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Estratégias empreendedoras e a sustentabilidade local: a região do Vale do Sousa

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Academic year: 2021

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(1)

Nelson Jorge Ribeiro Duarte

Estratégias Empreendedoras e a Sustentabilidade Local:

A Região do Vale do Sousa

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO VILA REAL, Abril de 2008

(2)

Orientadores:

Professor Doutor Francisco José Lopes de Sousa Diniz

Professor Associado do Departamento de Economia, Sociologia e Gestão da Universidade de Trás-os Montes e Alto Douro

Professora Doutora Maria del Pilar Lopez Vidal

Professora Titular de Organización de Empresas na Escuela Universitaria de Estudios

Empresariales de Vigo, Universidade de Vigo

Este trabalho foi expressamente elaborado como dissertação original para efeito de obtenção do grau de Doutor em Gestão, de acordo com o disposto no Decreto Lei N.º 216/92 de 13 de Outubro, sendo apresentado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

(3)
(4)

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho é resultado da contribuição de várias pessoas, com as quais contactei e convivi durante o seu desenvolvimento. Agradeço a todos os que me proporcionaram a oportunidade de enriquecimento científico e pessoal, em particular, às seguintes pessoas:

Ao Doutor Francisco Diniz, meu orientador, pelas suas sugestões e indicações, que permitiram uma melhoria significativa ao nível científico deste trabalho, e pela disponibilidade, e amizade demonstradas.

À Doutora Pilar Lopez, co-orientadora, pelas sugestões e correcções, pelo incentivo demonstrado desde o primeiro contacto, e pela sua disponibilidade para um orientando ausente.

Às pessoas e instituições que me apoiaram no trabalho preparatório, na CofaceMope, à Dr.ª Celina Martins, e na DGEEP ao Dr. Artur Simões, pela pronta cedência dos dados de suporte ao estudo realizado. Agradeço também à Comunidade Urbana do Vale do Sousa, em particular à Dr.ª Rosário Machado, pela ajuda sempre pronta que me concedeu em várias etapas do trabalho. Aos responsáveis empresariais que aceitaram perder algum do seu tempo para responder ao questionário apresentado, bem como às várias pessoas que contribuiram para a divulgação e recolha dos questionários. Sem o apoio de todas estas pessoas não seria possível o alcance dos objectivos propostos. Um obrigado especial para as associações empresariais e industriais de Lousada, Paredes e Penafiel.

À Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras, pelas facilidades concedidas na combinação das minhas funções com o presente trabalho. Em particular a todos os colegas que me apoiaram a nível científico, operacional e pessoal.

Aos meus pais, pelo apoio que sempre demonstraram, pela aprendizagem que me proporcionaram, e por todos as dificuldades que ultrapassaram e me ensinaram a ultrapassar, e a quem devo tudo aquilo que hoje sou.

À Joana, um agradecimento em forma de pedido de desculpa pelos muitos momentos em conjunto perdidos, pela preocupação e apoio constante, e por estar sempre presente e disponível nos bons e maus momentos.

(5)

RESUMO

Introdução: A questão do empreendededorismo tem vindo a ser debatida no campo científico há

já algum tempo, no entanto, é difícil analisar o empreendedorismo de forma isolada. Embora na literatura se encontrem estudos individuais sobre o empreendedorismo, a estratégia, as empresas, ou o desenvolvimento, as acções levadas a cabo num destes factores, influenciam os restantes.

Problema: Prende-se com a análise do empreendedorismo estratégico nas empresas do Vale do

Sousa e com a sua relação com a sustentabilidade local. Todos os conceitos referidos anteriormente estão amplamente estudados e analisados, mas normalmente este estudo é efectuado de forma individual, quase assumindo a condição ceteris paribus. Uma vez que estes factores se encontram interligados devem ser analisados como um todo.

Objectivos: Desenvolver um estudo dos conceitos identificados, procurando identificar as

relações que se estabelecem entre si. Qual o papel das empresas, nomeadamente as pequenas, no desenvolvimento? É a gestão das empresas praticada de uma forma empreendedora? De que forma está o empreendedorismo presente na estratégia empresarial? E será que as empresas mais empreendedoras são as que mais contribuem para a sustentabilidade local, permitindo assim identificar um empreendedorismo sustentável?

Metodologia: Para responder às questões apresentadas, bem como a outras que se apresentam no

decorrer deste trabalho, será elaborada uma revisão da teoria associada a estes conceitos, e um estudo empírico, realizado através de um questionário a algumas empresas da região do Vale do Sousa, uma sub-região da NUTE III Tâmega. A análise dos questionários será efectuada com recurso a técnicas estatísticas e com o apoio do software SPSS.

Resultados Obtidos: Como principais resultados aponta-se a ausência de relação entre o

empreendedorismo estratégico e o desenvolvimento. As empresas apresentam-se com um baixo grau de empreendedorismo estratégico (atitude inovadora e tomadora de riscos fraca, e uma pró-actividade significativa mas apenas no curto prazo) mas uma atitude favorável a uma sustentabilidade local, nomeadamente a nível ambiental.

Considerações Finais e Investigação Futura: Nas considerações finais apresenta-se uma

síntese das questões teóricas abordadas, do modelo de estudo e da região, bem como dos resultados das hipóteses colocadas. No seguimento desta apresentação, são abertas novas linhas de investigação, sobre as questões abordadas como por exemplo a construção de baterias de indicadores das componentes do empreendedorismo.

(6)

ABSTRACT

Introduction: Entrepreneurship is a subject of debate in the scientific community for some time,

however it is not possible to discuss as an isolated subject. Within the literature it is possible to find individual studies on entrepreneurship, strategy, enterprises or development, but the actions of one of these concepts will influence the others.

Problem: The study analyzes the strategic entrepreneurship within the Vale do Sousa firms and

their relation with local sustainability. All the concepts presented in the previous paragraph have been studied and analyzed however this study looks at the individual subject, nearly assuming a

ceteris paribus condition. Since these factors are connected they must be analyzed under an

holistic perspective.

Objectives: The study develops and identifies the concepts and searches for established

connections among them. What was the role that businesses namely, the small enterprises have on development? Are the management practices innovative? Is it possible to find entrepreneurship characteristics within the firms strategy? Is there a relation between the degree of entrepreneurship of a firm and its contribution to local development?

Methodology: In order to respond to the questions as well as other questions, the study presents

a state of art of the concepts and an empirical study using a questionnaire of the firms in the region of Vale do Sousa. The analysis was done using the statistical software SPSS.

Results Summary: As a main conclusion, the study identified the absence of relationship

between the degree of firm strategic entrepreneurship and local development. The small businesses present a low propensity to practice strategic entrepreneurship (low degree of innovation and risk-taking, but considerable pro-activity on the short-term) but have a positive attitude toward local sustainability, namely on the environmental level.

Final Considerations and Further Research: The final considerations present a summary of

the main theoretical questions, the adopted model for this study, and an overview of the region, as well as the statistical results. In consideration of these results, new research lines and questions are indicated for future studies, such as the elaboration of a group of indicators about entrepreneurship components.

