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CHAVES PARA A TRANSFORMAÇÃO Parte H: PLUTÃO

CHAVES PARA A TRANSFORMAÇÃO Parte I: URANO E NEPTUNO

CHAVES PARA A TRANSFORMAÇÃO Parte H: PLUTÃO

A maior parte dos astrólogos concordam que o planeta Plutão simboliza uma dimensão da vida tão complexa e com fontes tão profundas que uma aura de mistério rodeia o significado deste planeta no horóscopo de nascimento. Desde a sua descoberta têm sido feitas várias tentativas para clarificar o seu significado; e embora os astrólogos sejam capazes de descobrir muitos significados diferentes que servem para os seus objectivos particulares, e embora muitos artigos tenham sido escritos acerca da «influência» de Plutão no «karma de massa» e nos acontecimentos terrenos, ainda não fui capaz de encontrar qualquer explicação do significado deste planeta para o ser humano considerado individualmente e para a sua caracterização psicológica que possa considerar completa. Parece que existe sempre algo escondido acerca de Plutão, algo subtil e difícil de conceptualizar em termos lógicos correntes. Tudo o que se relaciona com Plutão é de certo modo, fora do vulgar, é um tanto excêntrico e indica um domínio de imensidade cósmica que confunde o espírito. E isto é verdade não só a propósito da função astrológica do planeta, como também acerca do movimento do próprio planeta.

A órbita de Plutão, como as órbitas de todos os outros planetas, é uma elipse, mas consideravelmente mais elíptica do que a dos outros planetas principais do sistema solar. Enquanto nos planos orbitais dos principais planetas estão a 7ado plano da órbita da Terra ou do «plano da eclíptica», a órbita de Plutão está inclinada 17 O

em relação a este plano. A distância média deste planeta ao Sol é cerca de 40 «unidades astronômicas», sendo a «unidade astronômica» a

   

Embora os mares ameacem, são misericordiosos. Amaldiçoei- os sem razão.

SHAKESPEARE, In A Tempestade  

 

 

distância média da Terra ao Sol ou, aproximadamente, cento e cinqüenta milhões de quilômetros. Assim, uma distância de 40 unidades astronômicas eqüivale, em números redondos, a 6.000.000.000 de quilômetros. A órbita do planeta é tão pronunciadamente elíptica, contudo, que esta distância ao Sol tem uma variação de cerca de 3.000.000.000 de quilômetros, sendo a distância mínima de aproximadamente 4.500.000.000, um pouco menos do que a de Neptuno, e a máxima de cerca de 7.200.000.000 de quilômetros, ou seja, quase 75% maior do que a de Neptuno. Tal como os outros planetas, Plutão anda em volta do Sol de Ocidente para Oriente, isto é, descreve uma órbita no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. O seu período de revolução é de cerca de 250 dos nossos anos; assim, um «ano» neste «mundo» é igual a dois séculos e meio aqui na Terra! Plutão está agora a aproximar-se do periélio da sua órbita, isto é, do ponto mais próximo do Sol, mas só o ultrapassará no ano de 1989, quando estiver a uma distância do Sol ligeiramente inferior à de Neptuno (4.500.000.000 de quilômetros). Plutão estará, então, no ponto mais próximo da Terra, bem como do Sol, e na posição em termos gerais mais favorável para ser observado.

É curioso observar que, descrevendo a sua órbita no mesmo plano da de Neptuno, Plutão, no periélio, estará ligeiramente dentro da órbita daquele planeta. Como resultado da alta inclinação mútua dos planos orbitais dos dois planetas, as suas órbitas nem por isso se cruzarão em qualquer ponto, embora, na sua maior

aproximação do Sol, Plutão esteja realmente um pouco (aproximadamente meia

unidade astronômica) mais perto do Sol que Neptuno. Segundo o Dr. Franklin, do Haydn Planetarium de Nova Iorque, Plutão aproximar-se-ia mais do Sol do que Neptuno em 11 de Dezembro de 1978, e nessa posição permanecerá até 14 de Março de 1999. Muitos astrólogos têm estudado este período, ligando-o a alterações cruciais no desenvolvimento cultural do mundo. Dane Rudhyar afirma que esta passagem de Plutão mais perto do Sol do que Neptuno tem um efeito estimulante ou «germinador» aos níveis mais profundos da consciência psicológica colectiva. Escreve Dane Rudhyar:

