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Caso Clínico 1: Erro na prescrição

Uma utente dirigiu-se à farmácia com uma prescrição para a filha de 10 anos de Ib-u-ron® xarope 40 mg/mL (posologia: 7,5 mL de 8 em 8 horas) e amoxicilina 875 mg + ácido clavulânico 125 mg comprimidos (posologia: 1 comprimido de 12 em 12 horas). Após análise da receita e tendo em conta que a mesma se destinava para uma criança, estranhei a presença das duas formas farmacêuticas diferentes (xarope e comprimidos), especialmente por a dosagem prescrita de antibiótico ser a indicada para um adulto. Questionei a Dra. Dulce sobre o assunto, que interveio no sentido de averiguar o peso da criança (28 kg) e o motivo pelo qual tinham sido prescritos os medicamentos (infeção dentária). Neste sentido, contactámos o médico prescritor para lhe expor a situação, que admitiu ter sido um engano na seleção do medicamento e prescreveu posteriormente Clavamox DT 400® para a criança tomar 5 mL de 12 em 12 horas.

Caso Clínico 2: Topiramato e perda de peso

Uma utente dirigiu-se à farmácia pedindo que lhe medissem a pressão arterial, pois queixava-se de tonturas, sonolência e confusão. Disse que recentemente tinha iniciado a toma de topiramato 25mg id para emagrecer e mostrava-se preocupada que o novo medicamento estivesse a interferir com a medicação habitual.

Consultei o histórico da utente, que se encontrava a tomar perindopril+indapamida, etoricoxib, atorvastatina e levotiroxina. Encaminhei a utente para o gabinete para lhe medir a pressão arterial, que estava dentro dos valores normais (131/74). Quando questionada pela utente se deveria deixar de tomar a medicação para a pressão arterial, expliquei-lhe que tal não era aconselhável, por se tratar de uma doença crónica que exigia uma terapêutica prolongada. Expliquei-lhe que provavelmente os efeitos que sentia seriam devido ao topiramato, e não à interação do topiramato com outro medicamento, e aconselhei a utente a expor a situação à médica, de modo a averiguar se seria necessário uma redução da dose ou alteração da posologia.

Caso Clínico 3: Tosse produtiva

Um utente com cerca de 50 anos dirigiu-se à farmácia com queixas de tosse persistente. A primeira questão que coloquei foi no sentido de averiguar de que tipo de tosse sofria o utente, para poder prestar o aconselhamento mais adequado. O utente respondeu que tinha tosse com expetoração já há alguns dias mas que ainda não tinha recorrido a nenhuma medida farmacológica para a eliminar. Questionei ainda o utente se era asmático ou tinha alguma doença respiratória crónica diagnosticada, ao que me respondeu negativamente. Desta forma, aconselhei a toma de 1 comprimido efervescente de acetilcisteína ao deitar e reforcei a importância de ingerir grandes quantidades de água para ajudar a fluidificar e a libertar a expetoração. Aconselhei ainda o utente a evitar o tabaco e o álcool e adverti-o a consultar um médico caso os sintomas não melhorassem com este tratamento.

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Caso Clínico 4: Pílula do dia seguinte

Uma utente de 15 anos dirigiu-se à farmácia solicitando uma pílula do dia seguinte, uma vez que tinha tido uma relação sexual não protegida no dia anterior. Dada a idade da utente, tive um cuidado acrescido na abordagem do problema, começando por questionar se costumava fazer algum contracetivo, como a pílula, ao que a utente respondeu negativamente. Perguntei há quanto tempo tinha sido a última menstruação, ao que a utente respondeu que tinha ocorrido há menos de duas semanas. Uma vez que a contraceção oral de emergência (COE) apenas atua inibindo ou atrasando a ovulação, o seu efeito só se verifica se for tomada na fase pré-ovulatória, que era realmente o caso da utente. Deste modo, aconselhei a toma de Postinor® (levonorgestrel 1,5mg toma única). Adverti a utente acerca dos efeitos adversos associados à toma da COE, nomeadamente náuseas, vómitos, cefaleias e dores pélvicas, e promovi o uso de um método de contraceção alternativo, como a contraceção oral combinada e o preservativo. Para além disso, expliquei que era normal um atraso de alguns dias na próxima menstruação (em consequência da COE), no entanto, se o atrso fosse superior a 5 dias, que era aconselhado realizar um teste de gravidez.

