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I. CAPITULO – Análise Bibliográfica

6. ECOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

“Ecologia, parte da biologia que estuda as relações dos organismos com o

ambiente; etologia, - humana: estudo da interdependência entre as instituições e o agrupamento dos homens no espaço.”35

“Sustentável, que se pode sustentar, defender ou seguir.

Sustentar, segurar por baixo, escorar, amparar, resistir a, fazer frente a, conservar, manter, alimentar, impedir a queda ou a ruína de, dar animo a, alentar, confirmar, prolongar.”36

33 Lauwe, P. - cit. 21, p. 439.

34 Ibid. p. 442. – Nota: Entende-se por situação na vida social o lugar ocupado na vida profissional, na

hierarquia dos réditos, nas classes sociais, nos grupos étnicos, nos grupos de idade, etc. Segundo as diferentes situações, às condições e modos de vida modificam-se consideravelmente em relação às influências culturais que se juntam às das condições materiais.

26 Pode dizer-se que o século XX transmitiu a sua essência através de algumas frases que possuem um elevado poder de síntese. O minimalismo, que teve como principal referencia esculturas dos autores do Minimal Art, recebeu uma importante contribuição com a frase Less

is more de Mies van der Rohe. Esta expressão não tende ser uma moda ou tendência mas sim

uma postura, uma incessante busca por um limite inalcançável: o de conseguir emocionar e expressar o máximo com o mínimo de recursos.

O slogan “menos é mais” continua a ser considerado como elemento chave para a arquitectura, visto responder aos princípios da ecologia e da sustentabilidade que regem a arte de projectar actualmente, conseguir o máximo rendimento e qualidade de vida, com o mínimo de recursos e hipoteca do futuro, “potencializar uma cultura menos consumista e

esbanjadora com menos objectos porém melhores, que sejam mais eficazes, leves, imateriais, desmontáveis, multiusos e reutilizáveis”.37

Numa altura em que a produção industrial não parava de crescer, e que nascia o consumismo como modelo de crescimento económico, Alison e Peter Smithson já demonstravam uma necessidade de sustentabilidade das edificações bem como das intervenções urbanas. Tinham a preocupação de eleger os materiais que melhor se adaptavam às condições concretas da sua aplicação, de modo a minimizar as despesas de manutenção dos mesmos. A decomposição dos diversos elementos construtivos e a sua posição independente em relação entre si mesmos também traz vantagens no que diz respeito à manutenção, pois seria mais dispendioso e difícil o diagnóstico e reparação de uma estrutura ou instalação danificados se estes se encontrassem embutidos ou escondidos, por exemplo nas paredes. Qualquer intervenção já deveria prever o futuro crescimento de modo a não hipotecar as respostas a necessidades futuras. No âmbito urbano defendem que a problemática do crescimento se torna maior quanto mais rígidas forem as edificações e respectivas infra-estruturas.

Nos últimos anos, com o apoio da informática, dispondo de técnicas e materiais inovadores, arquitectos e engenheiros materializaram as suas obras inseridas na corrente de arquitectura minimalista, de expressão contemporânea. Sem manifestarem preocupações a nível ecológico, as suas obras contemplam-nas de modo explícito: desenhos técnicos devidamente detalhados e rigorosos, de modo a que a obra se realize exactamente conforme planeada; conjugam materiais e técnicas tradicionais com industriais, utilizando elementos pré-fabricados, como estratégia para diminuir o tempo de construção, os desperdícios materiais e consequentemente os custos da obra.

6.1. PRIORIDADES

AMBIENTAIS

A partir da década de 70 começou a generalizar-se uma preocupação a nível ambiental devido à escassez de energia e ao uso e abuso dos recursos não renováveis do planeta bem como as implicações ambientais originadas pela indústria e por um estilo de vida

36 Ibid. p. 1574.

27 vinculados ao consumismo. O aquecimento global e a diminuição da camada de ozono vieram alertar para a urgência na mudança de atitudes, no sentido de um desenvolvimento sustentável.

Da década de 90 até aos dias de hoje tem havido uma considerável evolução nas prioridades ambientais, com o aumento das preocupações e incidência das medidas nas áreas da distribuição e qualidade da agua, protecção das florestas tropicais, biodiversidade, saúde das cidades, sustentabilidade e saúde e a implicação da arquitectura na construção sustentável.

O papel das edificações bem como das cidades é fundamental para o desenvolvimento sustentável. As edificações são dos maiores consumidores das matérias-primas, estimando-se que 60 % de todos os recursos mundiais são utilizados na construção de edificações e infra- estruturas, logo, no meio construído humano. Cerca de 50 % da energia gerada é utilizada para aquecer, ventilar e iluminar edifícios, sem ter em conta que 3 % é utilizado na sua construção. Cerca de 50 % da água utilizada no mundo inteiro é destinada ao abastecimento das instalações sanitárias bem como noutros usos das edificações. A construção civil ocupa cerca de 80 % do melhor solo cultivável que deveria estar destinado à agricultura.38 Após a

análise destes dados é de notar a responsabilidade ambiental e de gestão e utilização de recursos que o sector da construção tem. Esta responsabilidade tem vindo a ser ignorada, apesar dos grandes esforços no sentido oposto, o consumismo e o capitalismo são barreiras que a sustentabilidade ainda não conseguiu ultrapassar.

É urgente mudar de atitude em relação à construção, como construir, o quê e com que meios, tendo o arquitecto uma árdua tarefa rumo a um mundo mais sustentável, ecológico, humano e em equilíbrio simbiótico entre homem, terra e natureza.

6.2. RECURSOS

EENERGIA

O uso de energias renováveis está intrinsecamente ligado a estratégias políticas que dependem do contexto nacional e dos sítios potenciais. As opções variam consoante os países, mas consiste em associar técnicas já consolidadas há décadas que resultam mais rentáveis e competitivas (bombas de calor, colectores solares para águas quentes sanitárias, co- generação de gás) a técnicas mais inovadoras cuja amortização do investimento se dará a um prazo maior (células fotovoltaicas e geradores eólicos).

A electricidade gerada em centrais de combustão de carvão, é a fonte de energia para aquecimento que emite a maior quantidade de gases nocivos e responsáveis pelo efeito estufa. O aquecimento a gás já representa uma verdadeira melhoria, especialmente nas caldeiras tipo mural. Uma central urbana pode reduzir as emissões em cerca de 60% e o seu balanço ecológico é particularmente positivo se a sua fonte energética for renovável (madeira ou biogás). A energia solar é a que mais respeita o meio ambiente.

A. ENERGIA SOLAR TÉRMICA

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