• Nenhum resultado encontrado

6 Discussão dos resultados obtidos

6.1 Cenários alternativos

Como explicado ao longo desta dissertação, a ferramenta foi desenvolvida de forma a prestar apoio à tomada de decisão estratégica da manutenção preventiva. Assim, pela análise dos dados referentes aos dois primeiros cenários, as seguintes reflexões foram feitas:

• O tempo de paragem definido atualmente para uma linha de misturação Tandem não aproveita o total do tempo útil potencial de um turno de oito horas e meia, dado que a

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -7.0 -7.8 -7.1 -7.7 -7.1 -7.2 -7.0 -7.9 -7.2 -7.7 -7.1 -7.3 13.5 14.3 13.6 14.2 13.6 13.7 13.5 14.4 13.7 14.2 13.6 13.8 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 49.5 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 33.0 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 16.5 121.4 128.3 122.7 128.0 122.7 123.7 121.4 129.3 123.7 128.1 122.7 123.8 99.0 101.4 100.9 103.7 94.8 101.9 101.0 104.4 103.9 106.5 93.3 102.9 11.3 19.9 15.8 19.8 21.0 17.8 11.3 17.9 16.8 16.1 22.5 16.4 -71.9 -78.8 -73.2 -78.5 -73.2 -74.2 -71.9 -79.8 -74.2 -78.6 -73.2 -74.3 -66.0 -68.4 -67.9 -70.7 -61.8 -68.9 -68.0 -71.4 -70.9 -73.5 -60.3 -69.9 5.3 -3.4 0.8 -3.3 -4.5 -1.3 5.3 -1.4 -0.3 0.4 -6.0 0.1 Mecânico Elétrico Mecânico Elétrico Homens-hora necessário Mecânico Elétrico Folga homens-hora Homens-hora disponível Tempo alocado - Tempo previsto

de MP Tempo previsto de MP

conjugação destes, resulta em apenas 5h30min de trabalho útil. Como verificado pela análise do Cenário 2, o novo plano de manutenção exigiria, caso se optasse por manter a atual equipa de manutenção, um tempo médio de paragem da máquina fosse de 14 horas. Dado que é impossível o horário do turno acompanhar estas exigências, estudem-se outras possibildiades de fazer face a esta situação, alargando o tempo útil de trabalho num turno normal de trabalho:

o iniciar a paragem da máquina antes de o turno de manutenção preventiva se iniciar e/ou alargar o arranque para mais perto do fim do turno;

o realizar tarefas que não impliquem a máquina parada enquanto esta se encontra num estado transitório de arranque ou paragem;

o implementar um sistema de rotatividade entre os técnicos responsáveis pela arranque e paragem da máquina, de forma a que apenas estes tenham que trabalhar num horário fora do seu turno de trabalho;

o negociar um novo plano de manutenção com mais tempo alocado à manutenção

preventiva ou maior frequência de paragens da linha de misturação por período. Posto isto, um cenário 3 foi idealizado, compilando algumas destas alternativas. Assumir-se-á um tempo de manutenção preventiva de nove horas e meia, procedendo- se à paragem da máquina meia hora antes do turno começar, às 7h30min, e iniciando o arranque uma mesma meia hora antes do turno finalizar, ou seja, às 16h30min. Deste modo, consegue-se aumentar em uma hora e meia o tempo de trabalho útil de um turno de oito horas e meia, para um de 7 horas disponíveis para alocação de tarefas de manutenção preventiva. O cronograma da Figura 14 permite uma perceção visual das alterações aplicadas no novo cenário, estando devidamente assinaldas as pausas para paragem (“Par”) e arranque (“Arr”) da máquina, e considerando uma hora de tempo conjunto para as pausas de almoço e lanhce (“A+L”):

Figura 14 – Cronograma dos tempos de turno, de paragem da máquina e úteis dos cenários 1, 2 e 3

