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Proteção da propriedade intelectual no âmbito da UFSC

A afirmação que a universidade 51 utiliza-se na sua Revista Institucional dos 45 anos da UFSC, para justificar a criação do Departamento de Propriedade Intelectual é a de que: “Apesar de figurar como décimo oitavo em número de publicações científicas, o Brasil conta com apenas cerca de 10% de seu conhecimento gerado pelas universidades devidamente registrado”. Tendo como referência esse quadro, que de certa forma também está retratado na realidade da UFSC (guardando-se as devidas proporções), surge o DPI. O Departamento está ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e conforme citado na revista tem como função: “apoiar as transferências de tecnologias, estimular e promover a proteção jurídica e a exploração econômica das criações intelectuais”.

Vale observar, porém, que a criação desse órgão responsável pela gestão de propriedade intelectual é relativamente recente, com sua consolidação ocorrendo apenas ao final do ano de 2003, portanto, há limitação quanto ao período de tempo nos dados obtidos junto ao mesmo. O DPI dispõe de dados relativos ao período de 2001 a 2005, neste tópico serão apresentados os resultados das análises feitas através do relatório de atividades do departamento52, possuindo quatro itens: relatório de registro de propriedade intelectual, relatório de contratos/convênios analisados, de processos tramitados no DPI e de atendimentos ao público.

Os resultados obtidos utilizando esses indicadores, podem ser visualizados no esquema abaixo:

a) Relatório dos registros de propriedade intelectual:

 1 marca registrada (brasão da UFSC);

 05 depósitos de pedidos de registro de marca, sendo: - 04 da área de informática e estatística;

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Tendo como representante na ocasião: Reitor Lúcio José Botelho e Vice-Reitor

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Relatório cedido pelo Coordenador do Departamento de Propriedade Intelectual (DPI), representado na pessoa do Dr. Luiz Otávio Pimentel

- 01 da área de contábeis.

 26 depósitos de pedido de registro de patentes, sendo:

- 17 pedidos para patentes de invenção; (as outras não estão discriminadas quanto à modalidade);

- 01 pedido de modelo de utilidade;

Quanto às áreas correlatas aos pedidos, tem-se que: - 03 da área de engenharia elétrica;

- 13 da área de engenharia mecânica; - 04 da área de engenharia química; - 01 da área de engenharia biomédica; - 02 da área de engenharia ambiental; - 02 da área de odontologia, e

- 01 da arquitetura e urbanismo.

 01 pedido de registro de software (oriundo da área de computação);

 01 cessão de transferência de titularidade (advindo da área de engenharia mecânica).

b) Relatório de contratos/convênios assinados:

Neste relatório, constam o número de pareceres emitidos no período de 2002 a 2005 e refere-se à análise feita pelo Departamento de Propriedade Intelectual com relação aos projetos de pesquisa contratados ou conveniados no âmbito da universidade. Vale ressaltar que essa manifestação é provocada, ocorre quando o DPI é procurado aconselhar sobre o instrumento cabível para regulamentar e proteger a propriedade intelectual advinda de um determinado projeto de pesquisa. Os detalhamentos do relatório (protocolo de atendimento, data específica e natureza do contrato/convênio) não será objeto de análise, por entender-se que não agrega valor a presente pesquisa. Porém, parece interessante citar o volume de análises: setenta (70) no período de dezembro de 2002 até maio de 2005.

c) Relatório de atendimento do DPI

Neste item serão apresentados os resultados obtidos a partir dos dados fornecidos pelo próprio departamento, a relevância dessa análise é atribuída em

função de possibilitar a verificação de três fatores – área de consulta (modalidade de P.I.), vínculo com a UFSC e centro de ensino.

A figura a seguir (26) demonstra a distribuição de atendimentos por área de consulta. 6% 44% 24% 13% 4% 9% marcas patentes direito autoral/conexos programa de computador desenho industrial contrato

Gráfico 26 - Distribuição de atendimentos por área de consulta Fonte: Relatório do DPI

O gráfico acima traz a distribuição dos atendimentos realizados por áreas de consulta53, com seu auxílio é possível verificar que a grande maioria dos atendimentos (quase metade) referem-se a patentes, logo após, com um volume também expressivo encontra-se os atendimentos relativos a direito autoral/conexos, seguido pelos correspondentes a programa de computador. Com um desempenho mais baixo (menor que 10%), encontram-se os atendimentos referentes a contratos, marcas e desenho industrial (em ordem decrescente de desempenho). Portanto, como resultado dessa análise, fica evidenciado o grande interesse despertado pelas patentes no meio acadêmico.

A seguir a distribuição de atendimentos por centros de ensino:

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Terminologia adotada pelo DPI para indicar a modalidade de propriedade intelectual a que se refere o atendimento.

Relatório dos Atendimentos do Departamento de de Propriedade Intelectual

2003-2005 CCB - CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 4% CDS - CENTRO DE DESPORTOS 4% CCE - CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 5% CCA - CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁLIAS 4%

CSE - CENTRO SÓCIO- ECONÔMICO 4% CCS - CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 8% CTC - CENTRO TÉCNOLOGICO 68% CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 1% CCJ - CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 2%

Gráfico 27 - Distribuição de atendimentos por centros de ensino Fonte: Relatório do DPI

A partir da análise da figura 27, pode-se identificar claramente que o maior volume de atendimentos relativos à propriedade intelectual advém do Centro Tecnológico (CTC), em comparação com outros oito centros, apresenta o maior desempenho registrado (68%). Os demais 8 centros não totalizam 32% dos atendimentos realizados – o segundo centro mais atendido é o Centro de Ciências da Saúde (CCS), com apenas 8%. Com base nesse resultado, é possível confirmar a premissa de que existe um grande volume de produção científica com potencial de inovação, sendo realizada no CTC.

Gráfico 28 - Natureza do vínculo com a UFSC Fonte: Relatório do DPI

Esse item mostra a distribuição dos atendimentos baseado no perfil pessoal do vínculo da pessoa atendida com a UFSC, neste caso cabem algumas observações relevantes. A primeira trata-se dos atendimentos que representam a maioria – com 23%, os professores figuram como aqueles que mais procuram o DPI, provavelmente em função da natureza das atividades de ensino e pesquisa que desenvolvem na universidade e pelo envolvimento em atividades de pesquisa científica através da sua participação em projetos e grupos de pesquisa. A participação expressiva dos graduandos nos atendimentos (22%) é um dado interessante, pois demonstra o surgimento de uma cultura de preocupação com a proteção de propriedade intelectual na universidade desde o ensino superior. Outra observação pertinente, é o volume de participação da comunidade54 nas consultas ao DPI (18%), esse número parece evidenciar a falta de informações e 54

Por comunidade entenda-se aqueles que não estão vinculados institucionalmente à UFSC e que não participam de nenhum projeto em seu âmbito.

Relatório dos Atendimentos do Departamento de de Propriedade Intelectual

2003-2005 Comunidade 18% Mestrandos 12% Doutorandos 11% Servidores 5% Pesquisadores 7% Professores Visitantes 1% Professores 23% Especializandos 1% Graduandos 22%

esclarecimentos disponíveis para o público em geral, no se refere à proteção de propriedade intelectual. Logo após, com desempenhos aproximados, aparecem os mestrandos (12%) e doutorandos (11%), o que não é de se espantar, tendo em vista que ambos praticam atividades de pesquisa com grande grau de inventividade. Por fim, com menos de 10% surgem os pesquisadores (7%) seguidos pelos servidores (5%) e com o mesmo desempenho (1%) – especializandos e professores visitantes.