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Do contrato celebrado pela Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A, Andrade Gutierrez e KTY Consultoria e Projeto de Instalações

No documento Ministério Público Federal (páginas 61-64)

MENDES, ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA, ÂNGELO ALVES MENDES, ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES e JOSÉ HUMBERTO CRUVINEL RESENDE, de modo consciente,

45 Em seu interrogatório judicial 5026212-82.2014.404.7000 (Eventos 1025 e 1101) – Anexo 142, ALBERTO

3.2. Imputações de corrupção ativa e passiva

3.2.5. Do contrato celebrado pela Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A, Andrade Gutierrez e KTY Consultoria e Projeto de Instalações

Industriais para obras na Refinaria Gabriel Passos (REGAP) e das práticas de corrupção a ele atreladas.

Em 06/03/07, a Petrobras deu início ao processo de contratação para serviços on-site de carteiras de gasolina da Refinaria Gabriel Passos – REGAP, obra vinculada à Diretoria de Abastecimento da Petrobras, então comandada por PAULO

ROBERTO COSTA. Para tanto, foi realizado procedimento licitatório para o qual o valor da

estimativa sigilosa da empresa petrolífera foi calculado em R$ 566.420.451,5989.

No procedimento licitatório houve a contratação direta do Consórcio Mendes Júnior, Andrade Gutierrez e KTY Consultoria, o que demonstra a nítido direcionamento em favor do cartel, anteriormente mencionado, segundo demonstra a planilha “Informações do processo de licitação” disponibilizada pela Petrobras e juntada em anexo.

A proposta apresentada pelo Consórcio Mendes Júnior, Andrade Gutierrez e KTY Consultoria foi no valor de R$ 847.850.000,00 90.

Após as tratativas de praxe, em 21/05/07 a PETROBRAS formalizou o contrato nº 0800.0031362.07.2 com o consórcio acima mencionado, no valor de R$ 711.924.823,57. Quem subscreveu o contrato, por parte da Mendes Júnior, foram os denunciados, SERGIO CUNHA MENDES e ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES.

Conforme a planilha “Aditivos de Contratos” (Anexo 149), fornecida pela Petrobras e juntada em anexo, o prazo contratual original foi fixado entre 21/05/2007 a 19/08/2009. Contudo, em virtude de sucessivos aditivos, tal prazo foi prorrogado para a data de 25/08/2011 e o montante global da obra majorado para R$ 973.396.656,41.

Considerando que, conforme admitiram PAULO ROBERTO COSTA e ALBERTO YOUSSEF, em todos os contratos e aditivos celebrados pelas empresas

89 Tudo conforme planilha “Informações do Processo de Licitação” apresentada pela própria Petrobras e juntada em anexo - Anexo 148.

90 Tudo conforme planilha “Informações do Processo de Licitação” apresentada pela própria Petrobras e juntada em anexo - Anexo 148.

integrantes do Cartel com a Petrobras sob o comando da Diretoria de Abastecimento houve o pagamento de valores indevidos na ordem de 1% a 5%, é certo que no caso em tela houve o pagamento indevido de ao menos 1% do valor total do contrato, o que corresponde a cerca de R$ 7.119.248,23 no período entre o início do processo de contratação (06/03/07) e o término do período contratual (19/08/09). Do montante referente à aludida vantagem indevida, incumbiu a Mendes Júnior efetuar o pagamento de vantagens indevidas proporcionais a sua participação no Consórcio, ou seja, cerca de 49% do referido valor, ou seja, R$3.488.431,63.

Dessa forma, em data não especificada, mas certamente no período compreendido entre 06/03/07 e 19/08/09, SERGIO MENDES e ALBERTO VILAÇA após reunirem-se com os representantes das demais empreiteiras cartelizadas e definirem o vencedor do certame, comunicaram a PAULO ROBERTO COSTA e ALBERTO YOUSSEF tal circunstância, prometendo àquele, ou a pessoas por ele indicadas, vantagens indevidas que adviriam imediatamente após a celebração do contrato.

Aceita tal promessa de vantagem por parte de PAULO ROBERTO COSTA este, entre 06/03/07 e 19/08/09, adotou as providências necessárias, no âmbito de sua Diretoria, para que o resultado da licitação fosse aquele almejado pelo Cartel, além de se manter sua anuência quanto à existência e efetivo funcionamento do Cartel no seio e em desfavor da Estatal, omitindo-se nos deveres que decorriam de seu ofício.

