos sociais diversos, no respeito

pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade. A autonomia e o sentido de responsabilidade também eram estimulados. Nesta instituição, também se dava especial atenção a questões relacionadas com o projeto “Exploração da arte”, este tema foi pensado e decidido pela educadora cooperante, depois de ter observado o grupo, as suas características, a sua faixa etária e o seu desenvolvimento global. Este jardim de infância contava também com valência de creche, assim, no tempo em que realizamos a PES as crianças que usufruíam desta valência eram apenas 2 crianças institucionalizadas cuja faixa etária ainda não permitia que usufruíssem do jardim de infância.

Para que todas as valências com que este jardim de infância contava decorressem com toda a eficácia, existiam determinados profissionais que zelavam para que tudo corresse da melhor forma, assim este jardim de infância contava com uma diretora técnica/psicóloga, uma diretora pedagógica/educadora de infância, uma educadora de infância para a creche uma encarregada de serviços gerais, uma auxiliar da ação educativa, uma cozinheira e uma ajudante de cozinha.

No que diz respeito às instalações, trata-se de um edifício com três pisos. A cave era constituída por uma garagem com duas viaturas, uma lavandaria e uma despensa para materiais de limpeza, era também na cave que se encontrava a casa das máquinas do aquecimento central. No rés-do-chão, dispunham de um W.C, um refeitório, um átrio com duas entradas, uma delas com proteção de ventos e rampa de acesso. Ainda no rés-do-chão existia o salão polivalente, o gabinete da direção, a secretaria, a sala de arrumações, o gabinete da Assistência Social, os armários de arrumos para as crianças do jardim de infância e para os funcionários. Estes armários encontravam-se devidamente identificados com a respetiva fotografia e nome de cada criança. No primeiro andar, localizavam-se nove quartos com casa de banho privativa que eram ocupados pelas crianças internas, a sala de atividades do jardim de infância, a sala de televisão, uma despensa e a sala da creche.

No rés-do-chão e no primeiro andar, existia continuamente uma exposição de trabalhos das crianças. No rés-do-chão os trabalhos que se diziam realizados pelas crianças mostravam-se demasiado perfeitos para serem todos realizados por elas, em contrapartida à medida que nos aproximávamos da sala da EPE, deparávamo-nos com um “mundo” acolhedor e mágico, no qual eram evidenciados trabalhos realizados pelas crianças. O edifício no seu interior, estava devidamente equipado no que se refere ao nível das instalações elétricas, tinha extintores de incêndio, aquecimento central em todo o espaço interior, todas as divisões tinham ventilação e luz natural com proteção solar.

27

Quanto ao espaço exterior este era constituído por um parque infantil, delimitado por um gradeamento, de forma a possibilitar que as crianças usufruíssem daquele espaço com uma maior segurança. O pavimento deste espaço era antichoque permitindo assim que se as crianças caíssem não se magoassem tão facilmente. No parque infantil as crianças tinham ao seu dispor a casa do escorrega, dois baloiços, dois cavalos de molas e o baloiço de roda. É de salientar, que as crianças só usufruíam deste espaço quando as condições climatéricas permitissem, quando isso não ocorria as crianças tinham acesso ao salão polivalente. Neste salão, as crianças tinham espaço para se movimentarem livremente, e tinham acesso a diversificados materiais pedagógicos cuja a utilização era livre. No decorrer da prática pedagógica, neste local, passaram a ser promovidos vários jogos do interesse das crianças. Nesses jogos não havia número limitado de crianças, assim sendo, elas tinham oportunidade de contactar todas umas com as outras. No desenvolvimento desses jogos, as crianças iam aprendendo a respeitar as regras e a saber perder ou esperar pela sua vez para jogar, além disso elas iam criando a noção da sua individualidade (Eu) e a noção da coletividade (Outros), verificando que ela tinha direitos e deveres tal como todas as outras crianças envolvidas na atividade a ser realizada no momento.