(7)

i

I – Índice

II – Lista de Figuras ... iii

III – Lista de Quadros ...v

IV – Lista de Anexos ... vii

V – Abreviaturas ... viii

1 Introdução ...1

2 Revisão da Literatura ...7

2.1 Introdução ... 7

2.2 PME e Micro Empresas ... 8

2.2.1 Definição de PME e Micro Empresas... 8

2.2.2 PME e Micro Empresas no Tecido Empresarial... 12

2.2.3 Alguns Conceitos Sobre a Gestão Empresarial ... 17

2.2.4 O Papel Económico e Social das PME e Micro Empresas ... 26

2.2.5 Micro e Pequenas versus Grandes Empresas... 38

2.3 Desenvolvimento Local ... 50

2.3.1 O Conceito de Crescimento Económico ... 51

2.3.2 Os Conceitos de Desenvolvimento Económico e Desenvolvimento Sustentável ... 57

2.3.3 O Papel das Empresas no Quadro do Desenvolvimento... 69

2.4 Estratégia Empresarial ... 79

2.4.1 O Papel da Estratégia na Empresa ... 79

2.4.2 Micro ou Macro? A Empresa ou a Indústria/Sector?... 93

2.5 Empreendedorismo ... 97

2.5.1 Evolução e Possíveis Definições ... 98

2.5.2 O Empreendedorismo e a sua ligação ao Ambiente Interno da Empresa ... 104

2.5.3 O Empreendedorismo e o Espaço Territorial... 112

2.5.4 Empreendedorismo, PME e Empreendedores ... 125

2.6 Breve síntese ... 132

3 Caracterização do Vale do Sousa...139

3.1 Caracterização Económica e Social ... 140

3.1.1 Caracterização Sócio-demográfica do Vale do Sousa ... 144

3.1.2 Caracterização Económica do Vale do Sousa... 148

3.2 Caracterização da Estrutura Empresarial ... 166

4 Questões de Investigação e Modelo de Análise...185

4.1 Introdução ... 185

4.2 Hipótese Geral ... 185

4.3 Hipóteses Operacionais... 187

4.4 Apresentação do Inquérito a Realizar ... 189

5 Estratégia de Pesquisa...193

5.1 Introdução ... 193

5.2 Trabalho Preparatório ... 193

5.3 Universo de Estudo ... 195

5.4 Amostra... 197

(8)

ii

6 Conceitos Estatísticos a Utilizar ...207

6.1 Breve Enquadramento Teórico ... 207

6.2 Testes a Utilizar ... 208 6.2.1 Testes de Hipóteses... 208 6.2.2 Técnicas Estatísticas ... 213 6.2.3 Testes Estatísticos ... 217 7 Resultados Obtidos ...225 7.1 Introdução ... 225 7.2 As Empresas e os Empreendedores ... 226

7.3 Alguns Factores Relacionados com a Gestão ... 255

7.4 A Relação das Empresas e dos Empresários com o Desenvolvimento Local ... 269

7.4.1 Desenvolvimento Local ... 270

7.4.2 Gestão, Estratégia e Empreendedorismo ... 277

8 Considerações Finais e Investigação Futura ...305

8.1 Introdução ... 305

8.2 Síntese das Questões Teóricas ... 305

8.3 Síntese do Modelo de Estudo Adoptado e da Região em Análise ... 308

8.4 Síntese dos Resultados Obtidos ... 310

8.5 Sugestões de Investigação Futura ... 315

9 Referências Bibliográficas ...319

(9)

iii

II – Lista de Figuras

Figura 1. Proposta gráfica da relação entre os temas em estudo...3

Figura 2. Um modelo para a competitividade das PME ...21

Figura 3. Relações entre os factores, características e dimensões da competitividade das PME ...23

Figura 4. As fontes do desenvolvimento e as “pressões” sobre as PME ...24

Figura 5. Percentagem de empresas por categoria, na União Europeia e nos Estados Unidos da América ...27

Figura 6. Conceitos de desenvolvimento...63

Figura 7. Elementos de um modelo óptimo de desenvolvimento ...66

Figura 8. Relações institucionais dos agentes de desenvolvimento local ...76

Figura 9. Pirâmide do Desenvolvimento Organizacional: Os 6 blocos chave para o sucesso das organizações ..86

Figura 10. A Estratégia Empresarial e o Desenvolvimento ...92

Figura 11. Modelo da relação entre cultura e orientação empreendedora ...120

Figura 12. Os ciclos do empreendedorismo ...121

Figura 13. Proposta gráfica actualizada da relação entre os temas em estudo...133

Figura 14. Divisão do Norte de Portugal por Distritos e por NUTEs ...141

Figura 15. Localização, enquadramento e dados gerais sobre o Vale do Sousa...142

Figura 16. Evolução da população residente no Vale do Sousa (1940-2006) ...144

Figura 17. Variação percentual da população residente no Vale do Sousa (1940-2006)...145

Figura 18. Estrutura etária da população em Portugal e na Região Norte e na NUTE Tâmega em 2004 ...146

Figura 19. População residente, segundo grandes grupos etários em 2004 ...146

Figura 20. Percentagem da população residente empregada no Vale do Sousa, segundo o sector de actividade (1991-2001) ...149

Figura 21. População residente e desempregada no Vale do Sousa, por géneros, em Dezembro de 2006...151

Figura 22. População residente e desempregada no Vale do Sousa, de acordo com o tempo de inscrição, em Dezembro de 2006...151

Figura 23. População residente e desempregada no Vale do Sousa, face à situação de procura de emprego, em Dezembro de 2006...151

Figura 24. Índice de poder de compra per capita (2000) ...154

Figura 25. População residente empregada, por concelho, por sector de actividade económica (2001) ...155

Figura 26. Percentagem das sociedades existentes, segundo o sector de actividade económica (2001) ...155

Figura 27. Percentagem das sociedades existentes nos concelhos do Vale do Sousa, segundo o sector de actividade económica (31/12/2004)...155

Figura 28. As empresas por Actividade Económica nos Concelhos do Vale do Sousa (INE), Dezembro 2005 167 Figura 29. Distribuição das empresas pela região do Vale do Sousa ...168

Figura 30. As empresas com sede nos concelhos do Vale do Sousa em 31/12/2005 por Actividade Económica ...168

Figura 31. Constituição e Dissolução de Sociedades em Portugal, no Norte e na Nute Tâmega em 2005 ...169

Figura 32. Constituição e Dissolução de Sociedade nos concelhos do Vale do Sousa em 2004 ...169

Figura 33. As empresas por Actividade Económica nos Concelhos do Vale do Sousa (DGEEP) ...172

Figura 34. Percentagem de pessoas ao serviço por CAE do Estabelecimento...173

Figura 35. Estrutura dimensional das empresas no Vale do Sousa em 2003 ...174

Figura 36. Estrutura dimensional das empresas nos concelhos do Vale do Sousa em 2003...175

Figura 37. Classificação das Empresas no Vale do Sousa segundo a Recomendação 2003/361/CE ...178

Figura 38. As empresas por Actividade Económica nos Concelhos do Vale do Sousa (Coface MOPE)...178

Figura 39. Percentagem de pessoas ao serviço por CAE do Estabelecimento...180

Figura 40. As empresas com sede nos concelhos do Vale do Sousa por Actividade Económica...180

Figura 41. Classificação das Empresas por concelho do Vale do Sousa segundo Recomendação 2003/361/CE ...181

Figura 42. A cooperação entre os processos indutivos e dedutivos...207

Figura 43. Investigação Empírica...208

Figura 44. Região de rejeição de H0 (teste unilateral à direita) ...211

Figura 45. Região de rejeição de H0 para um teste bilateral ...211

Figura 46. Distribuição das 251 Empresas por concelho...226

(10)

iv

Figura 48. Género dos entrevistados pelos concelhos do Vale do Sousa ...228

Figura 49. Classes de idade dos entrevistados...228

Figura 50. Habilitações dos entrevistados ...229

Figura 51. Funções que os entrevistados desempenham nas empresas ...229

Figura 52. Relação entre a idade e as habilitações dos proprietários e sócios-gerentes inquiridos ...233

Figura 53. Habilitações dos entrevistados com responsabilidades de gestão há cinco ou menos anos ...237

Figura 54. Personalidade Jurídica das Empresas inquiridas no Vale do Sousa ...238

Figura 55. Personalidade Jurídica das Empresas inquiridas por Concelho...238

Figura 56. Motivos que levaram as empresas já em funcionamento a mudar de instalações ...239

Figura 57. Motivos que levaram à escolha da localização da empresa...239

Figura 58. Motivos que levaram à escolha do sector para criar o negócio ...241

Figura 59. Principais pontos de viragem das empresas entrevistadas...243

Figura 60. Classificação das empresas pelo critério dos efectivos no Vale do Sousa ...245

Figura 61. Classificação das empresas pelo critério financeiro (vol. negócios) no Vale do Sousa ...245