Assim, uma vez confirmado que a empresa MENDES JÚNIOR, juntamente com a Andrade Gutierrez e KTY Consultoria, em consórcio, venceram o certame, ALBERTO

YOUSSEF efetuou tratativas com SÉRGIO MENDES e ALBERTO VILAÇA, assim como com ÂNGELO ALVES MENDES, ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA e JOSÉ HUMBERTO CRUVINEL RESENDE para ajustar a forma de pagamento das vantagens indevidas

prometidas a, e aceitas por, PAULO ROBERTO COSTA, correspondentes a pelo menos 49% sobre o 1% do valor do contrato original, ou seja, cerca de R$ R$3.488.431,63..

Seguindo a mesma metodologia, em datas não precisadas mas imediatamente anteriores à subscrição de cada um dos termos aditivos que aumentaram o valor do contrato original, SERGIO MENDES prometeram vantagem indevida de ao menos

49% sobre 1% do valor do ato, a qual foi imediatamente aceita pelos denunciados PAULO

ROBERTO e YOUSSEF. Considerando a planilha de aditivos apresentada em relação aos

contratos pela Petrobras (Anexo 149), tem-se os seguintes quadros:

Data do aditivo Valor do acréscimo no

contrato vantagem indevida (1%)Valor mínimo total da91 indevida que cabia àValor da vantagem Mendes Júnior (49%)92 25/04/08 R$ 280.042,00 R$ 2.800,00 R$1.372,20 21/11/08 R$ 138.419,00 R$ 1.384,19 R$ 678,25 24/11/08 R$ 4.957.068,31 R$ 49.570,68 R$ 24.289,63 07/04/09 R$ 2.877.295,29 R$ 28.772,95 R$ 14.098,74 28/08/09 R$ 24.590.682,34 R$ 345.906,82 R$169.494,34 30/04/10 R$129.916.546,43 R$ 1.299.165,46 R$636.591,07 02/12/10 R$ 93.711.779,47 R$ 937.117,79 R$ 459.187,71

Diante do exposto tem-se que, no caso em tela, SÉRGIO CUNHA

MENDES e ÂNGELO ALVES MENDES, na condição de administradores da Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A, e ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES, representante da

empresa, ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA, Diretor de Óleo e Gás e JOSÉ HUMBERTO

CRUVINEL RESENDE, Engenheiro da Área Operacional de Obras e Gerente de Contratos

da Mendes Júnior, prometeram e o pagamento de vantagens indevidas correspondentes a, pelo menos, 49% incidentes sobre 1% do valor do contrato original e aditivos celebrados durante a diretoria da PAULO ROBERTO COSTA, o que equivale a cerca de R$ 4.794.143,58 no período entre o início do procedimento licitatório (06/03/07) e a data da celebração do último aditivo firmado durante a diretoria de PAULO ROBERTO COSTA (02/12/10).

Concretizadas, em relação ao contrato original e a cada um dos aditivos acima referidos, promessas de vantagens indevidas por parte dos denunciados SÉRGIO

CUNHA MENDES e ÂNGELO ALVES MENDES, na condição de administradores da Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A, e ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES,

representante da empresa, ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA, Diretor de Óleo e Gás e JOSÉ

91 Cálculo efetuado até a segunda casa decimal, desconsiderando-se as seguintes, sem arredondamento. 92 Cálculo efetuado até a segunda casa decimal, desconsiderando-se as seguintes, sem arredondamento.

HUMBERTO CRUVINEL RESENDE, Engenheiro da Área Operacional de Obras e Gerente

de Contratos da Mendes Júnior, na qualidade de gestores da empresa, e a aceitação de tais promessas por parte do então Diretor de Abastecimento PAULO ROBERTO COSTA, diretamente e por intermédio de ALBERTO YOUSSEF, seguiram-se, nos moldes já expostos nesta peça, os respectivos pagamentos. Conforme será exposto no capítulo 4, uma boa parte das vantagens ilícitas recebidas por PAULO ROBERTO COSTA foi antes lavada pela organização criminosa, sendo que para tanto ALBERTO YOUSSEF e WALDOMIRO DE

OLIVEIRA, servindo-se de empresas de fachada, tornaram possível a celebração de

documentos ideologicamente falsos e emissão de notas fiscais “frias”, sendo bastante, por ora, mencionar que no período de vigência do contrato aqui analisado foi identificado o pagamento de um total de R$ 8.028.000,00 por empresas vinculadas à Mendes Júnior dessa forma.

3.2.6. Do contrato celebrado pela Mendes Júnior Trading e

No documento Ministério Público Federal (páginas 61-64)

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