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Cham a Escarlat e: O conhecim ento de s

Fogueira no chão queim a a pont a da varinha da m inha infância.

Tom ok o Kim u r a .

Fogueira... Lem brança longínqua Crianças gritam alegria.

Aquecida pelas labaredas m ais verm elhas que em anam da

fogueira, com eço a cont ar m inha hist ória. A hist ória de com o aprendi a aprender. Com o acont ece com t odos os suj eit os, as experiências da infância se const it uem em m odelos cognitivos prim ordiais e servem com o base para a construção de um a m at riz que m e perm it e am pliar out ros conhecim ent os, ao longo da vida.

Vej o- m e ainda criança, cam inhando de m ãos dadas com m inha avó, em baixo das enorm es árvores que enfeitavam o cam inho da casa da fazenda at é a vazant e do açude. Ali, ela cult ivava repolhos, coent ro, cebolinha e pim ent ões. A m inha avó

cult ivava pim ent ões verm elhos, verdes e

Imagem 6- Caminho.

am arelos, o que m e causava m uit a adm iração, pois at é ent ão, só conhecia os pim ent ões verdes que davam m ais sabor aos alim ent os na casa de m eus pais. Aqueles verm elhos e am arelos inst igavam a m inha vont ade de prová- los, e foi assim que passei a com er pim ent ões crus, recém - colhidos, ainda m olhados de orvalho. At é hoj e, se fechar bem os olhos, consigo sent ir aquele cheiro de t erra m olhada e de pim ent ões

pedindo para ser colhidos e degust ados ali m esm o, na hort a. Regados, tam bém , é claro, pelo carinho e afeto da vovó.

Após os cuidados

dispensados à hort a, colhíam os t om at es, além de folhas de alface e couve, que m ais pareciam grandes leques de m adam es, e volt ávam os para casa a fim de prepararm os as iguarias para o alm oço.

Imagem 7- pimentões.

Vovô chegava do trabalho com a alegria de quem volt a da m elhor das festas. Lavava o rosto suado e as m ãos calej adas num a bacia de ágat a branca, com a água que m inha avó, pacient em ent e, derram ava sobre suas m ãos, de um cânt aro igualm ent e branco. Depois dest e pequeno rit ual, sent ávam os à m esa e alm oçávam os em silêncio. Silêncio est e quebrado apenas quando vovô decidia cont ar algum ‘causo’ acont ecido lá no roçado, com o um a cobra enorm e ou m uit o venenosa que teria atravessado seu cam inho, ou lam ent ado sobre aquela bela m elancia que t eria t razido para casa, se o guaxinim não a t ivesse descobert o prim eiro; ou, ainda, com o as j urit is est avam cant ando àquela m anhã, sinal de que t eríam os chuva ao fim da t arde.

Às vezes m eu avô chegava com cara de pouca conversa, cenho franzido... Decerto a praga da lagarta estava devorando a plantação. Nestas ocasiões, ele não ficava para a cest a, t inha providências a tom ar, ou a fam ília não teria provim entos para o resto do ano.

Eu, m enina que era àquela época, aos seis anos de idade, não sabia que t ais experiências e ensinam ent os se const it uiriam , aos poucos, nos alicerces da m inha form ação prim eira. Naquela convivência, eu, com o t odas as crianças do m undo, m as de m odo part icular, est ava sendo iniciada nas prim eiras noções de ética, de respeit o à nat ureza; recebia lições de previsões do tem po, através do relato de experiências dos adultos que m e rodeavam e da observação diret a dos fenôm enos nat urais. Aprendia a gostar e valorizar as pessoas pelas suas histórias, ao m esm o t em po tão singulares e com plexas.

