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A Cabreira do Côa é uma pequena aldeia do interior, uma das muitas que se encontra sujeita à desertificação. Actualmente conta com cerca de 50 habitantes. Graças à A.S.T.A. esta aldeia tem vindo a ganhar, aos poucos um dinamismo, contrariando o sentido de degradação que é característico de povoações cuja população é maioritariamente idosa.

Localiza-se no vale de um curso de água denominado, Ribeira das Cabras. Rodeado de afloramentos rochosos graníticos, o fundo do vale, de ambos os lados da ribeira, tem terrenos muito férteis, outrora cultivados.

63 D.N. n.º 12/98, D.N. n.º 62/99, RTES.

Fig. 72 – Cabreira do Côa vista de poente. Fig. 73 – Edifícios da aldeia.

66 A aldeia encontra-se no inicio dos afloramentos graníticos, tendo a poente os terrenos férteis até à ribeira, que apesar de ser pequena não seca no verão, nem nos mais regidos. É composta maioritariamente por edifícios em alvenaria de granito à vista, telhados em telha de canudo assente sob estrutura de madeira, dos quais apresentam, diversos exemplos da arquitectura tradicional da região. Existe uma igreja à entrada da aldeia que é o elemento de maior importância no conjunto e para a população local. Apesar da forte presença de edifícios rústicos a aldeia encontra-se um pouco descaracterizada por uma série de edifícios, que servem de exemplo do modo como não se deve construir neste tipo de locais. Estes

Fig. 74 – Vista aérea da Cabreira do Côa

Á esquerda encontra-se assinalado o terreno para o presente projecto, ao centro os edifícios da aldeia recuperados pela A.S.T.A. e à direita os dois edifícios principais com a piscina e campo polidesportivo.

Fig. 75 – Ruína

67 edifícios são de grandes dimensões, em alvenaria tapada por argamassas, com os mais diversos tipos de acabamentos e não se integram nem valorizam o meio construído local. Em geral estes edifícios encontram-se desabitados, grande parte por motivos de emigração.

Grande parte das casas tradicionais encontram-se em mau estado ou em ruína, com as coberturas a entrarem em colapso. A maioria das ruas da aldeia estão pavimentadas com cubos de granito o que confere uma coerência com parte da edificação e com o meio natural. É notável a influência da instituição na preservação de edifícios na aldeia, restaurando e reabilitando para lhes dar uma nova utilização. De momento a A.S.T.A. já restaurou três edifícios para alojamento e ateliês e encontra-se em curso a restauração de um quarto para uma cozinha e cantina bem como outro para um espaço de troca para diversos tipos de produtos locais.

Os dois edifícios de maior envergadura da A.S.T.A. foram construídos a nascente da aldeia, cerca de um quilómetro de distância, visto ter sido o espaço disponível para tal. Nessa zona também existe uma piscina coberta e um campo polidesportivo.

O terreno doado à instituição para o presente projecto, encontra-se entre a aldeia e o rio. A cerca de 300 metros a noroeste da povoação, a Quinta dos Três Sois tem cerca de 15.200 m2 e nos pontos de maior desnível apresenta uma diferença de cotas de cerca de 3 m.

A metade mais a norte do terreno é bastante árida, encontra-se a uma cota superior e está separada da outra metade por um muro de suporte em alvenaria de granito. A parte inferior do terreno é fértil, com bastante água logo apresenta um potencial agrícola.

No terreno não existem praticamente nenhumas árvores, mas no seu perímetro sul e nascente estas abundam. As espécies arbóreas autóctones são: o carvalho negral (Quercus Pyrenaica, folha caduca), o carvalho lusitano (Quercus Faginea, folha semi caduca), o sobreiro (Quercus Suber, folha perene) e a azinheira (Quercus Ilex Rotundifolia, folha perene).

No terreno existe: uma pequena edificação em alvenaria de blocos de cimento com telhado de uma água para apoio às actividades agrícolas, alguns muros de suporte de pequenas dimensões, muro tradicional na maior parte do perímetro do lote e uma eira em granito.

Fig. 77 – Caminho de acesso à parcela Fig. 78 – Edificação existente

68 No que respeita à legislação interveniente, que condiciona de modo directo a implantação da obra no local, observou-se o PDM 64 de Almeida, que para esta parcela define

uma parte como RAN 65 e a totalidade do terreno como de Elevado Risco de Incendio, o que

remete para PDMFSCI66. Neste encontra-se definido para esta categoria que a implantação de

um edifício deve deixar uma margem de 50 metros dos terrenos vizinhos. A parcela faz fronteira com terrenos vizinhos a nascente e a sul, o que reduz muito a área permitida para construção, e no restante perímetro com a via pública.

Isto torna-se um bom método para restringir a construção, numa zona em não existe qualquer limitação ou imposição legislativa e as parcelas são geralmente de muito pequenas dimensões.

64 R.C.M. n.º 120/04, plano director municipal de Almeida - PDM 65 D.L. n.º 73/09, regime sectorial da reserva agrícola nacional - RAN

66 D.R. n.º 55/81, plano director municipal da floresta contra incêndios – PDMDFCI

Fig. 81 – Esquema síntese para implantação

Cinzento - reserva agrícola, laranja - terrenos vizinhos, vermelho - área abrangida pelo PDMDFCI, verde- área apta para construção, 4 390m2 de 15 200 m2 totais do terreno.

69 O acesso a partir da Aldeia para a Quinta dos Três Sois é através de um caminho agrícola de terra compactada, com uma largura média de 3 metros e com diversas zonas mais largas que permitem o fácil cruzamento de viaturas. A distância é de cerca de 300 metros até ao centro da aldeia.

Área do terreno é de 15.200 m2 segundo registo. A área de implantação pretendida será de 923,75m2.

O volume aproximado de construção pretendido será de 3 704,75m3.

A cércea será de 6,80m e será construído um piso acima da cota da soleira e nenhum abaixo.

O local é salubre, ficando longe de leitos de cheia, e não possuindo um nível freático elevado.

O cemitério fica a aproximadamente 700 metros de distância.

Estando implantado numa zona rural, numa freguesia sem indústrias e cuja actividade económica está centrada na agricultura de pequena escala, não existem, a largos quilómetros de distância: áreas pantanosas; estabelecimentos tóxicos ou perigosos; estabelecimentos insalubres; fontes permanentes de ruído; lixeiras; fontes permanentes de poeiras, fumos, gases ou maus cheiros; estabelecimentos de diversão nocturna ou afins.

O local não se encontra situado sob cabos aéreos de média ou alta tensão, ou nas suas faixas de protecção.

Acessos Exteriores

A existência de lugares de estacionamento reservado para pessoas com mobilidade reduzida não está em conflito com as normas. Estão previstos 10 lugares de estacionamento e 2 para pessoas com mobilidade condicionada.

Alguns dos arruamentos que dão acesso ao local não possuirão, em todo o seu trajecto, a largura livre de 4 metros, embora a altura livre seja sempre superior a 4 m, mas têm sempre 3 metros ou mais, permitindo a passagem, sem dificuldades, de qualquer uma das viaturas habituais dos Bombeiros.

As vias de acesso ao edifício têm inclinação inferior a 10 %.

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