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A chegada dos primeiros colonos

No documento 2007DilceMariaSturmer (páginas 46-51)

2. HISTÓRIA DA COLÔNIA GENERAL OSÓRIO

2.5. A chegada dos primeiros colonos

Após os levantamentos topográficos feitos pelo agrimensor Pretorius e seus auxiliares, Ehrhardt Mertel e Peter Nicknich, começaram a chegar à região do atual município de Ibirubá, em 1899, os primeiros colonos: Karl Krammes, Johann Stuzbecher, Juliusw Loppe, Heinrich Werner, Karl Maier; Erhardt Mertel e Heinrich Werner, que nasceram na Alemanha; em 1900, de Santa Cruz do Sul, vieram as famílias de Wilhelm Boness, Albert e Joseph Adiers, Hermanno Humm, Hermanno Spengler, Lorenz Kloh e Hermann Holdefer, além de Ernest Wilm, que era solteiro. No final de 1902 havia 24 famílias alemãs domiciliadas na colônia nova, que foi incrementada com a chegada de Friedrich Kunz, Friedrich Tauchert, Johann Gabe, Gustav Muller, August Bottcher, Richard Garmatz, Heinrich Knach, Karl Harnopp, Jakob Schveig, Karl Garmetz e Wilhelm

90 ZARTH, Paulo Afonso. História Agrária do planalto gaúcho. Ijuí. Ed.UNIJUÍ, 1997. p. 98. 91 Id. Ib., p. 179.

Geng. As primeiras famílias italianas, Nicolodi, Ciprandi e Camera chegaram algum tempo depois à colônia.93

Karl Krammes, também conhecido como Carlos Krammes, nasceu no navio, durante a viagem transatlântica, quando seus pais imigravam da Alemanha para o Brasil, em 1866. Emigraram para Santa Cruz do Sul, onde Karl viveu até o ano de 1899. Nesse ano, decidiu comprar terras e começar uma vida nova com sua mulher, Joana Assmann Krammes. Sendo ele um dos primeiros colonizadores alemães da colônia General Osório, hospedava as famílias que mais tarde compravam terras, em um galpão improvisado e faziam as refeições em sua casa.94

Fonte: Museu municipal de Ibirubá.

Figura 5: Karl Krammes, pioneiro da colonização alemã na Colônia General Osório.

93 REVISTA NOSSA TERRA. 50 anos Ibirubá - Apenas o início de uma grande história. Rio Grande do

Sul. 2005. p. 4. Edição especial.

Jacob Reis era o agenciador encarregado pelos colonizadores de fazer as vendas dos lotes, de 25 a 50 hectares, nas chamadas “colônias velhas” e em Santa Cruz do Sul.95

Os primeiros colonos viveram algum tempo no meio da mata virgem, em lotes que se comunicavam com os centros mais importantes por “picadas abertas” no mato. A maioria das famílias de colonos-camponeses vinha de trem até Cruz Alta e, após longa viagem de carroça, puxando cargas e repousando ao longo da difícil trilha, chegavam à região. Segundo parece, havia surpresa e desconsolo ao depararam-se com um lugar desconhecido e repleto de mata densa. Abrir picadas a facão e encontrar o melhor lugar para construir a moradia, perto de uma fonte de água, era a primeira das atividades dos recém chegados. Era costume, entre os colonos, a ajuda em mutirão para as construções das casas e galpões.

Fonte: Comunidade Evangélica de Confissão Luterana no Brasil de Ibirubá. Figura 6: Construção das casas da colônia, em mutirão.

Depois de construídas as moradias, roçavam e derrubavam o mato, construíam pequenas lavouras de subsistência e criavam animais. A distância e as dificuldades de comunicação faziam faltar roupas, ferramentas e alimentos.96

Fonte: Arquivo do Jornal Visão Regional de Ibirubá.

Figura 7: As carretas utilizadas pelos primeiros colonizadores, no final do século 19.

No início, a sede da colônia foi denominada Barão de São Jacob e, logo, recebeu o nome de General Osório. Provavelmente para evitar confusão com o município de Osório, teve o nome mudado para General Câmara, em 1938. Finalmente, para evitar futuros problemas de confusão com o município do mesmo nome, um estudioso e conhecedor da região (não se sabe o nome), membro do IBGE, impôs o nome Ibirubá, que na língua tupi- guarani, significa “pitangueira do mato”.97

96 REVISTA NOSSA TERRA. 50 anos Ibirubá - Apenas o início de uma grande história. Rio Grande do

Sul. 2005. p. 5. Edição especial.

Fonte: Museu Municipal de Ibirubá. Figura 8: Colônia General Osório, 1905.

Fonte: Museu Municipal de Ibirubá. Figura 9: Colônia General Osório, 1909.

As motivações eram muitas, mas a esperança de uma vida melhor parece ser o que levou os primeiros colonos a mudar para a região. Para Edgar Welzer, de 73 anos, a procura por terras melhores foi o motivo encontrado pelos avós para se instalar na colônia General Osório: “Pra procurá terra. Terras boas aqui; terras de pedra, principalmente procuravam. Meu pai veio de Estrela em 1900. Meu pai chegou com quatro anos.” 98 Loda

Klein, de 72 anos, comenta que a terra foi o principal argumento para que seus avós, vindos de Picada café, mudassem para a região: “A minha família é, veio da Picada café, lá de baixo, das colônias velhas. Meu avô, por parte de pai, veio aqui pra fundar Picada café aqui, que hoje existe, em 1917. meu pai tinha 12 anos. E daí, se colocaram aí e a filharada foi crescendo e as outras gerações já foram pra outras regiões, otros municípios. Mas a vinda deles pra cá foi exatamente a procura de terra. Essa foi a razão.”99

Frederico Antônio Schüsller, de 58 anos, fala sobre as poucas coisas que havia na colônia quando da chegada de seus pais: “Olha, pra te ser franco, eles vieram prá cá pra tentar uma vida melhor. Meu pai trabalhava como pedreiro e minha mãe ajudava o sogro e a sogra numa padaria. Na época foi difícil até que eles se estabaleceram aqui em Ibirubá. Isso aqui era mato, tinha algumas casas só. Existia as trilhas onde passavam as carroças e os cavalos, porque a noventa anos atrás não existia carro.”100

Conforme Flora Meinke, de 86 anos, seus avós vieram da Alemanha, onde trabalhavam como assalariados numa granja, mas queriam mudar de vida: “Meus avós vieram da Alemanha e vieram direto pra Ibirubá, na colônia Linha Duas [pertencente à Ibirubá]. E daí meu avó abriu mato ali e se fez uma terra, lavoura e lá se foi. Dali a meio ano a vó veio. Eles já eram casados na Alemanha, já tinham uma filha. Mas daí ele quis vim pra cá, porque eles trabalhavam lá pra uma, vamos dizer, granja assim. Lá o vô cuidava as ovelhas e a vó cuidava a casa, dentro de casa. Então eles resolveram vim embora, porque só empregados... eles queriam ser donos. Então aqui eles compraram a terra.”101

No documento 2007DilceMariaSturmer (páginas 46-51)

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