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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Cartas-base

6.1.4 Carta de Cobertura Vegetal / Uso e ocupação

Esta Carta traz, de forma gráfica e espacializada, a dinâmica populacional, ou seja, como que as pessoas se organizam na bacia e de que maneira pode-se influenciar na dinâmica hídrica e principalmente na vegetação.

Para classificação e espacialização das deferentes formas de vegetação e ocupação da bacia foram utilizadas imagens de satélite CBERS na composição de bandas R-1, G-2 e B-3 e utilizou-se da rotina de classificação supervisionada do software ENVI 4.2 a partir da Máxima Verossimilhança.

O Distrito Federal faz parte do bioma Cerrado. Segundo Eiten (1993), os tipos de vegetação encontrados dentro da província do cerrado pertencem a duas classes principais: vegetação associada aos terrenos de interflúvio e aquelas associadas aos cursos d'água. Para o Distrito Federal, o autor, identificou quatro tipos de vegetação de interflúvio (cerrado, floresta mesofítica sobre latossolo, floresta mesofítica sobre calcário e transição cerrado-campo limpo) e sete tipos de

vegetação associadas aos cursos d'água (floresta galeria, vereda, campo úmido, campo de murunduns, brejo permanente, vegetação aquática e pântano arbustivo de delta (Tabela 6.1)

Na bacia do rio Preto, é possível observar, a partir de campanas de campo, levantamentos bibliográficos e análise de imagens de satélite, principalmente, os seguintes tipos de vegetação: Cerrado, Floresta de Galeria, Cerrado e Culturas.

Tabela 6.1 - Tipos de Vegetação de Média Escala do Distrito Federal. 1.Tipos de Interflúvio:

a. Cerrado

b. Floresta Mesofítica sobre Latossolo

c. Floresta Mesofítica (ou Arvoredo) sobre Calcário d. Transição Cerrado-Campo Úmido

2.Tipos Associados aos Cursos D'água (encostas e fundos de vale): e. Campo Úmido f. Campo de Murunduns g. Floresta Galeria h. Vereda i. Brejo Permanente j. Vegetação Aquática

k. Pântano Arbustivo de Delta

6.1.4.1 CERRADO (sensu lato)

Conforme a definição de Eiten (1977), O cerrado (sensu lato) refere-se à vegetação xeromorfa de arvoredos, comunidades arbustivas, savanas abertas e campos graminosos do Brasil Central e algumas áreas limítrofes.

Essa área encontra-se principalmente no campo de treinamento do Exército, situado ao longo da margem esquerda do rio, fazendo divisa com o Distrito Federal.

Nesse tipo de vegetação, as plantas lenhosas maiores, árvores e arbustos, possuem troncos e galhos de caule grosso e com numerosas dobras, dando uma aparência de tortuosidade à vegetação. A casca é usualmente grossa, cortiçosa e com arestas altas, em virtude de seu fendilhamento vertical, causado pelo aumento do diâmetro do cilindro lenhoso dentro do envelope da casca. As folhas e folíolos das plantas lenhosas do cerrado em geral são grandes, duras e tesas, que crepitam quando dobradas, podendo apresentar superfície lisa e cerosa, áspera ou pilosa. Na face inferior, as nervuras primárias e secundárias e, frequentemente, as terciárias e quaternárias destacam-se formando arestas duras (EITEN 1993).

O cerrado sensu-lato ocorre em um gradiente de formas fisionômicas diretamente ligado a três aspectos de substrato: fertilidade e teor de alumínio disponível; grau de saturação da camada superficial ou subsuperficial, e profundidade do solo (Eiten, 1993); podendo ser ordenadas em cinco classes: cerradão, cerrado (sensu-strictu), campo cerrado, campo sujo de cerrado e campo limpo de cerrado.

6.1.4.1.1 Cerrado (sensu strictu)

A fitofisionomia mais representativa da formação savânica é o cerrado sensu strictu, ou sentido restrito que, se caracteriza pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas. Os arbustos e subarbustos encontram-se espalhados. Na época da chuva os estratos subarbustivo e herbáceo tornam-se exuberantes devido ao seu rápido crescimento.

O cerrado sentido restrito evoluiu com a ocorrência de queimadas e, portanto, a sua biota é adaptada a esse fenômeno. Muitas plantas que se produzem vegetativamente, possuem vigorosas estruturas subterrâneas tais como xilopódios e rizomas que lhes asseguram a sobrevivência mesmo que toda a estrutura aérea seja queimada. Várias espécies arbóreas possuem cascas grossas e espessas camadas de cortiça que protegem o floema e o câmbio das altas temperaturas provocadas pelo fogo.

6.1.4.1.2 Cerradão:

O Cerradão se caracteriza pela presença de espécies que ocorrem no cerrado sentido restrito e também por espécies de mata. Do ponto de vista fisionômico é uma floresta, mas florísticamente é mais similar a um Cerrado.

Segundo Eiten (1993) o Cerradão é uma comunidade formada por dossel de 7m ou mais de altura, que cobre 30% ou mais da superfície do terreno. É constituído de dossel alto e fechado, apresentando uma densa camada de arbustos e arvoretas.