Figura 62. Classificação das empresas por classe (ambos os critérios) em 2004 ...250

Figura 63. Classificação das empresas por classe (ambos os critérios) em 2006/07 ...251

Figura 64. Classificação das empresas por classe (ambos os critérios) nos concelhos do Vale do Sousa em 2006/07...252

Figura 65. Parceiros consultados pelas empresas antes de avançar para um novo negócio...256

Figura 66. Parceiros consultados pelas empresas antes de avançar para um novo negócio por sector de actividade...256

Figura 67. Caixa de bigodes da distribuição do número de concorrentes por sector de actividade...264

Figura 68. Tipo de empresas concorrentes das entrevistadas ...265

Figura 69. A percepção das empresas sobre probabilidade de surgimento de novos concorrentes no futuro ....268

Figura 70. Percentagem de empresas e respectiva atitude face ao desenvolvimento sustentável...276

Figura 71. Classificação da estratégia em relação à inovação ...279

Figura 72. Propensão/aversão ao risco das empresas entrevistadas...284

(11)

v

III – Lista de Quadros

Quadro 1. Classificação das empresas por categoria em função dos critérios definidos pela UE ...12

Quadro 2. Peso das classes dimensionais de empresas na estrutura empresarial 2000...13

Quadro 3. Peso das classes dimensionais de empresas na estrutura empresarial 2004...14

Quadro 4. O papel das PME na Europa dos Dezanove, 2003...15

Quadro 5. Indicadores da UE-25 por classe empresarial excluindo empresas do sector financeiro (%) ...16

Quadro 6. Empresas e Emprego no sector privado (não primário) na UE-19, Japão e EUA ...28

Quadro 7. Variações em indicadores das empresas (excepto sector primário), UE-19, 1988-2003 ...28

Quadro 8. Variação no Valor Acrescentado Real, Produtividade e Emprego em Portugal e na UE por classe empresarial, 1988-2003 (Variação média anual em %)...29

Quadro 9. Indicadores de Custos e Produtividade (anuais) nas empresas portuguesas em 2005 ...30

Quadro 10. Taxas de Desemprego (%)...33

Quadro 11. Diferenças encontradas na literatura entre pequenas e GE ...49

Quadro 12. Os dois modelos enquadrados pelo desenvolvimento territorialista ...53

Quadro 13. 10 Factores mais influentes no dinamismo económico dos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento...56

Quadro 14. Tipos de Políticas de Desenvolvimento Regional, Falhas de Mercado e Paradigmas de Referência 71 Quadro 15. Definições dos pilares empresariais ...80

Quadro 16. Fases do Crescimento Empresarial ...87

Quadro 17. Autores e Conceitos Associados ao Termo Empreendedorismo ...101

Quadro 18. Matriz de Criação de Valor e Crescimento das PME ...108

Quadro 19. Atitude dos diferentes tipos de gestores em relação à gestão das suas unidades de negócio...126

Quadro 20. Tipos de Empreendedores...127

Quadro 21. Alguns indicadores demográficos sobre o Vale do Sousa ...147

Quadro 22. Principais actividades económicas por concelho do Vale do Sousa ...148

Quadro 23. Taxas de desemprego no Vale do Sousa, Tâmega, Região Norte e Portugal (1991, 2001 e 2006) 150 Quadro 24. População residente e desempregada, segundo o género, o tempo de inscrição e a condição de procura de emprego no Vale do Sousa (Dezembro, 2006) ...152

Quadro 25. Análise SWOT do Vale do Sousa...160

Quadro 26. Estratégias empresariais a seguir pelas empresas no âmbito de uma análise SWOT ...161

Quadro 27. Uma abordagem SWOT mais recente ao Vale do Sousa...162

Quadro 28. Indicadores de Protecção Social ...165

Quadro 29. Indicadores de Ambiente ...166

Quadro 30. Empresas e População no Vale do Sousa ...168

Quadro 31. Relação entre as sociedades constituídas e dissolvidas em 2005...170

Quadro 32. Processo de investigação inicial para a elaboração do questionário ...189

Quadro 33. Número e Percentagem de Empresas das Actividades mais significativas por instituição ...195

Quadro 34. Número e Percentagem de Empresas das Actividades consideradas para o universo do estudo ....196

Quadro 35. Número e Percentagem de pessoas empregadas nas actividades consideradas para o universo de estudo, de acordo com a CofaceMope e o DGEEP. ...197

Quadro 36. Peso das empresas por classe no Vale do Sousa...201

Quadro 37. Percentagem das empresas do sector industrial e da construção no Vale do Sousa por classes ...201

Quadro 38. Percentagem de empresas por actividade e por concelho no Vale do Sousa ...202

Quadro 39. Número de questionários a realizar por concelho e por sector (Amostra Estratificada) ...203

Quadro 40. Ligação entre o questionário e os conceitos em estudo ...204

Quadro 41. Resultados possíveis de um teste de hipóteses ...212

Quadro 42. Técnicas Estatísticas Não Paramétricas ...215

Quadro 43. Número de respostas obtidas por concelho e por sector ...225

Quadro 44. N.º de empresas por sector no estudo realizado e no Vale do Sousa ...227

Quadro 45. Média dos trabalhadores com ligações familiares aos proprietários...253

Quadro 46. Frequências e percentagens do número de gestores proprietários e familiares vs gestores empregados...254

Quadro 47. Localização dos 3 principais fornecedores das empresas entrevistadas ...257

(12)

vi

Quadro 49. Peso dos 3 principais produtos do total das compras...259

Quadro 50. Localização dos 3 principais clientes das empresas entrevistadas...259

Quadro 51. Índice de integração local das empresas do Vale do Sousa, a jusante ...260

Quadro 52. Peso dos 3 principais produtos do total das vendas ...261

Quadro 53. Localização territorial dos concorrentes das empresas entrevistadas ...266

Quadro 54. Factores de ponderação para a classificação do grau de inovação estratégica...278

Quadro 55. Frequências das respostas às estratégias seguidas pelas empresas entrevistadas...280

Quadro 56. Identificação das principais estratégias seguidas por classes de empresas em relação à inovação..282

Quadro 57. Factores de ponderação para a classificação do grau de risco das empresas ...284

Quadro 58. Frequências das respostas aos riscos incorridos pelas empresas entrevistadas...285

(13)

vii

IV – Lista de Anexos

Anexo I. Variação no Valor Acrescentado Real, Produtividade e Emprego em Portugal e na UE por classe

empresarial, 1988-2003 (Variação média anual em %)... i

Anexo II. Teoremas propostos por Dupuy & Grip (2003) para demonstração de uma maior produtividade, intensidade de capital e intensidade de trabalho especializado nas GE em relação às PE... ii

Anexo III. Empresas com Sede em Portugal, na Região, e no Vale do Sousa, segundo a CAE, em 31/12/05 (INE)... iii

Anexo IV. Empresas com Sede no Vale do Sousa, segundo a CAE em 2003 (DGEEP) ...iv

Anexo V. Número de Pessoas ao serviço por CAE do Estabelecimento nos Concelhos do Vale do Sousa (ano 2003)...v

Anexo VI. Empresas com Sede no Vale do Sousa, segundo a CAE em 2003 (CofaceMope) ...vi

Anexo VII. Questionário apresentado às empresas após as correcções efectuadas ... vii

Anexo VIII. Idade do Entrevistado * Funções do Entrevistado na Empresa Crosstabulation...xiv

Anexo IX. Habilitações do Entrevistado * Funções do Entrevistado na Empresa Crosstabulation ...xv

Anexo X. Funções agrupadas * Habilitações Agrupadas Crosstabulation ...xvi

Anexo XI. Idade a partir dos 50 * Habilitações Agrupadas Crosstabulation... xvii

Anexo XII. Resultados dos testes da normalidade às variáveis: “Tempo de trabalho na empresa – Experiência” e “Idade da empresa”... xviii

Anexo XIII. Correlação entre a idade da empresa e o Tempo de trabalho na mesma por parte dos entrevistados ...xix

