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FONTE: DADOS DA PESQUISA

5.3 PERFIL DA COMUNIDADE: BIBLIOTECÁRIO

5.4.1 Categoria 1: Busca da informação

Conforme a pergunta um do bloco C no apêndice A, quando questionamos os discentes sobre o que o fazem buscar a informação para o desenvolvimento de suas atividades na escola, 71.3% afirmaram que buscam por informação quando sentem a necessidade de informações referentes ao desenvolvimento da pesquisa. Enquanto os 28,7% assinalam que buscam informações apenas para realizar suas atividades. Sendo assim, com perfil já conhecido dos alunos de frequentar pouco a biblioteca da escola, buscou-se conhecer se além do acervo físico encontrado nas bibliotecas esses alunos também realizam buscas na internet e todos responderam afirmativamente. Para Gasque (2011) os pesquisadores em formação ao se adaptarem a uma necessidade de informação procuram diretamente as fontes e canais de informação sem nem ao menos se preocuparem com as estratégias mais

adequadas para procurá-las. Completa afirmando que o primeiro recurso para a busca da informação é a internet por causa da facilidade de acesso (Gráfico 2). O recurso mais utilizado para buscas é o Google, citado por 63.8% dos alunos que responderam ao questionário. Mas o que nos chama a atenção nesse quesito de busca da informação é o fato de alunos de ensino médio que com pouca vivência em ambientes de biblioteca, conforme perfis já descritos, utilizarem também, buscas na internet de sites como: Google acadêmico, Scielo e Portal da Capes.

A aprendizagem de busca de informação na internet nas bibliotecas do IFBA poderá contribuir com a formação dos seus usuários se ocorrerem uma orientação adequada para o uso dessa importante ferramenta de busca de informação. Conforme Gasque (2011), a formação na internet ocorre pela própria experiência, observação e adaptação. A falta de orientações adequadas poderá ocasionar lacunas no conhecimento desses alunos. Esse conhecimento adquirido das fontes de informação especializada que normalmente não é ainda considerado de interesse de alunos do ensino médio, como o Scielo e Capes pode ser reflexo de indicações de docentes em salas de aula, uma vez que os dados do gráfico 1 (um) evidenciam a prevalência do uso dessas fontes pelos docentes.

A busca de informações pelos docentes que ministram aulas dá-se majoritariamente pelo uso dos periódicos científicos e do portal da Capes, refletindo o processo de formação continuada destes, pois possui mestrado ou doutorado, nível que exige o conhecimento dessas fontes. Assim, também procuramos saber dos docentes que ministram aulas para as turmas selecionadas do 4º ano quais são as fontes de informação que mais utilizam para a busca de informação e eles citaram que utilizam periódicos científicos e o Portal da Capes como fontes de pesquisa conforme observado no gráfico abaixo:

GRÁFICO 1: Fontes de informações utilizadas pelos alunos

Fonte: Dados da pesquisa

Os principais recursos informacionais para os alunos podem ser percebidos no gráfico 2:

GRÁFICO 2: Fontes de informações utilizadas pelosprofessores

Pode-se perceber que a transição da busca e uso da informação do meio físico (biblioteca) para o meio eletrônico (Internet) já ocorre, por ser este um dos novos hábitos de pesquisa na contemporaneidade no qual a internet desempenha grandes funções tais como: pesquisar, comunicar e publicar. Possuir a habilidade para a busca de informação é tão necessária quanto selecionar e avaliar essa informação na web (VIEIRA, 2005). A atividade de pesquisa escolar requer uma mediação tanto do professor quanto do bibliotecário de forma a preencher problemas diversos que poderão ocorrer com os alunos no desafio de construir conhecimento. Problemas como a inconsistência do texto, efemeridade da informação, a banalização da autoria do texto, o desrespeito à propriedade intelectual e uso aético da informação, conforme descritos por Gasque (2011).

Outro recurso informado pelos alunos considerado como mais utilizado para a busca da informação foi à interação com colegas, com o que corrobora Gasque (2011) ao destacar que a obtenção da informação para a pesquisa leva a um processo dialógico intra e interpessoal, agregando valor à informação por meio das interpretações.

Nesse contexto, tanto professor quanto o aluno relegaram o bibliotecário a uma posição periférica de busca da informação, isso se deve ao fato de que o bibliotecário se envolve em atividades administrativas e técnicas, exercendo pouca a sua interação com os usuários. A biblioteca inserida no contexto escolar tem como objetivos ser um espaço que auxilie e facilite o processo de ensino-aprendizagem, mudando a imagem da biblioteca escolar para os alunos e para a sociedade. Os bibliotecários desta instituição precisam envolver-se em atividades educacionais voltadas para a informação, planejar e desenvolver habilidades no educando, saindo assim da zona de desconforto onde está inserido. Como ressalta Campelo:

O bibliotecário escolar precisa ser consciente de que tem a função de ensinar, não apenas as habilidades que vinha tradicionalmente ensinando (localizar e recuperar a informação), mas também a função de envolver-se no desenvolvimento de habilidades de pensar criticamente, ler, ouvir e ver, enfim, ensinar a aprender (CAMPELO, 2003, p. 30).

Para os bibliotecários do IFBA percebemos, através de observações diretas, que o ambiente onde esses profissionais estão inseridos, geralmente, são bibliotecas pequenas com atendimento estendido nos turnos de funcionamento escolar e muitos profissionais precisam se dividir entre as atividades administrativas,

técnicas e de atendimento no balcão de empréstimo, visto que não existem servidores suficientes para divisão dos trabalhos. Assim, os profissionais dessas bibliotecas são confundidos, muitas vezes, como um atendente e poucos alunos e/ou professores conhecem as suas atribuições. E por sua vez, o bibliotecário, por possuir inúmeras atividades no seu dia, deixa de lado a sua função educacional, não compreendendo bem o seu papel para o desenvolvimento da competência em informação na escola.