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CARATERIZAÇÃO DO EE

No documento DISLEXIA E DISORTOGRAFIA: UM ESTUDO DE CASO (páginas 89-95)

CAPÍTULO III – RESPOSTAS QUE O SISTEMA EDUCATIVO

1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

2.2. CARATERIZAÇÃO DO EE

O EE tem 34 anos de idade. É casado e tem dois filhos.

Quanto às habilitações literárias, possui o 6.º ano de escolaridade. Como ocupação profissional, desempenha a profissão de carpinteiro (e.g. Anamnese, Anexo 2).

2.3. CARATERIZAÇÃO DO PEE

O PEE trabalha como docente de educação especial há 17 anos. No presente ano letivo desempenha também as funções de delegado de grupo.

Ao longo do seu percurso profissional, recebeu formação na área das dificuldades específicas de aprendizagem (e. g. Guião e transcrição da entrevista ao PEE, Anexo 33).

3. INSTRUMENTOS

Uma leitura mais atenta diz-nos que os instrumentos são os meios técnicos que o investigador utiliza para assinalar as observações ou ajudar o tratamento experimental (Bisquerra, 1989, citado por Sousa, 2009).

A recolha de dados num estudo de caso pode socorrer-se de diversos instrumentos, dos quais se destacam a pesquisa documental, o diário de bordo, o relatório, o questionário, a entrevista e a observação.

O presente estudo de caso será baseado na pesquisa documental e em entrevistas.

3.1. PESQUISA DOCUMENTAL

A pesquisa documental compreende a recolha e análise do material existente para o caso em estudo. Esta pesquisa é utilizada para confirmar dados de outras fontes ou acrescentar informações (Araújo et al., 2008).

Em concreto, o presente estudo de caso será baseado na pesquisa documental de vários documentos oficiais presentes no processo individual da aluna, nomeadamente: relatórios de avaliação e acompanhamento psicológico, relatório técnico pedagógico, PEI e avaliações realizadas ao longo dos anos letivos anteriores.

3.2. ENTREVISTAS

Para Bodgan & Biklen (1994, citados por Araújo et al., 2008), a entrevista é usada para que o investigador recolha dados descritivos na linguagem do próprio de forma a entender como estes interpretam as suas vivências.

Fontana & Frey (1994, citados por Araújo et al., 2008) consideram que existem três tipos de entrevista: não estruturada; semiestruturada e estruturada.

Na entrevista não estruturada o entrevistador propõe um tema, que se desenvolve no fluir de uma conversa, isto é, as questões surgem do contexto imediato, assumindo assim um caráter mais informal.

Quanto à entrevista semiestruturada, existe um guião preparado previamente, mas que apenas serve de orientação ao desenvolvimento da entrevista, pois não exige uma ordem rígida nas questões. O desenvolvimento da entrevista vai-se adaptando ao entrevistado.

A entrevista estruturada (standard) é composta por questões fechadas, com o intuito de obter dados sobre determinada amostra. A informação recolhida é uniforme, pois as categorias de resposta estão previamente definidas.

De forma geral, esta técnica de investigação permite, entre outros aspetos, uma maior uniformidade na informação recolhida, pois garante que os diferentes entrevistados respondam às mesmas questões, objetividade e brevidade na informação recolhida indo mais facilmente ao encontro dos objetivos previamente definidos e o evitamento de desvios da sequência das perguntas ou do assunto da entrevista.

A entrevista qualitativa é o método de investigação mais rico uma vez que privilegia a aplicação dos processos fundamentais de comunicação e de interação humana pautados por uma verdadeira troca de perceções e experiências sobre determinado acontecimento. Se forem devidamente concebidas, as entrevistas fornecem informações e pistas de reflexão muito pertinentes e variadas (Quivy, 2005).

As entrevistas podem ser aplicadas principalmente a pessoas que têm experiência de investigação, como docentes, a pessoas que têm um bom conhecimento do problema e ao público potencial do estudo (Quivy, 2005).

