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As informações, referentes à caracterização de cada grupo, foram reunidas através da observação feita e de conversas informais com as crianças e com a educadora cooperante. Foi-nos cedido também, para a recolha de dados, o Projeto Curricular que nos permitiu retirar informações mais detalhadas sobre as crianças e as suas famílias. Os grupos onde foram desenvolvidas as práticas de Ensino Supervisionada eram compostos, ambos, por vinte cinco crianças, com idades compreendidas entre os quatro e cinco anos. Conforme Figura 1, podemos verificar, em ambos os grupos, a divisão por género masculino e feminino.

Figura 1 - Número de Crianças por género

Em relação às suas origens, a maioria das crianças são de nacionalidade portuguesa. No grupo de PES II, existem duas crianças, uma de nacionalidade moçambicana e outra guineense, e no grupo de PES III, existem seis crianças provenientes de outros paises: Moçambique (1), Angola (2), Guiné (1), Brasil (1) e Gâmbia (1). Quanto à existência de casos com necessidades educativas especiais, no grupo de PES II existe uma criança com problemas ao nível da fala acompanhada por uma especialista. Esta criança está inserida também no grupo de PES III, onde existem mais três casos de terapia da fala e em que um dos casos apresenta, para além das dificuldades ao nível da fala, um quadro de défice de atenção.

No grupo de PES II, 17 crianças frequentam este estabelecimento de ensino pelo segundo ano consecutivo, seis já frequentavam outras instituições de ensino privadas e apenas duas crianças entraram pela primeira vez em contexto pré-escolar. Por sua vez, no grupo de PES III, 17 crianças frequentam o estabelecimento de ensino pelo segundo ano consecutivo, destas, cinco acompanham a EC e as restantes provêm de um grupo com outra educadora. Os restantes elementos do grupo já frequentavam outras instituições de ensino público e privado e apenas uma criança entrou pela primeira vez num contexto escolar.

Este panorama refletiu-se, em ambos os grupos, de modo positivo, pois para além de se tratar de um grupo onde as idades estão muito próximas o contacto anterior com um contexto escolar, trouxe alguma estabilidade no processo de adaptação das crianças, pois a rotina já lhes era familiar.

Relativamente ao grupo de PES II, as crianças, em relação ao desenvolvimento pessoal e social, encontram-se numa fase de crescente autonomia e independência, tomando decisões diariamente. Este comportamento é notório, pois, na sala vive-se

um contexto de vida democrática, em que as crianças exercem o seu direito de participar, e em que a diferença de género, social, física, cognitiva, religiosa e étnica é aceite numa

PES II PES III 0 5 10 15 Masculino Feminino PES II 14 11 PES III 11 14

perspetiva de equidade, num processo educativo que contribui para uma maior igualdade de oportunidades entre mulheres e homens, entre indivíduos de diferentes classes sociais, com capacidades diversas e de diferentes etnias (Silva et al., 2016, p.39).

Devido a este espírito de democracia, as crianças respeitam as opiniões uns dos outros quando estão acompanhados por um adulto da sala, no entanto, existe a necessidade do adulto intervir em situações de conflito quando estão nas áreas a brincar, pois têm alguma dificuldade em respeitar o lugar do outro.

No que diz respeito à linguagem oral, a maioria das crianças expressa-se claramente apesar de algumas terem dificuldades na articulação de algumas palavras, no entanto, e devido à estimulação efetuada pela EC, as crianças não se sentem inibidas em se expressar e falam abertamente uns com os outros.

Ao nível afetivo a grande maioria das crianças demonstra um temperamento equilibrado, divertido, sociável, comunicativo e feliz. São crianças que gostam de receber e de corresponder a trocas afetivas, apesar de ser mais visível com as raparigas do grupo, no entanto existem cinco rapazes que necessitam regularmente de contacto com o adulto da sala.

O grupo de PES III é bastante diferente relativamente ao seu nível de desenvolvimento cognitivo, motor e linguístico, pois cada criança tem as suas próprias características que as distinguem umas das outras. Em relação à concentração, é notório que algumas crianças mantêm tempos prolongados e manifestam atitudes e comportamentos assertivos, enquanto outras revelam ser muito agitadas, dispersando-se com muita facilidade, o que promove, por vezes, um clima de demasiada agitação no grupo. Em termos de competências e experiências de aprendizagem este grupo é muito heterogéneo. No entanto, já é possível identificar áreas de desempenho, como por exemplo, a autonomia nos cuidados de higiene e nos hábitos de arrumação e utilização de materiais. Por outro lado, evidenciam grandes dificuldades na autonomia de atividades de escolha livres e na organização de momentos de jogo em pequeno grupo, gerando por vezes muito barulho e distúrbios na sala de atividades.

Tendo em conta as outras áreas de conteúdo, existe a necessidade de intervir no domínio das artes visuais, pois muitas crianças têm dificuldade em desenhar de forma livre e não manifestam grande interesse pela pintura. Também é visível a disparidade de competências ao nível da linguagem oral, devido ao grande número de crianças a frequentar a terapia da fala.

Ao nível afetivo a grande maioria das crianças demonstra um temperamento equilibrado, divertido, sociável, comunicativo e feliz. São crianças que gostam de receber e de corresponder a trocas afetivas, apesar de ser mais visível com as raparigas do grupo. De um modo geral, as crianças dos dois grupos são muito energéticas e bem-dispostas, demonstrando motivação e interesse pelas diversas aprendizagens.

2.3.1. Famílias.

Segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar (1997), “cada criança tem uma família - pais ou seus substitutos - que é diferente - composição, características socioeconómicas e culturais” (p.32). Deste modo, é importante conhecer um pouco sobre as famílias e neste sentido, foi sintetizada e avaliada a informação recolhida sobre as famílias das crianças da Sala A com o objetivo de compreender o contexto fora do ambiente educativo.

De acordo com os dados recolhidos no Projeto Curricular dos Grupos, pudemos constatar que a maioria das famílias são biparentais, havendo três casos de famílias monoparentais no grupo de PES II e dois no grupo de PES III.

No que respeita às fratrias, a partir da leitura da figura 2, podemos constatar que predominam as famílias com dois filhos, enquanto apenas seis crianças, duas de PES II e quatro de PES III, são filhos únicos. Constata-se, ainda, que cinco famílias, três de PES II e duas de PES III, são consideradas famílias numerosas.

Figura 2 - Número de Irmãos

No que respeita aos progenitores, conforme informações recolhidas, podemos verificar, através do quadro 1, que a maioria dos pais estão entre os 35 e os 45 anos.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 1 2 3 Nú m e ro d e c ri a n ça s Número de Irmãos PES II PES III

Quadro 1 - Idade dos Progenitores

Idade 30-35 35-40 40-45 45-50 +50

Prática de Ensino Supervisionada II

Mãe 5 10 6 2 0

Pai 2 6 8 6 1

Prática de Ensino Supervisionada III

Mãe 1 14 8 2 0

Pai 1 7 13 3 1

Relativamente às suas habilitações, podemos concluir que as mães apresentam níveis superiores de educação, tendo também, em maior número que os pais, formação académica superior, conforme figura 3.

Figura 3 - Habilitações dos Progenitores

No que diz respeito às profissões dos pais, e analisando as informações explanadas no Projeto de Turma dos dois grupos, pudemos concluir que a maioria apresenta profissões ligadas ao setor terciário, sendo estas muito diversificadas.

Deste modo, é importante referir que as famílias apresentam níveis estáveis de segurança no que se refere a situações de emprego.

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