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Caracterização Sócio-demográfica do Vale do Sousa

3 Caracterização do Vale do Sousa

3.1 Caracterização Económica e Social

3.1.1 Caracterização Sócio-demográfica do Vale do Sousa

De acordo com os dados do último Recenseamento Geral da População, realizado em 2001, a população residente do Vale do Sousa é de aproximadamente 327.800 habitantes, tendo registado uma variação populacional de cerca de 13% entre os recenseamentos de 1991 e 2001 e apresenta uma densidade populacional de aproximadamente 427 habitantes por km2. Deste ponto de vista, o Vale do Sousa tem evidenciado uma dinâmica populacional relativamente forte, ao longo das últimas décadas, assumindo progressivamente maior relevância no contexto regional e nacional. Na Figura 16 apresenta-se a evolução da população ao longo das últimas décadas.

0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 Castelo de Paiva Felgueiras Lousada Paços de Ferreira Paredes Penafiel Castelo de Paiva 12.301 15.606 17.756 16.165 17.026 16.515 17.338 16.968 Felgueiras 29.520 33.463 38.895 41.625 48.015 49.136 57.595 58.922 Lousada 22.369 24.796 27.947 31.865 37.904 38.213 44.712 47.130 Paços de Ferreira 18.697 21.999 27.537 33.655 40.687 44.190 52.985 55.692 Paredes 31.629 36.274 43.388 53.140 67.693 72.999 83.376 86.539 Penafiel 42.179 46.476 49.924 53.715 64.267 68.444 71.800 72.129 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2006

Figura 16. Evolução da população residente no Vale do Sousa (1940-2006)

Fonte: ‘Elaboração própria com base em’ DHVMC (2004), INE (2007)

Analisando a Figura apresentada é fácil constatar que todos os concelhos têm apresentado acréscimos populacionais desde 1940 até 2006. Contudo a variação da população registou diferenças entre os vários concelhos. No seu conjunto o Vale do Sousa apresenta desde 1940 até 2006 uma variação de 113% representado no gráfico através de

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uma linha recta, sendo este valor ultrapassado por alguns concelhos e não atingido por outros como se pode verificar na Figura 17. Individualmente, destacam-se pelo crescimento populacional os concelhos de Paços de Ferreira e de Paredes.

0% 50% 100% 150% 200% 250%

Penafiel Paredes Paços de Ferreira

Lousada Felgueiras Castelo de Paiva

Figura 17. Variação percentual da população residente no Vale do Sousa (1940-2006)

Fonte: ‘Elaboração própria com base em’ DHVMC (2004), INE (2007)

Mais adiante apresenta-se uma caracterização empresarial do Vale do Sousa, contudo, talvez salienta-se desde já, aquilo que alguns estudos defendem, que é a presença de clusters [Bessa (2004); DHVMC (2004)], ou distritos industriais, em dois destes concelhos, sendo o vestuário e o mobiliário de madeira, em Lousada e Paços de Ferreira, respectivamente. É também identificado um terceiro distrito industrial em Felgueiras, o do calçado, mas que devido à actual situação económica do país, e talvez à falta de preparação das empresas para estas condições se encontra a crescer a um ritmo mais lento, principalmente pelo facto de muitas empresas se encontrarem em situações desfavoráveis.

Outro factor importante para um conhecimento mais profundo desta região é a sua estrutura etária. Em primeiro lugar apresenta-se a população por grupos etários no país e na região Norte e de seguida a composição da população nos concelhos do Vale do Sousa.

146 0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000

Portugal Norte Tâmega

0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 64 anos 65 e mais anos

Figura 18. Estrutura etária da população em Portugal e na Região Norte e na NUTE Tâmega em 2004

Fonte: ‘Elaboração própria com base em’ INE (2007)

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 Castelo de Paiva

Felgueiras Lousada Paços de Ferreira Paredes Penafiel 0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 64 anos 65 e mais anos

Figura 19. População residente, segundo grandes grupos etários em 2004

Fonte: ‘Elaboração própria com base em’ INE (2007)

De acordo com a Figura 18 e a Figura 19 verifica-se que a classe predominante é a classe dos 25 aos 64 anos, no entanto, nos concelhos do Vale do Sousa as classes mais jovens apresentam um peso significativamente mais elevado que as classes mais idosas. Isto permite caracterizar esta região como uma região jovem, o que levou muitas vezes à afirmação de ser, nomeadamente o concelho de Lousada, o mais jovem concelho da UE, sendo um factor apresentado como um ponto forte desta região, CIDEC & Deloitte&Touche (1998).

