• Nenhum resultado encontrado

3.1 Contexto Histórico, Criação e Evolução

3.3.2 Carta de Crédito Associativa

O Programa objetiva conceder financiamentos a pessoas físicas, associadas em grupos formados por condomínios, sindicatos, cooperativas, Companhias de Habitação (COHAB) ou empresas do setor da construção civil.

O Programa permite a produção de lote urbanizado, a construção de unidade habitacional ou a aquisição de unidade nova produzida no âmbito do

próprio programa e ainda uma modalidade denominada – Reabilitação Urbana –

por intermédio do qual o grupo associativo poderá adquirir unidades usadas e executar obras voltadas à recuperação e ocupação para fins residenciais.

Os limites de renda, taxas de juros, prazo do financiamento e sistema de amortização são os mesmos da Carta de Crédito Individual.

3.3.3 Pró-Moradia

O Programa de Atendimento Habitacional Através do Poder Público – PRÓ-

MORADIA – tem por meta oferecer acesso à moradia adequada à população em

situação de vulnerabilidade social, por intermédio de financiamento aos Estados, Municípios, Distrito Federal ou empresas estatais não dependentes. O programa destina recursos aos entes federados a implementação de alternativa habitacional à população de menor renda, que vivem em áreas insalubres (lixões, favelas, etc.), por meio da produção de conjuntos habitacionais e urbanização de áreas.

O Pró-Moradia é operacionalizado através das seguintes modalidades:

Urbanização de Áreas: contempla ações relacionadas à segurança, salubridade e habitabilidade de comunidades localizadas em áreas inadequadas à moradia, objetivando sua permanência ou realocação.

Produção de Conjuntos Habitacionais: execução de conjuntos

habitacionais, inclusive as relativas à infra-estrutura básica necessária à sua habitabilidade.

Desenvolvimento Institucional: vislumbra ações voltadas à qualificação da administração pública, no que diz respeito à capacitação técnica, jurídica, financeira e organizacional para melhorar a eficiência na gestão urbana e aprimorar o gerenciamento e controle das políticas habitacionais.

4. Evolução das Aplicações do FGTS em Moradia e o Acompanhamento do Déficit Habitacional

Como já visto neste trabalho de 1991 a 1994, as liberações de recursos do FGTS para as áreas sociais foram suspensas, só sendo retomadas a partir de 1995 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Coincidentemente o método mensurador do déficit habitacional só fora elaborado pela Fundação João Pinheiro em 1995. Todavia, apesar do sistema de cálculo do déficit ter sido criado em 1995, só veio a ser realizado um estudo efetivo pela FJP a partir de 2000. Além disso, os dados disponíveis no sítio da Caixa Econômica Federal, via intranet, sobre o montante de recursos contratados, aplicados e repassados do FGTS estão disponíveis a partir de 1995. Dadas estas restrições, o cruzamento dos dados sobre déficit e destinação orçamentária do FGTS, bem como a análise do impacto da aplicação pecuniária dos recursos compulsórios sobre a variável déficit habitacional só será possível a contar de 2000.

A arrecadação líquida do FGTS funciona como um verdadeiro termômetro da atividade econômica do Brasil. De maneira que, em um contexto de uma economia estável, se há crescimento do PIB, normalmente, há redução na taxa de desemprego, mais pessoas entram no mercado formal de trabalho, aumenta-se a arrecadação do fundo e reduz-se os saques por demissões imotivadas.

Durante a década de 90 a economia brasileira apresentou um crescimento modesto como se pode verificar nas tabelas abaixo:

TABELA 7: VARIAÇÃO DO PIB A PREÇOS CORRENTES E PERCENTUAL

Período Preços correntes em R$ Em milhões de R$ Variação percentual real

1991 60.285.999,27 2.033.531,51 1,0 1992 640.958.767,64 2.022.477,64 -0,5 1993 14.097.114.181,82 2.122.079,94 4,9 1994 349.204.679.181,00 2.246.282,52 5,9 1995 705.640.892.091,87 2.341.160,86 4,2 1996 843.963.999.000,00 2.391.507,50 2,2 1997 939.146.001.000,00 2.472.235,66 3,4 1998 979.277.002.000,00 2.473.106,99 0,0 1999 1.065.000.000.000,00 2.479.387,77 0,3 2000 1 179 482 000 000,00 2 586 152,76 4,3 Fonte: IBGE

TABELA 8: TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO (%)

