• Nenhum resultado encontrado

87 APÊNDICE 1 – CARATERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO

A organização em estudo é o HMP, lugar de referência da Saúde Militar. É o principal hospital do Exército Português, estando localizado na Estrela, em Lisboa.

O HMP, apesar de ser um hospital é uma instituição militar, inserida no Ministério da Defesa Nacional, como tal é uma organização extremamente hierarquizada, característica das organizações militares. Está na dependência do OCAD69 – Comando da Logística, e dentro deste, depende da DS70.

Os clientes desta organização são na sua maioria do mundo militar ou policial, o que condiciona os modos de atuação das pessoas, bem como o “modus operandi” que a organização tende a adquirir.

Neste apêndice fazemos uma breve caraterização da organização em estudo, o HMP, e mostramos algumas imagens das infraestruturas.

1. Resenha Histórica

O HMP “tem a sua origem por altura da Restauração, quando pela primeira vez se organizou o Serviço de Saúde Militar e se criaram os hospitais de guarnição. Data de 1573 a fundação do Convento, tendo sido seu fundador o Frade Plácido de Vila Lobos da Ordem de S. Bento. Em 1836, a Comissão de Saúde Militar apontou como instalação definitiva, o edifício da Estrela para Hospital Militar Permanente. Com a evolução dos tempos o hospital foi alargando as suas instalações e em 1898 anexou-se a ala que dá para a Rua de S. Bernardo, para no ano seguinte alguns dos seus serviços serem instalados na “cerca” do Convento do Sagrado Coração de Jesus (Basílica da Estrela). Posteriormente com a abertura da Avenida Infante Santo ficou a referida cerca dividida. Em 1961, o Aquartelamento de Campolide deixou de ser ocupado pelo Regimento de Artilharia n.º 1, sendo aí instalado o Centro Ambulatório de Doentes e Convalescentes, anexo do HMP, face ao grande número de evacuados do Ultramar. Em 18 de Outubro de 1973 foi inaugurada a Casa de Saúde da Família Militar, localizada

69Legalmente, “aos OCAD compete assegurar a superintendência e execução em áreas ou atividades

específicas essenciais, de acordo com as orientações superiormente definidas”. Cfr. Art.º 18 do anexo – Lei Orgânica do Exército do Decreto-lei n.º 61/2006 de 21 de Março de 2006.

70

88 na cerca do hospital. Em 1991, procedeu-se à concentração hospitalar dos três corpos de edifícios dispostos em volta do Largo da Estrela, de forma a permitir a alienação do referido anexo que se tornou desnecessário.”71

Na atual conjuntura de economia e modernização de meios, na reorganização da estrutura superior de Defesa Nacional e das Forças Armadas, assistiu-se, finalmente, ao início da criação do HFAR, emanada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 39/2008, de 28 de Fevereiro, em que o HMP integra o polo hospitalar de Lisboa, como UHE, contudo não existe ainda regulamentação, pelo que não houve ainda alteração da nomenclatura da unidade em estudo.

O HMP tem como missão: “1) Prestar apoio sanitário e assistência médica aos militares e funcionários civis do Exército e seus familiares, bem como, aos elementos dos outros ramos das Forças Armadas, designadamente, Marinha e Força Aérea e, quando a tal tenham direito os elementos das Forças de Segurança, designadamente, Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública e seus familiares; 2) Apoiar os processos de recrutamento, seleção e classificação de pessoal do Exército e Forças Armadas; 3) Apoiar com pessoal, material e equipamento as diferentes missões humanitárias e 4) Colaborar com os serviços do Estado de acordo com diretivas superiores.”72

2. Configuração Organizacional

É sabido que a configuração organizacional é resultado daquilo que “as pessoas acreditam que a organização é, e o que as pessoas acreditam que a organização é, constitui a base para o que as pessoas fazem, e o que as pessoas fazem nas organizações é, com efeito, o design da organização” (Weick,1993, p. 346).

O HMP, representa o conflito entre dois tipos de organizações, as organizações não - especializadas, exemplo típico das Forças Armadas, que recorrem à colaboração de “especialistas que se identificam com os objetivos globais” para atingir os diversos

71 Cfr. http://www.exercito.pt/sites/HMP/Historial/Paginas/default.aspx, consultado em 04 de fevereiro de

2012, às 21h15m.

