• Nenhum resultado encontrado

MASTÓCITOS NÃO CHAGÁSICO CHAGÁSICO Média 148 245 Desvio padrão 114 270 Mediana 115 180 Valor máximo 373 1070 Valor mínimo 18 27 n° de casos 12 16 Teste de Mann-Whitney p = 0,4499

Como observa-se na Tabela 1, embora os valores médios sejam maiores nos chagásicos, talvez devido a grande variabilidade do número de mastócitos no esôfago, a diferença não foi estatisticamente significante entre o grupo não chagásico e os indivíduos chagásicos com e sem mega em conjunto (p = 0,4499).

A Tabela 2 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do esôfago nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

Tabela 2 - Resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do esôfago nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

NÃO CHAGÁSICO

MASTÓCITOS CHAGÁSICO sem megaesôfago com megaesôfago

Média 148 241 253 Desvio padrão 114 319 187 Mediana 115 148 210 Valor máximo 373 1070 578 Valor mínimo 18 27 60 n° de casos 12 10 6 Teste de Kruskal-Wallis p = 0,4980

Como observa-se na Tabela 2, os valores médios no grupo com mega tendem a ser maiores que no chagásico sem mega e também maiores neste em relação ao não chagásico; porém, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos (p =

a grande variabilidade individual, além do pequeno número de casos no grupo com mega. A Tabela 3 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do cólon do grupo não chagásico e dos indivíduos chagásicos com e sem mega em conjunto.

Tabela 3 - Resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do cólon no grupo não chagásico em relação aos indivíduos chagásicos com e sem mega em conjunto.

MASTÓCITOS NÃO CHAGÁSICO CHAGÁSICO

Média 5 21 Desvio padrão 8 29 Mediana 1 6 Valor máximo 24 111 Valor mínimo 0 0 n° de casos 12 16 Teste de Mann-Whitney p = 0,0735

Como observa-se na Tabela 3, embora os valores médios sejam maiores nos chagásicos, talvez devido a grande variabilidade no número de mastócitos no cólon, a diferença não foi estatisticamente significante entre os grupos não chagásico e indivíduos chagásicos com e sem mega em conjunto (p = 0,0735).

A Tabela 4 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do cólon entre os grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

Tabela 4 - Resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do cólon, nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

NÃO CHAGÁSICO

MASTÓCITOS CHAGÁSICO sem megacólon com megacólon

Média 5 21 20 Desvio padrão 8 37 13 Mediana 1 2 27 Valor máximo 24 111 31 Valor mínimo 0 0 1 n° de casos 12 10 6 Teste de Kruskal-Wallis p = 0,0728

Como observa-se na Tabela 4, apesar dos valores médios nos chagásicos com e sem megacólon terem sido maiores que os do grupo não chagásico, talvez devido a grande variabilidade no número de mastócitos no cólon, a diferença não foi estatisticamente significante (p = 0,0728).

Comparamos também a contagem de mastócitos no esôfago em relação ao cólon do mesmo indivíduo em cada grupo, pois nos impressionou a tendência geral de ter mais mastócitos no esôfago.

A Tabela 5 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular do esôfago e do cólon, dos mesmos indivíduos, do grupo não chagásico.

Tabela 5 - Resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do esôfago e do cólon, dos mesmos indivíduos, no grupo não chagásico.

MASTÓCITOS ESÔFAGO CÓLON

Média 148 5 Desvio padrão 114 8 Mediana 115 1 Valor máximo 373 24 Valor mínimo 18 0 n° de casos 12 12 Teste de Mann-Whitney p < 0,0001

Como nota-se na Tabela 5, quando se compara o número de mastócitos no esôfago e no cólon dos mesmos indivíduos do grupo não chagásico, observa-se diferença estatisticamente significante (p < 0,0001), sendo maior no esôfago.

A Tabela 6 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular do esôfago e do cólon dos mesmos indivíduos do grupo chagásico com e sem mega em conjunto.

dos mesmos indivíduos, do grupo chagásico com e sem mega em conjunto.

MASTÓCITOS ESÔFAGO CÓLON

Média 245 21 Desvio padrão 270 29 Mediana 180 6 Valor máximo 1070 111 Valor mínimo 27 0 n° de casos 16 16 Teste de Mann-Whitney p < 0,0001

Como observa-se na Tabela 6, quando se compara o número de mastócitos no esôfago e no cólon dos mesmos indivíduos, do grupo chagásico com e sem mega em conjunto, nota-se diferença estatisticamente significante ( p < 0,0001), sendo maior no esôfago.