Período PIB População PIB per

capita Década de 60 (1961-1970) 6,17 2,89 3,19 Década de 70 (1971-1980) 8,63 2,44 6,04 Década de 80 (1981-1990) 1,57 2,14 -0,56 Década de 90 (1991-2000) 2,54 1,57 0,95 Década de 2000 (2001-2010) 3,58 1,21 2,33 Fonte: FGV e IBGE

Obs.: Extraído do sítio do BACEN

O crescimento da economia brasileira no período foi insuficiente para elevar o padrão de vida da população, ainda mais se for considerado o crescimento demográfico, conforme demonstrado abaixo:

TABELA 9: CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

Período População Em mil Variação percentual

1990 146 593 1991 149 094 1,71 1992 151 547 1,64 1993 153 986 1,61 1994 156 431 1,59 1995 158 875 1,56 1996 161 323 1,54 1997 163 780 1,52 1998 166 252 1,51 1999 168 754 1,50 2000 171 280 1,50 2001 173 808 1,48 2002 176 304 1,44 2003 178 741 1,38 2004 181 106 1,32 2005 183 383 1,26 2006 185 564 1,19 2007 187 642 1,12 2008 189 613 1,05 2009 191 481 0,99 2010 193 253 0,93 Fonte: IBGE

Obs. 1: Extraído do sítio do BACEN.

Obs. 2: Variação Percentual Calculada pelo Autor

Dessa forma, independente de se possuir dados para embasar uma argumentação, tem-se razão para se acreditar que o problema habitacional brasileiro tenha-se agravado, uma vez que na primeira metade do decênio não se existia uma fonte de recursos para se programar uma política habitacional

eficiente. Ademais o crescimento econômico pífio foi incapaz de se traduzir em ascensão social das classes menos abastadas.

Todavia, o montante de recursos do FGTS aplicados entre 1995 e 1998 traça uma curva de ascensão quase exponencial, mantém pequenas oscilações entre 1999 até 2004, para voltar a crescer consideravelmente de 2005 até 2011, conforme a tabela abaixo:

TABELA 10: DEMONSTRATIVO DE OPERAÇÕES ANUAL

Ano Quantidade

de Empréstimo/ Valor do Número de Empregos* População Contratação Operações Financiamento

(R$) Unidades Gerados Beneficiada

1995 185 81.666.252,98 14.354 9.563 65.520 1996 30.439 652.720.591,66 68.762 39.371 387.964 1997 162.724 3.330.089.009,19 192.797 42.047 817.490 1998 168.100 2.666.478.658,17 289.149 159.732 1.176.168 1999 144.450 2.090.516.425,83 180.874 106.604 725.334 2000 237.760 3.262.163.027,04 285.369 155.843 1.177.359 2001 216.973 2.654.705.985,08 244.266 119.094 980.733 2002 193.242 2.932.235.442,21 221.411 109.688 925.466 2003 169.236 2.410.470.172,10 196.112 99.102 786.225 2004 193.011 2.895.220.920,58 233.671 155.030 1.122.070 2005 272.127 4.303.960.127,57 300.842 231.805 1.236.526 2006 309.134 5.633.069.468,01 310.183 430.751 1.423.364 2007 218.351 6.172.632.910,51 289.393 158.641 1.517.090 2008 199.924 10.161.173.195,10 256.013 268.904 1.852.678 2009 241.564 15.909.748.338,11 314.141 460.180 2.169.881 2010 277.533 27.967.775.022,52 452.865 980.950 2.876.694 2011 209.549 22.034.097.773,81 354.137 661.709 1.424.067 Total 3.244.302 115.158.723.320,47 4.204.339 4.189.014 20.664.629 Fonte: CEF * Estimativa da CEF

O incremento dos financiamentos a partir de 1995 reflete a retomada das políticas habitacionais no início do governo Fernando Henrique. A expansão considerável do crédito entre 2005 e 2011, demonstra que a questão habitacional tornou-se uma das prioridades do governo Lula, através do Programa Minha Casa Minha Vida, inserido dentro do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.

Como se pode constatar nas tabelas abaixo, o déficit habitacional apresentou crescimento no período 2000- 2005, porém declinou entre 2005 e 2008, último ano com cálculo disponível para mensuração. A região Sudeste se consolidou como a principal responsável por carências habitacionais do país,

superando o Nordeste, que até o final do século XX era a região com os maiores números absolutos de falta de moradia. Nota-se que em 2000 ela tinha déficit de 2,409 milhões, que declinou continuamente até chegar a 1,946 milhão em 2008. Já a região Sudeste, de 1,816 milhão em 2000, ascende para 2,369 milhões em 2005 e inicia queda, chegando a 2,046 milhões em 2008 – total superior ao da região Nordeste neste ano. Esse fato consolida uma melhora na região Nordeste, inclusive em termos percentuais.