72 Cfr. http://www.exercito.pt/sites/HMP/Paginas/Visao_e_Missao.aspx, disponível em 04 de Fevereiro

89 objetivos, “enquanto a estrutura técnica é subsidiária ou subalterna”, e as organizações profissionais – exemplo as organizações de saúde, em que “cada elemento é profissional”, especialista “com qualificações e autónomo” para executar as tarefas, ajustando-se às situações que surgem e a “estrutura administrativa surge como staff “ Amitai Etzioni (apud Chiavenato, 2000, p. 237).

No seu seio o HMP tem elementos militares e elemento civis que integram os vários quadrantes da organização, contudo o seu vértice estratégico – Direção e Administração, integra só elementos militares. A Direção do HMP liga-se ao seu centro operacional através de uma linha hierárquica, composta na sua maioria por militares. Os chefes de serviço do HMP são lugares ocupados, sempre que possível, por militares - Oficiais médicos, exceto os serviços de apoio em que são Oficiais de áreas técnicas. O chefe de serviço só será um médico civil, nos casos em que não há nenhum oficial médico da especialidade para ocupar o cargo73.

Estas nomeações e estruturação de funções fazem do HMP uma “organização hierarquizada, flexível, ágil e hábil, criativa e empreendedora, baseada na indispensável participação activa de quantos aqui servem”74, na medida em que o HMP é uma organização de saúde ainda mais específica que as restantes, pois assume um caráter militar e obedece a todas as regras inerentes a essa condição. Princípios como a hierarquia, a formalidade, o corporativismo, estão presentes na organização, tal como refere Videira (2002). A comunicação formal predomina na instituição e conjuntos significativos de normas, diretivas e regulamentos são emanados pelo vértice estratégico e difundidos na organização através da linha hierárquica.

O centro operacional do HMP integra na sua maioria elementos civis, contudo para ocupar os cargos de chefia intermédios são, sempre que possível, nomeados elementos militares. Por exemplo, o Enfermeiro Coordenador é sempre um enfermeiro militar. O Centro Operacional assume, na qualidade de prestador de serviços de saúde, a configuração estrutural típica de uma burocracia profissional, em que, tal como defendido por Mintzberg (2004), todo o Centro Operacional é dotado de intensa

73

Observação direta ao longo do período, cerca de 5 anos, em que o investigador exerceu funções na instituição em estudo.

74 Cfr. Alocução de S.Exª o MGEN Alfarroba, no seu discurso na comemoração dos 175 anos do HMP,

em 06 de Outubro de 2009. Disponível em http://www.exercito.pt/sites/JE/Publicacoes/ Documents / JE589NOV09.pdf, consultado em 04de Fevereiro de 2012, às 21h25m.

90 formação clínica, o que lhe confere as competências para o exercício da sua atividade profissional de forma autónoma.

Contudo, a formação técnica, aliada à formação militar dos seus quadros, a par com o conjunto de regras e normas inerentes ao estatuto de militar, assume importância nas diferentes unidades que integram os Serviços Clínicos e de apoio do HMP, na medida em que são autónomos entre si, mas obedecendo sempre às diretivas superiores. Os profissionais sentem-se identificados com a sua profissão, característica típica das denominadas burocracias profissionais, ao mesmo tempo que se identificam com as especificidades da organização militar. A linha hierárquica, que tipicamente é mais ténue nas organizações de serviços de saúde, está, no HMP, marcadamente vincada, conforme ilustra o seu organograma.

Ilustração 18 – Organograma do HMP.

Fonte: Adaptado de http://www.exercito.pt/sites/HMP/Paginas/Organizacao.aspx, no dia 12 de Março de 2012.

91 3. Infraestruturas do HMP

É apresentada uma imagem de satélite, com delimitação de áreas de responsabilidade, e uma fotografia da fachada do edifício principal do HMP.

Ilustração 19 – Imagem de satélite e delimitação de áreas de responsabilidade do HMP.

92

APÊNDICE 2 – CONFIGURAÇÃO

Documentos relacionados