Meu avô era afeit o à caça. Caçava tatus, pebas verdadeiros e aves que passavam a fazer parte do nosso cardápio. Um dia vovó preparou, cuidadosam ent e, para o alm oço, um a espécie de répt il que m eu avô caçara. Eu havia acom panhado todo o processo de preparação da caça. Na hora do alm oço, t odos sent ados à m esa, m inha avó m e serviu um naco da carne dourada e cheirosa que eu abandonei no cant o do prato, até o final da refeição. Preocupada, vovó pergunt ou- m e a razão de eu não ter provado a iguaria que m e servira. Eu, envergonhada, respondi que não gostava de com er lagartixa, o que

rendeu m uitos sorrisos à m esa e, at é hoj e, quando nos reunim os e relem bram os os fatos do passado.

Tam bém na fazenda do m eu avô produzia- se queij o de m ant eiga. A enorm e casa circundada por alpendres, t inha com o vizinho próxim o, o curral, onde ficavam as vacas e suas crias, durant e o dia. Quando os últ im os raios de sol se despediam do horizont e, deixando no céu um a faixa am arelo- ouro, que ofuscava m eu olhar, era hora de m eu avô voltar do roçado e, antes de entrar em casa, ir cum prir a t arefa de apartar as vacas dos bezerros. Estes passavam a um out ro curral, onde ficariam noit e a fio. Assim , garant ia- se que os úberes das vacas se enchessem de leit e e, quando o sol com eçasse a dar sinal do seu ret orno, vovô e m eu t io adentravam o curral para a ordenha. Nest a at ividade, m ant inham um t al m ovim ento em suas m ãos, de form a que o leit e, ao cair no balde, em it ia um som t ão rit m ado que m ais parecia um a sinfonia. ‘Saia Branca’ era sua vaca de estim ação e era considerada a m ais fort e e saudável, por isso era dela que vovô enchia m eu copo do leit e m orninho que eu t om ava ali m esm o no curral. Percebo hoj e que encher o m eu copo com o leite de Saia Branca era com o um a declaração de am or do m eu avô a m im . Ele se divert ia com a auréola branca que se form ava em torno dos m eus lábios rosados e, em seu sorriso, havia a generosidade de quem se sabe dando o m elhor de si para a pessoa am ada.

Mais tarde, o leit e levado para casa era colocado para coalhar. Aí, seguia- se o processo de decant ação. Vovó, j unt o com m inhas t ias,

enchia enorm es ‘t rouxas’ brancas feitas de saco alvej ado e punha para ‘coar’ at é a últ im a got a de soro. No dia seguint e, aquela coalhada se t ransform aria num a branca m ist ura que levada ao fogo, aos poucos, ia ficando dourada e se transform ava em queij o. Term inado o processo, m inha avó deit ava- o, ainda quent e, em t abuleiros de vários t am anhos. Um a part e seria consum ida pela fam ília, o que rest asse seria vendido na cidade para aj udar nas despesas dom ést icas. O queij o era cozido num im enso t axo de m et al e quando dele era ret irado, sobrava um a crosta que se form ava no fundo. Era hora de atacar, hora de raspar o t axo. O queij o, ainda quent e, fazia fios que iam desde a enorm e vasilha at é m inha boca, de form a que, às vezes, eu ficava ent relaçada num a t eia de queij o que grudava nos m eus cabelos e na m inha pele branca. Eu era um a m enina feliz, cheirosa a queij o, a m ant eiga e a pim ent ões verm elhos.

Mal sabia, naquele rit ual de vida sim ples que aquelas experiências de criança t eceriam t eias que est ariam present es em m uit os out ros m om ent os de m inha vida. Não m ais t eias feit as de fios de queij o, m as out ras que foram se form ando e surgindo com o as est rut uras e arquét ipos da vida na diversidade das suas relações, restando- m e cont inuá- las e t ransform á- las, rasgando- as, ret irando- lhes os nós e, porvent ura, acrescent ando- lhes out ros, para t ecê- los diferent em ent e. Est a t eia, port ant o, não é um a est rut ura fixa e im ut ável. Ao contrário, a sua est rut ura e nat ureza ínt im as residem na versat ilidade e m etam orfose das “ articulações e form as que se vão gizando, num

m ovim ent o que poderíam os designar com o um a gênese cont ínua. E, assim , enquant o t ecem os a t eia, ela vai se tecendo e vai nos tecendo t am bém ” ( Cabral & Alm eida apud Ferreira, 2002, p.41) .