A Tabela 7 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular do esôfago e do cólon, dos mesmos indivíduos do grupo chagásico sem mega.

Tabela 7 – Resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do esôfago e do cólon, dos mesmos indivíduos do grupo chagásico sem mega.

MASTÓCITOS ESÔFAGO CÓLON

Média 245 21 Desvio padrão 319 37 Mediana 148 2 Valor máximo 1070 111 Valor mínimo 27 0 n° de casos 10 10 Teste de Mann-Whitney p = 0,0021

Como nota-se na Tabela 7, quando se compara o número de mastócitos no esôfago e no cólon dos mesmos indivíduos do grupo sem mega, observa-se diferença estatisticamente significante (p < 0,0021), sendo maior no esôfago.

A Tabela 8 mostra o resultado da contagem de mastócitos na muscular do esôfago e do cólon, dos mesmos indivíduos do grupo chagásico com megaesôfago e megacólon.

Tabela 8 – Resultado da contagem de mastócitos na muscular circular do esôfago e do cólon, dos mesmos indivíduos do grupo chagásico com megaesôfago e megacólon.

MASTÓCITOS MEGAESÔFAGO MEGACÓLON

Média 253 20 Desvio padrão 187 13 Mediana 210 27 Valor máximo 578 31 Valor mínimo 60 1 n° de casos 6 6 Teste de Mann-Whitney p = 0,0022

Como observa-se na Tabela 8, quando se compara o número de mastócitos no esôfago e no cólon dos mesmos indivíduos do grupo chagásico com megaesôfago e megacólon, nota-se diferença estatisticamente significante (p < 0,0022), sendo maior no esôfago.

A análise global desses resultados permite concluir que o número de mastócitos no esôfago é muito maior que no cólon em todos os grupos, o que indica uma diferença na estrutura desses dois órgãos, o que pode ser importante na amplificação da resposta inflamatória. Entretanto, com relação a possível mastocitose nos chagásicos, não foi possível, com o número de casos estudados, estabelecer diferença.

2. Análise semi-quantitativa da miosite e da fibrose

Miosite, caracterizada por infiltrado celular associado a degeneração e/ou necrose das miocélulas não foi observada nos esôfagos do grupo não chagásico (Figura 9). No grupo chagásico sem mega detectou-se miosite em 6 (60%) dos 10 casos, enquanto nos chagásicos com megaesôfago miosite esteve presente em todos os 6 (100%) casos. Em todos os chagásicos os focos eram constituídos predominantemente por mononucleares, ocasionalmente com eosinófilos de permeio (Figuras 10 e 11).

miosite em discreta, moderada ou intensa. De modo geral, quanto mais numerosos eram os focos de miosite, mais intenso era o exsudato e o aspecto destrutivo da lesão.

intersticial e o número de mastócitos na muscular circular do esôfago nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

Quadro 2 - Miosite, fibrose de substituição e intersticial e número de mastócitos na muscular circular do esôfago, em cada caso, nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

Caso Grupo Miosite Fibrose substituição Fibrose intersticial Número de mastócitos 1 NC - - - 346 2 NC - - - 160 3 NC - - - 70 4 NC - - - 18 5 NC - - - 122 6 NC - - - 62 7 NC - - - 373 8 NC - - - 59 9 NC - - - 133 10 NC - - - 241 11 NC - - - 84 12 NC - - - 108 13 CSM ++ - + 182 14 CSM - - - 474 15 CSM - - - 185 16 CSM + - - 74 17 CSM ++ - + 196 18 CSM ++ + - 114 19 CSM - - - 27 20 CSM + - + 43 21 CSM - - - 44 22 CSM ++ - - 1070 23 CCM + + ++ 578 24 CCM ++ ++ ++ 340 25 CCM + +++ +++ 60 26 CCM ++ + + 118 27 CCM + +++ ++ 241 28 CCM + ++ +++ 179

NC: não chagásico; CSM: chagásico sem mega; CCM: chagásico com mega; - : ausente; + : discreta; ++ : moderada; +++: intensa.

Quando realizamos o Teste exato de Fisher para compararmos a presença ou ausência de miosite entre os grupos chagásico sem mega e chagásico com mega não encontramos diferença estatisticamente significante (p = 0,2335).

Com relação à fibrose, avaliada nos cortes corados pelo Tricrômico de Masson, observou-se que no grupo não chagásico havia, em geral, escasso tecido conjuntivo, na túnica muscular do esôfago (Figura 15), correspondendo a delgadas faixas entre as miocélulas (conjuntivo intersticial). Em nenhum caso deste grupo foi vista fibrose de substituição e/ou intersticial.

