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2.1 Educação Pré-Escolar

2.1.2 O grupo de crianças

O grupo com o qual desenvolvemos a prática educativa, inicialmente era constituído por 17 crianças, mas no decorrer da PES, outra criança juntou-se ao grupo. Esta criança, veio de outro jardim de infância dos arredores de Bragança, visto que iria usufruir do regime de LIJ, pois tinha sido retirada ao agregado familiar. Foi incluída no grupo como se dele fizesse parte desde o início do ano letivo, quer seja pelas restantes crianças do grupo ou mesmo pelos adultos que faziam parte da comunidade educativa nomeadamente as educadoras de infância e auxiliares da ação educativa.

No que diz respeito à faixa etária, o grupo era heterogéneo, visto que abarcava crianças dos 3 aos 5 anos de idade. Em relação ao género, este grupo também se mostrava heterogéneo, tal como podemos verificar no quadro 1.

Quadro 1- Características idade/género do grupo de crianças

A partir do quadro 1, constatamos que o grupo era constituído por 3 crianças de 3 anos de idade, 1 do género feminino e 2 do género masculino, 8 crianças com 4 anos de idade,

Idade 3anos 4anos 5anos

Nº de crianças 3 8 7 Género 1 feminino 2 masculino 2 feminino 6 masculino 3 feminino 4 masculino

2 do género feminino e 6 de género masculino e com 5 anos de idade o grupo tinha 7 crianças, sendo 3 do género feminino e 4 do género masculino.

Neste grupo, para além das crianças que viviam com as suas famílias, também dele faziam parte as crianças que se encontravam em regime de LIJ, assim, deste grupo 8 crianças usufruíam deste regime as restantes 10 não se encontravam institucionalizadas. É de mencionar que apesar de serem crianças com situações de vida diferentes todas elas usufruíam das mesmas oportunidades, tratando-se assim de um grupo inclusivo. Todas as crianças tinham diferentes estádios de desenvolvimento, necessidades e interesses diversificados, no entanto, todas elas conseguiam adaptar-se à rotina diária e organizar-se em diferentes modos de trabalho, mostrando-se recetivas às atividades envolvendo-se nas ações propostas. De ressalvar que no início da PES, o reforço de regras na sala de atividades era constante, uma vez que as crianças mostravam-se bastante agitadas, expressando-se de forma impaciente em relação às ideias e opiniões das outras crianças, para além disso, revelavam dificuldade na partilha de materiais educativos. No decorrer da PES, as crianças foram melhorando a sua impaciência na exposição de ideias e opiniões e começaram a respeitar mais a vez dos colegas falarem. Em relação à partilha de materiais educativos as crianças foram-se mostrando mais recetivas na partilha, sendo assim essa dificuldade diminuída.

Através da observação também constatamos que o grupo evidenciava dificuldades no que respeita ao desenvolvimento psicossocial, ao desenvolvimento psicomotor e ao nível da linguagem. Ao nível do desenvolvimento psicossocial, tal como já referenciado anteriormente este grupo de crianças demonstrava dificuldades na partilha de materiais educativos, levando a que socialização não fosse um ato fácil de concretizar com sucesso, no entanto, ao longo da nossa intervenção fomos observando que ao nível da socialização o grupo foi alterando as suas atitudes levando a que este ato fosse mais natural e menos forçado. É de referir que o projeto educativo de sala também foi selecionado tendo em conta determinadas dificuldades que as crianças demonstravam ao nível da expressão artística e coordenação motora. Assim, através das atividades criativas pretendia-se dar oportunidade às crianças de contactarem com diversificadas artes, podendo assim, explorá-las e utilizá-las transversalmente em todas as áreas de conteúdo.

Outro aspeto característico deste grupo é que ele funcionava muito por faixas etárias, visto que era um grupo heterogéneo e as crianças mais novas tinham a tendência de não socializar muito com as mais velhas. Este grupo também era composto por crianças com diversificados interesses, vivências e mesmo culturas diferentes e a socialização entre elasia ao encontro destes fatores. No entanto, ao longo da PES, o grupo de crianças passou a ser

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visto como um todo e no decorrer das experiências de ensino/aprendizagem a tendência para a interação restrita entre as crianças com faixas etárias diferentes foi diminuída.

Ao nível do desenvolvimento psicomotor, 5 crianças mostravam dificuldades na coordenação, e ao nível da motricidade fina mostrando-se como uma limitação para a realização de determinadas propostas de atividades, no entanto estas crianças demonstravam um esforço constante com o objetivo de combaterem essas limitações. Neste grupo, 5 das 18 crianças que o constituíam também manifestavam dificuldades ao nível da linguagem, visto que a articulação entre o pensamento e a expressão verbal poucas vezes era concretizada com sucesso. Devido às dificuldades manifestadas ao nível da linguagem, as crianças que tivesse sido diagnosticado problemas específicos ao nível da linguagem, eram acompanhadas por uma terapeuta da fala duas vezes por semana, duas horas por dia.

Em relação às proveniências familiares, ao nível das habilitações académicas os encarregados de educação deste grupo de crianças provinham de meios familiares pouco ou nada escolarizados, uma vez que 5 elementos desse meio eram analfabetos e apenas 2 estavam habilitados ao nível do 1.º Ciclo do Ensino Básico. No que diz respeito aos restantes encarregados de educação, não tivemos informação, visto que nem algumas das crianças, nem mesmo a educadora de infância titular sabiam informações concretas em relação aos mesmos.