Anexo XIV. Tabelas de Jacob Cohen...xx

Anexo XV. Análise dos pressupostos para a aplicação de testes não paramétricos para a comparação de igualdades entre médias...xxiv

Anexo XVI. Caixa de Bigodes, Cálculo da simetria e curtose das distribuições por concelho, e teste de Levene (homocedasticidade)...xxvi

Anexo XVII. Correlação entre “Investimento no conhecimento das necessidades dos clientes” * “Resposta às necessidades dos clientes”...xxix

Anexo XVIII. Correlação entre “decisões estratégicas reduzidas * qualificações invertidas reduzidas”...xxx

Anexo XIX. Correlação entre “ Redução das classes da variável adaptação * proactividade com redução de classes” ...xxxi

Anexo XX. Correlação entre “empreendedorismo * idade”... xxxii

Anexo XXI. Relação entre as variáveis “Classe de Empresas em 2006/7 * relação com os clientes” ... xxxiii

Anexo XXII. Relação entre o grau de empreendedorismo e o grau de contribuição para o desenvolvimento sustentável ...xxxiv

(14)

viii

V – Abreviaturas

CAE Classificação das Actividades Económicas

CE Comissão Europeia

CUVS Comunidade Urbana do Vale do Sousa

DGEEP Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho

EUA Estados Unidos da América

GE Grande Empresas

GEM Global Entrepreneurship Monitoring

IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação

IEFP Instituto do Emprego e Formação Profissional

INE Instituto Nacional de Estatística

I&D Investigação e Desenvolvimento

MiE Micro Empresas

MTSS Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

NUTE Nomenclatura de Unidade Territorial para fins Estatísticos

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OECD Organization for Economic Co-operation and Development PIB Produto Interno Bruto

PE Pequenas Empresas

PME Pequenas e Médias Empresas

PNB Produto Nacional Bruto

SME Small and Medium Enterprises SPSS Statistical Package for Social Sciences TOC Técnico Oficial de Contas

UE União Europeia

UN Nações Unidas - United Nations

(15)

1

1

Introdução

Desde há já algum tempo que a palavra empreendedorismo faz parte da vida corrente, do mundo académico, científico e social. Estando a comunidade científica atenta a este fenómeno passou esta área a ser também reconhecida como uma área de investigação. Contudo o empreendedorismo não pode ser analisado numa condição ceteris paribus, a estratégia, a região e, a própria organização empresarial infuenciam o empreendedorismo e os restantes factores. Actualmente é possível encontrar vários trabalhos sobre cada um destes temas, mas são poucos os que apresentam uma abordagem às suas relações. Considerando a falta de relacionamento destes conceitos na literatura, surge o presente trabalho onde se procura uma abordagem conjunta do empreendedorismo e de vários factores a este associados.

Ao conceito de empreendedorismo estão associados vários outros conceitos, desde logo, o factor humano, isto é, o empreendedor (muitas vezes confundido com aquele que cria

uma empresa). Sem dúvida, que a criação de uma empresa é um acto empreendedor, no

entanto, o empreendedorismo vai muito além desse acto, uma vez que, este é apenas o primeiro passo daquilo que se espera ser uma longa caminhada pelas aventuras do

empreendedorismo e da gestão. A incerteza, o risco e a pró-actividade, são três conceitos

chave do empreendedorismo [Knight (1921), Drucker (1985), Hamel & Prahalad (1997)]. De acordo com Bratnicki (2005) o empreendedorismo é um processo ou uma progressão, que inclui uma sequência de oportunidades (eventos) e de comportamentos (actividades). Depois do empreendedor, tal como já se anteviu, surge o conceito de empresa. Embora o empreendedorismo esteja, ou possa estar presente em todas as empresas, se se tomar em consideração, por um lado, o maior dinamismo de criação e extinção de Pequenas Empresas (PE), e por outro, o empreendedorismo associado à criação de empresas, tendencialmente associa-se empreendedorismo às empresas de pequena dimensão. Esta associação ganhou ainda mais consistência com a frase Small is beatiful de Schumacher (1973), onde de foram apresentadas as vantagens das empresas de menor dimensão.

A importância desta classe empresarial também se encontra espelhada na quantidade de micro, pequenas e médias empresas existentes em Portugal (99,5%), na União Europeia (UE) (99,8%), e nos países da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Económico (OCDE) (95%). As empresas de pequena dimensão são, de facto, uma presença

(16)

2

constante na economia e na sociedade, tanto pela sua acção ao nível económico, como social. São, em muitos países, inclusivamente em Portugal, e de acordo com o IAPMEI (2007), o motor da economia e do desenvolvimento. Mas estas empresas devem funcionar como um verdadeiro motor, dando impulso e força, não só à sua carcaça, mas a todo o sector ao qual pertencem, sendo nesta metáfora o sector entendido como um atrelado, que é rebocado, pela(s) empresa(s). É certo que muitas vezes estes papéis são invertidos, ou seja, o sector é que reboca a empresa, no entanto, existe aqui uma relação de reciprocidade, ou a empresa desempenha um papel pró-activo e fomenta o crescimento do sector, ou se apresenta mais reactiva e acompanha o crescimento do sector. Aquilo que se espera, é que no mínimo, a empresa desempenhe pelo menos um destes papéis, caso contrário, a sua sobrevivência poderá ser posta em causa.

O comportamento e atitude das empresas no mercado vai reflectir a sua competitividade no conjunto das empresas. O Fórum Económico Mundial publicou o índíce de competitividade global para 2007-2008 onde se pode verificar que a este nível Portugal se encontra no 40.º lugar, WEF (2008), sendo já ultrapassado por alguns dos países que se tornaram membros da UE em e depois de 2004. No que diz respeito ao nível de competitividade empresarial, Portugal classifica-se no 30.º lugar, de acordo com o mesmo relatório. Estas análises têm em consideração aspectos macro e microeconómicos.

Ao nível microeconómico, que será o aspecto mais desenvolvido neste trabalho, as empresas desempenham um papel importante, uma vez que são agentes de criação de valor e de desenvolvimento, no entanto, estas empresas dependem do seu proprietário, em particular quando as empresas são de pequena ou muito pequena dimensão, e do modelo de gestão por este(s) adoptado. Neste modelo/processo é a estratégia empresarial, que dita as regras de actuação, que orienta os comportamentos, e muitas vezes que dita os sucessos ou insucessos empresariais. O que se verifica muitas vezes, nas empresas de menor dimensão é a ausência de uma estratégia formal e definida que sirva de política orientadora para a gestão.

Em conjunto, empresas, empreendedores, e gestão/estratégia trabalham num sentido de desenvolvimento, não só da própria empresa, mas também do sector e da região. Tal como a gestão empresarial, o conceito de desenvolvimento, tem vindo a evoluir, ambos enfrentam novos desafios, o desenvolvimento empresarial, enfrenta não só o desafio do crescimento/ desenvolvimento económico, como também a preocupação com factores sociais e ambientais. Como se irá verificar no decorrer deste estudo, em particular no capítulo da

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revisão da literatura, são vários os autores que têm investigado este conceito, e são várias as políticas que alguns países e regiões, em particular aqueles que apresentam um grau de desenvolvimento mais elevado, têm vindo a adoptar e a tentar implementar tendo em vista um desenvolvimento assente nestas três dimensões, procurando assim, aquilo que a teoria define por desenvolvimento sustentável. No presente trabalho, o termo desenvolvimento sustentável será apresentado e referido diversas vezes, contudo a preocupação maior do estudo empírico será a sustentabilidade no sentido de continuidade no tempo (empreendedorismo na gestão) e, de uma mudança qualitativa que conduza a uma melhoria das condições económicas e de vida das populações, dando menos relevância, embora fazendo referência, à questão ambiental.

Todos os conceitos até agora referidos, empreendedorismo, empresas, gestão/ estratégia, e desenvolvimento, se interligam, e os próprios estudos que se realizam sobre estes temas, apesar de focalizados num tema principal, apresentam algumas referências aos restantes conceitos. Das várias abordagens encontradas, é possível delinear uma relação entre todos estes conceitos, a qual se apresenta graficamente na Figura 1.