“Pode dizer-se, pelo menos num sentido, que Plutão simbolizará a

semente a cair na Terra, feita de resíduos dissolvidos e adubados do ciclo de vegetação anual a terminar (o produto de um processo de dissolução neptuniano); pode também ser relacionado com a «descida aos infernos» de Cristo antes da ressurreição. Como Plutão entra na órbita de Neptuno, pode dizer-se que ocorrerá simbolicamente um processo de libertação do passado e de impregnação

   

por uma visão nucleada do futuro. De facto, este período em todas as revoluções de Plutão à volta do Sol é, historicamente falando, invulgarmente significativo.

Estes períodos assinalam-se, muitas vezes, por uma repolarização do inconsciente colectivo e dos ideais da humanidade, segundo linhas que, de uma maneira ou de outra, acentuam factores profundamente enraizados na natureza humana e, por isso, comuns a uma grande parte da humanidade.”

Marc Edmund Jones escreveu que esta fase histórica do ciclo de Plutão «marca a revolução total e completa de quase tudo no globo». Zipporah Dobyns esclarece também o que vê como sendo o significado deste período:

“Este período reacentua a qualidade de Escorpião do último quartel deste século ... Plutão estará no seu próprio signo desde meados dos anos 80 até meados dos anos 90. A humanidade é avisada de que é tempo de aprender a partilhar os recursos do planeta. O significado-chave da letra 8 do nosso alfabeto astrológico, quer de Plutão a Escorpião, quer da VIII casa de um horóscopo, é a necessidade de aprender a autoconhecermo-nos através do espelho dos nossos iguais e a autodominarmo-nos, respeitando os direitos dos outros”.

A idéia de que a «influência» de Plutão está a tornar-se mais forte no período acima mencionado é confirmada pelas interpretações psíquicas de Edgar Cayce que afirmou no princípio deste século:

“[...] estas (influências) são um desenvolvimento do que acontece no universo

ou nos arredores da Terra-Plutão ... Está gradualmente a desenvolver-se e por isso é uma daquelas influências que vão ter uma actividade demonstrativa nos assuntos ou acontecimentos futuros do homem, em direcção a uma influência orientada pelo espírito ...

Estes (indivíduos) no presente, como se poderia dizer, são apenas aqueles que se tornam conscientes disso. Mais propriamente, dentro dos próximos cem ou duzentos anos haverá uma grande influência (de Plutão) sobre a ascendência do homem; está, sem dúvida, mais perto daqueles nas actividades da Terra e é uma influência em desenvolvimento, ainda não estabelecida. (Interpretação 1100-27, citada

   

in Astrology & the Edgar Cayce Readings, por Margaret Gammon, p. 46.)”

Um dos mais notáveis aspectos de Plutão é que o seu significado abrange muitas qualidades opostas das quais falaremos em pormenor daqui a pouco. Mas o simples estudo do planeta do ponto de vista astronômico obriga, inevitavelmente, a confrontar medidas que vão do puro minuto às grandezas incompreensíveis. Por exemplo, Plutão é aproximadamente do tamanho estelar catorze, o que significa que tem cerca de 1.600 avôs do brilho da mais débil estrela facilmente visível a olho nu num céu claro e sem luar. Este pequeníssimo nível de brilho e aquele tamanho diminuto são factores bastante ilusórios, pois o poder representado por Plutão ultrapassa em muito os seus atributos físicos. Parece claro que tudo o que

estiver relacionado com Plutão (ou com o signo de Escorpião ou a VIII casa) não pode ser correctamente julgado pela sua aparência nem compreendido pela mera observação das características de superfície. A nossa concepção de vastidão do

sistema planetário (e, assim, também da natureza dos seres humanos) aprofundou- se muito com a descoberta de Plutão. Os astrônomos costumavam considerar o nosso sistema solar como tendo sessenta unidades astronômicas de extensão; agora, vêem que tem mais um terço de comprimento, ou seja, oitenta unidades astronômicas no diâmetro total ou talvez mais, pois sabe-se que o campo gravitacional do Sol se estende muito para além de Plutão. O sistema solar é agora considerado com tais dimensões que a luz — cuja velocidade, no vácuo, é de 360.000 quilômetros por segundo— precisa de umas onze horas para chegar de uma extremidade à outra do domínio planetário. Tornou-se recentemente claro para um crescente número de astrólogos que a expansão potencial da consciência psicológica que Plutão simboliza no horóscopo individual constitui um perfeito paralelo da crescente consciência do vasto âmbito do próprio sistema solar que a descoberta de Plutão propiciou.

