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Caraterização do contexto

No documento AIDA Aleixo Tese (páginas 94-96)

Parte III – PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

1. Metodologia

1.1. Caraterização do contexto

O mega agrupamento que foi alvo do estudo, e onde se pretende implementar o plano de resolução, fica situado numa pequena cidade do litoral a sul do Douro, na periferia do distrito do Porto, com pouca indústria, existindo pequeno comércio e dependendo do turismo. O mega agrupamento é constituído por uma escola básica e secundária (sede do mega agrupamento), uma escola do 1º ciclo que pertencia a outro agrupamento do concelho, um agrupamento de escolas que era composto por duas escolas básicas do 1º ciclo, quatro escolas básicas do 1º ciclo e jardim-de-infância, e a escola básica e secundária, que era sede do antigo agrupamento onde leciono atualmente. A junção das escolas para formar o mega agrupamento ocorreu no final do ano letivo de 2011/2012, mais concretamente no dia quatro de junho. As escolas estão próximas umas das outras, e a escola sede situa-se no centro da cidade. O número de alunos por escola é muito variável, assim como o nível sociocultural e económico. A escola sede oferece todas as áreas do ensino regular, quatro cursos profissionais e um curso de educação e formação e, este ano letivo, a sua população escolar distribuiu-se por três turmas do 5º ano, sete turmas do 7º ano, sete turmas do 8º ano, oito turmas do 9º ano, oito turmas do 10º ano, dez turmas do11º ano, sete turmas do 12º ano, uma turma de educação formação (CEF) de nível dois, três turmas de cursos profissionais do 10º ano, quatro turmas profissionais do 11º ano e quatro turmas profissionais do 12º ano. Os alunos que frequentam os cursos profissionais vivem quase todos na periferia, e os do ensino regular, na sua maioria, moram no centro da cidade.

A escola onde estou colocada também se encontra na periferia, e os alunos que a frequentam são de um meio sociocultural e económico muito baixos, verificando-se que cerca de dois terços dos alunos beneficiam de escalão A ou B, muitos residem em bairros sociais e alguns são de etnia cigana, revelando pouca ambição escolar. Há um número significativo de encarregados de educação desempregados. A população escolar é composta por cinco turmas do 5º ano, cinco turmas do 6º ano, quatro turmas do 7º ano, quatro turmas do 8º ano, três turmas do 9º ano, uma turma de educação e formação (CEF) de nível dois, uma turma de CEF nível três, uma turma de cursos profissionais do 10º ano, duas turmas profissionais do 11º ano e uma turma profissionais do 12º ano. As duas escolas básicas e secundárias tem cada uma um psicólogo. Os resultados escolares, revelados na lista de ranking por distrito das duas escolas básica e secundárias são muito diferentes (a escola sede está em 23º lugar e a segunda escola em 74º lugar). O departamento de Matemática e Ciências experimentais é constituído por vinte e um professores de Matemática, dos quais dezasseis são da sede e cinco da segunda escola, e treze de físico

química, sendo dez da escola sede e três da segunda escola. As reuniões quer de departamento quer de grupo disciplinar são conjuntas. A generalidade dos professores pertence ao quadro do agrupamento, a sua faixa etária situa-se entre os trinta e um e os sessenta anos, as suas habilitações académicas são predominantemente a licenciatura, no entanto três professores de Matemática e três de Ciências Físico Químicas têm mestrado. Tanto os professores de Matemática como os de Ciências Físico Químicas têm entre onze a trinta anos de docência, e a sua maioria tem entre vinte e um e trinta anos.

Embora as relações entre os colegas de Ciências Físico Químicas sejam cordiais, nota- se pouca transparência nas intenções: muitas coisas são ocultadas, tudo o que é feito pelos colegas da escola sede é ostensivamente declarado como bem feito e não há assunção de erros ou falhas, numa tentativa constante de difusão de imagem de eficácia. A segunda escola (a minha, da periferia) é vista de uma forma depreciativa, notando-se nos comentários e nas atitudes a ideia de que alunos e professores que ai trabalham não são competentes, têm um nível intelectual muito baixo, os resultados não são muito satisfatórios, não é de se ter em conta as suas ideias ou as suas experiências porque os profissionais da escola sede é que são “bons professores” e conseguem melhores resultados para os “seus alunos”. Não referem que grande parte dos resultados são devidos a apoios externos como centros de estudo, explicadores, etc. O trabalho que é feito no grupo disciplinar limita-se elaboração ou alteração de planificações anuais, realização e coordenação de atividades a desenvolver pelo grupo, exames ou outros documentos que são distribuídos pelos professores do grupo (distribuição das várias tarefas pelos professores do grupo). Entre os professores de Matemática e de Ciências Físico Químicas pouco trabalho é realizado colaborativamente, a não ser pontualmente ou com um grupo restrito de colegas com quem pessoalmente nos relacionamos bem. Mesmo a troca de materiais, que se fazia com alguma frequência na escola da periferia, não é prática comum. Depois da avaliação do desempenho, os professores não estão muito abertos a fazê-lo. Está bem presente o momento em que é preciso mostrar que se é “melhor professor” que os restantes colegas porque as cotas não permitem que muitos professores progridam na carreira. Na escola da periferia, como fomos durante muitos anos apenas duas colegas e já trabalhamos juntas há bastantes anos, o clima é de abertura e interajuda, embora por uma questão de horário não possamos fazer o trabalho conjunto que desejaríamos.

No documento AIDA Aleixo Tese (páginas 94-96)