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Conscientes da nossa tarefa e, para, dar cumprimento à organização da Prática Supervisionada, passamos agora a contextualizar a nossa acção.

Assim, começámos pelo processo de integração na instituição e, na turma em sala de aula do grupo (2 elementos) em Prática Pedagógica.

Após as apresentações foi explicado aos alunos da turma o porquê da presença de novas pessoas em contexto da sala de aula e, qual a sua função na escola.

Sobre o momento de “Observação” esta situação apresenta excertos narrativos resultantes da primeira reflexão das alunas em prática supervisionada. (Anexo V)

“Quando entrámos na sala, a professora, explicou que desta vez vínhamos como estagiárias e que iríamos trabalhar com eles no decorrer de alguns meses, nas terças e quartas - feiras.”

As alunas de Prática Supervisionada sentaram-se junto dos alunos, a pedido da professora, para facilitar a sua integração. Assim, foram tomando conhecimento do desenrolar da acção, das metodologias, dos recursos, das atitudes, utilizadas pela professora, de modo a proporcionar-lhes conhecimentos que lhes poderiam ser úteis na sua próxima prática.

Uma das situações registadas da observação foi a importância, que a professora, dá à postura corporal, dos alunos, enquanto sentados. Tal facto despertou – lhes a curiosidade e a pesquisa de informação. Assim passamos a descrever:

“ … é tido como uma regra de sala de aula, a professora vai relembrando com frequência hábitos de boa postura corporal enquanto as crianças se mantêm sentadas.”

Da investigação sobre o assunto constataram que:

“É importante, segundo a Organização Mundial de Saúde, 2010, que as crianças desde cedo sejam incentivadas, tanto na escola como em casa, a sentarem-se de forma correcta para evitar problemas na coluna vertebral. A criança deve então sentar-se sempre com as costas encostadas na cadeira e os pés apoiados no chão.”

74 Após análise científica e reflexão opinaram:

“Consideramos fundamental que os pais e os professores considerem importante a prevenção de problemas posturais na infância para cuidados simples podendo evitar problemas sérios no futuro.”

Pela observação das aulas analisaram, vários domínios do ensino-aprendizagem das aulas leccionadas, sob a prática da professora cooperante, narrando situações do domínio dos conhecimentos, da metodologia, das estratégias de acção, competências e atitudes.

Seguem excertos, justificativos, das narrativas de reflexão. (Anexo XI) i) No domínio da língua: oralidade, leitura, léxico e escrita:

“…a hora das novidades – o momento é dedicado, como o próprio nome indica, à partilha de novidades decorridas no fim-de-semana de cada criança. A professora interfere, por vezes, no discurso dos alunos, apelando à síntese de acontecimentos. O objectivo desta actividade é que as crianças narrem situações vividas de forma clara, audível e oportuna.”

Esta metodologia utilizada para favorecer o discurso linguístico despertou a atenção e o interesse, das alunas em Prática Supervisionada. Promoveu a curiosidade e conhecimento científico/pedagógico. Pois de acordo com Duarte (2008), o domínio da oralidade é determinante na aprendizagem da leitura e da escrita, desenvolvimento que deve ser estimulado desde a educação pré-escolar. Ainda, segundo a mesma autora, é possível afirmar que existe uma relação directa entre o grau de desenvolvimento linguístico à entrada do 1º Ciclo e o sucesso aí alcançado, em particular nos primeiros anos.

Registam ainda que:

“…a turma tem bons hábitos de leitura …a maioria dos alunos encontram-se com bom ritmo de leitura … a turma dispõe de vocabulário fluente, pronunciando bem todas as palavras com clareza na comunicação oral.”

Ao referirem-se a algumas observações detectadas, nas aulas de observação, referiram, o domínio da escrita. Quanto ao uso da esferográfica, como recurso de escrita, salientámos que estavam a iniciar a sua utilização.

“Os alunos demonstram grande entusiasmo quando a professora solicita actividades realizadas com esferográfica. É de salientar que, sempre que lhes é pedida a realização de uma actividade, os alunos aceitam-na de bom grado, nunca manifestando descontentamento na elaboração da mesma.”

