• Nenhum resultado encontrado

Casos de sucesso em Minas Gerais

No documento anacarolinaantunesvidon (páginas 46-49)

1. A PROPRIEDADE INTELECTUAL NO CENÁRIO NACIONAL, ESTADUAL E

1.4 MODELOS DA GESTÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

1.4.1 Casos de sucesso em Minas Gerais

No contexto do estado de Minas Gerais, pode-se depreender, pelos indicadores mostrados no decorrer deste trabalho, que as Universidades Públicas Mineiras aparecem bem colocadas nos rankings de inovação.

Neste sentido, destaca-se a UFMG, criada em 1927, localizada na capital mineira, a cerca de 260 km da cidade de Juiz de Fora, apresentando 75 (setenta e cinco) cursos de graduação, 140 (cento e quarenta) de pós-graduação Sticto sensu e 68 (sessenta e oito) de pós- graduação Lato sensu (UFMG, 2017).

A Universidade Federal de Minas Gerais possui uma publicação média de 3.000 (três mil) artigos em periódicos de alto impacto internacional. Dentre os seus professores, 734

(setecentos e trinta e quatro) são pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade possui cerca de 900 (novecentos) grupos de pesquisa cadastrados no CNPq (UFMG, 2017)

.

A universidade é destaque em número de pedidos de patentes nacionais e internacionais, possuindo cerca de 1.000 (mil) pedidos de patentes (UFMG, 2017), sendo por volta de 100 (cem) já concedidas, e 89 (oitenta e nove) tecnologias já licenciadas (RMPI, 2017). Tal quantitativo de depósitos de patentes, garante à UFMG a 3ª colocação no quesito inovação do RUF. Além disso, a UFMG se destaca como a 1ª colocada no ranking do INPI de depositantes residentes de patentes de invenção em 2016 (INPI, 2017).

Destaca-se que dos pedidos depositados em 2016 pela UFMG, em torno de 50% são da área de biotecnologia, sendo a Universidade a maior depositante de pedidos de patentes de biotecnologia no Brasil. A instituição acredita que a liderança é reflexo da sua política de incentivo à pesquisa, ao empreendedorismo e de investimento em programas de pós-graduação e de qualificação docente (UFMG, 2017).

O responsável pela política de inovação da UFMG é o NIT da universidade, denominado Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), que atua em direção ao favorecimento e fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação, desde 1997. O objetivo da CTIT é que as pesquisas desenvolvidas na UFMG cheguem à sociedade em forma de novos produtos, processos e serviços. Na Coordenadoria, ainda, há a atuação da incubadora INOVA UFMG, sendo a formação empreendedora uma temática relevante para a universidade. Assim sendo, a CTIT visa contribuir com a gestão dos ativos de propriedade intelectual da UFMG, bem como, incentivar a inovação em todo o território nacional (CTIT, 2017).

Outra Universidade Federal, localizada no estado de Minas Gerais, que possui indicadores interessantes de inovação, é a UFV, situada a cerca de 170 km de Juiz de Fora.

A Universidade Federal de Viçosa foi criada em 1922 e possui larga experiência e tradição em ensino, pesquisa e extensão, sendo tradicionalmente reconhecida na área de Ciências Agrárias. A universidade é uma das instituições brasileiras com índices mais elevados de pessoal docente com qualificação em nível de pós-graduação, e possui, em torno de 77 (setenta e sete) cursos de graduação, 46 (quarenta e seis) de pós-graduação Stricto sensu e 5 (cinco) de pós-graduação Lato sensu (UFV, 2017).

Nos rankings de inovação, a UFV aparece como a 2ª do estado em número de depósitos de patentes, contando com 193 (cento e noventa e três) depósitos de patentes, sendo destes, 32 (trinta e dois) já concedidos e contando com 26 (vinte e seis) tecnologias licenciadas (RMPI, 2017). Tais números garantem a 14ª colocação, entre as universidades mais inovadoras do país,

segundo o RUF de 2017. Além disso, a UFV aparece entre as cinquenta maiores depositantes residentes de patentes de invenção em 2016, ocupando a 24ª posição no ranking do INPI (INPI, 2017).

