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Cenário de segurança do transporte ferroviário

No documento ALFREDO MOSAEL KLOSTER (páginas 82-87)

5.2. CENÁRIO DESCRITIVO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS

5.2.2 Cenário de segurança do transporte ferroviário

Chama-se Índice de Acidentes (IA) por milhão de trens a quantidade total de ocorrências com o envolvimento direto de veículo ferroviário, provocando danos ao próprio equipamento, outro veículo, instalação, pessoa ou animal dentro da via permanente da concessionária.

Neste cenário, é analisado estatisticamente o Índice de Acidentes (IA) por milhão de trens, apresentando resultados do período precedente ao Plano Trienal de Investimento (PTI) e para o período corrente a PTI (2014-2016).

Com relação ao período de 2006 a 2013 a evolução do IA apresentou decréscimo de 62,20% enquanto que durante o período do PTI, 2014 a 2016, a queda foi de 38,83%. Reiterando que o período precedente refere-se a oito anos e no período corrente acumulam-se apenas três, assim é necessário a utilização da Taxa Anual Média (TAM) para se obter avaliação mais precisa conforme demonstrado na Tabela 7.

Tabela 7 – Evolução do Índice de Acidentes (por milhão de trens), TAM para os períodos precedente (2006-2013) e corrente (2014-2016) (em %)

Concessionária Evolução 2006-2013 % Evolução 2014-2016 % TAM 2006-2013 % TAM 2014-2016 %

1) RMMN - Rumo Malha Norte S.A. -93,12 -30,68 -11,64 -10,23

2) RMMO - Rumo Malha Oeste S.A; -91,17 -13,95 -11,40 -4,65

3) RMMP - Rumo Malha Paulista S.A. -37,36 1,78 -4,67 0,59

4) RMMS - Rumo Malha Sul S.A. 26,19 33,08 3,27 11,03

5) EFC - Estrada de Ferro Carajás - VALE S.A. -53,16 -28,09 -6,65 -9,36 6) EFVM - Estrada de Ferro Vitória a Minas - VALE S.A. -54,44 -2,56 -6,80 -0,85 7) FCA - Ferrovia Centro Atlântica S.A. 20,20 -11,82 2,53 -3,94 8) FNSTN - Ferrovia Norte Sul - VALEC S.A. 100,00 -56,67 12,50 -18,89 9) FERROESTE - Estrada de Ferro Paraná Oeste. 100,00 -0,33 12,50 -0,11

10) FTC - Ferrovia Tereza Cristina S.A. 5,02 116,17 0,63 38,72

11) FTL S/A – Ferrovia Transnordestina Logística S.A. -45,52 38,98 -5,69 12,99

12) MRS Logística S.A. -0,72 -11,06 -0,09 -3,69

Média -62,20 -38,83 -7,78 -12,94

Fonte: Elaborado pelo autor conforme relatório executivo do PTI ANTT (2017). TAM: Taxa anual média (%).

A Tabela 7 mostra os dados, de acordo com o comportamento individual de cada concessionário. No período precedente, ou seja, sem PTI, taxa anual média de acidentes por

concessionária foi de -7,78%, para o período com PTI essa taxa foi de -12,94%. Ou seja, os acidentes apresentaram uma queda mais acentuada no período da PTI.

De outra forma quanto considerada o comportamento agregado, ou seja, do conjunto de Concessionária, podemos dizer que, no período de 2006 a 2013 a média agregada anual do índice de acidentes foi de 28% por ano, no período de 2014 a 2016 essa taxa foi de 16,6%.

Repete-se a grande variabilidade entre as concessionárias quanto ao número de acidentes medido pelo coeficiente de variação (CV). Neste caso, os CVs ficaram bem acima do parâmetro aceitável para configurar homogeneidade que é de 30%. Em todos os anos observou-se uma variabilidade acima de 100%. Isso quer dizer que o número de acidentes ao longo dos anos foi muito diferente entre as concessionárias, caracterizados por ponto de mínimo de zero e ponto de máximo de 261acidentes.

Considerando a taxa anual média de acidentes as concessionárias que apresentaram melhores resultados em termos de eficiência foram em função do Plano Trienal de Investimento (PTI) foram a Ferrovia Norte Sul VALEC S.A.- FNSTN. (TAM 2006-2013 = 12,50% e TAM 2014-2016 = -18,89%), a Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. - FERROESTE (TAM 2006-2013 = 12,50% e TAM 2014-2016 = -0,11%), a Ferrovia Centro Atlântica S.A. – FCA (TAM 2006-2013 = 2,53% e TAM 2014-2016 = -3,94%), a MRS Logística S.A. – MRS (TAM 2006-2013 = -0,09% e TAM 2014-2016 = -3,69%).

Gráfico 3 – Evolução da média do índice de acidentes (% )por milhão de trens do conjunto de concessionárias no período de 2006 a 2016.

Fonte: Elaborado pelo autor conforme relatório executivo do PTI ANTT (2017).