Quanto ao domínio da escrita criativa puderam constatar que:

“…houve uma actividade de alguma dificuldade, mas que foi entendido pela maioria dos alunos como um desafio, razão que os levou a não desistir. A actividade consistia em, individualmente, os alunos escreverem uma frase com as sete palavras dispostas no quadro, e não uma frase para cada uma das palavras como é habitual fazerem. Desta actividade resultaram pequenos textos, muito curiosos.”

75 Verificaram ainda, o trabalho de parceria entre professores da escola e a funcionalidade da Biblioteca Escolar. A Biblioteca tem uma função dinamizadora na formação das crianças, complementa e enriquece as metodologias de ensino e os materiais escolares. A Biblioteca Escolar é parte indispensável ao processo educativo, cabendo-lhe um importante papel no incentivo à leitura e fomenta a literacia.

ii) No domínio social e afectivo, na sala de aula referem:

“O clima, existente entre os alunos é bastante positivo. Não existe dentro da sala de aula qualquer tipo de conflito ou diferenciação … Tivemos oportunidade de observar que também em grupo se relacionam positivamente e de forma cooperativa, havendo espírito de entreajuda.”

iii) No domínio da sua presença na sala de aula constatam:

“…os alunos gostam bastante de nos ter por perto, pois mostram-se bastante afáveis e solicitam com frequência a nossa ajuda. Inicialmente estávamos com algum receio de interferir na aula da professora cooperante, mas esta logo nos pôs à vontade para o fazermos… ficamos a conhecer algumas das características de cada aluno, o seu comportamento, motivação e desempenho na sala de aula. Presenciamos ainda o modo como a professora reage perante determinadas situações em contexto de sala de aula, adquirindo já algumas técnicas que poderemos vir a utilizar no decorrer da nossa prática… Podemos afirmar que foi uma semana motivante, na medida em que começamos a conhecer a realidade da sala de aula, o que nos deu ainda mais força para continuarmos nesta nossa missão.”

(Anexo XI)

Perante o exposto, consideramos que a integração, na sala de aula e na instituição, dos sujeitos em Prática Supervisionada foi conseguida. Isto deveu-se aos valores sociais pelos quais se regiam os seus intervenientes: a amizade, o respeito, e a motivação para as aprendizagens.

As alunas de Prática Pedagógica Supervisionada, na fase de observação, souberam obter informações significativas sobre o desempenho profissional tais como o conhecimento da organização curricular, metodologias e processos de promoção ao ensino-aprendizagem dos alunos, a diferenciação do ensino, o trabalho de partilha, mas ainda e principalmente o conhecimento dos alunos nas vertentes sociais e culturais. A atenção incidiu na curiosidade em aprender: como se faz, como se reage, como reagem os alunos…

No entanto achamos pertinente, registar uma frase que consideramos vir ao encontro da visão, destas alunas, sobre o conceito de prática pedagógica, quando referem:

“…adquirimos já algumas técnicas que podemos vir a utilizar no decorrer da nossa prática…”.

Esta concepção, não é por nós considerada ideal, pois independentemente do paradigma em que nos situemos em termos de formação (inicial ou contínua) não é possível seleccionar estratégias didácticas, sem entre outras coisas, possuirmos conhecimentos em áreas científicas consideradas referências fundamentais e isso é um processo que exige um saber metacognitivo e contínuo do indivíduo.

76 Contudo, o que não deixa de ser um facto é que as teorias e os conceitos estão em constante reformulação, fornecendo ao (futuro) professor uma capacidade de interpelação dos objectos, mas ainda a capacidade para continuar a aprender e a procurar informação.

Também parece acertado pensar que as práticas formativas ideais são aquelas que não se limitam à mera transmissão de saberes, mas instituem modos de trabalho que favoreçam o transfer desses conhecimentos para a prática didáctica, com garantias de que o (futuro) professor não vai transformar esse conhecimento em mais um “conteúdo de ensino simplista” (Nonnon, 1998).