No grupo chagásico sem megaesôfago, observou-se discreta fibrose de substituição em apenas 1 (10%) dos 10 casos, representada por raros focos de fibrose interrompendo miocélulas. Em outros 3 (30%) casos desse grupo havia fibrose intersticial discreta (Figura 16).

Nos chagásicos com megaesôfago, havia aumento evidente do tecido conjuntivo fibroso, com fibrose de substituição e intersticial em todos os 6 (100%) casos (Figura 17).

Quando realizamos o Teste exato de Fisher para compararmos a presença ou ausência de fibrose de substituição entre os grupos chagásico sem mega e chagásico com mega, observamos diferença estatisticamente significante (p = 0,0009), sendo mais freqüente no grupo com megaesôfago. Essa fibrose poderia estar relacionada com antigos focos de miosite, pela destruição das miocélulas. Quando comparamos a fibrose intersticial nos grupo chagásico sem mega e chagásico com mega, também observamos diferença estatisticamente significante (p = 0,0114), sendo mais freqüente nos esôfagos com mega.

Com relação à análise do cólon, não havia miosite em nenhum dos controles não chagásicos (Figura 12); detectou-se miosite em 5 (50%) dos 10 casos do grupo chagásico sem mega, sendo discreta em todos eles (Figura 13). Nos chagásicos com megacólon, miosite esteve presente em 4 (66,7%) dos 6 casos, sendo discreta em 2 e moderada nos outros 2 casos (Figura 14). O aspecto da miosite, do ponto de vista qualitativo, era semelhante ao do esôfago.

O Quadro 3 mostra a avaliação da miosite, da fibrose de substituição e intersticial e do número de mastócitos na muscular circular do cólon, nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e chagásico com mega.

Quadro 3 - Miosite, fibrose de substituição e intersticial e número de mastócitos na muscular circular do cólon, em cada caso, nos grupos não chagásico, chagásico sem mega e com mega.

Caso Grupo Miosite Fibrose substituição Fibrose intersticial Número de mastócitos 1 NC - - - 8 2 NC - - - 0 3 NC - - - 2 4 NC - - - 0 5 NC - - - 1 6 NC - - - 1 7 NC - - - 1 8 NC - - - 0 9 NC - - - 0 10 NC - - - 20 11 NC - - - 24 12 NC - - - 1 13 CSM + - - 3 14 CSM + + + 5 15 CSM - - - 0 16 CSM - - + 1 17 CSM + - - 0 18 CSM + - - 42 19 CSM - - - 1 20 CSM - - - 0 21 CSM - + - 111 22 CSM + - - 49 23 CCM + + ++ 30 24 CCM ++ ++ +++ 29 25 CCM - ++ +++ 25 26 CCM ++ ++ + 7 27 CCM - ++ ++ 31 28 CCM + ++ +++ 1

NC: não chagásico; CSM: chagásico sem mega; CCM: chagásico com mega; - : ausente; + : discreta; ++ : moderada; +++ : intensa.

Quando realizamos o Teste exato de Fisher para compararmos a presença ou ausência de miosite entre os grupos chagásico sem mega e chagásico com mega não encontramos diferença estatisticamente significante (p = 1,0000).

Como observa-se no Quadro 3 não havia fibrose de substituição e/ou intersticial na muscular circular do cólon em nenhum caso do grupo não chagásico (Figura 18).

2 (20%) dos 10 casos e intersticial em outros 2 (20%) casos.

Nos chagásicos com megacólon, havia aumento evidente do tecido conjuntivo fibroso em todos os 6 (100%) casos, com freqüentes focos de fibrose tanto de substituição quanto intersticial (Figura 20).

ausência de fibrose de substituição no cólon entre os grupos chagásico sem mega e chagásico com mega, observamos que há diferença estatisticamente significante (p = 0,0070), sendo mais freqüente no megacólon. Essa fibrose poderia ter relação com antigos focos de miosite, pela destruição das miocélulas. Quando comparamos a fibrose intersticial nos mesmos grupos, observamos também diferença estatisticamente significante (p = 0,0070), sendo mais freqüente e intensa no megacólon.

Em nosso estudo comparamos o número de mastócitos no esôfago e cólon de chagásicos crônicos com e sem megacólon em relação a não chagásicos; porém, não conseguimos demonstrar diferença entre os grupos.

Não encontramos na literatura nenhum estudo feito simultaneamente nesses dois órgãos. Existem estudos isolados do esôfago e do cólon.