Plutão actua a um nível tão profundo e com tanta subtileza que a pesquisa nos horóscopos de pessoas «famosas» não nos ajuda muito a compreender o significado do planeta. No fim de contas, não podemos, regra geral, saber que problemas ocultos ou experiências profundas modelam a vida dessas pessoas. Por isso, a mais importante investigação sobre Plutão deve ser feita em relação com os nossos horóscopos de nascimento e dos nossos amigos íntimos. Quer o consideremos relativamente à experiência individual, quer aos fenômenos colectivos, Plutão simboliza sempre uma forma de poder extremamente

concentrada. Este poder é tão intensamente

   

concentrado que a forma física ou o tamanho dos fenômenos plutonianos (como o próprio planeta) é irrelevante. Por exemplo, a bomba atômica é, regra geral, considerada como uma fonte plutoniana de poder. A quantidade de energia libertada de uma bomba dessas é extraordinária em comparação com o tamanho físico da bomba. Como dissemos acima, o próprio planeta possui esta característica, visto que, sendo embora mais pequeno do que a Terra, a sua «influência» afecta a vida terrestre numa proporção muito maior do que o seu tamanho poderia indicar. Assim, a força plutoniana deriva de uma fonte que está para além ou no interior da sua forma física, através da qual ela emana. A grande energia de Plutão provém de uma fonte de modo algum evidente, que podemos chamar transcendental. É esta a razão pela qual a energia plutoniana sem- pre se manifesta em termos de opostos, pois aquilo que é verdadeiramente transcendente só pode ser entendido pela consciência psicológica normal em termos de opostos: a luz e as trevas, a alegria e a tristeza, o espectáculo feérico seguido da inevitável escuridão. Por exemplo, a energia nuclear e o uso, em larga escala, de pesticidas químicos têm sido referidos como fenômenos plutonianos. São ambos fonte de grande poder e todos conhecemos os resultados que deles podem advir; mas ambos têm sido também usados de modo a aproveitar os aspectos negativos, destrutivos, de tais forças: poluição radioactiva e perturbações genéticas, envenenamento químico do solo, dos alimentos e da água. Plutão simboliza, portanto, um tipo de poder que só pode ser usado criativamente quando o utente está, na medida necessária, espiritualmente orientado, visto que a evolução e a cura espiritual em profundidade são as únicas áreas da experiência nas quais as forças de Plutão podem ser utilizadas sem um recuo negativo.

Os trânsitos de Plutão

A função da energia plutoniana pode avaliar-se melhor observando o significado dos trânsitos de Plutão por pontos importantes do horóscopo de nascimento. Embora o capítulo IX trate destes trânsitos mais pormenorizadamente, é necessário abordá-los aqui, para clarificar o princípio essencial que Plutão representa. Os trânsitos de Plutão respeitam, regra geral, à morte e à destruição do antigo, sendo esta destruição necessária a fim de se criar espaço para novo. C. E. O. Carter escreve que «todos os processos eliminadores são plutonianos, incluindo os advogados por aquilo a que se chama Cura Natural». Os adeptos do método de Cura Natural acreditam

   

 

   

que, para que a pessoa seja curada, todos os venenos, toxinas e outros impedimentos ao fluxo da energia vital devem ser eliminados, permitindo, assim, às forças curativas naturais a reconstrução (ou regeneração) do corpo. Carter diz que a fervura constitui um bom exemplo, em pequena escala, da acção de Plutão, pois também traz à superfície aquilo que deve ser eliminado. Esta mesma força plutoniana começou a tornar-se activa em maior escala quando Plutão foi descoberto, como se pode ver pela perspectiva freudiana da psicologia (trazer à luz todo o material psíquico «reprimido») e pela ascensão do nazismo (trazendo à superfície os demônios insuspeitados que dormem sob a fachada da «civilização»). Os trânsitos de Plutão têm uma influência semelhante trazendo à superfície aquilo que está pronto para ser eliminado e destruído.