TABELA 11: DÉFICIT HABITACIONAL POR REGIÃO/UF/RM POR ANO

ESPECIFICAÇÃO 2000 2005 2006 2007 2008 Norte 709.727 650.506 603.942 610.354 555.130 Rondônia 39.617 47.770 52.723 45.669 31.229 Acre 16.818 23.163 20.627 20.904 19.584 Amazonas 140.213 164.004 138.660 141.294 132.224 Roraima 17.429 17.258 15.594 14.679 13.969 Pará 415.296 318.161 308.228 297.924 284.166 Rm de Belém 85.530 90.298 86.374 87.744 83.909 Amapá 16.992 12.668 12.977 28.419 14.277 Tocantins 63.362 67.481 55.133 61.465 59.681 Nordeste 2.409.290 2.197.593 2.165.753 2.095.891 1.946.735 Maranhão 568.597 460.594 493.179 458.108 434.750 Piauí 133.693 139.461 127.894 139.372 124.047 Ceará 385.279 342.164 327.852 309.058 276.915 RM de Fortaleza 139.564 122.030 134.437 120.685 103.979 Rio Grande do Norte 111.135 109.138 104.556 115.465 104.190 Paraíba 128.123 116.021 130.280 122.788 104.699 Pernambuco 304.052 336.797 315.299 274.229 263.958 RM Recife 140.924 167.069 152.417 129.349 125.254 Alagoas 134.533 104.121 99.816 113.430 85.780 Sergipe 79.032 78.123 71.473 68.728 66.492 Bahia 564.845 511.173 495.404 494.712 485.904 Rm Salvador 106.683 137.706 123.467 143.678 116.014 Sudeste 1.816.823 2.369.917 2.353.849 2.226.561 2.046.312 Minas Gerais 511.386 525.349 554.406 510.492 474.427 Rm Belo Horizonte 124.832 135.158 134.614 130.740 115.689 Espírito Santo 78.860 97.763 100.173 93.253 84.868 Rio de Janeiro 371.654 472.560 486.542 454.530 426.518 Rm Rio de Janeiro 276.785 356.997 361.796 353.962 320.091 São Paulo 854.923 1.274.245 1.212.728 1.168.286 1.060.499 Rm São Paulo 430.104 648.620 627.260 607.374 510.326 Sul 511.972 659.447 709.524 656.796 580.893 Paraná 207.273 243.126 270.455 249.414 213.157 Rm Curitiba 35.502 84.392 86.817 83.959 64.635 Santa Catarina 98.569 139.250 174.103 139.889 140.770 Rio Grande do Sul 206.130 277.071 264.966 267.493 226.966 Rm Porto Alegre 73.585 114.493 105.961 127.961 97.133

Centro-Oeste 427.613 429.791 429.135 399.462 417.240

Mato Grosso do Sul 78.748 66.290 77.311 72.847 77.206 Mato Grosso 83.020 82.316 84.457 71.434 73.376 Goiás 169.682 174.479 157.625 150.989 162.762 Distrito Federal 96.164 106.706 109.741 104.192 103.896 Brasil 5.875.426 6.307.253 6.262.203 5.989.064 5.546.310 Total das RMs 1.413.509 1.856.762 1.813.143 1.785.452 1.537.030 Demais Áreas 4.461.917 4.450.491 4.449.060 4.203.612 4.009.280

Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2008.

