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3.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE SERGIPE

3.2.1 Caracterização Econômica

Esta seção fará, inicialmente, uma caracterização dos principais setores econômicos do Estado, a partir de dados disponibilizados pelo IBGE, fundamentalmente aqueles relacionados ao Produto Interno Bruto (PIB), Valor Agregado Bruto (VAB) e Valor de Transformação Industrial (VTI).

Em seguida será analisado o grau de abertura da economia sergipana, o que se dará pelo confronto das informações referentes ao VAB com os dados da corrente de comércio disponibilizados pelo MDIC/SECEX.

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A economia sergipana tem se destacado nos últimos anos, pois, desde 1995, suas taxas de crescimento têm-se mostrado superiores à média do Brasil e do Nordeste (ver tabela 9).

Tabela 9 – Taxa média anual de crescimento das economias – 1995-2005

Economias 1995-2000 2001-2005 1995-2005

Economia Mundial 3,9 4,4 4,0

Brasil 2,8 2,7 2,7

Nordeste 2,9 3,6 3,0

Sergipe 3,4 3,9 3,3

Fonte: SEDETEC apud FMI, BACEN, IBGE.

Quanto ao último resultado do Produto Interno Bruto a preço de mercado (PIBpm), divulgado pelo IBGE (2007)16, este foi de R$ 16,9 bilhões, o que representou um crescimento de 6,2% em relação ao ano anterior. Por sua vez, o PIB per capita do Estado é de R$ 8.711,70, o que representa o melhor resultado dentre os nove estados nordestinos, além de superar em 29% o PIB per capita médio da Região.

Com relação à participação dos setores no PIB do Estado, o setor de serviços é o de maior destaque, respondendo por 64,8%, seguido pelo setor industrial, com 30,6%, e pelo setor agropecuário, com 4,6% (ver gráfico 10).

Gráfico 10 – Participação dos Setores no PIB de Sergipe- 2007 Fonte: IBGE; SEPLAN/SUPES/GEPEA

O fato de o setor industrial ser responsável por 30,6% do Produto estadual merece destaque, pois, proporcionalmente, este setor se mostra mais importante para a economia sergipana do que para a economia brasileira como um todo, uma vez que, neste último, o setor industrial corresponde a 27,8% do total produzido.

Destaca-se ainda a importância proporcionalmente maior da indústria extrativista mineral, da construção civil e da produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana para o Estado de Sergipe em relação ao Brasil.

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No caso da indústria extrativista mineral, esta responde por 6,2% do Valor Adicionado Bruto (VAB) a preço básico de Sergipe, sendo que no Brasil a participação deste é de apenas 2,4%. Na construção civil a diferença é menor, sendo a participação em Sergipe de 6,6% e no Brasil de 4,9%. Por fim, a participação do setor de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana em Sergipe é de 8,1% do VAB, enquanto que no Brasil este setor responde por 3,6%. O único setor, dentro das classificações do IBGE para a indústria, em que o Brasil proporcionalmente se destaca mais do que Sergipe é o da indústria de transformação, pois no primeiro é de 17% e no segundo é de 9,7% (ver tabela 10).

Tabela 10 – Distribuição, por setor produtivo, do VAB a preço básico – Participação % - 2007

Atividades Produtivas Brasil Sergipe

Total 100,0 100,0

Agropecuária 5,6 4,6

Indústria 27,8 30,6

 Indústria Extrativa Mineral 2,4 6,2

 Indústria de Transformação 17,0 9,7

 Construção Civil 4,9 6,6

 Produção e Distribuição de Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana 3,6 8,1

Serviços 66,6 64,8

Fonte: Elaboração própria.

Nota: Dados coletados no site do IBGE – Contas Regionais do Brasil

Contudo, tem-se que ressaltar que a participação de Sergipe no VAB do Brasil é pouco significativa, pois, em 2007, o Estado foi responsável por apenas 0,66% do total brasileiro, sendo que sua população estimada no mesmo ano representava 1,05% da população total do Brasil. Ou seja, o Estado apresenta menor representatividade na produção nacional do que na participação total na população nacional.

