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3. O SISTEMA DE TRANSPORTES URBANOS

3.2. A OFERTA DE TRANSPORTES COLECTIVOS

3.2.3. A acessibilidade do serviço de transportes urbanos

3.2.3.1. Carreiras e Frequências

Ao nível da oferta de serviço TUG disponível, importa verificar, em primeiro lugar, o número de carreiras25 existentes nas diferentes vias (fig. 19). Este elemento é importante uma vez que mostra a maior ou menor possibilidade de ligações que a população possui. Assim, a população coberta somente por uma carreira terá menores opções de destinos, o que condiciona a sua mobilidade, necessitando frequentemente de recorrer a alterações de carreira para se deslocarem para o ponto de destino desejado.

A figura 19 evidencia-nos que as vias do centro da cidade são as que conhecem uma maior sobreposição de diferentes carreiras. Isto deve-se ao facto de ser nesta área que se localizam os pontos de partida e chegada das carreiras. O número máximo de carreiras que operam sobre a mesma via é de 15, num total de 22 carreiras, e acontece na alameda S. Dâmaso.

Do lado oposto, ficam as áreas com baixa presença de carreiras. Verifica-se que é na parte Sul da área de estudo onde há uma maior presença de vias onde o serviço TUG existente se resume a uma única carreira, designadamente em algumas vias das freguesias de Polvoreira, Nespereira, Gondar, Selho S. Cristóvão e Candoso S. Tiago. Para além desta área, alguns

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eixos das freguesias de Mesão Frio, Costa, Fermentões e Penselo conhecem igualmente uma oferta diminuta de carreiras.

Figura 19. Número total de carreiras.

Outro elemento importante para aferir da oferta do sistema de transporte colectivo, é a quantificação da oferta de linhas26 nos diversos locais da rede. A figura 20 mostra-nos a número total de linhas TUG existente.

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Figura 20. Número total de linhas.

Verifica-se que a oferta de serviço, em termos do número de linhas, apresenta na rede grandes disparidades. O centro da cidade, uma vez mais, conhece uma grande oferta de serviço, apresentando algumas vias com valores superiores a 300 linhas (o valor máximo de toda a rede verifica-se nesta área, em concreto na Alameda S. Dâmaso Sul). As áreas que conhecem a oferta mais reduzida são alguns eixos localizados nas freguesias de Gondar, Candoso S. Martinho, Fermentões, Costa e Azurém. Estas são também áreas onde o serviço se restringe geralmente a uma única carreira. Na restante oferta de serviço na rede, destaca- se ainda o importante serviço existente em alguns eixos, como nas freguesias de Urgezes, Creixomil, Fermentões, Selho S. Jorge e Azurém.

A visualização da oferta do número de linhas disponível por paragem TUG é outro importante elemento de análise. A figura 21 apresenta-nos a totalidade do serviço TUG por paragem.

Nesta imagem é perceptível a importância relativa que algumas áreas conhecem no que respeita à presença de serviço. Para além das áreas centrais, destaca-se um importante circuito em Azurém (que serve a Universidade do Minho); um circuito que contorna o parque industrial de Ponte, a Norte; a ligação à vila de Pevidém (por Creixomil); a ligação, através das EN 105, a Urgezes, Polvoreira e Nespereira; finalmente, a ligação à parte Norte de Mesão Frio, pela EN 101. Estas são as áreas que se destacam, em termos de serviço existente, na nossa área de estudo, apresentando mesmo uma importante diferença em relação à restante oferta de serviço existente na rede.

Figura 21. Número total de linhas por paragem.

Em termos de oferta do sistema de transportes, importa igualmente analisar a frequência do serviço. Na figura 22 podemos observar a frequência (o intervalo médio) temporal em termos de oferta da rede de transportes urbanos em Guimarães.

0:00 0:30 1:00 1:30 2:00 2:30 1 2 11 12 21 22 31 32 33 41 42 51 52 61 62 63 71 72 81 82 83 84 Ca rre ir a Frequência média Dias úteis Sábados Dom/Fer

Figura 22. Frequência horária do serviço de transportes urbanos por carreira.