Assim é o conhecim ent o. Ele não é algo que est á dado. É na relação que com ele est abelecem os, nas experiências vivenciadas ao longo de nossas vidas, que vam os tecendo as nossas teias de significados, aos poucos m odificando- as e sendo nós m esm os m odificados, a pont o de não saberm os m ais ident ificar aonde t udo com eçou, assim com o não sabem os onde vai dar, num ent relaçam ent o const ant e, t al qual a t eia que a aranha t ece sem nenhum com prom isso com o t em po.

Com o t oda criança, gost ava de m e fant asiar e era no baú de roupas da m inha t ia Elit a que encontrava solo fértil para m inha im aginação. As saias de cam braia branca com largos bicos ingleses eram as peças preferidas para m e transform ar num a noiva. As flores para a m ão eram colhidas no j ardim que ficava na lat eral da casa. Tam bém era dent ro desse m esm o baú que m e escondia, quando fazia algum a coisa que os adult os consideravam errada, o que, inevit avelm ent e, suj ava t oda a roupa. Minha t ia resolveu virar a fechadura do baú para a parede, acabando com a m inha fest a. A inspiração surgia, ent ão, com os lençóis de cam a com os quais eu fazia longos véus, com as cam isolas da m inha avó, os avent ais da cozinha e at é com as peles de anim ais que ornam ent avam as cadeiras da sala.

Tudo com punha um a peça para realização dos m eus desej os e alim ent o do m eu im aginário.

Tia Elit a, assim com o m inha m ãe, era cost ureira e, freqüent em ent e, as pessoas nos visit avam t razendo pacot es de t ecido que ela t ransform ava em roupas. Eu achava essa at ividade m uit o m ágica. Não ent endia com o um pedaço int eiro de pano podia ganhar t ant as curvas e form as. Talvez, influenciada por essa curiosidade, m uit o cedo com ecei a costurar roupas para bonecas e m ais t arde t ornei- m e cost ureira t am bém de m inhas próprias roupas e de out ras pessoas, sem nunca t er freqüentado um curso ‘form al’ de cort e e cost ura.

Um dia, m inha t ia anunciou que ia fazer um a boneca de pano pra m im . Fiquei m uit o feliz e acom panhei todo o processo de confecção da boneca. Ela fez cada part e separadam ent e: o t ronco, as pernas, os braços. À cabeça ela dedicou um a atenção especial. Bordou o rosto da boneca: boca verm elha, m açãs do rost o rosadas com blush, olhos azuis para com binar com os m eus, sobrancelhas m arrons e cabelos loiros, cheios de cachinhos. Aquela boneca foi a m ais bonit a que t ive em t oda a m inha infância. Seus braços e pernas eram m óveis, perm it indo qualquer m ovim ent o, o que m e deixava fascinada. Além do m ais, ela era enorm e, parecendo um bebê de verdade e eu podia vest ir nela t ant as roupas quant o quisesse.