Por exemplo, um dos meus clientes procurou-me, há uns anos, na iminência do colapso psicológico. Embora fosse um homem que, regra geral, exercia sobre si próprio um domínio extremo, mostrava-se paranóico e histérico. Disse-me que experimentava toda a espécie de fantasias paranóicas, relacionadas com a sua namorada. Quando estabelecemos o seu horóscopo para descobrirmos quais os trânsitos que ocorriam, a experiência por que passava foi imediatamente esclarecida. Plutão, em trânsito estava em quadratura exacta com Vénus natal. Expliquei-lhe que os trânsitos de Plutão destruíram os velhos modelos de pensamento e comportamento, bem como eliminavam todos os gêneros de resíduos psíquicos que impediam o seu desenvolvimento. Como Plutão estava em quadratura com Vénus, as suas experiências afectavam naturalmente a sua vida emocional e as relações íntimas. Era como se todos os medos, ideais, fantasias e expectativas que tivera acerca das relações amorosas houvessem sido, imediata e compulsivamente, trazidos à superfície, depurados e eliminados, a despeito dos desejos conscientes da pessoa. Esta explicação ajudou a obter uma certa perspectiva daquilo que se passava consigo, embora, claro, tivesse ainda que passar por toda a experiência emocional. Pareceu-me, de certo modo, aliviado, após a consulta e, dias mais tarde, disse-me que ia consultar um psiquiatra, na esperança de que ele o ajudasse a enfrentar os seus sentimentos mais profundos. As coisas acalmaram um pouco depois da conclusão deste trânsito, mas quando Plutão retrogradou e ficou, de novo, em quadratura com Vénus natal, recomeçou o mesmo tipo de experiências, não obstante, desta vez, com menos força. O terceiro trânsito de Plutão (outra vez directo) em quadratura com Vénus natal marcou o fim deste longa e difícil período de transição emocional. Quando o processo terminou, o meu cliente tinha uma visão muito mais clara das suas relações com a namorada; decidiu adiar

o casamento e parecia muito mais satisfeito com a sua vida emocional. Além disso, todos os seus valores relativos ao amor, ao casamento, ao dinheiro ou a preferências estéticas sofreram uma transformação total. Apreciando agora o caso à distância de alguns anos, é evidente que esta experiência, embora fosse, na altura, dolorosa e confusionista, abriu as portas a um mais profundo autoconhecimento e a uma perspectiva de vida inteiramente nova que ainda hoje afecta as suas atitudes quotidianas.

Eis um ponto acerca dos trânsitos dos planetas trans-saturninos que não pode ser sobrevalorizado: as ramificações a longo prazo destes períodos cruciais de mudança só tornarão aparentes com uma perspectiva clarificada que, por sua vez, só o tempo proporcionará. As alterações que acontecem durante estes períodos são tão intensas e concentradas — e, ao mesmo tempo, as suas implicações na vida tão subtis— que é simplesmente impossível, para a maior parte dos indivíduos, assimilar, num curto espaço de tempo, o significado completo desta transição de uma fase para outra. Uma pessoa pode, muitas vezes, levar dez anos a compreender em absoluto o que realmente aconteceu nos seus níveis mais profundos durante essas fases de transformação. No momento matematicamente preciso em que ocorre o trânsito, não se tem qualquer perspectiva do que se passa. Apenas se sente que nos tiraram o tapete de debaixo dos pés, deixando-nos desorientados e com a noção de que ao mesmo tempo que o velho é implacavelmente posto de parte, não há base firme de apoio, nada de seguro e familiar a que nos agarremos. Trata-se de uma sensação de grande insegurança, muitas vezes acompanhada por sintomas de desintegração físicos e/ou psicológica. Creio, no entanto, que, na maior parte dos casos, a experiência destes trânsitos (isto é, os trânsitos de qualquer dos planetas trans-saturninos) é menos responsável pelo stress causado, do que o pânico, o medo e a ansiedade que rapidamente se apoderam da maioria das pessoas. Como os seres humanos são criaturas de hábitos e, portanto, raramente inclinadas a abandonar a velha e familiar segurança dos modelos passados de vida, resistem, regra geral, à mudança — o que apenas tem por efeito aumentar a pressão e a tensão internas. A única coisa que nos pode ajudar a vencer esses períodos com certo equilíbrio psíquico é uma fé inabalável na sabedoria e na ordem da própria vida. Esta fé deve basear-se no conhecimento real das leis universais, visto que uma fé sem alicerces a que uma pessoa se agarre só para fugir ao medo, desaba inevitalvelmente logo que somos confrontados com o verdadeiro desafio. É este um dos maiores valores da astrologia, pois pode levar o indivíduo a descobrir o conhecimento autêntico e digno de confiança sobre as leis universais que modelam