Embora os valores da figura 22 sejam referentes a frequências médias, e intervalos menores deverão existir em determinadas horas do dia, verifica-se que a frequência do serviço de transportes urbanos em Guimarães é, em geral, relativamente baixa – frequências médias inferiores a 30 minutos só se verificam em três carreiras. A globalidade da rede conhece, portanto, frequências relativamente baixas, com implicações óbvias nas possibilidades de mobilidade da população.

Verifica-se, de igual modo, que, por regra, a frequência do serviço é sempre bastante superior em dias úteis, em relação ao serviço praticado quer aos sábados quer aos domingos e feriados. Uma excepção é a carreira 41 (Silvares) que não conhece qualquer serviço aos dias úteis.

Ao nível de frequência, destacam-se as carreiras 11, 21 e 61 como as carreiras com maior oferta de serviço, em qualquer dos dias sempre inferior ou igual a 30 minutos. Estas carreiras servem importantes eixos de entrada na cidade, por Norte (pela EN 101), Este (pela EN 206) e por Sul (pela EN 105). Seguem-se as carreiras 31, 71 e 83 com intervalos de serviço um pouco superiores a este valor, e que correspondem a importantes ligações na nossa área de estudo, designadamente para Azurém e Pevidém. Do lado oposto, temos as carreiras com intervalos de serviço mais longos, como a 33, 52, 72 e 84, com frequências médias sempre superiores a uma hora. Estes valores correspondem a uma oferta de serviço bastante baixa nos eixos que servem.

Se analisarmos, em termos espaciais, as frequências das carreiras obtemos importante informação acerca do serviço existente. A figura 23 mostra-nos o número total de linhas que funcionam em dias úteis.

Nestes dias, verifica-se uma forte importância do serviço no centro da cidade e nos mais importantes aglomerados populacionais em redor do centro. Neste grupo podemos destacar as freguesias de Azurém, a parte Norte de Mesão Frio, Urgeses, Creixomil, a vila de Pevidém (um importante núcleo urbano-industrial) e o eixo Urgezes/Polvoreira/Nespereira, ao longo da EN 105. Igualmente com importante serviço nestes dias é o circuito que serve o parque industrial de Ponte, e que, com base nas carreiras 42 e 62, cria uma boa oferta nas freguesias de Fermentões, ao longo da EN 101, e na freguesia de Silvares.

As áreas com serviço mais reduzido conhecem frequências entre as 5 e as 25 linhas, e localizam-se, essencialmente, nas freguesias de Gondar, Candoso S. Tiago e a parte de Fermentões fora da EN 101 (Grisel).

Com frequências intermédias, entre as 26 e as 50, apresenta-se uma importante área a Sul da área de estudo, compreendendo as freguesias de Selho S. Cristóvão, Candoso S. Tiago, Candoso S. Martinho, e a ligação destas freguesias à vila de Pevidém.

No que respeita ao serviço existente aos sábados (fig. 24), nota-se uma diminuição generalizada em todas a áreas. Verifica-se ainda que este decréscimo é mais acentuado relativamente ao serviço para o parque industrial de Ponte - o que denota a importância do emprego industrial como público alvo destas carreiras - , em Mesão Frio, assim como no eixo Polvoreira/Nespereira. Neste dia, destaca-se o serviço existente na cidade, e as ligações para Pevidém (por Creixomil), Urzeses e Azurém.

O serviço existente aos sábados evidencia, igualmente, um crescimento das áreas com uma frequência inferior a 25 linhas, verificando-se este facto nomeadamente no serviço na freguesia de Polvoreira.

Finalmente, aos domingos e feriados, o sistema de transportes urbanos de Guimarães apresenta uma diminuição ainda mais acentuada (fig. 25). De facto, nestes dias, se exceptuarmos as ligações a Azurém, Urgezes e Pevidém, o serviço apresenta baixas frequências em toda a área, com valores inferiores a 50 linhas, e com uma grande área servida por um número de linhas inferior a 25, designadamente em toda a parte SO da área de estudo.

Figura 24. Número total de linhas: sábados.

Estes valores evidenciam que o sistema está orientado para as necessidades da população nas suas viagens casa-trabalho (e casa-escola), sofrendo, por isso, uma forte diminuição quando estas actividades não se desenvolvem.