Os longos períodos vividos na fazenda do m eu avô eram j ust ificados pela m inha pouca idade para ir à escola, um a vez que não havia na região, escolas de educação infant il. Era, t am bém , um a form a

de am enizar o t rabalho de m am ãe que t inha de cuidar dos m eus out ros irm ãos, t odos pequenos. As at enções que m e eram dispensadas, além de t odos os at rat ivos que t êm as casas dos avós, faziam do m eu regresso um evento de poucas alegrias. Quando resolviam que era chegada a m inha hora de ret ornar à casa pat erna, era na garupa do cavalo do m eu avô que fazia o longo percurso da volt a. Lem bro- m e de um a dessas ocasiões em que acordei logo cedo e vest i um vest ido verm elho de bolinhas brancas em alt o relevo que m ais pareciam bolinhas de isopor. Eu adorava aquele vestido de corpo princesa e cint o branco na alt ura do quadril. Depois m e m ont aram na garupa do cavalo e seguim os cam inho. Vovó havia am arrado um lenço em m inha cabeça para livrar- m e dos m alefícios do sol. Não t inha um quart o de hora da nossa saída da fazenda, com o t rot ar do cavalo, o lenço desceu à m inha t est a cobrindo m eus olhos e obrigando- m e a escolher ent re soltar a cint ura do m eu avô para aj eit á- lo, correndo o risco de cair do cavalo ou viaj ar de cabra cega. Fiz a segunda opção e, pelo m enos naquele dia, eu não vi a paisagem no cam inho de volt a. Paisagem a m im t ão fam iliar naquelas idas e vindas à casa dos m eus avós.

Penso que, naquela sit uação, eu escolhi viaj ar de cabra cega para poder sent ir de out ra m aneira ( aquela que os olhos não vêem , m as o coração e todos os outros sentidos percebem ) as sensações que os nossos olhos não nos perm item ter ao est arem abert os. Assim , eu podia m e encant ar ao dist inguir o cant o dos pássaros m ais suaves, com o o bem - te- vi, o tetéu, o rouxinol, do grit o do cancão, que

est rem ecia a estrada. Percebia a aproxim ação e a travessia das port eiras quando m eu avô se inclinava para frente para abri- las e passar. Ouvia o riacho, sentia o cheiro do m at o e im aginava as figuras de nuvens claras que se form avam no céu. Tam bém m e divert ia ouvindo o t rot e do cavalo, criando m ent alm ent e canções que com binavam com a m elodia de suas pisadas ao chão. Assim , ent re sons, cheiros, m elodias e im agens, capt adas e produzidas pela m inha im aginação, chegam os à casa dos m eus pais.

Os m eus retornos eram sem pre m arcados por m uita festa dos m eus pais e m eus irm ãos. Eu, no ent ant o, ficava t orcendo para que m e m andassem de volt a. Com o isso não acont ecia, levava dias para m e acost um ar à falt a de novidades de m inha casa.

Vovó t inha um a im ensa criação de pat os que nadavam conosco no açude, lado a lado. Eu, nas cost as das m inhas t ias, e eles, livres, alt aneiros, at ravessavam longas dist âncias aquát icas, sem o m enor esforço. De volta à casa de m am ãe, que não criava pat os, m as galinhas, era com est as que t reinava as m inhas lições e t écnicas de m ergulho e nado. As coit adas ficavam num grande alvoroço e se ninguém as socorressem , provavelm ent e eu t eria m at ado m uit as galinhas afogadas. Ficava chat eada e não ent endia porque as aves da vovó nadavam com t ant o prazer e as da m inha m ãe t inham t ant a aversão à água.

É claro que t odas essas lições eu aprendi m ais t arde quando, na escola, a professora explicou que a diferença est ava em t er um par de

pés com dedos e um par de pés com o nadadeiras. Galinhas, nas suas condições de galinhas, não podem nadar; enquant o que é da nat ureza dos pat os que eles nadem e possam fazer travessias aquáticas que as galinhas j am ais farão, pois galinhas são filhas da terra, e patos, igualm ent e filhos da t erra, t am bém possuem a profundeza das águas em seus corações.

Foi, ainda, nessa época da m inha infância que fiz m eus prim eiros cont at os com um a out ra cult ura. A dos cidadãos do m undo, os ciganos. Meu pai herdara do m eu avô, que herdara do m eu bisavô, o cost um e de dar ‘arrancho’ aos ciganos.