Este novo cenário, devido à redefinição do tempo de paragem da máquina e, consequentemente, do tempo útil para a realização das tarefas, traz alterações ao nível da carga de trabalho exigida ao longo do horizonte de planeamento. Os dados referentes ao planeamento correspondente a este cenário podem ser observado na Tabela 5. A alteração mais notável relaciona-se com a redução da necessidade de técnicos elétricos, não se notando folga negativa deste tipo de mão de obra especializada, a não ser num dos períodos. Quanto a mão de obra especializada mecânica, mesmo com a otimização do tempo útil de trabalho, continua a verificar-se uma necessidade extra média de 60 homens-hora, o que corresponde a uma média de 9 técnicos.

Tabela 5 - Cenário 3 - Planeamento c/ balanceamento para máquina parada por 9.5 horas

Tempo Turno Paragem Útil Par Paragem Útil Par A+L Arr Arr A+L Cenário 1 e 2 Cenário 3 13 14 15 16 17 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -5.5 -6.3 -5.6 -6.2 -5.6 -5.7 -5.5 -6.4 -5.7 -6.2 -5.6 -5.8 13.5 14.3 13.6 14.2 13.6 13.7 13.5 14.4 13.7 14.2 13.6 13.8 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 63.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 42.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 21.0 121.4 128.3 122.7 128.0 122.7 123.7 121.4 129.3 123.7 128.1 122.7 123.8 99.0 101.4 100.9 103.7 94.8 101.9 101.0 104.4 103.9 106.5 93.3 102.9 11.3 19.9 15.8 19.8 21.0 17.8 11.3 17.9 16.8 16.1 22.5 16.4 -58.4 -65.3 -59.7 -65.0 -59.7 -60.7 -58.4 -66.3 -60.7 -65.1 -59.7 -60.8 -57.0 -59.4 -58.9 -61.7 -52.8 -59.9 -59.0 -62.4 -61.9 -64.5 -51.3 -60.9 9.8 1.1 5.3 1.2 0.0 3.3 9.8 3.1 4.3 4.9 -1.5 4.6 Homens-hora disponível Tempo alocado - Tempo

previsto de MP Tempo previsto de MP Mecânico Elétrico Homens-hora necessário Mecânico Elétrico Folga homens-hora Mecânico Elétrico

• A atual lista de tarefas definida é demasiado extensa, dados os recursos atualmente alocados à equipa de manutenção preventiva. Por esta razão, deve ser conduzida uma análise ao atual plano de manutenção de forma a avaliar individualmente a pertinência de cada tarefa, tendo em conta os dados históricos de equipamentos semelhantes, a avaliação empírica do comportamento desses mesmos equipamentos por parte dos técnicos de manutenção, a utilização dos dados das tecnologias de manutenção preditiva e a aplicação de ferramentas de melhoria contínua como é o caso da FMEA; • Deve considerar-se a hipótese de aumentar a capacidade da equipa de manutenção de

modo a que consiga realizar uma maior quantidade de trabalhos planeados. Assim, deve ser pensada uma estratégia de gestão da equipa de manutenção, que pode passar por um processo de recrutamento de técnicos com especialização mecânica ou elétrica, consoante a necessidade, ou através de políticas de subcontratação. A subcontratação pode ser encarada como uma estratégia permanente para a realização de trabalhos mais específicos, ou algo esporádico, em que se recorre a serviços externos de forma a cobrir períodos de maior exigência a nível de carga de trabalho. Uma outra alternativa de gestão do trabalho dos recursos da equipa de manutenção, é possibilitar que estes estendam o seu horário para lá do horário do turno, procedendo à devida remuneração destas horas extra. Esta política permite cobrir excessos de carga de trabalho pontuais, sem ser necessário recorrer ao aumento do número de técnicos da equipa de manutenção. Deve ser conduzida uma análise custo-benefício de cada um destas opções de forma a escolher a estratégia que melhor se adeque às necessidades do planeamento e ao cumprimento dos objetivos da manutenção.