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O município pesquisado está localizado no interior do Estado de São Paulo. Segundo projeções do IBGE, para o ano de 2017, sua população é de aproximadamente 400.000 habitantes.

Com relação ao SUS, na época desta pesquisa, o cenário estava configurado da seguinte forma: 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS); 49 Programas/Estratégias de Saúde da Família (PSF/ESF); 8 Serviços de Referência da Atenção Básica (SRefAB)i; 4 Unidades de Pronto Atendimento (UPA); Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II); 4 Ambulatórios de Saúde Mental, sendo 1 para atendimento infanto-juvenil, 2 para atendimento de adultos e 1 para atendimento de adultos usuários de álcool e outras drogas; 1 Serviço Residencial Terapêutico; 1 Equipe de Consultório na Rua (eCR) e 1 oficina de geração de renda. O município não possui Hospital Geral, de gestão municipal – contando com leitos em estabelecimentos privados.

Cabe esclarecer que os SRefAB são serviços com especialidades médicas e odontológicas que foram projetados para atuar como Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) – aproximadamente, há dois anos – segundo informações coletadas com os profissionais da RAPS. Além de não cumprirem com o objetivo inicial, estas unidades recebem encaminhamentos das equipes de PSF/ESF e são responsáveis por determinadas áreas de abrangência territorial. Ao longo da pesquisa, o que mais escutei sobre estes serviços foi a dificuldade de se inserirem na rede de cuidados. Eles não realizam Apoio Matricial, funcionam na lógica do encaminhamento (e não da referência e contrarreferência), e muitos não contam com reuniões de equipe para discussão coletiva e construção de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS). São equipamentos distanciados que operam de forma mais ambulatorial do que os próprios ambulatórios – sendo que estes últimos fazem um grande esforço para atender a Política de Saúde Mental.

O município não possui leitos de saúde mental para atenção à crise – nestes casos, ou o usuário é atendido pela UPA e encaminhado ao serviço de

i Nome fictício: o nome destes serviços foi alterado para preservar o sigilo em relação ao

referência de seu território, ou é encaminhado para um hospital psiquiátrico, em um município da região (aproximadamente 40 km de distância). Quando há demanda para internação por uso de Substâncias Psicoativas (SPA), a Prefeitura Municipal possui convênios com Comunidades Terapêuticas. Há um Hospital Regional em fase final de implantação.

A tabela abaixo apresenta a estrutura do SUS deste município, até junho de 2017, sendo a Secretaria Municipal de Saúde a fonte principal para o levantamento destes dados. Porém, como os números disponibilizados se referiam somente até o ano de 2013, a tabela foi atualizada a partir de informações recebidas no momento da pesquisa em campo.

Quadro 4 – Configuração do SUS do município pesquisado

Serviços Nº de unidades

UBS 15

PSF/ESF 49

SRefAB 8

UPA 4

Hospital Geral, com gestão pública municipal

0 Leitos de Saúde Mental, para atenção à

crise, em Hospital Geral

0

SAMU 1

CAPS II 1

Ambulatório de Saúde Mental Adulto 2

Ambulatório de Saúde Mental para usuários de Álcool e outras Drogas

1 Ambulatório de Saúde Mental Infanto-

Juvenil

1

SRT 1

eCR 1

Oficina de geração de renda 1

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2013)

Atualmente, a gestão municipal tem buscado reestruturar o modelo de atenção à saúde mental propondo redirecionar o CAPS II para a modalidade CAPS III, e reorganizar os ambulatórios de saúde mental para que ofertem assistência na lógica dos CAPS, conforme previsto na Lei 10.216/0180, que dispõe sobre a proteção

e direitos dos usuários em importante sofrimento psíquico, redirecionando o modelo de atenção à saúde mental.

No recorte de tempo em que esta pesquisa foi desenvolvida – período entre dezembro de 2016 e abril de 2018 – a reestruturação proposta não havia sido

plenamente conquistada, embora exista um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)j,81 sobre esta questão. Este TAC determina a implantação de mais 4 Serviços

Residenciais Terapêuticos (SRT), a reorganização do CAPS II para CAPS III, o cadastramento do Ambulatório de Álcool e outras Drogas como CAPSad III, o cadastramento do Ambulatório Infanto-Juvenil como CAPSij II, o cadastramento dos Ambulatórios de Saúde Mental Adulto (são dois) como CAPS II, 1 Unidade de Atenção Residencial de caráter transitório para adultos; 1 Unidade de Atenção Residencial de caráter transitório para crianças e/ou adolescentes e o Consultório na Rua.

O CAPSad III e o CAPSi estão em fase de implantação, ou seja, foram avaliados pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) que apontou as reformas necessárias no espaço físico, para o cadastramento, até então, não realizadas.

O quadro a seguir ilustra a situação atual (até abril de 2018), referente à implantação destes serviços no município:

Quadro 5 – Serviços de Saúde Mental a serem implantados

Serviços Unidades Situação até junho de 2017

SRT 4 Não implantado

Cadastramento de CAPS III 1 Não implantado

Cadastramento de CAPSad III 1 Em fase de implantação Cadastramento de CAPSi II 1 Em fase de implantação

Cadastramento de CAPS II 2 Não implantado

Unidade de Atenção Residencial de

caráter transitório para adultos 1 Não implantado Unidade de Atenção Residencial de

caráter transitório para crianças e/ou adolescentes

1 Não implantado

eCR 1 Implantado em novembro de

2016 Fonte: Elaboração própria.

j O TAC é um acordo realizado entre o Ministério Público e a instituição violadora de direitos

coletivos e tem por objetivo cessar tais violações, evitando a abertura de ação judicial(CNMP). Fonte: Conselho Nacional do Ministério Público. Portal de direitos coletivos [internet]. Conselho Nacional do Ministério Público. [acesso em 04 jul. 2017]. Termo de Ajustamento de Conduta. [1 tela]. Disponível em http://www.cnmp.gov.br/direitoscoletivos/index.php/4-o-que- e-o-termo-de-ajustamento-de-conduta.

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