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3.1.1 A classificação da pesquisa

Toda pesquisa de realidade, seja científica ou não, tem como ponto de partida um interesse. O que diferencia uma pesquisa científica de qualquer outro tipo de indagação do mundo – é o uso adequado de seu método específico de análise.

Para a classificação da pesquisa, buscou-se subsídios na obra de Silva e Menezes (2000), que definem quatro formas para a classificação de uma pesquisa científica baseada nas seguintes proposições: quanto aos objetivos, quanto à forma

de abordagem, quanto à natureza, e quanto aos procedimentos adotados pelo pesquisador.

3.1.1.1 Em relação ao objetivo proposto

Quanto aos objetivos das pesquisas, podem ser classificadas, conforme Gil (1994), em três grandes grupos: pesquisa exploratória, a descritiva e a explicativa. Este trabalho está situado no grupo de pesquisa exploratória, pelas características do mesmo em relação ao grau de novidade e porque o tema escolhido é pouco explorado de forma científica. Segundo Chizzotti (1995, p.104) a pesquisa exploratória objetiva, em geral,

provocar o esclarecimento de uma situação para a tomada de consciência”. Segundo o mesmo autor, “um estudo exploratório ocupa o primeiro de cinco níveis diferentes e sucessivos, sendo indicado [...] quando existe pouco conhecimento sobre o fenômeno.

A pesquisa de caráter exploratória, segundo Gil (1994) envolve o levantamento do estado da arte pela revisão bibliográfica, entrevistas com pessoas que tiveram (ou tem) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Este tipo de pesquisa busca basicamente desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para a formulação de novas abordagens a posteriori. Como relata Gil (1991), este tipo de estudo tem por finalidade proporcionar o maior conhecimento possível para o pesquisador e o objeto de análise, visto que o pesquisador pode formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos futuros.

3.1.1.2 Em relação a forma de abordagem

O presente trabalho quanto à sua forma de abordagem, representa uma pesquisa qualitativa, que segundo Chizzotti (1995, p.78) “é uma designação que abriga correntes de pesquisa muito diferentes, que se fundamentam em alguns pressupostos contrários ao modelo experimental”.

Godoy (1995, p. 58) recomenda que uma pesquisa qualitativa deve apresentar as seguintes características:

- considera o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave;

possui caráter descritivo;

- processo é o foco principal de abordagem e não o resultado ou o produto;

- a análise dos dados foi realizada de forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador;

- não requerer o uso de técnicas e métodos estatísticos; e por fim, ter como preocupação maior a interpretação de fenômenos e a atribuição de resultados.

Ainda segundo Godoy (1995), a pesquisa qualitativa não busca enumerar e/ou medir os eventos pesquisados, nem utiliza instrumental estatístico na análise dos dados. O ponto de partida são questões ou focos de interesses amplos, que vão se definindo à medida que o estudo se desenvolve. Um estudo desta categoria necessariamente envolve dados descritivos sobre pessoas, lugares e as formas de interação que se dão pelo contato do agente pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fatos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo.

Sendo qualitativa, adota o método histórico-antropológico, que “captam os aspectos específicos dos dados e acontecimentos no contexto que acontecem”. Chizzotti (1995, p. 104), expondo a complexidade da vida humana e evidenciando significados ignorados da vida social.

Uma pesquisa qualitativa tem como ponto de partida a existência de uma relação dinâmica entre o sujeito e o mundo real, o que faz com que o pesquisador desfaça-se de preconceitos e adote uma posição aberta em relação a tudo que é observado, uma vez que todos os atores que interagem com a pesquisa são “reconhecidos como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas que intensificam” (CHIZZOTTI, 1995, p. 83).

Segundo Richardson (1985, p. 39) os trabalhos que empregam uma metodologia qualitativa,

... podem descrever a complexidade de um determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos.

3.1.1.3 Em relação à natureza

Segundo a natureza deste estudo, classifica-se, conforme Silva e Menezes (2000, p. 20) como pesquisa aplicada, dado o seu objetivo de agregar informação sobre a forma de interação da comunidade científica com o tema propriedade intelectual. Segundo as autoras, a pesquisa aplicada, envolve verdades e interesses localizados, “objetiva gerar conhecimento para aplicação prática em soluções de problemas específicos”.

3.1.1.4 Em relação aos procedimentos adotados

De acordo com a classificação sugerida por Gil (1991), quanto aos procedimentos técnicos adotados para que fosse possível o desenvolvimento do presente trabalho e com base na premissa de que nada é mais fundamental para uma teoria do que a prática e vice-versa como afirmou Demo (1994), fez-se uso de duas modalidades de pesquisa: a Pesquisa Bibliográfica, desenvolvida a partir de um referencial existente, principalmente livros, artigos, teses e dissertações e materiais encontrados na Internet e, ainda um Estudo de Caso que envolve a análise de dados apresentados nos documentos de controle de informação, bem como entrevistas semi-estruturadas aplicadas de forma direta à atores que ocupam funções na UFSC, e que tenham acesso aos dados necessários para conclusão desse estudo.

O enfoque teórico que norteou o desenvolvimento desta pesquisa foi o enfoque sistêmico, que segundo Triviños (1987), tem suas raízes na Teoria Geral dos Sistemas elaborada por Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), parte da idéia de que existem numerosas relações no interior do objeto que se estuda, mas que este também está ligado ao meio externo por um conjunto de inter-relações. Nesse sentido, Capra (1996, p. 81) relata que: “entender as coisas sistemicamente significa, literalmente, colocá-las dentro de um contexto, estabelecer a natureza de suas relações”.