Com relação ao estudo do esôfago nossos dados estão de acordo com os de ADAD et al. (1992), que também não encontraram diferença significante entre chagásicos com mega, sem mega e não chagásicos. Estão em desacordo com o estudo de PEREIRA et al. (1992), que avaliaram 20 casos de chagásicos crônicos sem megaesôfago em relação aos controles, encontrando maior número de mastócitos nos chagásicos. Talvez essa diferença entre nosso estudo e o de PEREIRA et al. (1972) decorra do menor número de casos que avaliamos, porque embora os valores médios da contagem de mastócitos tenham sido maiores nos chagásicos com e sem mega em relação aos controles, a diferença não foi estatisticamente significante. Infelizmente não conseguimos aumentar nosso número de casos devido a dificuldade em obter chagásicos com megaesôfago e megacólon

simultaneamente, que tivessem sido submetidos à necrópsia. No início deste estudo coletamos e avaliamos vários casos só com megacólon ou apenas com megaesôfago; acabamos por excluí-los no final porque os grupos ficavam mistos, dificultando entendimento e comparação do esôfago e cólon no mesmo indivíduo.

Na realidade até mesmo aumentar o número de casos de chagásicos sem megas foi difícil porque necrópsias já realizadas anteriormente às vezes não tinham o anel completo do esôfago e cólon nos locais padronizados para este estudo.

Quanto ao número de mastócitos no cólon, nossos dados concordam com os de ADAD et al. (1997), que também não encontraram diferença significante entre chagásicos com megacólon, sem megacólon e não chagásicos. Esses autores também trabalharam com pequeno número de casos. Ao aumentar o número de casos, PINHEIRO (2000) e PINHEIRO et al. (2003), conseguiram demonstrar maior número de mastócitos nos chagásicos com megacólon. No presente estudo, assim como já referido para o esôfago, notou-se uma tendência dos valores médios de mastócitos no cólon serem maiores nos chagásicos em relação aos não chagásicos (p = 0,07), porém a diferença não foi estatisticamente significante. Outro fator que deve ser lembrado como causa de dificuldade neste presente estudo é que os casos foram todos de necrópsia, o que certamente implica em maior grau de autólise que o ocorrido no material de PINHEIRO (2000) e PINHEIRO et al. (2003), que tinham em seu material vários casos de megacólon obtidos por cirurgia. A autólise pode interferir na afinidade tintorial das células. Entretanto, como queríamos comparar esôfago e cólon dos mesmos indivíduos só foi possível trabalhar com material de necrópsia.

O dado mais interessante deste estudo é sem dúvida a demonstração de que a muscular do esôfago é muito mais rica em mastócitos do que a do cólon. Esse dado é inédito. Não encontramos na literatura nenhum estudo comparativo entre o cólon e o

importante porque o mastócito é uma célula que pode contribuir para a amplificação do processo inflamatório favorecendo maior inflamação no esôfago. Esse dado talvez possa ter relação, pelo menos em parte, com o achado de ADAD et al. (2000) que encontraram maior freqüência e intensidade de miosite no esôfago, em relação ao cólon de chagásicos crônicos. Em nosso material também parece ter ocorrido essa tendência, embora o número de casos de mega do presente estudo seja pequeno.

Acreditamos que diferença estruturais, histológicas, entre órgãos são importantes para explicar aspectos patogenéticos. Foi demonstrado anteriormente, em estudo do nosso grupo (ETCHEBEHERE, 2001), que o esôfago e o cólon diferem com relação aos gânglios do sistema nervoso entérico. A vascularização dos gânglios esofágicos pode favorecer ganglionite e denervação mais rápida e intensa e, de modo semelhante, a maior quantidade de mastócitos poderia favorecer maior grau de miosite e talvez de fibrose.

A fibrose na muscular circular do esôfago e do cólon é mais evidente e intensa nos casos de chagásicos com megas, apresentando-se em parte, como de substituição e em parte, intersticial. Acreditamos que a fibrose de substituição nos megas representaria uma seqüela da miosite, como já foi demonstrado em estudos de megaesôfago (TAFURI et al. 1971; TAFURI, RASO, 1983; ADAD, 1989) e também de megacólon chagásico, sendo que ADAD (1996) descreveu ter observado proliferação fibroblástica incipiente em focos de miosite destrutiva.

Para TAFURI, RASO (1983) a fibrose intersticial não estaria relacionada com a inflamação. Poderia ser decorrente da estruturação da substância fundamental por enzimas circulantes provenientes de fibroblastos distantes da área de fibrose ou poderia estar relacionada à mastocitose presente na doença de Chagas experimental e humana.