 

a experiência das nossas vidas. Pode dar ao indivíduo uma perspectiva aprofundada da sua experiência, um distanciamento que eventualmente poderá transformar-se em sabedoria.

Assim, embora alguns astrólogos afirmem que os trânsitos de Plutão trazem sempre consigo uma certa forma de «separação» de pessoas, coisas ou actividades, podemos ver, pelo exemplo acima, que Plutão actua a um nível muito mais profundo do que o dos simples fenômenos transitórios. Não quero com isto dizer que acontecimentos exteriores em larga escala nunca acompanhem tais trânsitos;

acentuo apenas que, quer sejam ou não óbvias as mudanças exteriores nessa altura,

o significado da experiência nunca é por completo evidente, visto que as mudanças ao mais profundo nível psíquico são tão prolongadas que o espírito analítico não consegue estender-lhes o verdadeiro propósito. No exemplo que citei, verificou-se, de facto, uma «separação», mas a um profundo nível emocional, através da eliminação de modelos de vida que já não serviam um fim útil no desenvolvimento interior da pessoa. Ela foi, por isso, «separada» de padrões psicológicos inibitórios e autoderrotistas, embora as suas relações com determinada mulher se desenvolvessem em intimidade e profundidade, e a sua capacidade para compreender as suas próprias necessidades emocionais —e, assim, a sua capacidade para se relacionar com outras pessoas — se tenha tornado muito rapidamente mais significativa. Por isso, apesar de os trânsitos de Plutão coincidirem, muitas vezes, com o fim absoluto de uma velha fase de actividade ou de um modo acabado de auto-expressão, mostram-nos inevitavelmente que é tempo de abandonar os velhos padrões psicológicos ou a velha perspectiva de vida que já não serve qualquer fim criativo.

A mesma idéia é defendida por Dane Rudhyar no seu livro Trlptych, quando se refere à influência de Plutão como portadora de uma «libertação da escravatura das formas e substâncias que deixaram de ser úteis ao espírito individualizado ...» Os trânsitos de Plutão significam, assim, o poder para libertar o eterno do

transitório, quer seja a alma do corpo, na morte, ou o ego da velha concha da

personalidade. Os trânsitos de Plutão trazem à superfície condições ocultas ou subliminais, a fim de que esta energia possa ser libertada da velha carapaça e

transformada numa nova fonte de poder conscientemente utilizável. E relacionam-

se sempre com a luz e a escuridão, o velho e o novo. Deste modo e apesar de, muitas vezes trazerem à superfície resíduos do velho para que possam ser eliminados, também trazem para a luz aquilo que o ego mais proíundo aprendeu e que manifesta a essência perdurável do ser.

Reencarnação e karma

Vista à luz da reencarnação e da lei do karma, a influência do planeta Plutão pode tornar-se mais clara. Por exemplo, os trânsitos de Plutão têm por efeito destruir e eliminar os velhos modelos psicológicos que podem ser considerados como resíduos dos pensamentos e acções passados. Se todas as pessoas (ou almas) viveram muitas vidas em muitos corpos distintos, parece razoável que a memória e as impressões das acções e pensamentos dessas vidas permaneçam no espírito inconsciente. Segue-se, então, que tais padrões subliminais de pensamento e acção podem facilmente ser activados nas nossas vidas diárias e interferir com o nosso funcionamento como entidades livres e totalmente conscientes. Os trânsitos de Plutão, portanto, servem para acelerar a nossa evolução, destruindo as nossas ligações ao velho e criando espaço para o novo. Na terminologia psicológica