Figura 1. Proposta gráfica da relação entre os temas em estudo

Fonte: Elaboração Própria

Empreendedorismo PME’s e Micro Empresas Gestão/Estratégia Criação de Empresas Sustentabilidade Empresarial e Desenvolvimento Local

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Embora esta relação seja clara, à luz das várias teorias que existem sobre cada um destes conceitos, ela é também flexível, ou seja, não terá de seguir necessariamente a ordem proposta, pois tal como o empreendedorismo o estudo destas relações não pode ser visto como os estudos realizados nas ciências exactas. Não existe aqui uma relação directa de causa efeito. Não é possível analisar o empreendedorismo ou o desenvolvimento sob o conceito ceteris paribus, porque uma alteração num modelo de gestão, ou numa atitude por parte de um empreendedor pode ter as mais diversas consequências sejam elas positivas ou negativas.

Na Figura apresentada, surge como primeiro conceito o empreendedorismo, que se manifesta tanto ao nível da Criação de Empresas, como na Gestão Empresarial. Esta gestão também pode ser entendida como a Estratégia adoptada pelas empresas. Na Figura apresentada, tanto a gestão como a criação de empresas apresentam uma ligação directa com as empresas de pequena dimensão, esta ligação acontece porque: (1) regra geral quando se cria uma empresa esta começa por ser de pequena dimensão (este ponto não será muito aprofundado daí a criação de empresas surgir numa tonalidade mais clara no gráfico); (2) A gestão/estratégia é muitas vezes um aspecto relegado para segundo plano no dia-a-dia empresarial, mas é de importância vital para a sustentabilidade da empresa. É a gestão adoptada pelas Pequenas e Médias Empresas (PME) e Micro Empresas (MiE) que irá garantir (ou não) a sua sustentabilidade, e ao mesmo tempo, esse modelo de gestão poderá também contribuir para um mais sustentável desenvolvimento local.

Dada a importância assumida pela gestão, desenvolver-se-á uma análise mais voltada para os seus factores, para as atitudes e para as acções que as empresas levam a cabo no seu dia-a-dia, procurando analisar de que forma é que estas acções podem ou não contribuir para o desenvolvimento. Pretende-se ainda, com alguma ambição inicial, alargar este conceito de desenvolvimento para o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, procurar-se-á analisar as acções levadas a cabo pelas empresas, e de que forma essas acções vão ao encontro das três dimensões do desenvolvimento sustentável (económica, social e ambiental).

A razão e motivação para este trabalho, é resultado de estudo que tem vindo a ser desenvolvido de forma segmentada em cada uma destas áreas. A um nível mais científico, algumas pesquisas anteriores sobre o conceito de desenvolvimento, alertaram para a sua relação com o meio empresarial, a um nível mais profissional, o estudo do comportamento

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das empresas (gestão) indicia que está nas mãos destas uma grande parte dos problemas e das soluções para o desenvolvimento.

O interesse do trabalho, não surge por cada um dos temas per se, pois sobre cada um deles a literatura é extensa. Embora os estudos de cada um, remetam para os restantes, muito pouco tem sido efectuado com o intuito de encontrar uma relação entre eles, como afirmam recentemente Katsikis & Kyrgidou (2007). Procurando colmatar esta ausência na literatura, é proposto neste trabalho, em primeiro lugar, o estudo teórico de cada uma destas áreas individualmente, com base na literatura existente, procurando de seguida, encontrar a relação entre elas teórica e empiricamente.

Para suportar a análise e propostas teóricas apresentadas no decorrer deste trabalho, será realizado um estudo empírico sobre uma região portuguesa, fortemente industrializada que se encontra no Norte de Portugal, na NUTE III – Tâmega: a região do Vale do Sousa.

Assim, a organização proposta para este trabalho apresenta-se sob a forma de capítulos, onde serão abordados os diferentes temas do trabalho. Numa primeira parte (Capítulos 2 e 3) existe uma apresentação/descrição dos factores envolvido neste estudo. Na Revisão da Literatura (capítulo 2) apresenta-se uma abordagem de cariz teórico aos vários conceitos até aqui referidos, através de uma análise da literatura existente nestas áreas. Nesse capítulo poder-se-á verificar que muito se tem estudado sobre as PME, o empreendedorismo, a estratégia ou o desenvolvimento, mas apesar de serem identificadas relações entre estes conceitos, poucos estudos surgem a investigar estas relações. É com base nesta análise que serão construídas algumas hipóteses de estudo a desenvolver no trabalho empírico. No capítulo 3 apresenta-se a caracterização da região em estudo, o Vale do Sousa. Apresenta-se, neste capítulo uma descrição sócio-demográfica e económica da região, e faz-se uma descrição do tecido empresarial, suportada, maioritariamente, por dados de três instituições, INE, Coface MOPE e do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS).

Após a apresentação dos conceitos teóricos e da região em estudo, dá-se início no capítulo 4 à parte empírica, apresentando as questões de investigação. Estas hipóteses surgem tendo por base a revisão da literatura e a realidade da região. Aqui são apresentadas as hipóteses geral e operacionais, sendo que a hipótese geral pretende ser a conclusão mais significativa deste trabalho, mas será através das hipóteses operacionais que se conseguirá obter a maior parte dos resultados em estudo. Além das hipóteses aqui apresentadas, que derivam da literatura, no decorrer da análise dos questionários, outras hipóteses podem vir a

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ser levantadas, e se se mostrarem ser de interesse para este trabalho, serão obviamente exploradas. No final deste capítulo é ainda apresentado o questionário entregue às empresas tendo em vista a recolha de dados essenciais a este trabalho.

Para que seja possível a realização da parte empírica, nos dois capítulos que se seguem 5 e 6, é apresentada a estratégia de pesquisa (capítulo 5), iniciando pela revisão de alguns conceitos teóricos sobre a recolha dos dados. Após esta revisão é objectivo deste capítulo apresentar e justificar as opções de pesquisa no que diz respeito ao universo e a amostra em estudo. No capítulo 6 são descritos alguns testes e técnicas estatísticas que servirão de suporte à análise dos questionários. Com esta apresentação pretende-se validar os procedimentos a seguir no capítulo seguinte de exploração dos resultados.

No capítulo 7 apresentam-se e discutem-se os resultados empíricos da investigação, recuperando alguns conceitos teóricos subjacentes às análises efectuadas e tendo como principal objectivo as respostas às hipóteses apresentadas no capítulo 4, e a outras questões que se venham a mostrar de interesse em função dos resultados obtidos. Os resultados serão apresentados na sequência seguida na elaboração do questionário, procurando conjugar os resultados empíricos com os conceitos teóricos associados.

Finalmente, no capítulo 8, o estudo termina com a apresentação de algumas considerações finais, organizadas em torno das hipóteses apresentadas no capítulo 4, onde se procura sumarizar as relações entre os conceitos de PME e MiE, empreendedorismo, estratégia e sustentabilidade, bem como algumas orientações de investigação futura. Após este capítulo apresentam-se as referências bibliográficas de suporte ao trabalho apresentado, seguidas dos anexos que complementam alguma da informação apresentada no decorrer deste estudo.

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Revisão da Literatura

2.1 Introdução

O papel das PME é de uma importância vital para o processo de crescimento económico de qualquer economia. O seu peso nos diversos sectores de actividade, e a percentagem de PME em relação ao total de empresas, que se encontram em vários países, corroboram esta afirmação.

Não só as PME, mas também as MiE, são importantes nas economias nacionais e internacionais. A reduzida dimensão destas empresas, poderá ser uma vantagem, por exemplo, no que diz respeito à flexibilidade, pois, a sua dimensão poderá permitir uma mais fácil e rápida adaptação a novas e/ou inesperadas situações. Ao mesmo tempo, também se pode referir que o facto de muitas destas empresas trabalharem num mercado reduzido – nichos de mercado – permite-lhes uma melhor compreensão e adaptação às necessidades dos seus clientes. Esta afirmação sobre os nichos de mercado é uma percepção que existe sobre este tipo de empresas que se irá desenvolver ao longo deste trabalho. Por outro lado, encontra-se um ponto que poderá ser uma desvantagem: a dificuldade na obtenção de economias de escala ao nível individual de cada empresa.