Caso Clínico 5: Infeção vaginal

Uma utente dirigiu-se à farmácia com queixas de prurido e ardor na zona vaginal e presença de corrimento. Questionei a utente acerca da cor e odor do corrimento, ao que ela me respondeu ser branco e inodoro. Com esta pergunta excluí a hipótese de ser uma tricomoníase, que apresenta um corrimento amarelo-esverdeado, de cheiro fétido, ou uma bacteriose vaginal, que apresenta corrimento branco-acinzentado com um odor característico. Expliquei à utente que de acordo com os sintomas, o mais provável era tratar-se de uma candidíase, que é uma infeção vaginal causada por um fungo pertencente à flora normal da vagina, a Candida albicans. Quando há um distúrbio na flora vaginal, quer seja devido à administração de antibióticos, atividade sexual, menstruação ou utilização de vestuário apertado, este fungo oportunista consegue proliferar e dar origem a uma infeção. Deste modo, aconselhei a aplicação de Gino-Canesten® creme vaginal uma vez por dia ao deitar, durante 6 dias; reforcei a importância de uma higiene íntima adequada, utilizando um gel ou sabonete líquido com um pH ligeiramente ácido, de modo a não alterar o pH normal da vagina e realcei a importância de evitar as relações sexuais durante o período de tratamento.

Caso Clínico 6: Caspa

Uma utente dirigiu-se à farmácia queixando-se de prurido no couro cabeludo, que acreditava ser devido a caspa, uma vez que já tinha inspecionado a cabeça várias vezes para excluir a hipótese de pediculose. Procurava um produto que aliviasse o prurido e eliminasse a caspa. Com o auxílio da Dra. Fátima aconselhámos efetuar a lavagem do cabelo e couro cabeludo com um champô de cetoconazol (Tedol®), um antifúngico muito eficaz no tratamento

da caspa. Recomendei a aplicação do champô duas vezes por semana, durante 2 a 4 semanas. Adverti a utente para evitar o contacto com os olhos, e para, após a aplicação do champô, o

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deixar atuar durante 5 minutos antes de enxaguar. Aconselhei ainda a utente a consultar um dermatologista caso não verificasse melhoria após o período de tratamento.

Caso Clínico 7: Bebé com dermatite da fralda

Uma utente dirigiu-se à farmácia solicitando um produto para a dermatite da fralda do bebé. Disse que costumava usar um creme diário para a muda da fralda, mas que ultimamente o rabinho do bebé estava muito irritado. A primeira questão que coloquei foi se tinha reparado na presença de pontinhos brancos na pele do bebé, ao que a utente respondeu afirmativamente. Expliquei que quando tal acontece é sinal que a zona está infetada e nestes casos é necessário recorrer a uma pomada com antifúngico, para reparar a pele e tratar a infeção. Neste sentido, aconselhei a aplicação de Nutraisdin AF® (uma pomada reparadora com 0.25% de miconazol) em camada fina e homogénea, durante 7 dias, em cada muda da fralda. Caso Clínico 8: Eucerin® Even Brighter

A utente dirigiu-se à farmácia para levantar um produto já reservado, o Concentrado Even Brighter da Eucerin®, uma linha específica destinada a combater a hiperpigmentação da pele, e questionou-me acerca dos restantes produtos da mesma linha. Encaminhei-a ao linear da Eucerin®, onde lhe apresentei a gama da Even Brighter (creme de dia e corretor de manchas) e referi os respetivos cuidados a ter, nomeadamente acerca da proteção solar e limpeza de pele. Como a utente pretendia adquirir o creme de noite desta linha, que não é comercializado em Portugal, aconselhei a aplicação de um creme de noite da linha AQUAporin ACTIVE (linha de hidratação intensa e de longa duração) ou da linha Hyaluron-Filler (linha anti-idade), por forma a garantir a hidratação adequada da pele, que se revela ainda mais importante com este tipo de tratamentos.

Caso Clínico 9: Infeção Urinária

Uma utente dirigiu-se à farmácia queixando-se de ardor ao urinar, urgência e frequência urinária. Perguntei há quanto tempo tinham surgido os sintomas, ao que me respondeu há cerca de dois dias. Quando questionada acerca da presença de sangue na urina, a utente respondeu negativamente. Acrescentou que procurava uma forma mais natural de combater os sintomas de infeção urinária, por forma a evitar recorrer a antibióticos.

Por se tratar de uma infeção urinária em fase inicial, recomendei o Cistisil®, um

suplemento alimentar com extrato seco de arando vermelho, uva-ursina, cavalinha e fruto- oligossacáridos (FOS). Recomendei também a ingestão de elevadas quantidades de água para promover a produção de urina e ajudar na expulsão das bactérias, bem como na ingestão de alimentos e frutos ricos em vitamina C, por forma a acidificar a urina e a prevenir infeções urinárias recorrentes. Por fim, adverti a utente para consultar um médico caso não houvesse melhoria dos sintomas após o tratamento com Cistisil®.

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ANEXO XVI – Representação esquemática do processo de medição da pressão