Visando fomentar a inovação, a UFV possui o Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (CenTev), composto pelo Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ), pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (IEBT), pela Central de Empresas Juniores (CEMP) e pelo Núcleo de Desenvolvimento Social e Educacional (NUDESE). O objetivo do CenTev é promover a interação entre a academia, o setor público, as empresas privadas e a sociedade, criando caminhos para o desenvolvimento de Viçosa e região (CENTEV, 2017).

A gestão da propriedade intelectual da UFV é atribuição da Comissão Permanente de Propriedade Intelectual (CPPI), NIT da universidade, desde 1999. A CPPI apresenta como missão:

Organizar, sistematizar, orientar, acompanhar e executar os trâmites previstos na legislação sobre a propriedade intelectual, o que envolve depósitos e registros dos direitos relativos à propriedade intelectual, avaliar e emitir pareceres dos convênios, contratos de pesquisa e contratos de prestação de serviços quanto às questões que envolvem o sigilo e a propriedade intelectual, contratos de transferência de tecnologia e licenciamentos no âmbito da UFV, bem como subsidiar o estabelecimento de políticas institucionais de propriedade intelectual e transferência de tecnologia (CPPI, 2017).

Neste sentido, a CPPI presta diversos serviços como a orientação para elaboração, encaminhamento e acompanhamento dos pedidos de proteção perante os órgãos competentes. Para isto, a equipe do NIT é continuamente capacitada para prestação de serviços que envolvem propriedade intelectual e transferência de tecnologia no âmbito da UFV. Além disso, a CPPI atua na promoção da propriedade intelectual, por meio de palestras e cursos ministrados aos acadêmicos de diversos cursos (CPPI, 2017).

A Universidade Federal de Ouro Preto, situada a 221 km de Juiz de Fora, é a terceira universidade localizada no estado de Minas Gerais escolhida para ser analisada neste trabalho, devido aos indicadores positivos de inovação apresentados pela instituição.

Criada em 1969, a UFOP vem crescendo e ampliando seu espaço físico, ganhando novos cursos, professores e funcionários, sendo que, atualmente, oferece 42 (quarenta e dois) cursos de graduação, 22 (vinte e dois) cursos de mestrado, 9 (nove) opções de doutorado e 3 (três) especializações a distância (UFOP, 2017).

No âmbito da inovação, apesar de a UFOP não aparecer entre os maiores depositantes de patentes no ranking do INPI, a instituição apresenta números interessantes de depósitos de patentes e transferências de tecnologia, se comparada às demais universidades localizadas no estado de Minas Gerais. Vale destacar que esta universidade conta com 135 (cento e trinta e

cinco) depósitos de patentes, sendo 10 (dez) já concedidos e 9 (nove) licenciamentos alcançados (RMPI, 2017). A UFOP aparece como a 29ª colocada no RUF de 2017, estando uma posição à frente da UFJF.

O NIT da UFOP é o Núcleo de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo (NITE), criado em 2001, com o objetivo de promover atividades inovadoras e de transferência de tecnologia, visando contribuir com o desenvolvimento social e econômico da instituição e da região em seu entorno (NITE, 2017). As principais funções do NITE são: (i) gerir os ativos de propriedade intelectual dentro da UFOP visando ao bem público; (ii) capturar e proteger os ativos de propriedade intelectual gerados na UFOP; e (iii) formar parcerias com empresas e organizações com finalidade de transferir esses ativos ao mercado.

Diante dos indicadores apresentados, ou seja, considerando-se o número de depósitos de patentes, de concessões de patentes e de licenciamentos alcançados, pode-se concluir que estas instituições são referências na gestão da propriedade intelectual. Desta forma, optou-se por analisar na pesquisa os modelos de gestão da propriedade intelectual destas três Universidades, bem como o da UFJF. Busca-se verificar a aplicabilidade e adequação das boas práticas de gestão utilizadas nestas universidades no contexto em que se insere o atual estágio de desenvolvimento científico e tecnológico da UFJF.

Desta forma, na seção seguinte passa-se a descrever a experiência da UFJF no contexto da propriedade intelectual e da transferência de tecnologia.

No documento anacarolinaantunesvidon (páginas 46-49)