No entanto, com todas as vantagens e desvantagens que se afiguram para estas empresas, elas assumem um papel importante como actores no teatro do desenvolvimento

regional e local. Contudo, como qualquer peça de teatro, não basta chegar ao palco e iniciar

a actuação, é necessário todo um trabalho de preparação, de ‘ensaios’, de correcção ou minimização de erros, entre vários outros aspectos. Este trabalho de suporte é transposto para as empresas através da sua gestão.

Cada vez mais as empresas têm de estar preparadas para uma gestão em ambiente competitivo e de constante mutação e turbulência. As regras do jogo alteram-se frequentemente e, nem todos são capazes de se adaptar às novas exigências que são requeridas. Na gestão, a estratégia deverá ser assumida como uma peça fundamental para o sucesso da organização, pois é através do planeamento e análise das diversas situações, que se podem obter bons resultados e corrigir aqueles que ficam aquém do esperado.

Outro conceito que actualmente não pode ser esquecido é o empreendedorismo. Este deve ser aplicado não só no que diz respeito à criação de novas empresas, mas também na

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estratégia de cada empresa, pois só com novas ideias e novas formas de encarar o mundo dos negócios, qualquer empresa poderá crescer incentivando assim, não só, o seu próprio desenvolvimento, mas também o desenvolvimento de todo o seu meio envolvente. Ao longo deste capítulo serão abordados diversos temas, que representam factores críticos de sucesso para as empresas em particular e em geral, bem como, para o desenvolvimento económico e regional. Assim, começa-se por abordar o tema das PME e MiE procurando apresentar a sua importância e o seu papel para a economia. Esta abordagem terá como suporte a literatura relevante nesta temática, sendo, sempre que se justifique, acompanhado de opiniões próprias. Uma vez que as empresas são o centro desta investigação, torna-se interessante apresentar uma comparação entre as empresas de dimensão mais reduzida e as Grandes Empresas (GE), procurando encontrar pontos de ligação e de distanciamento entre ambas.

Depois das PME surge uma abordagem aos conceitos de crescimento e desenvolvimento económico, procurando, sempre que possível, estabelecer uma ligação entre estes e as PME, tanto em relação à sua criação e presença numa qualquer economia, como em relação à sua gestão. No que diz respeito a este ponto apresenta-se também uma abordagem à estratégia empresarial, uma vez que esta pode ditar o sucesso ou insucesso empresarial. Para finalizar apresenta-se ainda uma revisão da literatura na área do empreendedorismo, e a relação deste conceito teórico e prático com o desenvolvimento local, procurando referir a sua contribuição para a sustentabilidade empresarial e local.

Cada um dos temas, abordados teoricamente, serão o suporte para uma análise empírica dos mesmos na região que será objecto de estudo deste trabalho, o Vale do Sousa.

2.2 PME e Micro Empresas

2.2.1 Definição de PME e Micro Empresas

A definição de PME é um tema que tem gerado alguma discussão uma vez que são várias as contribuições encontradas na literatura sobre a definição deste tipo de empresas. Em Portugal a definição adoptada para as PME é a definição da UE, que será apresentada no final deste subponto, pois será esta a definição adoptada no decorrer deste trabalho. Antes de se apresentar essa definição apresentam-se algumas, de entre muitas, abordagens ao conceito de PME. Primeiro surgem algumas abordagens à definição do conceito por diferentes autores, países ou instituições/organizações representativas, passando em seguida para o caso

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Português, e por fim a definição da UE. Tendo por base o trabalho de Abouzeedan & Busler (2004)1 encontram-se várias definições de PME tendo como suporte a dimensão [Atkins & Lowe (1997); Cross (1983); Ganguly (1985); Keasey & Watson (1993); Storey, Keasey, Watson, & Wynarczyk (1987)]. A definição de PME também difere entre países e organizações [CE (2003); OECD (2005); UN (1998a); ABOUT_Canada (2005); Australian_Bureau_of_Statistics (1998); APEC (2002); SMEA_Taiwan (1991); Bolton (1971); NUTEK (1994)]. Pode-se ainda encontrar em alguma literatura a definição de PME em função da dimensão da empresa dependendo apenas do número de trabalhadores, Fink & Kazakroff (1997), enquanto que outros autores utilizam simultaneamente o número de funcionários e o volume de vendas anuais para a mesma definição, Burbank (1997). A definição da empresa em função da dimensão pode ainda estar relacionada com o seu sector de actuação, Atkins & Lowe (1997).

Ainda de acordo com Abouzeedan & Busler (2004) as empresas com suporte na

Internet representam uma nova forma de organização de negócios normalmente designada

por Virtual Instant Global Entrepreneurship (VIGE). Estas empresas construídas em estruturas particulares e processos estruturados na Internet, quando utilizados resultam na criação de uma empresa virtual no Cyber espaço. “The resulting firm becomes global from

its inception, offering sales worldwide, using its Internet-based processes often facilitating global financial exchanges” Katz, Aldrich, Welbourne, & Williams (2003):pp. 43. O exemplo citado é um exemplo sobre como a definição da dimensão da empresa deverá ter em conta a rede e a extensão que as novas empresas são capazes de atingir graças ao alcance da Internet. Uma PE pode ainda ser apresentada como um negócio independente. De acordo com Hasegawa (2003) enquanto que os proprietários de um pequeno negócio na América do Norte podem ser descritos como gestores de um negócio independente, as PE no Japão, dificilmente se encontram isoladas. É normal que as empresas Japonesas participem em vários tipos de alianças de negócio. Freire (1997) apresenta os keiretsu como grupos empresariais japoneses assentes em relações de integração vertical parcial e quase-integração

1 A metodologia adoptada para as citações é a seguinte:

(1) Sempre que o trabalho citado for de um ou dois

autores serão sempre indicados os nomes e o ano do trabalho. (2) Quando o trabalho citado pertencer a três ou mais autores, surge o nome de todos e o ano do trabalho da primeira vez que for referenciado, nas referências seguintes surgirá apenas o nome do primeiro autor seguido da expressão “et al.” e o ano do trabalho. (3) Sempre que surjam trabalhos do(s) mesmo(s) autor(es) e do mesmo ano, estes trabalhos serão distinguidos com as letras a, b, c, d,.. após o ano.

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vertical2. Traduzida à letra a palavra keiretsu significa fileiras económicas, onde existe uma associação entre pequenas e GE diversificadas. De acordo com Hasegawa (2003) existem também associações onde participam exclusivamente PE (os sanchi) onde se adoptam estratégias de cooperação em vez de competição.

Também a OCDE apresenta dificuldades em definir este tipo de empresas. Considerando o estudo Promoting SMEs for Development da Organization for Economic

Co--operation and Development, OECD (2004c), as PME são um grupo muito heterogéneo,

sendo encontradas nas mais diversas áreas de negócio que podem variar desde o simples artesão que produz peças para a agricultura para venda no mercado local, um comum café, um cyber café numa pequena cidade, uma pequena empresa especializada em engenharia do

software com actuação no mercado internacional e mesmo uma empresa de média dimensão

do ramo automóvel que vende para as grandes multinacionais, no mercado doméstico ou no mercado internacional. Os proprietários podem apresentar recursos financeiros ou não; as empresas actuam nos mais diversos mercados (urbano, rural, local, nacional, regional e internacional); operam com diferentes níveis de habilitações, capital, sofisticação e crescimento orientado. Além disso, podem ainda fazer parte da economia formal ou informal.