TABELA 12: DÉFICIT HABITACIONAL - PERCENTUAL EM RELAÇÃO AOS DOMICÍLIOS ESPECIFICAÇÃO 2000 2005 2006 2007 2008 Norte 25,3 17,7 16,3 16,0 13,8 Rondônia 11,4 11,5 12,7 10,7 6,9 Acre 13,0 14,0 12,5 12,4 10,5 Amazonas 24,6 20,2 17,3 18,4 17,1 Roraima 23,4 17,8 15,5 13,3 12,0 Pará 31,7 18,7 17,6 16,2 14,7 Rm de Belém 20,6 17,8 16,6 16,2 14,9 Amapá 17,2 9,7 9,4 19,8 8,7 Tocantins 22,6 19,7 16,0 17,2 15,8 Nordeste 21,1 16,2 15,5 14,5 13,0 Maranhão 46,0 31,6 32,9 29,1 26,9 Piauí 20,2 17,6 15,9 16,6 14,2 Ceará 21,9 15,9 15,0 13,7 11,7 RM de Fortaleza 19,3 13,5 14,5 12,6 10,4 Rio Grande do Norte 16,5 13,5 12,4 13,6 11,7 Paraíba 15,1 12,0 12,9 11,9 9,6 Pernambuco 15,4 14,8 13,3 11,3 10,6 RM Recife 16,4 16,4 14,4 11,9 11,2 Alagoas 20,7 13,5 12,6 13,4 9,7 Sergipe 18,1 14,3 12,7 12,3 11,7 Bahia 17,8 13,6 12,7 12,2 11,5 Rm Salvador 13,4 13,9 11,6 13,3 10,1 Sudeste 9,0 10,1 9,8 9,0 8,1 Minas Gerais 10,7 9,3 9,7 8,6 7,8 Rm Belo Horizonte 10,6 9,4 9,2 8,7 7,3 Espírito Santo 9,4 9,9 9,8 9,0 8,0 Rio de Janeiro 8,7 9,6 9,6 8,8 8,1 Rm Rio de Janeiro 8,5 9,7 9,5 9,2 8,2 São Paulo 8,3 10,7 9,9 9,4 8,2 Rm São Paulo 8,6 11,4 10,8 10,3 8,2 Sul 7,1 7,9 8,4 7,5 6,5 Paraná 7,8 7,8 8,5 7,6 6,3 Rm Curitiba 4,6 9,1 9,1 8,5 6,3 Santa Catarina 6,6 7,7 9,5 7,4 7,2 Rio Grande do Sul 6,8 8,1 7,6 7,5 6,2 Rm Porto Alegre 6,6 8,9 8,1 9,5 7,0

Centro-Oeste 13,6 11,1 10,8 9,6 9,8

Mato Grosso do Sul 14,0 9,7 9,3 10,0 10,6 Mato Grosso 12,9 10,2 10,0 8,0 8,0 Goiás 12,1 10,3 9,1 8,4 8,8 Distrito Federal 17,6 15,5 15,5 14,0 13,9 Brasil 13,1 11,9 11,6 10,7 9,6 Total das RMs 10,0 11,3 10,7 10,3 8,6 Demais Áreas 14,5 12,2 11,9 10,9 10,1

Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2008.

Pelos dados apresentados pode-se aferir que as políticas habitacionais apresentaram uma relativa eficácia no enfrentamento da problemática habitacional em um curto espaço de tempo. Todavia como será demonstrado a seguir, o caráter dessas políticas privilegiou principalmente a classe média, com rendimento entre 3 e 10 SM. O segmento menos favorecido sofreu um aumento percentual no déficit habitacional.

TABELA 13: FAIXAS DE RENDA MÉDIA FAMILIAR MENSAL

Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), Censo Demográfi co 2000, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD), 2005-2008.

Elaboração: Centro de Estatística e Informações / Fundação João Pinheiro.

Deste modo o FGTS, principal fonte de recursos para aplicação na área

habitacional, demonstrou-se, até 2008 – último ano com dados sobre o déficit de

moradias – eficiente para combater a defasagem habitacional entre o segmento da

classe média, porém ineficaz para assegurar a população mais pobre o seu direito fundamental de uma moradia digna.

Seria salutar a análise do período após julho de 2009, onde foi implantado o Programa Minha Casa Minha Vida, cujas dotações orçamentárias, em grande parte, são oriundas do FGTS e cujo público prioritário são as famílias com renda de até 3 salários mínimos. Todavia não há ainda dados para análise deste período.

CONCLUSÃO

No decorrer das últimas quatro décadas, o Brasil passou por inúmeras transformações econômicas, políticas e sociais. Mudanças na forma de governo, com transição de regime ditatorial para democrático, abertura da economia ao capital externo, sucessivos planos econômicos para contenção da inflação, reformas no sistema financeiro, processos de privatização, etc. Contudo, a legislação do FGTS, substitutiva da estabilidade celetista, resistiu a todas estas mudanças e continua mantendo suas principais funções, que são a de proteger o trabalhador da inconstância das forças de mercado e ser uma fonte de financiamento à habitação, saneamento e infra-estrutura urbana.