6.1.4.1.3 Campo Cerrado

O Campo Cerrado, vegetação intermediária entre Cerrado sensu-strictu e Campo Sujo, difere fisionomicamente do cerrado sensu strictu por ser mais aberto e por conter árvores menores e em menor número. Esta redução do índice de cobertura

do terreno pelas árvores propiciou o surgimento, em maior quantidade, de ervas (principalmente gramíneas) e de semi-arbustos e arbustos recorrentes.

6.1.4.1.4 .Campo Sujo de Cerrado

O Campo Sujo de Cerrado é formado por uma camada lenhosa descontínua de arbustos permanentes de 0,8m a 1,2m de altura, e outra rasteira, formada por ervas, semi-arbustos e arbustos recorrentes de caule fino. Algumas vezes este tipo fisionômico apresenta-se com árvores que em geral são de pequeno porte e muito esparsadas, sendo que a gomeira (Vochysia Trhrsoidea) é a única espécie a atingir tamanho considerável. Se compararmos com o Campo Cerrado é evidente o aumento na densidade das camadas rasteira e lenhosa de arbustos permanentes.

6.1.4.1.5 Campo Limpo de Cerrado

A característica principal deste tipo fisionômico é a predominância absoluta de ervas e semiarbustos. A sua composição florística é quase idêntica à camada rasteira dos Campos Sujos de Cerrado e Campos Cerrados. Ocorrem comumente nas escarpas íngremes das chapadas e nas suas colinas de encostas íngremes erodidas, compartilhando o mesmo habitat com os Campos Sujos de Cerrado 6.1.4.2 Mata de Galeria

A Mata de Galeria está relacionada com a proximidade do lençol freático da superfície, ao longo dos fundos dos vales, de forma que sempre ha disponibilidade de água para as raízes, suficiente para suprir todas as folhas, durante o ano todo. O terreno associado pode ser bem drenado, pantanoso estacional ou pantanoso permanente.

As Matas de Galeria são enclaves de vegetação florestal no domínio dos cerrados, contendo espécies endêmicas, espécies da matas amazônica, da mata atlântica e das matas da Bacia do Rio Paraná, além de espécies típicas do Cerrado (sensu stricto) e das Matas Mesofíticas do Brasil Central (SILVA JR & FELFILI, 1996).

Estas faixas de cobertura florestal perenifólia estabelecidas ao longo dos cursos d'água, em meio a vegetação do cerrado, são consideradas corredores para a fauna florestal, além de fornecerem água, sombra e alimentos. Também servem

de “filtros” para o escoamento superficial que ocorre nas áreas de drenagem dos corsos d’água que elas margeiam.

As Matas de Galeria podem fazer interface com diferentes tipos de vegetação, dentre elas: Florestas Úmidas, Florestas Mesofíticas e várias formas de Cerrado sensu lato.

A topografia é considerada como um dos principais fatores causadores de variações estruturais e florísticas destas florestas, particularmente quando relacionada com outras variáveis ambientais, como o nível do lençol freático e propriedades físicas e químicas dos solos. Ao longo do vale de um rio, macro e micro topografias características produzem grandes variações nos níveis do lençol freático, no nível do rio, e na erosão ou sedimentação do solo, todas estas feições influenciam na distribuição espacial das espécies.

6.1.4.3 Mata Ciliar

Denomina-se como Mata ou Floresta um trecho de árvores com dossel arbóreo fechado, não importando a flora, clima ou solo. Não representa um tipo de vegetação, apesar de ser comum, até mesmo entre especialistas, referir-se às Matas como uma fisionomia vegetal específica (EITEN, 1993).

Por Mata Ciliar entende-se a vegetação florestal que acompanha os rios de médio a grande porte da região do Cerrado, em que a vegetação arbórea não forma galerias. As árvores predominantemente eretas variam em altura de 20 a 25 metros, com alguns poucos indivíduos emergentes alcançando 30 metros ou mais. As espécies são predominantemente caducifólias, com algumas sempre- verdes, conferindo à Mata Ciliar um aspecto semidecíduo. Ao longo do ano as árvores fornecem uma cobertura arbórea que varia entre 50 a 90% (EITEN, 1993).

Na estação chuvosa a cobertura chega a 90%, dificilmente ultrapassando este valor, ao passo que na estação seca pode até mesmo ser inferior a 50% em alguns trechos.

6.1.4.4 Vereda

As veredas representam um tipo de vegetação composta, comuns ao longo dos fundos de vales, são formações perenifolias dominadas por espécies adaptadas

para o desenvolvimento em solos permanentemente alagados, apresentando três tipos de vegetação. A borda das veredas é constituída por um campo úmido sazonalmente saturado, geralmente dominado por espécies das famílias Cyperaceae e Gramineae. O centro das veredas, no fundo plano dos vales, é formado por brejo graminoso permanente contendo, na sua porção central, uma faixa caracterizada pela presença de buritis, associados ou não a algumas árvores e arbustos (SEMATEC, 1999).

6.1.4.5 Cultura e Pivô Central

Estas áreas são responsáveis pela maior parte da ocupação da bacia. São áreas de características agrícolas e/ou áreas modificadas pelo ser humano. Estes locais refletem a forma que se dá a ocupação da bacia pela lavoura e pela agricultura de alta tecnologia, com práticas de irrigação e culturas extensivas.

A Carta 06 apresentada na próxima página apresenta as diferentes formas do uso e ocupação do solo na bacia do rio Preto.

6.1.5 Carta de Clima e Estações

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