No que diz respeito à demografia, esta também tem assumido um papel importante na explicação do crescimento da região ao longo dos anos, tanto pelas elevadas taxas de natalidade e fecundidade, como pelas baixas taxas de mortalidade e índice de envelhecimento como se pode ver no Quadro seguinte.

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Quadro 21. Alguns indicadores demográficos sobre o Vale do Sousa

1996 2004 Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade Taxa de Fecundidade Índice de Envelhecimento % % C. de Paiva 13,2 9,4 11,9 8,4 45,0 69,9 Felgueiras 16,5 6,4 11,0 5,9 39,3 49,5 Lousada 17,3 6,3 12,5 5,8 34,5 45,9 P. Ferreira 17,3 6,3 12,4 6,3 45,5 45,0 Paredes 14,5 7,1 13,0 5,9 45,7 47,1 Penafiel 14,9 7,1 12,4 6,0 44,8 55,2 Tâmega 14,6 8,1 11,5 7,5 42,3 62,6 Norte 12,2 9,1 10,2 8,3 38,9 88,6 Portugal 11,1 10,8 10,4 9,7 41,7 108,7

Fonte: INE (2002c); INE (2003a); INE (2004)

Os indicadores sociais também são factores que devem ser considerados na análise de uma região. Como foi referido na revisão da literatura, o desenvolvimento sustentável é analisado a três níveis, económico, social e ambiental, e neste sentido apresenta-se uma breve descrição de todos estes níveis.

Nos indicadores sociais salienta-se a existência de um hospital – Hospital Padre Américo, nesta região que veio reforçar os indicadores de “camas hospitalares por 1000 habitantes” e o “número de médicos por 1000 habitantes” da região do Vale do Sousa.

No que diz respeito ao nível de educação e de acordo com os dados do recenseamento geral da população e habitação (2001) do INE, verificou-se um decréscimo da taxa de analfabetismo em todos os concelhos do Vale do Sousa, no período de 1991 a 2001. Neste período, a proporção de indivíduos sem qualquer nível de ensino diminuiu aproximadamente para metade, enquanto que o número de indivíduos ao nível de instrução do 3º ciclo do ensino básico e secundário registou um aumento significativo (no caso de Lousada e Felgueiras este valor quintuplicou) e ao nível do ensino médio e superior verificou-se um aumento relativo (quadruplicando em Paços de Ferreira).

Um factor que pode ter um peso significativo na explicação do dinamismo registado ao nível da formação passa pela existência de Centros de Formação Profissional específicos ao tecido produtivo (do calçado, da madeira e do têxtil). Ao nível do ensino superior, além de duas escolas já existentes no Vale do Sousa, a instalação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, criada no concelho de Felgueiras em 1999 contribui através da colocação no mercado de trabalho indivíduos com formação de nível superior.

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Passando ao factor ambiental, resumidamente pode-se dizer que a situação em relação a infra-estruturas ambientais é preocupante na medida em que, analisando comparativamente os diversos níveis de atendimento das redes públicas de saneamento básico e sistemas de recolha de resíduos sólidos e urbanos, com a média nacional ou da região Norte, os vários municípios que compõem o Vale do Sousa ficam abaixo desses indicadores.

Pode-se verificar desta breve análise, que tanto o aspecto social, como o aspecto ambiental ainda têm um longo caminho a percorrer, o que exige muito das populações e do poder local, para que a região entre na rota daquilo que se designa de desenvolvimento sustentável, pois há vários factores que ainda necessitam de várias melhorias.

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