Ainda no mesmo estudo é afirmado que a definição estatística de PME varia de país para país e assenta normalmente no número de empregados, no valor das vendas bem como no capital social. Tendo em consideração a facilidade na sua obtenção, o critério do número de empregados é aquele que se utiliza mais frequentemente. A exemplo da UE um grande número de países da OCDE estabeleceram como limite máximo 200 a 250 empregados para que a empresa seja considerada PME. Existem, no entanto, algumas excepções, o Japão (300 empregados) ou os Estados Unidos da América (EUA) (500 empregados).

De acordo com a OCDE, OECD (2004d) o critério utilizado para classificar as empresas por categoria, baseia-se no número de trabalhadores e no volume de negócios, definindo uma PME como uma empresa com menos de 500 trabalhadores e com um volume de negócios, inferior a 40 milhões de Euros. Ainda de acordo com o mesmo estudo é indicado que é normal ser aceite como definição de PME uma empresa com menos de 500 trabalhadores. Este último critério de classificação das empresas por categoria, difere daquele

2 Integração vertical parcial consiste na realização interna de uma parte da actividade e na contratação no

exterior do resto da mesma actividade;

Quase-integração vertical consiste na celebração de contratos de fornecimento (a montante ou a jusante) de longo prazo.

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que se vai adoptar para este estudo que considera o número de trabalhadores, a par de um critério financeiro, de acordo com a Recomendação 2003/361/CE. De acordo com esta Recomendação o número de trabalhadores máximo ascende a 249 e o critério financeiro considera o volume de negócios ou o valor do balanço.

Dada a dificuldade em encontrar a definição universal para PME, no decorrer deste trabalho, a definição adoptada será a indicada pela UE, identificando outra medida adoptada, quando esta for diferente da Recomendação da UE e referenciada pelos autores dos trabalhos. A definição em vigor até Dezembro de 2004 era a definição do anexo da Recomendação 96/280/CE, na qual o critério mais importante no que respeita à definição de PME é o número de empregados, denominado na Recomendação da Comissão, por «critério dos efectivos» CE (2003). No entanto, a nova Recomendação, 2003/361/CE, que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2005, introduz um novo critério, financeiro, como complemento necessário para a compreensão da importância real e do desempenho de uma empresa, bem como a sua posição, relativamente à concorrência. Este critério não é exclusivamente o volume de negócios de uma empresa, mas combina o volume de negócios com o valor do balanço total, pois este segundo reflecte o património global de uma empresa. De salientar que um destes dois critérios pode ser ultrapassado.

Segundo o artigo 1.º da Recomendação 2003/361/CE: “Entende-se por empresa

qualquer entidade que, independentemente da sua forma jurídica, exerce uma actividade económica. São, nomeadamente, consideradas como tal as entidades que exercem uma actividade artesanal ou outras actividades a título individual ou familiar, as sociedades de pessoas ou as associações que exercem regularmente uma actividade económica.” O artigo

2.º desta mesma recomendação descreve os efectivos e limiares financeiros que definem as categorias de empresas:

“1. A categoria das micro, pequenas e médias empresas (PME) é constituída por empresas que empregam menos de 250 pessoas e cujo volume de negócios anual não excede 50 milhões de Euros ou cujo balanço total anual não excede 43 milhões de Euros.

2. Na categoria das PME, uma pequena empresa é definida como uma empresa que emprega menos de 50 pessoas e cujo volume de negócios anual ou balanço total anual não excede 10 milhões de Euros.

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3. Na categoria das PME, uma micro empresa é definida como uma empresa que emprega menos de 10 pessoas e cujo volume de negócios anual ou balanço total anual não excede 2 milhões de Euros” CE (2003).

No ponto 2 do artigo 4.º da mesma recomendação encontra-se ainda permissão para que uma empresa possa não respeitar um dos limiares, efectivo ou financeiro nos seguintes termos: “Se uma empresa verificar, na data de encerramento das contas, que superou ou

ficou aquém, numa base anual, do limiar de efectivos ou dos limiares financeiros indicados no artigo 2.º, esta circunstância não a faz adquirir ou perder a qualidade de média, pequena ou micro empresa, salvo se tal se repetir durante dois exercícios consecutivos.” Neste ponto

o aspecto a salientar é o facto de apenas ultrapassando um dos limites durante dois anos consecutivos a empresa mudará de designação. Em forma de resumo e para uma mais fácil e rápida leitura apresenta-se um resumo dos critérios da definição de PME:

Quadro 1. Classificação das empresas por categoria em função dos critérios definidos pela UE Critério Financeiro Empresa por categoria Critério dos Efectivos

Vol. de Negócios Balanço

Média < 250 ≤ 50 milhões € ≤ 43 milhões €

Pequena < 50 ≤ 10 milhões € ≤ 10 milhões €

MiE <10 ≤ 2 milhões € ≤ 2 milhões €

Fonte: Elaboração própria com base em dados da Recomendação 2003/361/CE

2.2.2 PME e Micro Empresas no Tecido Empresarial

Apresentada a definição de PME torna-se necessário analisar o papel e a importância destas e das MiE no contexto económico actual. Num elevado número de países a sua percentagem é muito elevada, por exemplo, em Portugal, e de acordo com a Comissão Europeia CE (2000a) o tecido empresarial é caracterizado pela predominância das MiE (empresas com menos de 10 trabalhadores), que representam quase 80% do número total das empresas portuguesas. Por seu lado, as PE (empresas de 10 a 50 trabalhadores) representam cerca de 15% desse total. Entre 1991 e 1997, o número total das MiE aumentou em cerca de 60%, tendo passado de aproximadamente 100.000 em 1991, para mais de 160.000 em 1997. Durante esse mesmo período o número das PE manteve-se constante e o das médias e grandes diminuiu.

“Em meados dos anos 90, a dimensão média de uma empresa industrial portuguesa era, em termos de emprego, de 27 trabalhadores e, neste sector (industrial), cerca de 99%

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das empresas podem ser caracterizadas como micro-empresas ou PME. Representam 80% do emprego industrial total, 70% da produção industrial, 70% do investimento total na indústria e 60% das exportações nacionais” CE (2000a). No entanto, “81,6% das empresas portuguesas têm menos de 10 trabalhadores, representando cerca de 25% do emprego total. Estas empresas apresentam um fraco potencial de adaptação e sustentação, recrutando predominantemente pessoal pouco qualificado e oferecendo reduzidas possibilidades de formação” CE (2000a).

Uma chamada de atenção deve ser feita para o facto de se caracterizarem as PE de Portugal com um fraco potencial de adaptação e sustentação, quando a ideia dominante sobre estas é o oposto, ou seja, são as PE que apresentam maior capacidade de flexibilidade e adaptação aos requisitos do mercado e do sector e às necessidades dos seus clientes, nomeadamente através da sua capacidade de preencher nichos de mercado nos quais as GE, não conseguem, ou não pretendem actuar.

De acordo com um estudo da OECD (2002b), as PME em Portugal representam 99.5% das empresas, gerando 74% do emprego total, e 58% do volume de negócios. É ainda referido que cerca de 96% do tecido empresarial português é constituído por MiE e PE. Dados semelhantes são encontrados no relatório do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento IAPMEI (2002) referentes a 2000.

Quadro 2. Peso das classes dimensionais de empresas na estrutura empresarial 2000

Empresas Emprego Volume de Negócios

N.º Peso % N.º Peso % Valor Peso %

MiE 172.303 81,1 551.511 23,7 38.353 16,3 PE 32.302 15,2 615.158 26,5 38.001 16,2 Médias 6.771 3,2 532.033 22,9 54.600 23,3 PME 211.376 99,5 1.698.702 73,1 130.953 55,8 GE 1.112 0,5 624.428 26,9 103.867 44,2 Total 212.488 100,0 2.323.130 100,0 234.821 100,0 Fonte: IAPMEI (2002)

Em relação ao ano de 2004, as variações não são muito significativas: 264.801 empresas, das quais, 263.690 são PME, correspondendo a 99,6%. Estas empresas representam ¾ do emprego privado, mais de 2 milhões de empregos, e 56,8% do volume de negócios gerado no país (ver Quadro 3).

