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Os sujeitos da escola são constituídos por um professor Supervisor, um Professor Cooperante na orientação/cooperação da Prática Pedagógica, por duas alunas /alunos do 2º Ciclo dos Estudos Superiores em Mestrado em Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico da Escola Superior de Educação, e um grupo de quinze alunos do 2º ano de escolaridade.

O Supervisor desempenha funções docentes na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, o Professor Cooperante, exerce a sua docência numa Escola Básica Integrada, 1º, 2º e 3º Ciclos, os alunos em Prática Pedagógica frequentavam o 2º ano do 2ºCiclo de Estudos Superiores – Mestrado (após licenciatura em Educação Pré -Escolar), numa escola Superior de Educação na mesma localidade onde se desenrola a acção deste estudo. A turma formada por quinze alunos, foi formada no primeiro ano de escolaridade e manteve a mesma constituição no segundo ano lectivo.

3.4.Caracterização dos participantes

Num estudo como este, é importante compreender o contexto que rodeia os participantes. Assim, proceder-se-á à análise do contexto em que se desenvolveu este estudo; a análise do seu nível sócio-económico e dificuldades de carácter disciplinar que caracterizam os alunos.

O Professor Cooperante, é natural e residente no meio urbano onde se realiza o nosso estudo. A sua formação profissional foi iniciada na escola do Magistério. Fez, mais tarde, o complemento de formação na escola Superior de Educação, permitindo-lhe adquirir o grau de licenciatura. Participou em diversas acções de formação contínua, entre elas a formação de professores no Programa Nacional do Ensino do Português (PNEP).

O seu percurso profissional (de três décadas) permitiram-lhe deparar com inúmeras e distintas situações: reformas curriculares, conhecimentos geográficas e físicos do meio e instituições, onde desenvolveu a sua docência, constatação e envolvimento em diferentes meios culturais, sociais e afectivas que nos foram levando a constantes reflexões, promovendo em nós um saber empírico de adaptação, reflexão e formação. Assim, esta tarefa árdua implícita de profissionalismo no ensino-aprendizagem, ao longo dos anos, foram-nos deixando marcas de aprendizagens mas também os alunos fomos marcando com sabedoria e valor. Foi numa atitude construtivista e de desafio que aceitámos o convite, da Escola Superior de Educação, em ser Professora Cooperante de Prática Pedagógica Supervisionada. Actividade que abraçamos com dedicação e empenho, há já dois anos, dando sentido na partilha do nosso saber prático, aos jovens mestres de educação, mas ainda com a certeza que para nós é uma fonte de inovação e mudança na confrontação de saberes.

71 Referenciando os alunos de Prática Pedagógica Supervisionada são do sexo feminino: a C. e a V. (nome fictício)

A C. é natural e residente na localidade onde se situa o nosso estudo enquanto a V. tem naturalidade de outra cidade limítrofe, mas com residência de estudante. São alunas de um Instituto Politécnico – numa Escola Superior de Educação. Ambas já possuíam licenciatura em Educação Pré-Escolar concluída em Junho de 2005 (antes do processo – Bolonha) na mesma escola Superior de Educação. Frequentam o Mestrado em Educação Pé - Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico fazendo parte curricular a Prática Supervisionada, neste caso em 1º Ciclo. São estudantes trabalhadores desempenhando funções de trabalho diário, com crianças na componente de Actividades Extra Curriculares de Música e em Actividades de Apoio à família.

A turma é formada por quinze alunos: dez rapazes e cinco raparigas, de idades compreendidas entre os 7 e os 8 anos de idade. Um dos alunos tem problemas de crescimento – nanismo.

Dos quinze alunos que formam a turma catorze são naturais e residentes no meio próximo da escola.

Todos os alunos revelavam interesse e entusiasmo pela escola. Mostravam-se motivados na vontade de aprender e de progredir conseguindo atingir facilmente as competências pretendidas. Porém alguns alunos necessitavam de atenção mais incidente por parte do professor por serem crianças mais imaturas, com ritmo de trabalho mais lento, fraco poder de concentração e de comportamento mais irrequieto.

O nível socioeconómico das famílias é o respeitante à de classe média.

A família é interessada pela vida escolar, pelos progressos e desenvolvimento dos seus educandos. Numa perspectiva global, manifestam interesse pelas aprendizagens escolares dos filhos e revelam-se cooperantes com a escola.

A relação estabelecida, entre os agentes educativos e a família dos alunos, é de respeito, amizade e confiança.

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CAPÍTULO IV

Apresentação, análise e interpretação dos resultados

“ Habitue –o a anotar num caderno, ou mesmo á margem da página, as

passagens de que mais gostou ou as personagens e situações

que mais o impressionaram. È um método que dá frutos e casa bem a leitura com a escrita.”

(J.J. Letria, Fazer Leitores e Escritores, 2001:20)

Introdução

Procedemos, agora e neste capítulo, à apresentação, análise e interpretação de resultados decorrentes da investigação desenvolvida. Na introdução, apresenta-se uma perspectiva das condições inerentes à obtenção e análise de dados.

Faremos uma análise à interacção da Professora Cooperante na Supervisão da Prática Pedagógica, de todo o processo desenvolvido pelas alunas de Prática Pedagógica Supervisionada, e do processo de aprendizagem da escrita dos alunos de 2º ano de escolaridade, incluindo a reflexão pedagógica .

Analisar-se-ão, ainda, informações emergentes dos diários e das reflexões (narrativas) efectuadas, possibilitando, deste modo, uma melhor articulação entre todos os dados recolhidos.Foram considerados três momentos na análise e interpretação de resultados:

 Pré-análise dos documentos;

 Análise dos documentos mais significativos usados ao longo da Prática Pedagógica;

 Apresentação dos resultados.

Ao longo desta pré-análise, já referida por Bardin (1995), foram sublinhados alguns excertos do discurso das alunas da Prática Supervisionada contidos no Portefólio, Diário de Bordo da Professora Cooperante e trabalhos contidos no Portefólio de alunos.

Todos eles permitiram-nos identificar com coerência o desenrolar de uma prática, perspectivando a aprendizagem da escrita dos alunos do 2º ano de escolaridade. Elaborámos uma grelha como “Síntese da Prática Supervisionada”, (Anexo I) que contém diferentes parâmetros para análise desta acção desenvolvida

O passo seguinte consistiu em analisar o desenvolvimento do processo – desde a planificação, escrita do guião da aula, a acção, a reflexão, e as aprendizagens dos alunos.

73 Apresentaremos excertos ilustrativos, que, se enquadrem nas categorias de análise do discurso, inicialmente definidas, e, que, resultaram duma articulação entre os dados provenientes da bibliografia e os decorrentes dos registos, quer dos portefólios dos alunos de Prática Pedagógica Supervisionada, quer do portefólio dos alunos do 2º ano e, ainda, do diário de bordo da Professora Cooperante.