Durante a realização da entrevista convém abstermo-nos de dar a nossa opinião que possa influenciar o conteúdo da mesma, escolher um local adequado para a sua realização e proceder à sua gravação (Quivy, 2005).

No nosso estudo aplicaram-se entrevistas semiestruturadas ao EE, ao PEE e à aluna, de forma a recolher dados que permitam perceber como foi feito o diagnóstico de DAE; quais as principais dificuldades da aluna; quais as estratégias de intervenção recomendadas e utilizadas; os resultados escolares alcançados e inferir acerca do desenvolvimento emocional da aluna.

Na construção do guião das três entrevistas, como nos diz Pardal & Lopes (2011), teve-se especial atenção à definição clara e rigorosa dos objetivos que se pretendiam alcançar com as mesmas; à operacionalização das variáveis em perguntas adequadas às metas; ao encadeamento das questões e à utilização de uma linguagem clara em função do entrevistado.

3.2.1. Objetivos

Com as entrevistas ao EE, ao PEE e à aluna procuraram-se atingir os objetivos que se apresentam.

EE:

- conhecer a história familiar; - perceber quais os sinais de alerta; - conhecer como é feito o diagnóstico;

- conhecer a perspetiva familiar sobre a intervenção realizada;

- compreender as implicações que a síndrome de dislexia e disortografia pode acarretar ao nível do desenvolvimento social e emocional da aluna.

PEE:

- perceber como é o processo de inclusão de um aluno com síndrome de dislexia e disortografia nas NEE;

- conhecer como é feito o diagnóstico;

- indagar sobre as estratégias de intervenção recomendadas e utilizadas; - identificar as dificuldades apresentadas pela aluna;

- compreender as implicações que a síndrome de dislexia e disortografia pode acarretar ao nível do desenvolvimento social e emocional da aluna.

Aluna:

- perceber a forma como a aluna percecionou o diagnóstico; - indagar sobre as estratégias de intervenção usadas;

- compreender as implicações que a síndrome de dislexia e disortografia pode acarretar ao nível do seu desenvolvimento social e emocional.

4. PROCEDIMENTOS

Com a concretização desta investigação, em diferentes fases, desenvolveram- se diversas tarefas. Como se sabe, todo o trabalho de investigação implica profundamente uma pessoa, pelo que foi devidamente planeado. Teve o seu início no mês de fevereiro de 2016 e o seu términus em setembro de 2016.

De seguida, apresenta-se um cronograma onde se projetaram todas as fases do trabalho de investigação, bem como a sua duração.

Trabalho de investigação Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set

F as es d e tr abalho Revisão da literatura Solicitação de autorizações Definição do problema

Definição dos objetivos Pesquisa documental Elaboração das entrevistas

Aplicação das entrevistas Processamento dos dados das entrevistas Análise de dados Discussão de resultados Revisão da literatura e conclusão da parte teórica e prática

Reflexões finais Entrega do trabalho

Quadro 10 – Cronograma de atividades

Como se pode verificar no quadro anterior, iniciou-se o presente estudo com a revisão da literatura relativamente aos DAE, mais especificamente a dislexia e a disortografia. Começou a pensar-se no problema em estudo e na definição dos objetivos.

Posteriormente, formalizou-se o pedido de autorização ao EE da aluna e ao Agrupamento, através do contacto pessoal com o diretor e entrega do pedido de autorização nos serviços administrativos (e. g. Pedidos de autorização, Anexo 1).

Seguiu-se a pesquisa documental através da consulta do processo individual da aluna. Também se iniciou a elaboração das entrevistas e a sua efetiva concretização.

Todos os dados recolhidos foram devidamente tratados e procedeu-se à discussão dos resultados. Teceram-se algumas reflexões finais e concluiu-se definitivamente a parte teórica e prática do estudo.

No documento DISLEXIA E DISORTOGRAFIA: UM ESTUDO DE CASO (páginas 89-95)

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