No primeiro ano do PTI (2014) os acidentes caíram -2,87 p.p. Aumento em 3,92 p.p. em 2015 e diminuiu em -2,73% em 2016. Desta forma, no período corrente do PTI, a média do Índice de Acidentes foi de 0,40%. No período precedente a média do Índice de Acidentes foi de -3,75%

A redução dos acidentes no modal ferroviária deveria ser uma constante, independente dos investimentos. Contudo, a condição herdada quanto a infraestrutura ferroviária pela concessionária ainda influência no índice de acidentes. Equipamentos, material rodante, bitola estreita, pouca capacidade dos terminais, além de muitos outros aspectos, deixou o modal fragilizado, pouco competitivo e sujeito à acidentes. O processo de privatização e das concessões exigiu a redução dos índices de acidentes. Algumas Concessionárias Ferroviárias reduziram proporcionalmente o número de acidentes em cumprimento as metas estabelecidas pelo Governo Federal para a Concessão da Malha Ferroviária. Neste caso. O Plano Trienal de Investimento (PTI), procurou mudar o cenário dos acidentes. Contudo, as exigências do mercado e da competitividade fizeram com as concessionárias buscassem a produtividade e a redução de custos. Para tanto, as empresas tiveram que aumentar a velocidade média para reduzir o tempo de viagem. Além do que

Série2; 2006; 578,02 Série2; 2007; 292,38 Série2; 2008; 356,03 Série2; 2009; 318,18 Série2; 2010; 336,35 Série2; 2011; 335,72 Série2; 2012; 252,96 Série2; 2013; 218,48 Série2; 2014; 178,85 Série2; 2015; 225,94 Série2; 2016; 193,23 To n e lad as Úti l

Evolução do Índice de Acidentes

Sem PTI

outras causas, também estão associadas aos acidentes no modal ferroviário como: i) excesso de velocidade e imprudência; ii) sinalização precária; ii) pouca visibilidade rodoviária- ferrovia; iv) alto fluxo de trens / carros; v) erro de procedimento de maquinista.

No aspecto financeiro, os acidentes tem consequência direta no aumento dos custos envolvidos na operação ferroviária como custo de custos de manutenção; custo de transação dos contratos, custos de efeito cascata, custo de oportunidade, custo pela parada da atividade produtiva pelo não recebimento de matéria prima, e outros.

A Tabela 8 apresenta de forma anual a evolução do Índice de Acidentes das concessionárias de transporte ferroviário do Brasil no período precedente ao PTI (2006 a 2013) e no período corrente do PTI (2014 a 2016).

Tabela 8 – Índice de Acidentes (acidentes por milhão de trens) no período precedente ao PTI (2006 a 2013) e no período corrente do PTI (2014 a 2016).

Concessionária

Cenário precedente ao PTI Cenário corrente do PTI

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

1) RMMN - Rumo Malha Norte S.A. 68,49 19,95 11,80 21,56 10,62 5,81 5,73 4,71 5,02 6,23 3,48 2) RMMO - Rumo Malha Oeste S.A; 261,35 67,53 46,66 27,20 26,42 23,69 27,42 23,08 22,51 40,17 19,37 3) RMMP - Rumo Malha Paulista S.A. 33,67 26,05 26,90 27,51 23,58 20,51 24,21 21,09 15,77 23,43 16,05 4) RMMS - Rumo Malha Sul S.A. 13,82 10,35 15,60 16,96 17,40 15,70 16,11 17,44 17,38 29,25 23,13 5) EFC - Estrada de Ferro Carajás - VALE S.A. 7,43 4,50 6,75 5,50 4,98 4,20 3,92 3,48 4,13 3,84 2,97 6) EFVM - Estrada de Ferro Vitória a Minas - VALE S.A. 5,86 4,14 2,99 4,04 3,64 2,82 2,72 2,67 2,73 2,23 2,66 7) FCA - Ferrovia Centro Atlântica S.A. 20,54 17,89 18,06 22,76 23,86 24,25 25,18 24,69 26,14 21,27 23,05 8) FNSTN - Ferrovia Norte Sul - VALEC S.A. 0,00 0,00 14,07 2,71 8,13 15,38 7,94 9,85 18,58 3,68 8,05 9) FERROESTE - Estrada de Ferro Paraná Oeste. 0,00 5,91 22,81 4,02 4,47 4,95 12,38 12,31 3,02 11,50 3,01 10) FTC - Ferrovia Tereza Cristina S.A. 10,16 15,27 10,00 11,51 9,66 13,78 3,89 10,67 8,66 5,74 18,72 11) FTL S/A – Ferrovia Transnordestina Logística S.A. 149,72 114,46 174,12 167,82 196,65 196,43 114,27 81,56 47,77 70,41 66,39

12) MRS Logística S.A. 6,98 6,33 6,27 6,59 6,94 8,20 9,19 6,93 7,14 8,19 6,35 Total 578,02 292,38 356,03 318,18 336,35 335,72 252,96 218,48 178,85 225,94 193,23 Média 48,17 24,37 29,67 26,52 28,03 27,98 21,08 18,21 14,90 18,83 16,10 Desvio Padrão 76,13 32,13 44,98 43,53 51,44 51,30 29,34 20,45 12,54 19,32 17,05 CV (%) 158,06 131,86 151,60 164,18 183,51 183,38 139,17 112,31 84,14 102,60 105,88 Ponto Mínimo 0,00 0,00 2,99 2,71 3,64 2,82 2,72 2,67 2,73 2,23 2,66 Ponto Máximo 261,35 114,46 174,12 167,82 196,65 196,43 114,27 81,56 47,77 70,41 66,39

No documento ALFREDO MOSAEL KLOSTER (páginas 82-87)