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Quadro 3. Peso das classes dimensionais de empresas na estrutura empresarial 2004

Empresas Emprego Volume de Negócios

N.º % N.º % Valor %

PME 263.690 99,6 2.357.799 78,2 149.932 55,6

GE 1.111 0,4 656.986 21,8 119.653 44,4

Total 264.801 3.014.785 269.585

Fonte: IAPMEI (2007)

“De entre estas (PME), destaque especial para as empresas de menor dimensão, designadamente para micro e pequenas empresas, as quais representam 97,3% das unidades empresariais e asseguram, por essa via, mais de metade dos postos de trabalho privados (55,1%) e mais de 1/3 do volume de negócios nacional (35,5%). É interessante verificar que as PME têm, inclusivamente, vindo a reforçar esta já de si enorme importância na estrutura empresarial nacional, crescendo, quer em termos de número de unidades empresariais quer enquanto empregadoras e geradoras de volume de negócios, a ritmos superiores aos das empresas de grande dimensão. Considerando o período 2000-2004, constata-se, de facto, que

o principal motor do crescimento da estrutura empresarial são as PME, ao aumentarem a uma taxa

média anual de 8,5% e com isso propiciando incrementos no emprego da ordem dos 5,1% ao ano e acréscimos anuais reais do volume de negócios de 2,3%. De notar que, nesse período, o ritmo de crescimento destes três indicadores entre as GE foi de 1,2%, 2,4% e 1,3%, respectivamente, portanto, mais moderado.” IAPMEI (2007): pp. 3-4.

Pode-se ainda referir que de 2000 a 2004 as PME têm vindo a conquistar alguma quota às GE, no que diz respeito ao número de empresas e ao emprego, mantendo-se muito similar a proporção no volume de negócios entre estas duas classes de empresas.

Efectuando uma análise das empresas da UE e tendo por suporte inicial um estudo da CE, EC (2004), pode-se dizer que como consequência do elevado número de PME na UE, estas representam uma percentagem muito significativa da experiência de trabalho e da actividade económica na Europa. Por exemplo, em 2003 existiam mais de 19 milhões de empresas na Europa dos Dezanove3 que empregavam quase 140 milhões de pessoas. Já no que diz respeito às GE existiam apenas cerca de 40.000, ou seja, 0,2% do total. Assim, verifica-se que a grande maioria das empresas na UE (99,8%) são PME. É ainda referido neste relatório que na Europa dos Dezanove a maioria das empresas (mais de 90%) são MiE

3 15 membros da UE em 2003 adicionando a Noruega, Liechtenstein, Islândia e a Suíça). O estudo apresenta

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(menos de 10 trabalhadores – considerando a definição em vigor anterior a 2005) e cerca de metade destas, não têm empregados, ou seja representam a criação do próprio emprego e colaboradores familiares. De acordo com dados do Eurostat são cerca de 9 milhões de empresas nesta situação.

Quadro 4. O papel das PME na Europa dos Dezanove, 2003 PME

Un. MiE % PE % Média % Total % GE % Total

Nº de empresas 1000 17.820 92,3 1.260 6,5 180 0,9 19.270 99,8 40 0,2 19.310

Emprego 1000 55.040 39,4 24.280 17,4 18.100 13 97.420 69,7 42.300 30,3 139.710

Pessoas ocupadas por

empresa unidade 3 19 98 5 1.052 7 Volume de Negócios por empresa 1.000 € 440 3.610 25.680 890 319.020 1.550 Valor Acrescentado por empresa 1.000 € 120 1.180 8.860 280 126.030 540 % das exportações no Vol. de Negócios: % 9 13 17 12 23 17 Valor Acrescentado por pessoa 1.000 € 40 60 90 55 120 75 % custos c/ pessoal no Valor Acrescentado % 57 57 55 56 47 52

Nota: A classificação das empresas está realizada de acordo com o número de empregados por empresa. Até 10 empregados Micro empresa; de 10 a 50 Pequena empresa; de 50 a 250 Média empresa e mais de 250 GE.

Fonte: Adaptado de EC (2004): pp. 26

Como se pode observar, o número de PME é muito superior ao número de GE, no entanto, esta proporção diminui quando se analisa o emprego gerado por ambas, 69,7% para o total do emprego gerado por MiE e PME, para 30,3% nas GE. Também no que diz respeito às exportações, o papel das PME é inferior ao dos seus concorrentes de maiores dimensões, e são as MiE que apresentam uma menor percentagem do peso das exportações no volume de negócios. Este facto pode indicar que a maioria das empresas de pequena dimensão servem essencialmente os seus mercados locais, ou nichos de mercado.

Do Quadro 4, constata-se que o valor acrescentado pelos empregados é três vezes superior nas GE em relação às MiE, e este aumento é proporcional à dimensão da empresa. No entanto, se for assumida a mesma estrutura da indústria para todas as classes de empresas, obtém-se uma imagem diferente, uma vez que as diferenças entre as micro, pequenas, médias e GE tendem a desaparecer. Ou seja, trabalhando com os valores ajustados, que, de acordo com o estudo da CE, EC (2004), consideram valores ajustados o pressuposto da mesma

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estrutura industrial para todas as classe de empresas, verifica-se que o valor acrescentado pelas MiE é de 62.000€, pelas PE cerca de 85.000€, pelas médias cerca de 100.000€ e as GE apresentam um valor acrescentado por pessoa inferior a 80.000€.

A rentabilidade também é superior nas GE, considerando a diferença entre o Valor Acrescentado Bruto (VAB) e os custos com o trabalho, verifica-se que a rentabilidade das empresas se apresenta da seguinte forma: “Micro 23%; Pequenas 40%; Médias 44%;

Grandes 52%”, EC (2004). De acordo com a mesma fonte e tomando em consideração a

percentagem de emprego gerado por categoria das empresas, verifica-se que tanto na Europa dos Quinze, como na Europa dos Dezanove (Noruega, Liechtenstein, Islândia e Suíça) a categoria dominante é a das MiE, enquanto que em Portugal a categoria dominante é a das PME. Estes dados, confirmam os valores apresentados no Quadro 2 (pág. 13), onde a percentagem de emprego gerado pelas PE é de 26,5, quase igual ao emprego criado pelas GE. No que diz respeito aos dados referentes aos 25 países da UE4 foi possível a obtenção de dados referentes a 2003 que se apresentam no Quadro 5. Comparando os dados do Quadro 4 e do Quadro 5, verifica-se que a variação percentual das classes de empresas não se revela significativa, acontecendo o mesmo ao nível do emprego. Verifica-se também que na UE-25 o volume de negócios e o valor acrescentado, das GE é cerca de duas vezes superior ao volume de negócios das MiE e PME independentemente da sua categoria. Esta análise permite confirmar que em Portugal e na Europa, a 12, 15, 19 ou 25, as PE assumem um papel muito importante tanto ao nível económico como social.

Quadro 5. Indicadores da UE-25 por classe empresarial excluindo empresas do sector financeiro (%)

Empresas Emprego Volume de

Negócios Valor Acrescentado MiE (0-9) 91,5 29,8 19,4 20,5 PE (10-49) 7,3 20,8 19,3 19,1 Médias (50-249) 1,1 16,5 19,2 17,8 GE (250+) 0,2 32,9 41,9 42,7

Fonte: Schmiemann (2006): pp. 2 & EUROSTAT (2006)

Resta ainda referir que no estudo da OECD (2004c), referenciando Schneider (2003) é indicado que uma grande parte das MiE e algumas pequenas são encontradas na Economia

4 Apresentam-se os dados da UE-25 e não 27, porque quando se deu este trabalho por concluído ainda não era

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Figura 1. Proposta gráfica da relação entre os temas em estudo  Fonte: Elaboração Própria
Figura 2.  Um modelo para a competitividade das PME  Fonte: Adaptado de Man et al. (2001): pp
Figura 3. Relações entre os factores, características e dimensões da competitividade das PME   Fonte: Adaptado de Man et al
Figura 4. As fontes do desenvolvimento e as “pressões” sobre as PME  Fonte: Duarte (2003)
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Referências

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