Todavia em nosso estudo, não foi possível demonstrar relação entre mastocitose e fibrose, talvez devido ao pequeno número de casos. Acreditamos na possibilidade da fibrose intersticial ser decorrente, pelo menos em parte, de um aumento inespecífico do conjuntivo de sustentação, acompanhando a hipertrofia das miocélulas como é visto por exemplo na cardiopatia hipertensiva. Essa possibilidade está sendo levantada também pelo fato de que a fibrose intersticial no megacólon foi semelhante a encontrada no megaesôfago, apesar do esôfago ser muito mais rico em mastócitos que o cólon.

Em conclusão, não encontramos na literatura estudos que comparem o número de mastócitos na muscular circular do cólon e do esôfago, mas apenas estudos isolados. A análise global desses resultados permite concluir que o número de mastócitos no esôfago é muito maior que no cólon em todos os grupos, o que indica uma diferença estrutural entre esses dois órgãos. Com relação à mastocitose em chagásicos, não foi possível, com o número de casos estudados, estabelecer diferença.

1. Na muscular do esôfago, não houve diferença estatisticamente significante entre o número de mastócitos nos chagásicos com megaesôfago em relação aos chagásicos sem mega e aos não chagásicos.

2. Na muscular circular do cólon não houve diferença, estatisticamente significante, entre o número de mastócitos nos chagásicos com megacólon em relação aos chagásicos sem mega e aos não chagásicos.

3. O número de mastócitos no esôfago foi muito maior que no cólon em todos os grupos, o que indica uma diferença estrutural entre esses dois órgãos.

4. Não houve diferença estatisticamente significante entre a freqüência de miosite no grupo chagásico com mega em relação aos chagásicos sem mega.

5. Fibrose de substituição e fibrose intersticial foram vistas mais frequentemente no grupo chagásico com mega em relação aos chagásicos sem mega.

Com o objetivo de avaliar comparativamente o número de mastócitos na muscular do esôfago e do cólon normal e, verificar se existe aumento do número de mastócitos no esôfago e cólon de chagásicos crônicos com e sem mega, contamos o número de mastócitos e avaliamos semi-quantitativamente a miosite e a fibrose visando contribuir para a patogênese das lesões dos megas chagásicos.

Foram estudados 28 casos de necrópsias sendo 12 controles não chagásicos, 10 chagásicos sem megas e 6 chagásicos com megaesôfago e megacólon. Foram retirados um anel na transição reto-sigmóide e outro no terço inferior do esôfago, a 5 cm da cárdia de todos os casos. Os anéis foram fixados em formol a 4% e processados para inclusão em parafina. Os cortes histológicos foram corados pelas técnicas de Hematoxilina-Eosina, Giemsa e Tricrômico de Masson.

Os mastócitos foram contados em 64 campos do microscópio de luz comum, marca LEICA, modelo DIASTAR (área total: 12,6mm²), em cortes corados pela técnica de Giemsa. Avaliou-se semi-quantitativamente a miosite e o tecido conjuntivo fibroso em

alterações foram classificadas em discreta, moderada ou intensa. As conclusões seguintes sintetizam nossa análise:

1. Na muscular do esôfago não houve diferença, estatisticamente significante, entre o número de mastócitos nos chagásicos com megaesôfago em relação aos chagásicos sem mega e aos não chagásicos.

2. Na muscular circular do cólon não houve diferença, estatisticamente significante, entre o número de mastócitos nos chagásicos com megacólon em relação aos chagásicos sem mega e aos não chagásicos.

3. O número de mastócitos no esôfago foi muito maior que no cólon em todos os grupos, o que indica uma diferença estrutural entre esses dois órgãos.

4. Não houve diferença estatisticamente significante entre a freqüência de miosite no grupo chagásico com mega em relação aos chagásicos sem mega.

5. Fibrose de substituição e fibrose intersticial foram vistas mais freqüentemente no grupo chagásico com mega em relação aos chagásicos sem mega.

EVALUATION OF THE MAST CELLS IN THE CIRCULAR MUSCULATURE OF THE ESOPHAGUS AND COLON OF CHRONIC CHAGA´S DISEASE WITH AND

WITHOUT MEGA

With the objective of comparatively evaluate the number of mast cells in the circular musculature of the esophagus and the normal colon, and to verify if there is an increase of the number of mast cells in the esophagus and colon of chronic chagasics with

Documentos relacionados