Est es apareciam periodicam ent e lá no sít io, m ont ados em m ulas com seus recém - nascidos m et idos dentro de um a t ipóia, que as m ães t raziam t ranspassada em seus om bros. As casas- barracas, pront as para serem m ont adas e desm ont adas com a m aior facilidade possível, j unt o com vest uários e ut ensílios, eram igualm ent e t ransport ados nos lom bos das m ulas.

Mas, o que m ais m e im pressionava era o m istério que rondava o int erior das t endas arm adas, os longos e coloridos vestidos usados pelas ciganas, as t at uagens feit as em seus corpos ( geralm ent e o nom e do hom em am ado) , os colares de m uitas contas e cores, e suas form as de falar. Algum as ciganas cont avam - nos hist órias fant ást icas de seu m undo e de seus saberes.

Um a das histórias que ouvi e que m uit o m e im pressionou, dizia respeit o ao surgim ent o do universo. Cont ava a cigana que, um dia, os

Deuses se revoltaram porque no m undo não exist iam pessoas ‘norm ais’, apenas deuses que disput avam ent re si o poder. Ent ão, um grupo desses deuses resolveu atear fogo no universo, ocasião em que m orreram t odos. O m undo virou um a gigant esca bola de fogo, levando m uit o t em po para esfriar novam ent e. Aí com eçou a surgir os anim ais, dent re eles os hom ens, as plant as e t udo que conhecem os hoj e, dizia ela, naquela ocasião. Ficávam os m uit o confusos porque conhecíam os a hist ória do dilúvio de que fala a Bíblia e não sabíam os em qual hist ória acreditar. Mas a form a m isteriosa que a cigana usava para nos convencer de que a história era verdadeira, nos fascinava. Ela t am bém contava sobre a perseguição que sofria seu povo por não t er um a pát ria e cont ava m uit as out ras hist órias diferent es das que, convencionalm ente, se conta para as crianças.

Esse conj unt o de hist órias ciganas que se confront avam com as hist órias da Bíblia crist ã, cert am ent e m e aj udou a const ruir um a visão de m undo na qual valem várias versões. Creio que a dificuldade que t enho hoj e em aceit ar um a só verdade, um a só hist ória, é oriunda de experiências com o essa que acabo de narrar.

Passávam os o dia a observar os m ovim entos daqueles nôm ades. Eles riam m uit o, deixando à m ost ra seus dent es de ouro; cont avam segredos ent re si, em sua língua; conquist avam pessoas para ler a m ão; alegravam - se com o pouco que t inham . E, quando caía a noit e, acendiam um a fogueira, em t orno da qual cant avam e dançavam . Quando eles se iam , deixavam , por longo t em po, suas m arcas, nas

cinzas que rest avam da fogueira, nas t rem pes em que preparavam seus alim ent os ou em algum obj et o que deixavam para t rás.

Lem bro de com o sonhei fugir com os ciganos. Pensava que eles podiam m e m ost rar um out ro m undo, m as agora acho que o que m ais m e at raía era aquele estilo de vida, ao m esm o t em po, incert o e livre. O que aprendi com os ciganos? Aprendi a respeit ar a diversidade; aprendi a criar m eus deuses, a acredit ar nos m it os; aprendi sobre outras form as de explicar a origem do universo. Aprendi m uit o sobre a vida.

Essa é um a form a de dizer da m inha experiência com o m undo, no seio da m inha fam ília e em cont at o com a nat ureza, um a form a de narrar as m inhas experiências de vida, não para m e dist inguir das dem ais pessoas, m as com o form a de descoberta e valorização da m inha singularidade, podendo despert ar os m esm os sent im ent os a t ant os quant os possam pensar sobre experiências que cont ribuíram , igualm ent e, em seus processos de desenvolvim ento e form ação. Mas a cont inuação dessa hist ória pode ser narrada de um a out ra form a. Por

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