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TRABALHO PRÁTICO

II. TRABALHO PRÁTICO 1 Instalação

1.1. Caracterização do Local

A parcela onde foi instalado o pomar de pera Rocha tem as como coordenadas geográficas 41,496661º Norte e 8,436149º Este, e situa-se na freguesia de Lamas a 6,5 km do centro da cidade de Braga. Esta parcela está distanciada em cerca de 2 km a Oeste da exploração que tem como coordenadas geográficas 41.49331º Norte e -8.418919º Este.

1.1.1. Edáfica

O terreno onde foi plantado o pomar tem uma área de 0,55 ha aproximadamente (Anexo I), de acordo com o sistema de identificação parcelar, P3, de 2009. É um terreno virado a Este, sem declive assinalável e com óptimas condições de exposição solar em todas as direcções. Esta parcela agrícola foi sempre utilizada pela empresa, para a produção forrageira, com duas culturas por ano: milho para silagem como cultura de Primavera/Verão, e o azevém como cultura de Outono/Inverno. As produções obtidas destinavam-se à actividade pecuária, de produção de leite de gado bovino, já anteriormente referida como actividade principal da empresa. O milho e o azevém são considerados bons antecedentes culturais e nunca nestes terrenos foram plantadas árvores de fruto, o que poderia ser problemático já que Soares et al. (2001) referem que as plantações de pereira sobre pereira ou sobre macieira, podem trazer problemas de enfraquecimento, inadaptação cultural, falta de vigor e comportamento irregular das árvores, devido a toxinas, carências ou microrganismos, o que não se verifica neste caso.

Foi elaborada uma análise de solo da parcela (Anexo II) em 2011 e constatou-se que: • é um solo de textura média (franco), moderadamente ácido – pH 6,0;

• tem um teor de MO médio de 3,68%;

• tem um teor de fósforo extraível muito alto – 303; • tem um teor de potássio extraível alto – 158.

De acordo com o método fisiológico de Mitsscherlich, para a avaliação de fósforo e potássio “assimiláveis”, estes valores correspondem a um solo muito rico em fósforo e pobre em potássio (Quelhas dos Santos, 1996).

No local da parcela encontra-se um tanque de água com capacidade para 60 m3 (5 m x 5 m x 2,4 m) com um caudal diário médio, no Verão, de 15 m3.

CAPÍTULO II TRABALHO PRÁTICO

1.1.2. Climática

O clima é um dos factores mais preponderantes e mais instáveis com o qual a agricultura tem de lidar, e na fruticultura ele é determinante, podendo viabilizar ou não, um projecto frutícola. No “Solar da Pêra Rocha”, na região do Oeste, a pereira Rocha encontra um clima preferencial que se caracteriza por:

• moderadamente chuvoso, com uma precipitação média anual de 600 a 700mm; • temperado, com uma temperatura média anual do ar entre 15 e 16ºC;

• oceânico na faixa litoral até cerca de 10 km da costa; • com uma estação quente e seca;

• reduzido número de dias de geada;

• húmido, com valores de humidade do ar a variar entre 75 e 85%.

É um clima suave que por vezes apresenta desvantagens, tais como: a falta de frio invernal (provocando uma má e irregular floração e problemas no vingamento); humidades relativas elevadas; chuvas frequentes em época do abrolhamento que favorece o desenvolvimento de doenças (pedrado e estenfiliose) (Soares et al., 2001).

A região de Entre-Douro e Minho é a região do país onde a precipitação média anual é a mais elevada de aproximadamente 1100mm (Figura 16).

Figura 16. Média da precipitação total mensal, de 2003 a 2010, da Estação Meteorológica da

Gondizalves, Braga (fonte: SNIRH).

A precipitação ocorre maioritariamente a partir do mês de Outubro e prolonga-se durante o Inverno. Esta região tem a vantagem de ter água suficiente em anos normais de precipitação, mas a frequência e as épocas em que ocorre podem ser prejudiciais para esta

0 25 50 75 100 125 150 175 200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

M éd ia d a P reci pi tação T ot al (m m ) 30

CAPÍTULO II TRABALHO PRÁTICO

cultura, pois esta região tem forte precipitação durante a floração da cultura, isto é, no mês de Abril. Soares et al. (2001) referem que, na perspectiva de um bom vingamento, as condições climáticas do mês de Abril são essenciais. Porém, como se observa no gráfico da Figura 19, neste mês, a precipitação média é elevada.

No que diz respeito à humidade relativa do ar, a Figura 17 mostra que, tal como a Região do Oeste, os valores rondam os 75% ao longo do ano.

Figura 17. Média mensal da humidade relativa do ar, de 2003 a 2010, da Estação Meteorológica de

Gondizalves, Braga (fonte: SNIRH).

Em relação à temperatura, podemos observar no gráfico da Figura 18 que, nesta região, a partir do mês de Novembro e durante todo o Inverno, a média da temperatura mínima desce abaixo dos 7ºC, o que eventualmente permitirá satisfazer as necessidades de horas de frio exigidas pela pereira Rocha. Couto (1979), refere que essas necessidades correspondem a 550 horas, contabilizadas de Outubro até meados de Fevereiro abaixo dos 7,2°C. Na Figura 19 pode-se observar que o número total de horas de frio acumulado no Concelho de Braga é de cerca de 1000.

Figura 18. Média da temperatura do ar, de 1971 a 2000, na região de Braga. MT designa média da

temperatura e a linha horizontal a tracejado indica 7ºC (fonte: IPMA). 50 60 70 80 90 100

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

H um id ad e R el at iv a d o Ar (% ) 0 5 10 15 20 25 30

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Tem per at ur a ( ºC ) MT Máx. MT Média MT Mín. 31

CAPÍTULO II TRABALHO PRÁTICO

Figura 19. Número de horas de frio (total de horas com temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado

desde 1 de Outubro até 30 de Abril para fruteiras em Portugal Continental (fonte: IPMA).

Nesta parcela, o vento Norte é dominante, e à semelhança da região do Oeste, no mês de Abril ocorrem sempre nortadas. Relativamente à tendência de ocorrência de geadas é uma parcela que não é muito susceptivel.

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