Sem sombra de dúvida a questão habitacional brasileira está longe de uma solução satisfatória, com moradias em quantidade e qualidade necessárias para a elevação da melhoria de vida da população de baixa renda e a elevação dos indicadores econômicos e sociais. Todavia se vislumbra um aumento na oferta de moradias fruto do bom momento da economia brasileira aliado a uma política habitacional que envolve vários agentes institucionais, tais como os Governos estaduais e municipais, o Ministério das Cidades, a Caixa Econômica Federal, ONG’s e a sociedade civil organizada, tendo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço sua alavanca mestra e principal fonte renovável de financiamento habitacional.

O FGTS tem-se mostrado como um eficiente mecanismo de enfrentamento da problemática habitacional sendo indispensável à resolução dos problemas urbanos das grandes metrópoles nacionais.

Porém o próprio fundo é resultante de variáveis econômicas e políticas que limitam seu poder de atuação. Assim que, em momentos de estagnação ou recessão, é praticamente inviável a destinação de uma parcela de recursos para aplicações nas áreas sociais. Bem como a ingerência política pode estipular outras prioridades e relegar a segundo plano o investimento em habitação.

Verificou-se também que os recursos do fundo não contribuíram significativamente para reduzir o déficit habitacional entre as classe menos

favorecidas, seu alcance abrangeu sobretudo a classe média, segmento que teve uma redução considerável no déficit de moradias.

Lamentável é o fato de que até o momento não se possuam dados referentes aos anos de 2009-2011, para se avaliar a efetividade do Programa Minha Casa Minha Vida, subsidiado em grande parte por recursos do FGTS e destinado à classe de baixa renda.

De qualquer forma, o FGTS é uma ferramenta indispensável ao desenvolvimento econômico brasileiro, sendo imprescindível para melhorar o sistema de transportes e infra-estrutura urbana, promover e expandir o saneamento básico a todos, fomentar a indústria da construção civil, gerar emprego e renda, reduzir o déficit habitacional e realizar o sonho da casa própria para o trabalhador brasileiro.

REFERÊNCIAS

BONDUKI, Nabil . Política habitacional e inclusão social no Brasil: revisão histórica e

novas perspectivas no governo Lula. Disponível em

http://www.usjt.br/arq.urb/numero_01/artigo_05_180908.pdf. Acesso em 20 nov. 2011.

CASTRO, Lavínia Barros de V.; FABIO, André Giambiagi (orgs.). Economia

Brasileira Contemporânea. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

CEF,Demonstrações contabéis do fgts,2011.

FERNANDES, Cássia do Carmo Pires e SILVEIRA, Suely de Fátima Ramos da. Ações

e contexto da política nacional de habitação: da fundação casa popular ao programa popular “Minha casa, minha vida”. Disponível em http://www.emapegs.ufv.br/docs/Artigo27.pdf. Acesso em 20 nov. 2011.

FERREIRA, Assuéro, SILVA, José Borzacchiello da e ROCHA, Maria Eloisa Bezerra

da. (1996), Relatório de habitação. Relatório de pesquisa, projeto Balanço e

perspectivas da descentralização no Brasil, São Paulo, Fundap, datilo.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos políticos e Sociais. Déficit

Habitacional no Brasil. Convênio PNUD/Secretaria de Política Urbana (Ministério

do Planejamento), Belo Horizonte, 2008.

LINHARES, Maria Isabel S. B.. Trabalhos Acadêmicos: Normas Técnicas e Padrões.

Sobral, 2006.

MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do FGTS. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

NOBRE, Acácio Moura. A Importância para os Estados Nordestinos das Aplicações

dos Recursos Oriundos do FGTS como Fator de Elevação dos Índices de Desenvolvimento Humano – IDH. Brasília: Universidade Estácio de Sá, 2003.

Monografia.

TAKAYAMA, Fátima. FGTS – Pagamento ao Trabalhador, Criação e Evolução. São

Paulo: UNIP, 2003. Monografia.

VELOSO, Fernando A.; VILLELA, André; GIAMBIAGI, Fabio. Determinantes do

"milagre" econômico brasileiro (1968-1973): uma análise empírica. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-714020080002 00006>. Acesso em: 20 nov. 2011.

LEI Nº 4380/64, DE 21 DE AGOSTO DE 1964. correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH), e Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo e dá outras providências.

LEI ORDINÁRIA Nº 5107, DE 13 DE SETEMBRO DE 1966. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

LEI Nº 5.452/43, DE 01 DE MAIO DE 1943, Consolidação das Leis do Trabalho. LEI Nº 8.036/90, DE 11 DE MAIO DE 1990. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

LEI Nº 11.977/2009, DE 7 DE JULHO DE 2009, Programa Minha Casa, Minha

Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em

Documentos relacionados