• Nenhum resultado encontrado

Caracterização da pesquisa

No documento PDF completo (páginas 48-50)

3 “COMO VAI, VAI BEM? VEIO A PÉ OU VEIO DE TREM?”

3.1. Caracterização da pesquisa

A pesquisa realizada caracteriza-se como um estudo de caso, composto por duas etapas distintas: a primeira, de caráter qualitativo, e a segunda, de caráter quantitativo. Tal distinção possibilitou abranger os públicos e os objetivos estabelecidos neste trabalho.

Segundo o pesquisador social Robert Yin (2005), estudos de caso são adequados à tentativa de explicar situações da vida real que são demasiadamente complexas para serem tratadas por meio de estratégias experimentais ou de levantamento de dados. Além disso, o autor indica sua utilização quando não se exige do pesquisador controle sobre eventos comportamentais ou quando a pesquisa focaliza acontecimentos contemporâneos. Ainda, conforme o autor Antonio Carlos Gil (2002), o estudo de caso trata-se de uma etapa com objetivo descritivo, procurando conhecer a realidade estudada, suas características e seus problemas.

Gil (2002) reconhece que a utilização de estudos de caso específicos evidencia informações existentes em um contexto distinto, porém pode também contribuir para a formação do conhecimento acerca do tema e da área pesquisados. Desta forma, para analisar o contexto em que se insere o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, buscou-se atingir os objetivos estabelecidos nesta pesquisa por meio do estudo de caso único.

A pesquisadora Sylvia Roesch (2009) afirma que o estudo de caso é uma das metodologias existentes para a realização de pesquisas de caráter qualitativo. Desta maneira, este trabalho de pesquisa trata-se, também, de uma pesquisa qualitativa, a qual foi realizada como uma primeira de duas etapas de coleta de dados no IFSC, conforme descrito adiante.

O autor Álvaro Pires (2008) sintetiza a pesquisa qualitativa como aquela que se constitui a partir de um material empírico qualitativo, ou seja, material não tratado sob forma de números. O mesmo autor elenca, porém, uma série

de características pertencentes a esta abordagem, tais como:

- Flexibilidade de adaptação durante o desenvolvimento da pesquisa, inclusive no que se refere à construção progressiva do próprio objeto da investigação;

- Capacidade de se ocupar de objetos complexos, como, por exemplo, instituições sociais, grupos estáveis e objetos ocultos e de difícil apreensão;

- Capacidade de englobar dados heterogêneos e combinar diferentes técnicas de coleta de dados;

- Capacidade ampla de descrição em profundidade;

- Aplicabilidade ao mundo empírico, que se expressa pela valorização da exploração indutiva do campo de observação.

- Valorização da criatividade e da capacidade de solucionar problemas. Os estudos de caso, porém, não são necessariamente restritos à aplicação de pesquisas de caráter qualitativo. Autores como Severino (2007) e Oliveira Netto (2008), por exemplo, não fazem qualquer delimitação deste tipo, afirmando que o estudo de caso caracteriza-se mais pelo objetivo e pelo objeto investigado do que pelo caráter da pesquisa.

Para dar suporte ao resultado da etapa qualitativa da pesquisa e permitir a aferição e a expansão dos dados referentes ao estudo de caso, a segunda etapa de coleta de dados no IFSC teve caráter quantitativo. Essa etapa, novamente relacionada à utilização de mídias sociais pela instituição, teve por base os dados qualitativos coletados, conforme sequência de atividades ilustrada pela Figura 1.

A pesquisa quantitativa, segundo Matias-Pereira (2007), diz respeito ao levantamento de dados que podem ser mensurados numericamente e tratados com o uso de ferramentas estatísticas. Para o autor, esses dados, quando classificados e analisados, resultam em opiniões e informações relevantes ao estudo realizado.

Para Handem et al. (2007), a pesquisa quantitativa é a metodologia que se apropria da análise estatística para o tratamento dos dados coletados pelo pesquisador. Entre as situações que demandam a realização de uma pesquisa quantitativa estão, por exemplo, situações de diagnóstico e estudos exploratórios em que é necessário mais conhecimento sobre o problema ou o objeto de pesquisa.

O alinhamento entre as abordagens qualitativa e quantitativa dá origem ao que Handem et al. (2007) denominam de pesquisa quanti-qualitativa. Esse método, de acordo com os autores, privilegia a melhor compreensão do tema estudado, pois “associa análise estatística à investigação dos significados das relações humanas” (Ibidem, p. 95).

cada vez mais utilizada na ciência, pois, ao aliar palavras e números, permite que seja extraído o que cada tipo de pesquisa – a quantitativa e a qualitativa – oferece de melhor ao estudo científico. Os autores destacam que, enquanto a metodologia quantitativa é capaz de abranger grandes e representativas amostras mas não apreende o contexto do fato, a metodologia qualitativa lida com amostras pequenas e pouco representativas mas trabalha com procedimentos analíticos que confiam dados subjetivos. “Isso demonstra as vantagens da complementaridade” (HANDEM ET AL., p. 96)

Confirmando Handem et al. (2007), Severino (2007) lembra que a integração entre as abordagens quantitativa e qualitativa une, em uma só metodologia, as linguagens das palavras e dos números, ambas essenciais à humanidade. Além disso, ao integrar os dados quantitativos aos qualitativos, a metodologia diminui as limitações dos dados quando extraídos isoladamente.

Desta forma, o objetivo da realização da pesquisa com o caráter quanti- qualitativo é o de proporcionar uma maior compreensão sobre a utilização e o impacto que o uso das mídias sociais pela Diretoria de Comunicação do IFSC têm provocado junto aos públicos-alvo da instituição. A realização da etapa qualitativa, por sua vez, antecedeu a da etapa quantitativa de forma intencional, pois um dos objetivos era – além de compreender a visão que os responsáveis pelas mídias sociais no IFSC têm sobre o trabalho, o funcionamento e os resultados do uso dessas mídias – subsidiar com informações relevantes a construção do instrumento quantitativo de coleta de dados.

No documento PDF completo (páginas 48-50)