Tomando-se como referência este indicador, o exame da participação de Sergipe na formação do Valor Adicionado brasileiro confirma a importância do setor industrial na formação de sua renda, pois, se o Estado participa com apenas 0,66% do total do país, sua indústria como um todo participa com 0,73% da produção industrial do Brasil. Por sua vez, o setor agropecuário participou com 0,55% e o setor de serviços com 0,64%, resultados estes inferiores ao do Estado como um todo (ver tabela 11).

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Tabela 11 – Participação das atividades econômicas no VAB a preço básico do país – 2007

Atividades Econômicas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total 0,64 0,66 0,66 0,66 0,65 0,66 0,66 Agropecuária 0,46 0,45 0,58 0,44 0,51 0,59 0,55 Indústria 0,74 0,78 0,82 0,75 0,74 0,72 0,73  Indústria extrativa 1,70 1,51 1,59 1,49 1,58 1,71 1,76  Indústria de transformação 0,44 0,46 0,46 0,38 0,39 0,37 0,38  Produção e distribuição de eletricidade e gás, água e esgoto e limpeza urbana

1,97 2,10 2,24 2,03 1,66 1,45 1,50  Construção civil 0,74 0,77 0,85 0,91 0,91 0,84 0,90 Serviços 0,62 0,63 0,60 0,63 0,62 0,64 0,64  Comércio 0,63 0,66 0,51 0,57 0,62 0,57 0,60  Intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados 0,36 0,43 0,38 0,38 0,37 0,35 0,35  Administração, saúde e educação públicas e seguridade social

0,94 0,97 0,95 0,94 0,97 1,06 1,05  Outros serviços 0,51 0,51 0,52 0,56 0,51 0,54 0,53 Fonte: Elaboração própria.

Nota: Dados coletados no site do IBGE – Contas Regionais do Brasil

Neste contexto, verifica-se que a indústria extrativista é aquela que apresenta maior relevância frente ao Brasil, pois, em 2007 contribui com 1,76% de tudo o que foi gerado pelo país neste setor específico. Além disso, verificando-se os dados do Valor de Transformação Industrial (VTI) do referido ano, disponibilizados pelo IBGE, é possível identificar que a principal atividade deste setor é a extração de petróleo e serviços relacionados. Apenas esta atividade responde por 41,21% de todo o VTI do Estado no referido ano.

Portanto, fica caracterizado que o setor industrial sergipano, em relação ao Brasil, é aquele que apresenta maior destaque, pois participa com um percentual superior ao obtido no total.

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A presente seção busca caracterizar o grau de abertura da economia sergipana. Para tanto, optou-se por comparar a participação de Sergipe no Brasil nos seguintes indicadores: VAB e Corrente de Comércio.

Os resultados mostram que, de 2001 a 200717, a participação de Sergipe no VAB do Brasil tem-se mantido estável e pouco significativo18, sendo que, em 2001 esta era de 0,641% e, em 2007, passou para 0,663%.

Com relação à Corrente de Comércio, que é a soma das Exportações com as Importações, a participação de Sergipe no Brasil mostra-se ainda menos significativa que no VAB. Isto porque, em 2001, o Estado participava com 0,108% do fluxo de comércio de mercadorias do Brasil com o exterior, passando para 0,101%, em 2007. O pico da participação foi no ano de 2002, quando contribuiu com 0,130% da Corrente de Comércio Brasileira (ver tabela 12).

Tabela 12 – Participação de Sergipe no VAB e na corrente de comércio do Brasil – 2001-2007 Ano VAB a preço básico Corrente de Comércio

2001 0,641 0,108 2002 0,662 0,130 2003 0,662 0,112 2004 0,657 0,093 2005 0,651 0,083 2006 0,663 0,076 2007 0,663 0,101

Fonte: Elaboração própria.

Nota: Dados coletados no site do IBGE, para VAB, e MDIC/SECEX, para Corrente de Comércio.

Isto mostra que a participação do Estado na produção do país é superior a sua participação no comércio exterior de mercadorias, o que indica que a economia sergipana é mais fechada que a economia brasileira como um todo.